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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA CIDADE.
Livre distribuição 
( Ação Cautelar Preparatória – CPC, art. 796 c/c art. 800 )
				
				EMPRESA XISTA LTDA, pessoa jurídica de direito privado, estabelecida na Rua Delta, nº. 000, em João Pessoa(PB) – CEP .55.444-333, inscrita no CNPJ(MF) sob o nº. 11.333.777/0001-88, vem, com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu patrono que abaixo assina, para ajuizar, com supedâneo no arts. 798 e segs. da Legislação Adjetiva Civil, a presente
AÇÃO CAUTELAR INESPECÍFICA PREPARATÓRIA
COM PEDIDO DE “MEDIDA CAUTELAR”,
contra 
( 01 ) BANCO CLERO S/A, instituição financeira de direito privado, com sua sede na Av. Y, nº. 0000, em São Paulo(SP) – CEP nº. 33444-555, inscrita no CNPJ(MF) sob o nº. 55.444.333/0001-22;
e solidariamente, (CC, art. 942)
( 02 ) EMPRESA ZETA LTDA, pessoa jurídica de direito privado, com sua sede na Av. Y, nº. 0000, em São Paulo(SP) – CEP nº. 33444-555, inscrita no CNPJ(MF) sob o nº. 55.444.333/0001-22,
em decorrência das justificativas de ordem fática e de direito abaixo delineadas.
(1) – SÍNTESE DOS FATOS
 				A Autora, no dia 00 de março de 000, fizera compra junto à Empresa Zeta Ltda. A aquisição em espécie referia-se à máquina marca Xista, Modelo X45ZK, 700Kg. (doc. 01) A transação compreendia o pagamento em 3 parcelas sucessivas e mensais, todas no importe de R$ 00.000,00. 
				No dia 00 de abril de 0000 a Autora recebera comunicação eletrônica da segunda ré, posicionando-se pelo desconto de 5%(cinco por cento), caso o primeiro título fosse pago até o dia 00 de abril de 0000.(doc. 02) Diante disso, entendeu a Promovente que o desconto era de conveniência e, por tal motivo, pagou o referido título com o desconto ofertado. Para tanto, essa atendeu todas as orientações contidas na mencionada correspondência eletrônica e, dessa sorte, fizera o depósito da quantia de R$ 00.000,00 ( .x.x.x. ) na conta corrente nº. 334455-6, Ag. 7788, do Banco Delta S/A. (doc. 03). 			
 				Sem dificuldades observa-se que o depósito em liça fora feito antes do vencimento do título, ou seja, dia 00 de abril de 0000. Todavia, na data de 00 de abril de 0000, a Autora fora surpreendida com a recepção da duplicata em liça, apresentada para pagamento pela primeira Ré, no caso Banco Clero S/A. (doc. 04)
 				Prontamente a Autora enviara correspondência à mencionada instituição financeira, recebida em 00 de abril de 0000, nos moldes do reclama o art. 7º, § 1º c/c art. 8º, ambos da Lei nº. 5.474/68 (Lei das Duplicatas ). (doc. 05) Idêntica fora enviada a segunda Ré, igualmente recebida. (doc. 06)
 				Não obstante, a duplicata fora levada a apontamento para protesto pela primeira Ré, na qualidade de endossatária do título em vertente. Quanto à segunda Ré, essa procedera com o endosso à primeira demandada. (doc. 07) 
 				Assim, em que pese a Autora haver enviado correspondência pedindo providências para evitar o aludido protesto, ambas Promovidas foram negligentes e sequer chegaram a responder a correspondência. 
				Por conta desse fato, o nome da sociedade empresária Autora encontra-se prestes a ser inserto nos órgãos de restrições e, além disso, junto ao Cartório de Notas e Títulos Xista. 
				Essa situação de pretensa inadimplência permanece até o momento, razão qual, inclusive, requer-se a análise do pedido de medida acautelarória.	
 								HOC IPSUM EST.
