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INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO PROFESSORA LUCIA DANTAS 
MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
AURÉLIO DUARTE DE ALMEIDA 
 
 
 
 
 
COMO O PROJAP VEM CONTRIBUINDO NA EDUCAÇÃO 
PREVENTIVA NA ESCOLA 18 DE DEZEMBRO EM ALTANEIRA-CE. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BRASÍLIA - DF 
2015 
 
 
AURÉLIO DUARTE DE ALMEIDA 
 
 
 
 
 
 
 
COMO O PROJAP VEM CONTRIBUINDO NA EDUCAÇÃO PREVENTIVA NA 
ESCOLA 18 DE DEZEMBRO EM ALTANEIRA-CE. 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Dissertação apresentado e defendido ao 
Programa de Pós-graduação da ISEL – Instituto 
Superior de Educação Professora Lúcia Dantas, como 
requisito para obtenção de título de Mestre em Ciências 
da Educação. 
 
 
 
 
 
 
Orientador: Prof.Dr.Marcus Nascimento Coelho 
Co-Orientador: Prof.Ms.Álvaro C. Dias da Silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BRASÍLIA - DF 
2015 
 
 
 
 
ALMEIDA, Aurélio Duarte de. 
 
COMO O PROJAP VEM CONTRIBUINDO NA EDUCAÇÃO PREVENTIVA NA 
ESCOLA 18 DE DEZEMBRO EM ALTANEIRA-CE. 
 
Dissertação (Mestrado) – ISEL, 2015. Orientador: Prof. Dr. Marcus Nascimento 
Coelho Co-Orientador: Prof. Ms. Álvaro Carvalho Dias da Silva. 
p.102 
1. Marco teórico. 4. Marco metodológico. 5. Resultado da pesquisa. 6. 
Considerações finais. I Título. 
 
 
Nome: Aurélio Duarte de Almeida 
Titulo: Como o PROJAP vem contribuindo na educação preventiva na escola 18 de 
dezembro em Altaneira - CE. 
 
Trabalho de Dissertação apresentada e defendida ao Comitê Examinador do 
Programa de Pós-graduação da ISEL – Instituto Superior de Educação Professora 
Lúcia Dantas, como requisito para obtenção de título de Mestre em Ciências da 
Educação. 
 
 
Aprovado em: ____/____/______ 
 
Banca Examinadora 
 
 
____________________________________ 
Prof.Dr.Marcus Nascimento Coelho 
Presidente 
 
____________________________________ 
Prof.Dr.Charlie Rangel 
interno 
 
____________________________________ 
Prof.Dra.Maria Aparecida Alves 
interno 
 
 
 
 
BRASÍLIA - DF 
2015 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 “Somos o que fazemos, mas somos, principalmente, 
 o que fazemos para mudar o que somos” 
(Eduardo Galeano) 
 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
Dedico este trabalho a todos aqueles que 
apostaram em meu sucesso, a minha 
esposa e minhas filhas que sempre estão 
comigo nas horas alegres e difíceis desse 
percurso. 
Muito amor e carinho a todos vocês. 
 
 
 
 
Drogas – (Banda Catedral) 
 
“Ter que se iludir ao se encontrar 
Com mecanismos de uma bruta ilusão 
E não sentir o que é real, o que é viver. 
O que é ser, se já não sente 
Se ser drogado é ânsia de não ter querer 
Pra que fugir 
Se os problemas 
Sempre vão amanhecer com você 
E não tem fim. 
 
Droga, de só querer usar mais drogas 
Há tanta coisa pra saber, 
São tantos rumos pra tomar, 
São tantas provas pra vencer, 
Mas como se você 
Em uma seringa precisar se esconder 
Pra não enfrentar, 
A covardia sempre vai te perturbar 
Vai acabar com você. 
 
O que é ser, se já não sente 
Se ser drogado é ânsia de não ter querer 
Pra que fugir 
Se os problemas 
Sempre vão amanhecer com você 
E não tem fim. 
Vai acabar com você”. 
 
 
 
AGRADECIMENTO 
 
Agradeço a Deus por ter me dado condições de lutar e alcançar os objetivos 
definidos. Somente Ele sabe o quanto cada pessoa sonha, luta, trabalha e se 
sacrifica para atingir suas metas, e somente pedir ou implorar por uma ajuda divida 
sem arregaçar as mangas de nada adianta. Mesmo nos momentos em que estamos 
desanimados e desmotivados, quase desistindo de seguir o caminho é que temos 
que pedir aquela força divina para continuar, e Ele está sempre pronto para te ouvir, 
basta queremos. 
Sou grato o bastante a minha família, em especial, a minha esposa Alana 
Teles e filhas Ariel e Alice, que sempre me deram forças e suporte emocional para 
produzir esta dissertação, sendo elas a razão maior para trilhar novos caminhos, nos 
quais, muitas vezes encontramos obstáculos, pedras e espinhos, onde com 
confiança, respirando fundo e seguindo em frente, superamos todas as dificuldades 
e alcançamos os objetivos. 
Agradeço também aos amigos que me desejaram galgar a mais uma 
conquista, em destaque, Demontier Guedes, Carpegiane Duarte e Francisco Brito, 
que hoje são para mim, não somente colegas de trabalho ou de estudos, mas sim, 
grandes irmãos de luta e de superação, pois mesmo com toda dificuldade 
encontrada neste longo percurso, não baixaram a cabeça e ainda, depositava na fé 
a esperança de que tudo se concretizaria com sucesso. Assim foi feito. 
 
OBRIGADO. 
 
 
 
LISTA DE FOTOS 
 
FOTO 01: Congressos ............................................................................... ..55 
FOTO 02: Seminários ............................................................................... ..56 
FOTO 03: Pátio Interno da escola 18 de Dezembro – ÁREA 01 .................. 62 
FOTO 04: Pátio Interno da escola 18 de Dezembro – ÁREA 02 .................. 63 
FOTO 05: Frente da escola Santa Tereza. .................................................. 64 
FOTO 06: Frente da escola Avelino Feitosa. ............................................... 66 
FOTO 07: Agentes Multiplicadores da escola 18 de Dezembro ................... 73 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 01: Relatório Mundial Sobre Drogas – ONU ..................................... 26 
Figura 02: Prevenção Universal, Seletiva e Indicada. ................................. 48 
Figura 03: Dez Mandamentos do Agente Multiplicador ............................... 58 
Figura 04: Conteúdo Programático do Curso de Agentes Multiplicadores .. 71 
Figura 05: Tabela resultado da amostragem da escola 18 de Dezembro ... 84 
Figura 06: Tabela resultado da amostragem da escola Avelino Feitosa ..... 84 
Figura 07: Tabela resultado da amostragem da escola Santa Teresa ........ 84
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
Gráfico 01: Dados referentes às ocorrências em 2013 – 18 de Dezembro . 75 
Gráfico 02: Dados referentes às ocorrências em 2014 – 18 de Dezembro. 76 
Gráfico 03: Dados referentes às ocorrências em 2015 – 18 de Dezembro. 77 
Gráfico 04: Dados referentes às ocorrências em 2013 – Avelino Feitosa ... 78 
Gráfico 05: Dados referentes às ocorrências em 2014 – Avelino Feitosa ... 79 
Gráfico 06: Dados referentes às ocorrências em 2015 – Avelino Feitosa ... 80 
Gráfico 07: Dados referentes às ocorrências em 2013 – Santa Teresa ...... 81 
Gráfico 08: Dados referentes às ocorrências em 2014 – Santa Teresa ...... 82 
Gráfico 09: Dados referentes às ocorrências em 2015 – Santa Teresa ...... 83 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
AEE – Atendimento Educacional Especializado 
AIDS – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida 
CAPS – Centros de Apoio Psicossociais 
CEBRID – Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas 
COMAD´s – Conselho Municipal Antidrogas 
DARE – Drug Abuse Resistance Education 
DST – Doenças Sexualmente Transmissíveis 
ECA – Estatuto da Criança e Adolescente 
E.E.E.F.M – Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio 
EJA – Educação de Jovens e Adultos 
E.M.E.F – Escola Municipal de Ensino Fundamental 
GAS – Grupo de Ação Social 
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
ICASU – Instituição Cristã de Assistência Social de Uberlândia 
LAMCI – Laboratório de Matemática e Ciências 
LENAD – Levantamento Nacional sobre Drogas 
OBID – Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas 
OMS – Organização Mundial da Saúde 
ONU – Organização das Nações Unidas 
PCA – Professor Coordenador da Área 
PDDE – Programa Dinheiro Direto na Escola 
PND – Política Nacional sobre Drogas 
PNAD – Política Nacional Antidrogas 
PPP – Projeto Político Pedagógico 
http://www.dare.com/home/default.asp
 
 
PROERD – Programa Educacional de Resistência as Drogas 
PROINFO – Programasocial. 
Num segundo momento, entra em cena a escola. Tem início a etapa da 
escolarização da criança, quando ela vai adquirir conhecimentos referentes a áreas 
do saber específico. Mas o papel da escola não fica restrito apenas a esses tipos de 
informações. De certa forma, a escola dá continuidade ao processo principiado pela 
família, educando a criança e o adolescente também para a vida, através das 
responsabilidades, da disciplina, do estímulo ao exercício da cidadania. E que, numa 
visão mais larga, Brandão (1995, p.34) ressalta: 
 
Educação é um processo contínuo que envolve o desenvolvimento integral 
de todas as faculdades humanas; o conjunto das normas pedagógicas 
aplicadas ao desenvolvimento geral do corpo e do espírito. Educação 
também é cortesia, respeito, conhecimento e atitude. 
 