(2) – DO DIREITO
(2.1.) – DA LEGITIMIDA PASSIVA
 				Na espécie, colhe-se desta exordial que o Banco-Réu acolheu o título de crédito por meio de endosso translativo. A duplicata em vertente fora alvo de operação bancária denominada desconto. É dizer, por meio desse endosso a titular da duplicata, segunda Ré, mediante o recebimento de valor, transferiu seu direito sobre o título ao banco-réu. Assim, esse tornou-se novo credor em face do endosso-translativo.
				Diferente situação seria se a primeira demandada figura-se como mera procuradora da segunda Ré (endosso-mandato), maiormente para efetuar a cobrança do título (prestação de serviços). Não é a hipótese, repise-se. 
				Com efeito, cabia a instituição financeira requerida verificar a licitude do título. Ao contrário, mostrou-se negligente ao realizar a operação bancária por meio de título sem qualquer lastro de origem. Desse modo, deve ser solidariamente responsabilizada (CC, art. 942). 
				Com esse enfoque, é altamente ilustrativo transcrever o magistério de Arnaldo Rizzardo, in verbis:
“. . . como é sabido, constitui a duplicata um título com cláusula à ordem, o que acarreta a possibilidade de sua circulação. (...) O endossatário pode ser acionado por vícios do título, porquanto recebeu-o sem a devida averiguação de sua autenticidade e veracidade. O Superior Tribunal de Justiça adota essa solidariedade passiva: ‘O Banco que recebe por endosso duplicata sem causa e a leva a protesto responde pelo dano que causa ao indicado devedor e pelas despesas processuais com as ações que o terceiro foi obrigado a promover, ressalvado o direito do banco de agir contra o seu cliente’. É que, reafirmando orientação da Corte, justifica o voto do relator: ‘O Banco comercial que recebe por endosso duplicata sem causa e a leva a protesto contra o indicado devedor responde pelo dano a este causado, uma vez que corre o risco do exercício de sua atividade. Também porque age com descuido ao receber o título causal sem correspondência com a efetiva operação de compra e venda ou prestação de serviço’.” (In, Títulos de Crédito. Editora Forense. Rio de Janeiro, 2006, p. 235)
				É ancilar a orientação jurisprudencial nesse tocante:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA. DUPLICATA SEM ACEITE PROTESTADA. AUSÊNCIA DE NEGÓCIO JURÍDICO SUBJACENTE. DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA ENTRE O EMITENTE E O SACADO. LEGITIMIDADE E RESPONSABILIDADE DO ENDOSSATÁRIO PELO PROTESTO. ENDOSSO-TRANSLATIVO. PROTESTO INDEVIDO. DANO MORAL. QUANTUM. REDUÇÃO. TERMO INICIAL CORREÇÃO MONETÁRIA E JUROS DE MORA. RESPECTIVAMENTE DATA DO ARBITRAMENTO E DATA DA CITAÇÃO (RESPONSABILIDADE CONTRATUAL). RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. 