Com tudo, atualmente a educação, utiliza-se de vários meios e veículos de 
comunicação, com o desenvolvimento da tecnologia e com as facilidades da 
globalização, estão promovendo às pessoas a aquisição de conhecimentos. A 
Internet trouxe o mundo para os lares. O indivíduo viaja para onde quiser, lê o que 
bem entender e aprende o que convier. Deste modo, a educação mora em todos os 
lugares e o conhecimento está diante de suas mãos. O que se busca, então, é 
verdadeiramente estimular a vontade de aprender, a curiosidade, o interesse. E são 
nessa estrada que habita uma peça fundamental desse processo educativo, os 
educadores, aqueles que são capazes de fazer a ponte entre o desejo e a conquista. 
Sem sombra de dúvidas, a escola é lugar adequado para qualquer tipo de 
prevenção e principalmente no debate sobre psicotrópicos. A escola, como a família, 
é o espaço concreto de socialização estudantil, gerando entre as crianças e os 
adolescentes círculos de amizades e chegando até formar significativamente 
interação com os adultos. Ao lado de pais, o professor é a pessoa que está em 
melhores posições para ajudar o estudante a se tornar capaz de atuar ativa e 
criticamente na sociedade, versando sua cidadania diante de questões sociais, entre 
as quais a fármaco-dependência. A escola passa, assim, a instituir em núcleo 
43 
 
irradiador de saúde, alicerçado nos conhecimentos e valores da educação 
preventiva. 
De acordo com Kandel et al. (1978) “a escola é um poderoso agente de 
socialização da criança e do adolescente”. Uma vez que a escola vincula em seu 
interior, a comunidade de pares, e por possuir ferramentas de promoção da 
autoestima e do autodesenvolvimento, o ambiente escolar pode ser um fator protetor 
ao uso de drogas (Baus, Kupek e Pires, 2002; Schenker e Minayo, 2005). 
No entanto, é preciso estar consciente de que essa situação está longe da 
realidade brasileira O que observamos são jovens envolvidos em vários problemas 
relacionados à saúde: tabagismo, alcoolismo, consumo de drogas lícitas e ilícitas, 
doenças sexualmente transmissíveis (DST), gravidez precoce, Síndrome da 
Imunodeficiência Adquirida (AIDS), e outros. 
 Cerca de 500 a.C., Pitágoras, pai do conceito de Justiça, declarou: “educai as 
crianças e não será preciso punir os homens”. A assertividade dessa afirmativa, se 
tomada em seu sentido mais amplo, ainda é válida e central na atualidade. Por isso 
a escola, utilizando de sua parte que lhe cabe dessa responsabilidade compartilhada 
na educação, tem o papel relevante transformador da potencialidade da criança e do 
adolescente em algo positivo e significativo para seu desenvolvimento como 
cidadão, conhecedor de seus direitos e deveres. No entanto, a escola é aquela que 
compreende que educar é formar, é estar atento à parte afetiva e social daqueles 
que dela usufruem. 
 Visto que a escola é um dos meios de socialização, e o seu fracasso responderá 
por muitos casos de delinquência. 
 De fato, a escola é a primeira instituição oficial da sociedade com a qual o menor 
toma contato, podendo através dela absorver elementos positivos para a formação de 
sua personalidade ou não. 
 O jovem, por si só, tem em seu ímpeto uma criatividade natural, não 
explorado pela educação, que pode servir de alameda para a prevenção. Deste 
modo, a escola também incube a responsabilidade da prevenção em vários níveis, 
principalmente na considerada primária e secundária, como veremos mais adiante. 
 
 
 
 
44 
 
2.2.1 ATITUDE DA ESCOLA FRENTE À PROBLEMÁTICA DAS DROGAS 
 
 Segundo os alunos, a escola é encarada como uma ferramenta de aquisição 
de um maior capital social e de transformação cultural. Contudo, para que a escola 
exerça suas atividades e seja capaz de oferecer ações concretas e objetivas na 
resolução dos conflitos que aparecem no seu ambiente, dos quais ajuízam 
dificuldades dentro e fora dela, tais como a presença, o consumo, e a venda de 
drogas, é importante que ela tenha artifícios necessários para lidar com novos 
valores e novas ideias que abrolham com as constantes transformações sociais. 
 Conforme a autoras Abramovay e Rua (2002), a escola proporciona aos 
jovens como um aparelho para o exercício da cidadania, funcionando como um dos 
“passaportes de entrada e aceitação na sociedade” e ensejo por uma vida melhor. 
Ressaltam ainda o fato de que a escola também é um veículo condizente da qual se 
opera a exclusão e a seleção social. Isso tem divisões específicas na cultura, no 
trabalho, nas políticas sociais, nas relações étnicas e de gênero, e em outras 
esferas, agindo em cada uma delas de feitio diferenciado. 
 Segundo Dubet (1991), as escolas, mesmo diante dos conflitos diários, direta 
ou indiretamente, mesmo interferindo em sua rotina, ainda funciona como um 
espaço de discussão e internalização dos conhecimentos escolares. Deste modo, 
permanece sendo um local, por excelência, de formação de sujeitos, a partir das 
relações alunos e professores. Essas transcendem a simples relação pedagógica, 
uma vez que a escola deve estar comprometida com os projetos de vida e as 
aspirações dos jovens nela inseridos. Conforme Edwards e Arif (1982, p.33). 
 
O lugar que a sociedade designar para o indivíduo será de especial 
importância, assim como o valor que se der à liberdade, ao direito à procura 
hedonista do prazer, e o significado que se atribui à saúde. 
 
 A escola tanto pode como deve acionar a autoestima e o comprometimento 
social, estimulando formas de sociabilidade pautadas no respeito e na solidariedade. 
Vemos que predomina no imaginário social uma valoração positiva da escola. Ainda 
que ela seja criticada por muitos, a instituição escolar goza de legitimidade na 
comunidade de relações sociais primárias, como família e especialmente entre os 
jovens. A escola é um lugar de socialização, conhecimentos, valores, afetos, 
amizade e interação com todos. Vários vetores sociais contam a favor da escola 
45 
 
como um lugar privilegiado para acionarem-se programas preventivos e de atenção. 
No caso da prevenção às drogas, por exemplo, faz-se necessário o apoio, até 
mesmo de serviços e profissionais especializados. 
Compreende-se que uma escola preocupada com sua comunidade escolar, 
precisa reconhecer que prevenção se enquadra em um contexto bem mais amplo de 
educação. É direcionar precisamente uma abordagem construtiva entre o facilitador 
e o público alvo, estabelecendo um elo de aceitação entre os ensinamentos 
alvitrados. Silva (2014) repassa que a prevenção deve ser praticada por pessoas 
capacitadas, pois uma intervenção mal sucedida poderá trazer danos à comunidade 
e amortizar os benefícios. Complementa falando que o uso indevido de substâncias 
psicoativas deve ser prevenido utilizando procedimentos e técnicas cientificamente 
apropriadas para cada público alvo trabalhado, analisando a realidade local em 
determinado momento. 
 