1 - O Colendo Superior Tribunal de Justiça, em sede de Recurso Especial repetitivo, cujo tema circunscreveu-se à responsabilidade de quem recebe título de crédito por endosso translativo e leva-o a protesto, distinguiu o endosso-translativo do endosso-mandato, bem como a duplicata sem causa ("fria" ou simulada) e aquela cujo negócio jurídico subjacente, posteriormente, tenha se desfeito ou tenha sido descumprido, concluindo que o "endossatário que recebe, por endosso translativo, título de crédito contendo vício formal, sendo inexistente a causa para conferir lastro a emissão de duplicata, responde pelos danos causados diante de protesto indevido, ressalvado seu direito de regresso contra os endossantes e avalistas" (RESP 1213256/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 28/09/2011, DJe 14/11/2011).2 - Hipótese em que o endossatário, que recebeu duplicata sem aceite por meio de endosso-translativo, mesmo sem a comprovação da causa apta a conferir lastro à emissão do título, encaminhou-o ao cartório de protesto, o que foi efetivado, portanto, indevidamente. 3 - Comprovado que o título foi emitido sem lastro, mantém-se a sentença que condenou solidariamente o endossatário e o endossante/emitente, ambos inseridos no pólo passivo da ação, pelo dano moral decorrente do protesto indevido, que se opera in re ipsa, independentemente da prova do prejuízo. Precedentes do STJ. 4 - Diante dos critérios balizadores já consagrados pela doutrina e jurisprudência e das circunstâncias do caso concreto, especialmente considerando que o protesto indevido perdurou por 99 (noventa e nove) dias, cuja cessação da ilegalidade apenas se deu após decisão que antecipou os efeitos da tutela determinando a suspensão dos efeitos do protesto,conforme depreende-se do Ofício de fl. 63, tem-se razoável a metade do valor fixado pelo Juízo de origem, que atende às peculiaridades da presente hipótese o valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais).5 - Quanto ao termo inicial dos juros moratórios da indenização por dano moral, aplica-se, no caso de responsabilidade extracontratual, a data do evento danoso (Súmula nº 54 do STJ) e, no caso de responsabilidade contratual, a data da citação (art. 405 do CPC), ressalvado o entendimento pessoal do relator, para o qual esse entendimento somente se aplica às indenizações por dano material, computando-se a mora a partir do arbitramento da indenização por danos morais, quando é fixada a obrigação líquida e certa, em quantia atual, proporcional e razoável, visando à satisfação da vítima e responsabilização do autor da lesão. Nada obstante, embora mantendo respeitosa mas convicta divergência - Por entender que a aplicação da Súmula nº 54 do STJ, bem como do art. 405 do CC/2002, aos danos morais afronta a literalidade do art. 407 do CC/2002 (antigo art. 1.064) - Adota-se a posição uniforme da Corte Superior responsável pela uniformização da interpretação do direito federal, o que se faz em harmonia aos princípios da igualdade e segurança jurídica. 6 - Recurso conhecido e parcialmente provido. (TJES; APL 0005874-66.2011.8.08.0006; Segunda Câmara Cível; Rel. Des. Álvaro Manoel Rosindo Bourguignon; Julg. 08/04/2014; DJES 16/04/2014)
DECLARATÓRIA. Inexigibilidade de título cambial (duplicatas) cumulada com pedido de indenização por danos morais, precedida de medidas cautelares de sustação de protesto Pretensões julgadas procedentes em primeiro grau de jurisdição, arbitrando a indenização em valor equivalente a 100 (cem) salários mínimos. PROTESTO Duplicata mercantil apontada por indicação após endosso translativo para a instituição financeira. Endosso-translativo que não se confunde com o endosso-mandato Hipótese clara de responsabilidade solidária entre a sacadora do título e as empresas de factoring, bem como a instituição financeira que descontou algumas das duplicatas, sem o cuidado de checar a existência de efetivo lastro mercantil antes do apontamento a protesto. DANO MORAL Caracterização. Arbitramento dentro de parâmetros de razoabilidade e proporcionalidade Inadmissibilidade de indexação com base no salário mínimo Redução para o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) a ser suportado, solidariamente, por todos os co-réus. Correção monetária que começa a fluir da data de publicação da sentença (Súmula nº 362 do S.T.J.) Sentença reformada nesse aspecto Apelações parcialmente providas. (TJSP; EDcl 0012661-33.2002.8.26.0554/50000; Ac. 7414461; Santo André; Décima Segunda Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Jacob Valente; Julg. 30/10/2013; DJESP 16/04/2014)
 					Por esses motivos, a primeira demandada deve igualmente figurar no polo passivo da presente demanda cautelar, maiormente quando também será responsabilizada civilmente na ação principal. (CC, art. 942)
(2.3.) – A LIDE E SEU FUNDAMENTO(CPC, ART. 801, III)
 					A inércia das Rés, quando foram regularmente cientificadas da impossibilidade do protesto, fez com que surgisse à Autora o interesse processual para pleitear judicialmente a solução do problema narrado nesta peça vestibular (CPC, art. 3º). 