2.2.2 ESCOLA PREVENTIVA EM AÇÃO E OS NIVEIS DE PREVENÇÃO 
 
Em analise geral, a educação preventiva é aquela ministrada pelas escolas, 
pelos pais, pelos amigos, pelo ambiente cotidiano, pelas mídias epor tudo que de 
uma forma ou de outra envolve e influencia a criação e que compõe a personalidade 
da criança e do adolescente como potencial e adulto futuro. 
A escola que deseja um bom programa de prevenção deve começar com a 
identificação precisa do público-alvo, isto é, quais as suas necessidades, valores, 
ideologias, questões políticas, econômicas, qual a incidência e prevalência do uso 
indevido de drogas, entre outros dados. Feito o diagnóstico da situação e 
identificadas as características do público-alvo, resta definir os objetivos do 
programa, para, em seguida, estabelecer as estratégias que serão utilizadas. A 
avaliação durante o processo serve para selecionar as estratégias mais eficazes e 
descartar as inúteis, modificando o programa em andamento. 
A escola que opta por uma educação preventiva deve fazê-lo dentro de um 
contexto mais amplo que ultrapasse os muros escolares e que atinja também a 
sociedade ao seu redor. Nada melhor que trabalhar seus alunos direcionando-os a 
resoluções das carências e necessidades do universo em que aquele jovem está 
inserido, a exemplo da poluição, da violência, da solidão, da vida competitiva, da 
saúde, da alimentação, da medicina preventiva, e outros. Procurar desenvolver o 
46 
 
senso crítico e motivar os alunos a tomarem decisões e a serem responsáveis é 
também tarefa da escola. Como também, é seu papel atingir as famílias, pois estas 
se encontram despreparadas para lidar com diversos assuntos e, principalmente, 
quando o assunto é a droga, elas minimizam ou maximizam o problema. A família 
precisa perceber que a prevenção se inicia na mais tenra idade, de modo que 
esclarecimentos sobre drogas devem fazer parte da comunicação habitual (da 
mesma forma que se conversa sobre qualquer outro tema), sempre tendo como 
base a convivência afetiva. 
Silva (2014) alerta sobre alguns princípios que devem ser lembrados para a 
realização do trabalho preventivo, dentre os quais se destaca: o processo de 
prevenção deve ser reflexivo, contínuo, paciente, consistente, provocante, no intuito 
de despertar respostas criativas no público alvo, inovador, agradável para 
proporcionar o prazer pelo conhecimento nos participantes, devendo também ser 
multidisciplinar, além de envolver a família e a escola na discussão para garantir que 
os jovens permaneçam longe das drogas. 
Prevenção na escola significa estar atento ao jovem, abrir um canal de 
comunicação, valorizá-lo como ser humano, procurando um espaço para que ele 
também aprenda a se valorizar e saiba se fortalecer para não ser presa fácil de 
modismos. Cabe à escola organizar um projeto coletivo e um espaço para o jovem 
falar e ouvir seus colegas falarem de si e de suas vidas. 
No trabalho preventivo às drogas, é preciso entender os diferentes níveis de 
prevenção que serão apresentados para um melhor posicionamento e compreensão 
frente aos métodos aplicados conforme a necessidade a qual possa aparecer. 
Baseado nas informações do Observatório Brasileiro de Informações Sobre 
Drogas - OBID (BRASIL, 2010). Nos níveis de prevenção cada um possui suas 
particularidades, dentre elas são: 
Prevenção Primária: É a fase inicial que antecede o problema da droga, no 
sentido de ser um conjunto de medidas que visam uma educação para a saúde, é 
caminho fértil para a família e escola. Supõe um diálogo aberto; um exemplo, a 
presença de modelos identificatórios positivos; atividades prazerosas (musicais, 
literárias, sociais, esportivas, artísticas, etc); estímulo à autoestima (elogios sinceros, 
crença na pessoa, etc); estímulo à crítica; treino das habilidades para lidar com 
frustrações, fracassos e ansiedades; espaço e treino para lidar com "figura de 
autoridade". Conhecido como usuário experimental. 
47 
 
Prevenção Secundária: Quaisquer atos destinados a diminuir a prevalência de 
uma doença numa população, reduzindo ao mínimo as deficiências funcionais 
consecutivas à doença. Tem como objetivo atingir as pessoas que já 
experimentaram e que fazem um uso ocasional de drogas, com intuito de evitar que 
o uso se torne nocivo, com possível evolução para dependência, é uma etapa difícil 
para a família que, muitas vezes, não quer enxergar e para a escola, que fica 
sozinha e se sente impotente. 
Tem como saída o enfrentamento corajoso da situação, buscando auxílio de 
pessoas especializadas, oferecendo ajuda concreta, evitando emitir juízos de valor e 
agindo com coerência e bom senso. A escola deve abrir-se ao diálogo, marcar 
reuniões periódicas para discutirem todos os assuntos e esperar o momento próprio 
de chamar a família, com o consentimento do jovem. Procurar junto com o jovem o 
que está por trás desse comportamento e compreender as dificuldades pessoais e, 
com muito tato, sensibilizá-lo a procurar uma terapia. Respeitar o aluno, ouvir suas 
opiniões e conversar com argumentos lógicos e coerentes é tarefa do professor. 
Nesta fase, procura-se aproveitar os professores "líderes" para colaborarem nesta 
abordagem com o jovem. 
Prevenção Terciária: é o momento crônico das fases, ocorre quando já 
chegou à dependência de drogas, implica em incentivar os usuários a procurar uma 
terapia adequada, contar com pessoas que são da sua confiança para convencê-lo a 
encontrar ajuda especializada; incentivar o diálogo com a família; acreditar que ele é 
recuperável; colaborar na reintegração social com oferecimentos de alternativas 
positivas como: cultura, lazer, arte, esporte e profissão. Significa também denunciar 
os eventuais traficantes as autoridades competentes e no caso de alunos traficantes, 
comunicar às famílias. Não é possível saber com antecedência quem irá ter maiores 
problemas com o uso de drogas. Portanto, é melhor prevenir do que remediar. 
A prevenção é inquestionável relevância na sociedade. Porém, prevenir não é 
somente evitar que algo aconteça. A prevenção é trabalhada em três níveis distintos 
como já citado: Prevenção Primária, Prevenção Secundária e Prevenção Terciária, 
que, apesar de separado em modalidades e nomenclaturas distintas, os níveis de 
prevenções são uma continuidade. Se na infância o enfoque principal é o de 
prevenção de doenças, efetuadas também pela família e pela escola, o foco vai 
modificando conforme a idade vai avançando. Na adolescência a família e a escola 
continuam sendo os facilitadores principais das ações preventivas, porém neste 
48 
 
momento a escola assume uma função mais eficiente. A organização escolar está 
apta para informar, orientar, responder dúvidas e confrontar ideias. 
O OBID (BRASIL, 2010), apresenta também uma tabela onde, de forma 
simples, informa outra classificação para a prevenção às drogas: 
 
FIGURA 02: PREVENÇÃO UNIVERSAL, SELETIVA E INDICADA: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Disponível em http://www.obid.senad.gov.br/portais/OBID/index.php. 
 
O que se observa dessas “intervenções” descritas na Figura 02, são aquelas 
vistas em algumas políticas públicas, quando de fato existem, que atuam de forma 
aleatória e distingue-se pela característica “multidão”, ou seja, elas visam alcançar o 
máximo de pessoas possíveis, sem que de fato se preocupem com o indivíduo, o ser 
humano como foco principal. O relevante, neste caso, é mostrar que o poder público 
está fazendo algo, nem que esse algo possa ter pouca importância. 
Não é apenas falando de droga que se faz prevenção, bem como, relacionar 
seus efeitos e problemas. Embora saibamos da importância de tais iniciativas, visto 
que a própria Organização Mundial de Saúde - OMS afirme que estão menos 
propícios a usar drogas pessoas que têm informações adequadas sobre tais 
substâncias, entendemos que o que mais contribui para o não uso indevido de 
psicotrópicos é a garantia de alternativas saudáveis de lazer, educação de 
O que é? Onde se aplica? 
Intervenção universal – são 
programas destinados à população geral, 
supostamente semqualquer fator 
associado ao risco. 
Intervenção universal – na comunidade, 
em ambiente escolar e nos meios de 
comunicação. 
Intervenção seletiva – são ações 
voltadas para populações com um ou 
mais fatores associados ao risco de uso 
de substâncias. 
Intervenção seletiva – por exemplo, em 
grupos de crianças, filhos de dependentes 
químicos. 
Intervenção indicada – são 
intervenções voltadas para pessoas 
identificadas como usuárias ou com 
comportamentos de risco relacionados 
direta ou indiretamente ao uso de 
substâncias, como por exemplo, alguns 
acidentes de trânsito. 
Intervenção indicada – em programas 
que visem diminuir o consumo de álcool e 
outras drogas, mas também a melhora de 
aspectos da vida do indivíduo como, por 
exemplo, desempenho acadêmico e 
reinserção social. 
 
http://www.obid.senad.gov.br/portais/OBID/index.php
49 
 
qualidade, moradia digna para nossas crianças, adolescentes e suas famílias. São 
estes e outros direitos que, uma vez respeitados, serão capazes de diminuir a 
sedução dos jovens pela narcoeconomia. 
Tiba (1994, p.59), respondendo a uma indagação sobre a maneira como a 
escola pode contribuir no problema das drogas, que também confirma os aspectos 
primordiais que defendemos em um programa de prevenção nas escolas, afirma: 
"Seria ideal que a escola complementasse essa filosofia de vida familiar e 
acrescentasse em seu currículo programas que também preparassem seus alunos 
para enfrentar não só a droga, mas a vida como um todo. No entanto, muitos 
professores nem conhecem a realidade científica e psicológica das drogas, seus 
efeitos e suas consequências. É frequente não saberem nem identificar um usuário 
de drogas e, se identificam, não sabem o que fazer com tal descoberta, Por isso, as 
diretorias das escolas preferem negar as drogas em seus estabelecimentos. Mas já 
não é possível "tapar o sol com a peneira". As drogas existem, e imaginar que 
apenas os "outros" as usam só facilita sua propagação". 
O mesmo autor confere à escola todo o seu encargo. Realça o preparo 
necessário do núcleo docente para a convivência diária, realizar pelo menos a 
prevenção primária, transmitindo uma postura de vida, evitando palestras 
gigantescas e enfadonhas com grandes públicos. Desmistificar o assunto, adotar 
atitude de compreensão do fenômeno e estar atento para detectar quando seu aluno 
inicia o uso, já que a família, no seu envolvimento emocional, vive a "cegueira 
psíquica" e não quer enxergar. A escola tem mais condições de detectar as 
alterações do comportamento do aluno e agir com coerência e bom senso, sem 
atitudes levianas e sem cometer injustiças, como querer responsabilizar a droga por 
tudo que aconteça. 
Tiba conclui em caráter que: "Não compete à escola o tratamento contra 
drogas, mas sim o encaminhamento adequado do caso. Essas situações são muito 
complicadas, e quanto mais pessoas estiverem envolvidas, maior a confusão. 
Entretanto, mil vezes preferível à confusão à covarde omissão. Se a escola não 
tomar nenhuma atitude, todos perdem: a família, a escola, o aluno e a sociedade. 
Vence a droga, que assim ultrapassa a terceira barreira, aquela que poderia conter a 
destruição da pessoa pelo vício. A segunda foi a família, e a primeira, o usuário. Por 
isso, a escola tem de ser clara e honestamente firme." 
50 
 
 Podemos destacar também, a grande preocupação da escola em sua forma 
de atuar. Nossa experiência prática tem constatado que, em geral, que o profissional 
se vê despreparado para atuar na prevenção. Muitas vezes, até participa de cursos, 
mas não viabiliza sua prática e se sente impotente para se adaptar à sua realidade. 
Vê-se solitário e desamparado dentro de seu campo de atuação ou escola, sua 
preocupação não atinge a direção nem a equipe escolar. Outras vezes, sente-se 
aterrorizado, recua por sentirem dificuldades pessoais de lidar com o tema exposto 
diante de si. Ou ainda, por muitas vezes flagrados usando recreativamente a droga e 
temem se comprometerem. Com estas e tantas outras dificuldades, a escola se 
omite, adiando a sua atuação. 
Por isso que a atuação dos professores, bem como os demais funcionários da 
escola são de fundamental relevância na educação preventiva, ajudando os alunos a 
constituírem um sistema de valores pessoal que lhes animem a adotar um estilo de 
vida, em que o abuso de drogas não encontre ressonância. 
 Entretanto, ainda falando em atuação, na visão de Antón (2000) a escola 
deve estar sempre atenta para não contribuir com qualquer forma de rotulação, 
discriminação ou marginalização caso apareçam eventos com usuário de drogas. 
Além das razões humanitárias não se pode esquecer que a escola, na figura de 
seus agentes institucionais, cumpre um admirável papel no desenvolvimento da 
identidade dos jovens. Uma ação desse tipo pode ajudar a concretizar neste ser o 
estigma de não pertencer, de não ter espaço no universo, do ambiente escolar. 
Estabelecida essa marca na identidade do jovem em formação, as possibilidades de 
alteração da situação tornam-se bem mais remotas. 
 Contudo, a escola é o lugar privilegiado para intervenções educacionais. 
Devem-se elaborar projetos que assegurem ações preventivas intensivas e 
duradouras, tendo como guia o Plano de Ação e o Programa Preventivo. Na prática 
escolar, a prevenção ao abuso de drogas torna-se viável por intervenções nas 
condições de ensino e, principalmente, são direcionadas ao projeto político 
pedagógico, à gestão escolar e à abordagem educacional. 
A prevenção de drogas nas escolas é uma decisão política e conjunta. 
Prevenir drogas é, em princípio, falar de educação de filhos, de adolescência, de 
relação social e convivência afetiva. 
 
51 
 
2.2.3 ENTIDADES E ESCOLAS: PRÁTICAS DE PROJETOS PREVENTIVOS 
SOBRE DROGAS PELO BRASIL 
 
 Veremos alguns projetos que deram certo Brasil afora, que servem como 
inspiração para o trabalho preventivo contra as drogas. 
 A Prefeitura de São José dos Campos realiza desde 2013, formação para 
multiplicadores do Programa Vem Ser (Programa Municipal de Atenção as Drogas), 
que abrange cerca de 450 alunos das redes municipal, estadual e particular a cada 
ano. 
 Após capacitação, os participantes fazem parte do Grupo de Ação Social 
(GAS) e se transformam em agentes multiplicadores de projetos para prevenção e 
enfrentamento ao uso de drogas nas escolas. O (GAS) é composto por alunos em 
conjunto com os pais e os professores. Os mesmos debatem, discutem assuntos do 
cotidiano escolar, de vida e família, aprendem a identificar os problemas 
relacionados ao uso indevido de drogas e violência, e desenvolvem projetos para 
solução de conflitos, apontados em parceria com o poder público e comunidade. 
 A Polícia Militar Brasileira vem desde 1992 desenvolvendo um programa 
educacional que visa prevenir crianças, em idade escolar, dos males causados pelo 
uso das drogas. Para isso foi criado o PROERD (Programa Educacional de 
Resistência às Drogas e à Violência), sendo um programa que vai além dos 
tradicionais programas contra as drogas, que não invalida qualquer outro programa 
de prevenção dirigido aos jovens. É um programa que ensina as crianças a 
resistirem às drogas, e ainda, ensina-as a como resistir na prática às ofertas de 
certas pressões dos grupos, e de atos violentos. 
 Constantino (2007, p.3) salienta que: 
 
(...) Hoje em dia, os adolescentes entram no mundo da drogadição por volta 
dos 12 anos e a maior influência é o grupo de amigos. "Trabalhamos com 
adolescentes de 9 a 14 anos, pois é nessa fase que eles começam a 
descobrir a vida e também o mundo das drogas. Mostramos para eles o mal 
que o vício faz. 
 
 O que o autor fala não difere dos estudos atuais vistos em nosso país, 
pesquisas mostram que o uso de drogas entre crianças e adolescentes tem 
aumentado cada vez mais cedo. De acordo com os dados do último levantamento 
nacional sobre o consumo de drogaspsicotrópicas entre estudantes do Ensino 
52 
 
Fundamental e Médio das redes pública e privada de ensino nas 27 capitais 
brasileiras, realizado pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas 
Psicotrópicas, o CEBRID (BRASIL, 2014), pode-se delinear que: 
 
[...] a amostra total das 27 capitais brasileiras foi constituída de 50.890 
estudantes, sendo 31.280 da rede pública de ensino e 19.610 da rede 
particular [...]. Houve predomínio da faixa etária de 13 a 15 anos (42,1%) 
[...]. As drogas mais citadas pelos estudantes foram bebidas alcoólicas e 
tabaco, respectivamente 42,4% e 9,6%, para uso no ano. Em relação às 
demais, para uso no ano, foram: inalantes(5,2%), maconha (3,7%), 
ansiolíticos (2,6%), cocaína (1,8%) e anfetamínicos (1,7%) . 
 