2.3.1. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTO CAUSAL PARA COBRANÇA DA DUPLICATA
 					
 					É cediço que a duplicata mercantil constitui título de crédito fundamentalmente causal. Por esse note, deve apresentar-se vinculada ao negócio subjacente que lhe deu causa, emitido em decorrência da compra e venda mercantil.
 				Aqui, ao revés disso, a duplicata não tem origem lícita. O título em referência fora devidamente quitado, antes do vencimento da cártula. 
 				Com efeito, como ação principal futura, a ser ajuizada no trintídio legal do cumprimento da medida acautelatória almejada(CPC, art. 806), a Autora, com fulcro nas disposições da Legislação Adjetiva Civil(CPC, art. 801, inc. III), tendo como fundamentos a ofensa ao direito de imagem e à honra, 
indica que ajuizará a competente 
AÇÃO ANULATÓRIA DE TÍTULO DE CRÉDITO 
(2.4.) – PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR
 				É de geral ciência que são requisitos da medida cautelar a presença do fumus boni iuris e do periculum in mora.
 				A propósito, no tocante ao poder geral de cautela, maiormente no tange aos requisitos à concessão de medidas acautelatórias, professa Antônio Cláudio da Costa Machado que:
“Trata-se de poder cautelar a ser exercido quando a situação de emergência não se enquadra em nenhuma das previsões de medidas típicas (arresto, sequestro, etc, de acordo com os arts. 813, e segs.), de sorte que o cabimento da medida fica a depender do preenchimento do fumus boni iuris e do periculum in mora genérica e abstratamente previstos no texto (aqui não existe prederteminação específica do conteúdo da medida, nem do interesse tutelado como acontece com as medidas típicas – v. nota ao Capítulo II). Observe-se, entretanto, que, seja qual for a medida que se deseje (v. exemplos referidos na nota ao art. 799), o requerente sempre precisará propor ação cautelar inominada. “ (MACHADO, Antônio Cláudio da Costa. Código de Processo Civil interpretado e anotado: artigo por artigo, parágrafo por parágrafo. 4ª Ed. São Paulo: Manole, 2012. p. 1457)	
				Nesse mesmo sentido, Nelson Nery Júnior e Rosa Maria Andrade Nery anotam que: 
"Para que a parte possa obter a tutela cautelar, no entanto, é preciso que comprove a existência da plausibilidade do direito por ela afirmado (fumus boni iuris) e a irreparabilidade ou difícil reparação desse direito (periculum in mora), caso se tenha de aguardar o trâmite normal do processo. Assim, a cautela visa assegurar a eficácia do processo de conhecimento ou do processo de execução (Nery, Recursos, 3.5.2.9, pp. 472/473).” (In, Código de Processo Civil Comentado e legislação processual civil extravagante em vigor. 12ª ed. São Paulo: RT, 2012. p. 1.327). 
				Portanto, os requisitos para alcançar-se uma providência de natureza cautelar são, basicamente, dois: 
I - Um dano potencial, um risco que corre o processo principal de não ser útil ao interesse demonstrado pela parte, em razão do periculum in mora, risco esse que deve ser objetivamente apurável; 
II - A plausibilidade do direito substancial invocado por quem pretenda segurança, ou seja, o fumus boni iuris. 
 				Sobre o fumus boni iuris, esclarece-se que, segundo a melhor doutrina, para a ação cautelar, não é preciso demonstrar-se cabalmente a existência do direito material em risco. Ademais, urge asseverar que o bem em litígico só terá sua comprovação e declaração no processo principal. Nesse passo, para merecer a tutela cautelar o direito em risco há de revelar-se apenas como o interesse que justifica o "direito de ação", ou seja, o direito ao processo de mérito.
 				Nesse diapasão, é de todo oportuno trazer à colação o entendimento do processualista Alexandre Freitas Câmara:
“Por tal razão, a concessão da medida cautelar não pode estar condicionada à demonstração da existência do direito substancial afirmado pelo demandante, devendo o Estado-Juiz contentar-se com a demonstração da aparência de tal direito. Em outros termos, o que se quer dizer é que a tutela jurisdiconal cautelar deve ser prestada com base em conginição sumária, ou que signfica dizer que a medida cautelar será deferida ou não conforme um juízo de probabilidade.