 Como exposto nos dados, o índice de prevalência do consumo por 
adolescentes é muito elevado e preocupante, uma vez que, o uso dessas drogas 
traz diversos malefícios ao organismo e à vida do jovem (TIBA, 2009). 
 Outro projeto existente se realiza no Colégio Ordem e Progresso da Polícia 
Civil de Minas Gerais, Nova Gameleira em Belo Horizonte/MG, com atendimento a 
500 alunos, aplicado nos três turnos, por uma equipe de três policias, que se 
revezam. O curso de intervenção “Conhecimentos para Escolhas Conscientes”, tem 
o intuito de auxiliar as escolas na formação de professores e alunos, na temática 
prevenção ás drogas. Inicialmente traz a preparação dos educadores que, 
invariavelmente serão multiplicadores dos trabalhos e, a seguir, a preparação 
preventiva dos jovens-estudantes, público-alvo desse projeto, fornecendo 
informações e capacitando-os a realizar escolhas conscientes. Esse projeto é 
implantado como parte do projeto pedagógico da escola, sendo os pais informados 
pela coordenação pedagógica por meio de circular, que serão convocados como 
partícipes, pois “Vale a pena ainda envolver os pais porque a prevenção não é uma 
ação individualizada, mas sim, um trabalho em rede de relacionamentos.” (Tiba, 
2007, p.204). 
 Há em Minas Gerais um projeto que tem levado mais de 11 mil jovens de 
Uberlândia, com idades entre 8 e 18 anos, a receber orientação sobre prevenção 
quanto ao uso de álcool, cigarro e drogas. Projeto chamado Viva Livre – Uberlândia 
Sem Drogas, envolveu a Prefeitura daquela cidade, a Instituição Cristã de 
Assistência Social de Uberlândia - (ICASU) e o Corpo de Bombeiros, qualificando 80 
adolescentes da ICASU a tornarem-se agentes multiplicadores no combate às 
drogas. 
53 
 
 Depois da formação com duração de dez meses, os jovens repassam o 
ensinamento entre os 1.150 jovens da ICASU e, também, para 260 crianças do 
projeto Bombeiro Mirim e aproximadamente 10 mil estudantes de escolas 
municipais, estaduais e particulares de Uberlândia. A metodologia de prevenção é 
passadas aos adolescentes por meio de cartilhas elaboradas pela Secretaria 
Municipal Antidrogas e de Defesa Social. 
 No subprojeto, denominado Caravana Antidrogas, os adolescentes da ICASU 
visitam as escolas municipais, estaduais e particulares de Uberlândia para 
repassarem a metodologia de prevenção às drogas, em oficinas de contação de 
histórias, dança de rua e gincanas do saber. 
 No subprograma “Papo Legal”, os adolescentes – em seus bairros, na ICASU 
e nas escolas uberlandenses – discutem entre si o tema do combate ao uso de 
álcool, drogas e cigarros. O Grupo de Trabalho Interinstitucional, por sua vez, deve 
reunir profissionais de psicologia, psiquiatria e serviço social, sob coordenação da 
Prefeitura de Uberlândia, para trabalhar a prevenção com familiares dos jovens da 
ICASU. Por fim, a metodologia de combate às drogas é levada às crianças, de 8 a 
12 anos, integrantes do projeto Bombeiro Mirim. 
 Os trabalhos que envolvem grupos com jovens, tem se mostrado fértil nas 
ações educativas e preventivas. A participação efetiva destes, discutindo, refletindo 
criticamente sobre cada assunto são fatores que facilitam o envolvimento e 
comprometimento com o trabalho em desenvolvimento. 
 Essa experiência revela também o quanto é possível e imprescindível à 
interdisciplinaridade, principalmente, numa proposta cujo enfoque é o 
desenvolvimento da cidadania e esta só poderá ser pensada numa perspectiva de 
cooperação e integração. A adolescência é um período em que, muitas vezes, os 
educadores substituem os pais idealizados da infância e configuram-se aqui, novas 
possíveis figuras de identificações. 
 A percepção de pessoas que conseguem trabalhar conjuntamente, 
respeitando e aproveitando positivamente o conhecimento do outro, abdicando de 
interesses pessoais em prol do crescimento coletivo, poderá, talvez, influenciar 
favoravelmente na formação de cidadãos multiplicadores de atitudes 
transformadoras e inovadoras no âmbito pessoal e social. 
 
54 
 
CAPÍTULO 3 - PROJAP 
 
“Não há compartilha que não envolva um projeto. 
Não há projeto que não contenha um sonho. 
Não há um sonho possível de ser realizado 
sem esperança.” 
Paulo Freire 
 
 Neste capítulo entraremos no universo no qual este trabalho tem significativa 
relevância, é onde trilharemos o caminho em busca do entendimento e da 
informação do projeto de prevenção exposto, caracterizado por um breve histórico 
do PROJAP, sua criação e desenvoltura na aplicabilidade estrutural, e as diretrizes 
de um Agente Multiplicador do programa. 
 
3.1 BREVE HISTÓRICO DO PROJAP. 
 
 O PROJAP – Projeto Ação Preventiva, foi idealizado no ano de 2007 pelos 
profissionais de Segurança Pública: José Demontier Guedes, Psicólogo e 
Pedagogo, Especialista na área de educação, Policial Militar desde 1992 e Mentor 
do PROERD no Estado do Ceará, bem como Aurélio Duarte de Almeida, Bacharel 
em Direito, Pedagogo, Especialista na área da educação, Policial Militar desde 1998 
e Instrutor do PROERD do Estado do Ceará. 
 O referido projeto tem por finalidade desenvolver atividades de prevenção 
contra o uso de drogas e violência para jovens adolescentes, educadores, 
profissionais da área de segurança, saúde e educação, lideres comunitários, e 
outros. 
 Para os Jovens, assim como para os adultos, é ofertado um curso de 80 
horas com estudos presenciais e com apresentação de projeto e estágio 
supervisionado na prevenção primária incluindo o tema facilitação, com técnicas 
eficazes para a metodologia do ensino e conhecimento específico sobre o tema 
drogas e violência numa abordagem diferenciada, onde os participantes serão 
capazes de resolver conflitos e prestar um atendimento de qualidade as pessoas 
atendidas por eles. Dessa forma, o Agente Multiplicador estará preparado para atuar 
55 
 
como mediador entre o público-alvo assistido e, ao mesmo tempo, proporcionar o 
total exercício da cidadania. No final do curso, são apresentados os resultados 
obtidos através de um estágio supervisionado. 
 Portanto, PROJAP mostra-se como um referencial no trabalho preventivo com 
relação ao uso de drogas e violência, trabalhando as causas e consequências do 
problema em questão, habilitando agentes multiplicadores para atuarem na área de 
prevenção. Contudo, este projeto já tem agraciado bastantes pessoas, bem como 
trabalhos realizados em vários municípios cearenses em diversas áreas e 
instituições de ensino, através de seus instrutores, levando o que há de melhor no 
assunto de prevenção em pauta. Como também, participa de congressos e 
seminários pelo Brasil afora, apresentando seus métodos, didáticas e resultados por 
onde passa, tendo sempre reconhecida aceitação perante todos os eventos. 
 
FOTO 01: CONGRESSOS. 
 
 
 Uma intervenção preventiva como parte de um sistema visa fortalecer os 
fatores de proteção com intuito de atribuir autonomia e responsabilidade ao jovem 
possibilitando-o a fazer escolhas conscientes quanto ao uso indevido de drogas por 
meios da ponderação crítica sobre os efeitos e consequências do uso, diluindo 
assim os fatores de risco como normas e atitudessociais favoráveis à 
experimentação (RONZANI, 2009). 
56 
 
FOTO 02: SEMINÁRIOS. 
 
 
3.2. AGENTES MULTIPLICADOES PROJAP: SER, ESTAR E AGIR. 
 
 O Agente Multiplicador é o representante de uma entidade, instituição, 
organização, empresa ou membro da comunidade que participou do curso, sendo 
elemento importantíssimo de ligação e transformação. O perfil ideal do agente 
multiplicador deverá ser uma pessoa que já contribui ou pretende contribuir para a 
melhoria da qualidade de vida da coletividade, com sua atuação profissional ou 
comunitária. 
 
 Ser um Agente Multiplicador PROJAP: 
 
REQUISITOS: 
 Estar matriculado na unidade escolar; 
 Estar cursando entre o 6º ao 8º ano do ensino fundamental; 
 Ser aceito pelo grupo no qual se pretende intervir (grupo de origem); 
 Participar do curso de capacitação de Agentes Multiplicadores do PROJAP; 
 
FORMAS DE SER, CONDUTA: 
 Interesse/disponibilidade em participar desta proposta educativa, ajudando a 
multiplicar seus conhecimentos e suas experiências de vida escolar, para os 
demais colegas da escola; 
57 
 
 Promover discussão do que venha a serem atos inflacionais indisciplinados, 
violentos e abusivos sobre drogas; 
 Conduzir colegas aos profissionais competentes, caso haja transgressões ao 
regimento interno da mesma; 
 Contribuir através de orientações para tentar minimizar os atos violentos entre 
alunos. 
 