Verifica-se, pois, que a tutela jurisdicional cautelar será prestada com base em cognicação sumária, e não em cognição exauriente (como se dá, como regra, com a tutela jurisdicional de natureza cognitiva). A exigência de certeza quanto à existência do direito substancial para que se pudesse prestar a tutela cautelar tornaria a mesma um instrumento absolutamente inútil. “ (CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de direito processual civil. 19ª Ed. São Paulo: Atlas, 2012, vol. 3, p. 40)
 	
 				Não discrepa desse entendimentoDaniel Amorim Assumpção Neves:
“O fumus boni iuris, ou fumaça do bom direito, é entendido pela doutrina majoritária como o convencimento parcial do juiz – fundado num juízo de mera probabilidade em razão da cognição sumária que faz para conceder a tutela cautelar – de que o direito material que corre perigo provavelmente exista. É interessante notar que a doutrina majoritária permite que o juiz não tenha certeza a respeito da existência do direito material em prigo, mas exige do juiz uma análise superficial de sua provável existência. “ (NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil. 4ª Ed. São Paulo: Método, 2012, p. 1.217)
 				Nesse importe de entendimento:
AGRAVO REGIMENTAL. MEDIDA CAUTELAR PREPARATÓRIA. LIMINAR CONCEDIDA. ANÁLISE DE COGNIÇÃO SUMÁRIA. PRESENÇA DOS REQUISITOS- RECURSO IMPROVIDO. 
O fumus boni iuris encontrase presente na medida em que comprova o agravado estar na posse do imóvel a ser esbulhado há mais de vinte anos, tendo ali realizado diversas benfeitorias eventualmente passíveis de serem indenizáveis nos termos da Lei, circunstância apta a legitimar a oposição dos embargos de terceiros nos autos da ação principal para fins de averiguação do direito de posse sobre o imóvel. Do mesmo modo, o periculum in mora se justifica pelos prejuízos a serem causados caso a carta precatória seja cumprida, por tratar-se de fazenda toda cercada, com divisões, supostamente com mais 4.500 hectares de pastos formados com capim artificial, mais de 6.000 cabeças de gado, casas de sede e de empregados, 15 empregados e suas famílias, além de outras benfeitorias e estrada de penetração. (TJMS - AgRg 0019465-68.2012.8.12.0000/50000; Campo Grande; Primeira Câmara Cível; Rel. Des. Divoncir Schreiner Maran; DJMS 30/11/2012; Pág. 30)
AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO JULGADO MONOCRATICAMENTE. ART. 557, CAPUT, C/C ART. 527, I, DO CPC. MANIFESTAMENTE IMPROCEDENTE. LIMINAR CONCEDIDA EM SEDE DE CAUTELAR INOMINADA INCIDENTAL. MANUTENÇÃO DA INTERLOCUTÓRIA DO JUÍZO A QUO. REGIMENTAL IMPROVIDO. DECISÃO MONOCRÁTICA MANTIDA. 1. O relator está autorizado a negar seguimento a recurso manifestamente improcedente, na espécie agravo de instrumento, à luz do disposto no art. 557, caput, e art. 527, I, do CPC; 
2. Para tanto, permite­se ao relator isoladamente analisar o próprio meritum causae recursal; 
3. Como se sabe, a tutela cautelar visa resguardar o resultado útil do processo, a efetividade do provimento jurisdicional final, evitando decisões judiciais inócuas e inexequíveis; 
4. Os requisitos da liminar em tutela cautelar são fumus boni iuris ou a fumaça do bom direito, em que o julgador, fundado numa cognição sumária e perfunctória, juízo de mera probabilidade, se convence de que o direito material que corre perigo provavelmente exista. O periculum in mora, configura a situação de urgência derivada do perigo que o tempo necessário para a concessão da tutela definitiva no caso concreto representa para a efetividade da proteção jurisdicional, sendo flagrante que não sendo tutelado imediatamente o direito material, correrá sério e iminente risco de perecer; 
5. In casu, o douto Magistrado planicial concedeu a liminar observando os requisitos em alusão, razão pela qual prescinde de censura a interlocutória ora vergastada; 
6. Ratificação do instrumental neste agravo regimental; 
7. Agravo regimental improvido. (TJCE - AG 0032539­12.2002.8.06.0000/50000; Oitava Câmara Cível; Relª Desª Maria Iraneide Moura Silva; DJCE 09/11/2012; Pág. 83)
				No caso ora em análise, claramente restaram comprovados, objetivamente, os requisitos do "fumus boni iuris" e do "periculum in mora", a justificar o deferimento da medida ora pretendida, sobretudo quanto ao segundo requisito a demora na prestação jurisdicional ocasionará gravame diário à imagem e à honra da Autora, quando terá seu nome inserto nos órgãos de restrições, em razão do apontamento do título a protesto. 