COMO AGIR, TOMADA DE DECISÃO: 
 Sensibilizar os colegas a zelar o ambiente; 
 Ter compromisso na missão; 
 Espírito inovador e abertura à mudança; 
 Capacidade de comunicação e assertividade; 
 Ser instrumento de união e modelo positivo aos demais; 
 Manter uma postura pessoal que inspire respeito e confiança; 
 Estimular aos colegas através de palestras, gincana, momentos culturais e 
esportivos na ânsia de promover o aprendizado e o trabalho em equipe; 
 Estar sempre atento às situações que envolvam os demais colegas agindo com 
solidariedade e cortesia; 
 No dia-a-dia deve estimular mudanças de atitudes referentes ao bom andamento 
das praticas pedagógicas escolares; 
 Conduzir suas ações na escola de preferência nos contra turnos; 
 Utilizar os recursos, multimídia, auditório, biblioteca e salas para conduzir suas 
ações de prevenção; 
 Antecipar aos possíveis problemas e mensalmente proferir trabalhos de 
prevenção, roda de diálogo, peças teatrais, gincanas, júri simulado e etc; 
 Capacidade para trabalhar em equipe; 
 Respeito pelos outros e pela confidencialidade da informação; 
 
 
 
 
 
 
 
58 
 
FIGURA 03: DEZ MANDAMENTOS - A.G.P. 
 
 
 
OS DEZ MANDAMENTOS DO AGENTE MULTIPLICADOR – PROJAP 
Nº 
01 FAZER A DIFERENÇA SEMPRE. A escola só irá mudar, se você mudar. 
02 TRABALHAR EM EQUIPE Unidos para vencer. 
03 
RESPEITAR OS AMIGOS DE 
PROJETO 
Não deixar que um pequeno conflito 
abale uma grande amizade 
04 
CONTRIBUIR NA DIMINUIÇÃO 
DOS CONFLITOS ESCOLARES 
Ser um agente instrumento da paz. 
05 
SER RESPONSÁVEL E 
RESPEITOSO 
Respeito a si mesmo, ao próximo e 
responsabilidade pelas ações. 
06 SER DINÂMICO 
Dinamismo no projeto, no 
enfrentamento e nas resoluções das 
ações. 
07 SER OBEDIENTE 
Obedecer a todos que estão à frente 
do projeto e da escola. 
08 ESTUDAR O E.C.A. Conhecer os direitos e deveres 
09 ESTAR SEMPRE DISPOSTO 
Ajudar sempre com seus 
conhecimentos e multiplicar 
experiência da vida escolar 
10 AMAR A ESCOLA E O PROJETO 
Primar um ambiente escolar de 
felicidade e paz e perpetuar o projeto 
como ferramenta do dia-a-dia. 
59 
 
CAPÍTULO 4 - ASPECTOS METODOLÒGICOS: 
 
“não há mudança sem sonho, como 
não há sonho sem esperança.” 
Paulo Freire 
 
4.1. TIPO DE PESQUISA. 
 
 Neste capítulo, iremos demonstrar de forma empírica, tendo em vista o 
objetivo geral deste trabalho, seguindo o método qualitativo na análise das 
atividades de prevenção ao uso de drogas desenvolvidas na escola municipal 18 de 
Dezembro, a contribuição que o PROJAP vem desempenhado através de seus 
Agentes Multiplicadores para aquela realidade local, através dos métodos aplicados 
na pesquisa para obtenção dos resultados que veremos a seguir. 
 Gil (2002, p.53), esclarece um pouco mais, sobre o tipo de pesquisa, declara 
também que: 
 
O estudo de campo apresenta algumas vantagens em relação 
principalmente aos levantamentos. Como são desenvolvidos no próprio 
local em que ocorrem os fenômenos, seus resultados costumam ser mais 
fidedigno. Como não requer equipamentos especiais para a coleta de 
dados, tende a ser mais econômico. E como o pesquisador apresenta nível 
maior de participação, torna-se maior a probabilidade de os sujeitos 
oferecerem respostas mais confiáveis. 
 
Tende-se a denominar a pesquisa qualitativa como pesquisa de campo, 
porque o investigador atua no meio onde o objeto de estudo se desenvolve, bem 
diferente das dimensões e características de um laboratório. 
O mesmo autor também comenta que o estudo qualitativo se desenvolve 
numa situação natural, é rico em dados descritivos, obtidos no contato direto do 
pesquisador com a situação estudada, enfatiza mais o processo do que o produto, 
se preocupa em retratar a perspectiva dos participantes, tem um plano aberto e 
flexível e focaliza a realidade de forma complexa e contextualizada. 
 
 
 
60 
 
4.1.1. AMOSTRA DA PESQUISA. 
 
 A amostra foi composta por escolas do ensino Fundamental e Médio, no 
período do mês de março de 2015. Foram visitadas as escolas, 18 de Dezembro e 
Santa Teresa, ambas na cidade de Altaneira, assim como, a escola Avelino Feitosa, 
na cidade de Nova Olinda, todas localizadas no estado do Ceará. 
 Para a amostragem, os critérios utilizados para a seleção das escolas 
envolvidas foram intencionais: localização, tipo de escolas, quantidade de alunos, 
faixa etária, estrutura física e participação voluntária. 
 
4.1.2. INSTRUMENTO DE ANÁLISE DA PESQUISA. 
 
 Como instrumento de coleta de dados, foi confeccionado um questionário 
(Apêndice A) direcionados aos Diretores escolares participantes para avaliarmos, 
através de perguntas abertas, o grau comparativo da eficiência ou não do propósito 
apresentado pelo PROJAP em sua aplicabilidade e resultado entre as escolas, 
seguindo o método qualitativo, pela facilidade de poder descrever a complexidade 
de uma determinada hipótese ou problema, analisando a interação de certas 
variáveis, compreendendo e classificando os processos dinâmicos experimentados 
por grupos sociais, apresentando assim contribuições no processo de mudanças, 
criação ou formação de opiniões e permitir, em maior grau de profundidade, a 
interpretação das particularidades dos comportamentos ou atitudes dos indivíduos 
(OLIVEIRA, 1998). 
 O questionário averigua as ocorrências cometidas por alunos que 
frequentaram e ainda frequentam a escola 18 de Dezembro no período em que 
houve a formação da primeira turma de Agentes Multiplicadores de 2013 até 2015. 
Informando se desde este período em diante quais envolvimentos os estudantes, de 
modo geral, apresentam alguns problemas oriundos do uso indevido de drogas, atos 
indisciplinares e outros problemas afins. 
 
4.1.3. TÉCNICA E COLETA DE DADOS. 
 
 Foram preliminarmente esclarecidos à Diretora escolar, os objetivos e as 
finalidades da pesquisa, por meio de uma carta de apresentação (Anexo 06), na qual 
61 
 
constam informações sobre a pesquisa, fornecendo assim o conhecimento aos 
Diretores, bem como obtendo a autorização das informações das ocorrências da 
instituição escolar, garantindo que os resultados relacionados sobre as análises, 
sejam utilizados apenas com caráter acadêmico. 
 Foi previamente agendada com a direção das unidades escolares a aplicação 
do instrumento, sendo realizado nas próprias instituições, devendo salientar que o 
questionário utilizado na presente pesquisa tem como objetivo coletar informações 
referentes aos seus objetivos e não medir o consumo do uso de drogasem si, entre 
os estudantes das diferentes escolas participantes. 
 De forma solícita e cooperativa, as escolas se dispuseram em responder as 
indagações feitas, e ambas repassaram com precisão as informações necessárias. 
 
4.1.4. ANALISE DOS DADOS COLETADOS. 
 
 Para destacar esta analise de resultados, foi realizado o mesmo 
questionamento com as outras escolas, Avelino Feitosa e Santa Teresa que nunca 
participaram desse processo preventivo e nem muito menos obtiveram o curso de 
Agentes Multiplicadores - PROJAP, decorrentes no mesmo período, em um 
processo de comparação entre as escolas para verificar se o curso de prevenção 
está tendo o resultado satisfatório ou não. 
 Por meio do programa informático, procedeu-se a apreciação estatística dos 
resultados obtidos através do (Apêndice A). A partir da apuração dos dados 
estatísticos, tendo-se percentual matemático adquirido em cada questão, passou-se 
a analisar especificamente cada valor obtido, confrontando os mesmo com as 
hipóteses formuladas no projeto da dissertação. Conferindo-se consequentemente, 
se os mesmo atendem os critérios preestabelecidos, como será exposto no capítulo 
quinto. 
 