				Diante disso, a Autora vem pleitear, sem a oitiva prévia da parte contrária (CPC, art. 804), medida cautelar no sentido de:
a) independente de qualquer caução ou outra garantia, pede que seja sustado ou cancelado o protesto do título em debate, expedindo-se, para tanto, ofício ao respectivo cartório que apontou o título para protesto, ordenando, mais, que abstenha de prestar qualquer informação positiva do aludido protesto, até ulterior deliberação deste juízo;
b) igualmente requer seja oficiado à Serasa, determinando que essa se abstenha de prestar informação negativa referente ao título antes descrito;
c) subsidiariamente, requer que seja conferida à Autora prestar caução fidejussória, com o fito do pronto atendimento da medida acautelatória almejada. 
(3) – P E D I D O S e R E Q U E R I M E N T O S 
POSTO ISSO,
como últimos requerimentos desta Ação Cautelar Inespecífica, a Autora requer que Vossa Excelência se digne de tomar as seguintes providências:
a) Determinar a CITAÇÃO e INTIMAÇÃO das Promovidas, POR CARTA, no endereço constante do preâmbulo, para, no prazo de 05 (cinco) dias(CPC, art. 802, caput), apresentarem, querendo, suas defesas e, mais, cumprirem a medida acautelatória pleiteada; 
b) que ao final sejam JULGADOS PROCEDENTES OS PEDIDOS formulados nesta demanda cautelar, acolhendo os pedidos estipulados em sede liminar e tornando-a definitiva, condenando as Rés no ônus de sucumbência.
			 		Protesta, ademais, justificar os fatos que se relacionam com os pressupostos desta Ação Cautelar por todos os meios admissíveis em direito, assegurados pela Lei Fundamental(art. 5º, inciso LV, da C.Fed.), notadamente pelo depoimento do Rep. Legal da Requerida, pena de tornar-se confitente ficta, oitiva de testemunhas a serem arroladas oportuno tempore, junta posterior de documentos como contraprova, perícia, tudo de logo requerido.
			 		Atribui-se a presente Ação Cautelar o valor estimativo de R$100,00 (cem reais).
AÇÃO CAUTELAR. VALOR DA CAUSA. O VALOR DA CAUSA NA AÇÃO CAUTELAR NÃO SE FIXA À VISTA DO ART 259 DO CPC, MAS DO ART. 258 QUE O ANTECEDE. 
Significando a ação cautelar um minus em relação ao plus que é a ação principal, naturalmente seu valor não é o que se atribuiria a esta. Recurso da apelante a que se dá parcial provimento para o fim de reduzir- se o valor da causa fixado em primeiro grau. (TJSP - APL 9095571-64.2008.8.26.0000; Ac. 6387690; São Paulo; Décima Câmara de Direito Privado; Rel. Des. Cesar Ciampolini; Julg. 27/11/2012; DJESP 08/01/2013)
 
 						Respeitosamente, pede deferimento.
				 Cidade, 00 de abril de 0000.
 			 			 Beltrano de tal
 							 Advogado – OAB(SP) 112233
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