 
 
 
 
 
 
62 
 
4.2. PANORAMA DAS ESCOLAS PARTICIPANTES DA PESQUISA. 
 
1- ESCOLA 18 DE DEZEMBRO. 
 
FOTO 03: Pátio Interno da escola 18 de Dezembro. Área 01 
 
 
 
Com sede localizada na Rua José Bonifácio, 202, a antiga Escola Municipal 
de 1º e 2º Graus 18 de Dezembro foi criada sob a Lei N° 192/90 de 04 de março de 
1990 com a direção de Antônia de Matos Cantuário. Mais tarde, perante a Lei Nº 
322/99 de 28 de maio de 1999, a mesma passa a chamar-se Escola Municipal de 
Ensino Fundamental 18 de Dezembro, já na coordenação de Maria Oliveira Lino. 
 A E.M.E.F 18 de Dezembro que se encontra atualmente na rua José Pio de 
Oliveira, 717, no município de Altaneira - CE. Localiza-se na região metropolitana do 
cariri cearense, com a população, segundo senso IBGE, (2010) de 
aproximadamente 7.000 habitantes. Tem como limítrofes as cidades de Farias Brito, 
Assaré e Nova Olinda no mesmo Estado. Cidade de pequeno porte territorial (Área: 
73,296km²), bem como, uma economia de com base agrícola e agropecuária. 
 Sendo como a única escola de ensino fundamental II, ministra suas atividades 
em dois turnos, manhã e tarde, atendendo a uma clientela de alunos de 6º ao 9º 
Ano, EJA e AEE. A escola possui uma área de 7.000m² com uma área construída de 
1.452m², sendo 11 salas de aula, uma sala de professores, uma sala de leitura, uma 
sala de PROINFO, uma sala multifuncional, um laboratório de Matemática e Ciências 
63 
 
– LAMCI, uma sala de diretoria, uma sala de secretaria, uma sala de coordenação, 
um auditório, dois banheiros, um pátio coberto, uma cantina, uma praça e uma 
quadra de esporte. Para sua manutenção conta com recursos financeiros do PDDE 
e com a ajuda da Secretaria de Educação do município. 
Hoje a escola é uma das unidades de ensino mais importantes do município, 
não só pela quantidade de alunos, mas pelas instalações, localização e o grande 
número de educadores e funcionários que nela prestam serviços. Não se consegue 
fazer educação só com professores. Vigias, merendeiras, e auxiliares desempenham 
papéis imprescindíveis dentro de uma instituição educacional. 
 
FOTO 04: Pátio Interno da escola 18 de Dezembro. Área 02 
 
 
 
 A Escola Municipal de Ensino Fundamental 18 de Dezembro trabalha com os 
princípios da disciplina, comportamento social, ética, participação da família e 
religião. Com os objetivos de ampliar a percentagem do número de aprovados 
referentes aos anos anteriores, tentar conscientizar os educandos sobre seus 
direitos e deveres no âmbito escolar e social e buscar realizar um trabalho cada vez 
mais voltado para o ensino aprendizagem e formação disciplinar do educando, a 
E.M.E.F 18 de Dezembro vem atualizando o seu Regimento Interno e o PPP. 
 Tendo a missão de lutar constantemente pela melhoria das condições 
educacionais, garantia da universalidade e equidade na prestação dos serviços, esta 
64 
 
escola trabalha para formar cidadãos conscientes e prepará-los para o exercício da 
vida profissional e para os desafios do mundo globalizado. 
 
2- ESCOLA SANTA TEREZA. 
 
 A Escola de Ensino Médio Santa Tereza está localizada na cidade de 
Altaneira – Ceará, é vinculada ao Centro Regional de Desenvolvimento da Educação 
– CREDE 18, nasceu através do ato de criação: nº 11.493/75. Tem como órgão 
mantenedor o Governo do Estado do Ceará, está localizada na Rua Joaquim Alves 
Bitu S/N, centro, representa um grande patrimônio para o município, tanto físico 
como cultural, pois a comunidade acredita que esta escola é a grande responsável 
pelo desenvolvimento intelectual dos jovens do município. Entende-se que a 
inserção da escola na cidade trouxe possibilidades de contribuir para o 
desenvolvimento das pessoas tanto profissionalmente como pessoalmente. 
 
FOTO 05: Frente da escola Santa Tereza. 
 
 
 
 De acordo com dados disponibilizados pela direção da escola, o corpo 
discente deste ano letivo é constituído por 412 estudantes na faixa etária de 14 a 18 
anos e que a maioria é do sexo feminino, bem como a maior demanda vem da zona 
65 
 
rural. Em média todos os anos há aproximadamente este quantitativo de alunos 
matriculados, com poucas variações. 
 É a única escola de Ensino Médio da cidade e se encontra em um patamar 
subsequente da escola alvo, pois os alunos ao concluírem o ensino fundamental têm 
como única opção, continuar seus estudos na mesma cidade estudando nela ou 
então, terão de morar em outra cidade para concluírem os estudos sequenciais da 
educação. 
 A escola possui uma proposta que abrange todas as normas e 
encaminhamentos de seus planos de ação, o compromisso de buscar atender as 
necessidades da comunidade escolar a qual pretende fortalecer o grupo avançado 
na autonomia para uma gestão democrática. Os PCA’s (Professor Coordenador da 
Área) participam da elaboração dessa proposta pedagógica da escola. 
Diante da postura escolar em que está inserida a escola Santa Tereza, sua 
realidade e princípio humilde resulta na composição de praticamente todos os 
alunos serem pertencentes à classe média baixa e ruralista e que possui em seus 
currículos a formação necessária que atenda as expectativas das vivências diárias, 
sendo preciso trabalhar pelo entendimento de todos por uma reflexão acerca da 
preservação de sua personalidade, identidade cultural, crenças e valores por eles 
cultuados para que se possa de fato atender as necessidades reais contribuindo 
para alcançar a formação que se deseja. 
 Não há como a escola enquanto instituição formadora desvincular-se dos 
problemas sociais que afetam a sociedade atual, ou seja, a cidade com suas 
particularidades. Assim, surge a necessidade de análise a cerca de vários problemas 
e a definição conjunta de como superá-los, daí a construção do projeto político 
pedagógico como instrumento norteador da sua ação educacional, considerado 
como a alma da escola e ao mesmo tempo a base que define a ação política. 
 Por fim, a escola Santa Teresa consciente da função que lhe atribui como 
escola de Ensino Médio, irá sempre contribuir para o fortalecimento de uma política 
educacional objetiva e de formação plena do cidadão, transformando a realidade em 
que está inserida e contribuindo para a construção de um mundo mais justo e 
igualitário. 
 
 
 
66 
 
3- ESCOLA AVELINO FEITOSA. 
 
 A escola Avelino Feitosa nasceu de um sonho e empenho pessoal do Senhor 
Laurênio Alves Feitosa que, motivado por numerosa clientela, fundou a mesma em 
1998. É pertencente à rede municipal de ensino e subordinada à 
administrativamente a secretaria de ensino de Nova Olinda - CE. 
 
FOTO 06: Frente da escola Avelino Feitosa. 
 
 
 
 Esta escola vem com um brilho diferente das outras, porque é localizadaa 15 
Km de distância da escola referenciada 18 de Dezembro, pois pertence a cidade 
vizinha denominada de Nova Olinda, localizada no mesmo Estado do Ceará, 
edificada na avenida Perimetral Sul S/N, centro. O município vizinho tem cerca de 13 
mil habitantes e basicamente obtém o mesmo porte territorial ao de Altaneira. Traz 
consigo um referencial comparativo bastante virtuoso em razão de serem muito 
parecidas em quantidade de alunos matriculados por ano e terem os mesmos 
parâmetros de ensino do 7º ao 9º ano, EJA e com faixa etária de alunos a partir dos 
10 anos em diante. É também a única escola de ensino fundamental II que a cidade 
possui. 
 Segundo a direção escolar, acreditam que a escola seja um espaço para 
desenvolver atividades educativas, visando qualidade de vida e educação para a 
67 
 
saúde. Portanto, prevenir o uso de drogas é uma decisão política determinada por 
um projeto integrado, implica em falar de educação de filhos, de adolescência, de 
relação social e convivência afetiva. 
 Esta instituição foca em suas diretrizes o compromisso de desenvolver o 
aluno nas competências e habilidades exigidas em cada ano letivo, tendo como 
propósito maior contribuir para o fortalecimento da formação do indivíduo consciente 
de seus direitos e deveres, visando ao desenvolvimento social e ao exercício da 
cidadania fundamentada em valores. Desde então vem direcionando suas ações 
para a promoção de um ensino de qualidade. 
 
4.3. ESTRUTURAÇÃO DO PROJAP NA ESCOLA 18 DE DEZEMBRO. 
 
 O Projeto Ação Preventiva, surgiu no ano de 2013 na escola 18 de Dezembro 
na cidade de Altaneira no Estado do Ceará, através da proposta motivada pela 
própria gestão escolar, pois se encontrava naquela época com elevado índice de 
problemas direcionado à indisciplina, violência e alunos usuários de drogas, 
problemas estes que diariamente afetavam todo plano pedagógico escolar, existindo 
informes de que as drogas já haviam chegado não só pelos arredores da escola, 
como também, adentrado nela por meio dos próprios estudantes. Então a direção 
escolar junto com toda classe docente preocupados com a situação atual e futura, 
temendo comprometer um bom andamento escolar, chegaram ao consenso de que 
precisava imediatamente de um programa ativo de prevenção às drogas e violência 
direcionada aos jovens estudantes daquela escola, trabalhando os dois níveis de 
prevenção: o primário e o secundário. 
Nesta preocupação, o PROJETO AÇÃO PREVENTIVA – PROJAP -, 
desenvolve o trabalho preventivo de combate às drogas, direcionada a jovens 
alunos que estavam cursando o ensino fundamental II, na faixa etária entre 13 a 17 
anos, conduzindo esses jovens por um veículo de formação e aprendizagem 
oferecendo meios para facilitar e mediar conflitos existentes na escola, oriundos, em 
especial do uso e abuso dos entorpecentes, sendo aqueles que participam 
instruídos e preparados para resolver ou dar direcionamento aos problemas 
referidos às drogas na escola. 
Os chamados de Agentes Multiplicadores recebem capacitações teóricas e 
práticas, através de Policiais Militares, capacitados instrutores do PROERD, os quais 
68 
 
tem como objetivo principal, formar uma grande rede de proteção, no ambiente 
escolar, assim como o compartilhamento do conhecimento adquirido, primeiramente 
na escola, para com a família, amigos e outras pessoas, contraindo informações e 
capacitando-os a realizar escolhas conscientes, pois como afirma Bucher (1992), a 
informação subsidia a reflexão crítica acerca do tema, possibilitando um diálogo 
aberto e confiável entre os sujeitos da prevenção sendo imprescindível se fornecer 
informação correta sobre drogas. 
Dentro da ideia de que a educação é a melhor forma de prevenção e tendo 
como referência resultados positivos anteriores, o PROJAP utiliza como espelho os 
princípios basilares do renomado Programa Educacional de Resistência às Drogas e 
à Violência (PROERD). 
 Este Programa, de caráter social e preventivo é posto em prática em todos os 
estados do Brasil, por policiais militares devidamente selecionados e capacitados. É 
desenvolvido uma vez por semana em sala de aula, durante cinco meses em média, 
nas escolas de ensino público e privado para os alunos que estejam cursando o 
ensino fundamental. Através do livro do estudante PROERD, os conteúdos são 
desenvolvidos de forma dinâmica em grupos cooperativos, onde nas aulas são 
realizadas atividades voltadas ao desenvolvimento das habilidades individuais para 
que a crianças e os jovens possam tomar suas decisões de forma consciente, 
segura e responsável. O programa também é desenvolvido à família, em um curso 
específico para pais ou responsáveis, durante um mês, uma vez por semana. 
O PROERD foi inspirado e copiado no programa americano Drug Abuse 
Resistance Education – (DARE). O DARE foi originalmente criado em Los Angeles 
(EUA), e lá como aqui, é conduzido pela polícia. 
 Atualmente, ele é desenvolvido em 75% das escolas norte-americanas e 
adotado em mais de 60 países ao redor do mundo, atendendo aproximadamente 37 
milhões de crianças anualmente. No Brasil, o programa foi implantado em 1992, pela 
Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, posteriormente adotada na Polícia Militar 
de São Paulo, e hoje é utilizado em todas as Policias Militares dos Estados da 
Federação. A Organização das Nações Unidas (ONU) já reconheceu esse projeto 
como um dos maiores e mais relevantes na área de prevenção às drogas e à 
violência. De acordo com a pesquisa realizada pelo Departamento de Polícia de Los 
Angeles acerca da eficácia do programa, estudantes que fizeram parte do projeto 
apresentam, de maneira geral, maior rejeição e resistência ao uso de drogas lícitas e 
http://www.dare.com/home/default.asp
http://www.dare.com/home/default.asp
69 
 
ilícitas. Os depoimentos dos participantes do programa revelam, ainda, que sua 
percepção sobre a polícia e o controle e repressão ao uso dessas substâncias é 
extremamente positiva. Ou seja, a maior parte dos alunos e familiares aprovam o 
projeto, relatando que não usa drogas ou decidiu não usar devido às aulas que 
receberam dos policiais. 
E com este intuito a proposta de atuação do PROJAP é desenvolver ações 
que consigam atender o aluno em suas salas de aula, aplicando conhecimento in 
loco, trabalhando a questão das drogas de maneira franca e acessível ao diferentes 
níveis de entendimento, abordando questões físicas, emocionais, comportamentais, 
familiares e escolares. O trabalho não descarta a possibilidade do contato com o 
mundo das drogas e tampouco nega a sua existência. A ação é voltada a entender o 
que são as drogas, como resistir às ofertas, entender as consequências, efeitos 
nocivos entre outras ações. 
O PROJAP tem a responsabilidade de repassar aos seus agentes 
multiplicadores e profissionais da rede escolar o saber de que fazer prevenção não é 
restringir apenas a episódios esporádicos ou acontecimentos marcantes. 
Geralmente, tais eventos são abordados por meio de palestras, dia da prevenção, 
mural das drogas ou lembrada apenas em datas comemorativas como o Dia 
Internacional de Combate às Drogas (26/06) e Dia Mundial do Combate ao Fumo 
(31/05), por exemplo. A prevenção é ação diária, e prevenção às drogas tem 
melhores resultados se for contínua. Conforme Amadeu Cruz (2002, p.40) “um fator 
de fracasso da prevenção é aquele que considera esta atividade um evento isolado, 
dissociado de um planejamento global ou integrado”. Esta forma de tratamento não 
caracteriza a prevenção propriamente dita, pois ela deve resultar de um processo 
educacional constante e permanente nas escolas. 
 Desenvolver a proposta da formação dos adolescentes para serem 
multiplicadores, objetiva a promoção de mudanças de atitudes deles próprios e de 
seus colegas, propiciando, dessa forma, reflexão e escolhas mais saudáveis 
(SERRA; MOTA, 2000). 
 A Metodologia de execução do PROJAP,consiste no trabalho organizado em 
aulas ministradas obrigatoriamente por um Instrutor habilitado na situação 
anteriormente informada. O curso de capacitação ou facilitação é de 80 horas/aula, 
sendo 40 horas de teoria, contando também com estudo domiciliar e 40 horas do 
estágio supervisionado. As aulas acontecem de acordo com a necessidade e 
70 
 
disponibilidade de ambas as partes, atendendo diretamente o estudante voluntário e 
que tenha pré-disposição de repassar aos demais alunos todo conteúdo adquirido 
no curso em beneficio de um melhor ambiente escolar entre pares. 
 O curso oferece estratégias preventivas para reforçar os fatores de proteção, 
em especial referentes à escola, à família e à comunidade, oferecendo ao agente, 
habilidade de desenvolver uma resistência à oferta e convite ao uso de 
entorpecentes e de envolvimento com problemas de comportamento. Essa 
estratégia metodológica concentra-se em desenvolver competências sociais, 
habilidades de comunicação, autoestima, empatia, tomada de decisões, resolução 
de conflitos, objetivos da vida, independência, alternativas positivas, causas e 
consequências do uso de drogas e outros comportamentos. 
Também contribui com a adoção de métodos ativos que incluem oficina, 
simulação, debate, discussão, diálogo, dinâmica de grupo, psicodrama, jogo 
dramático, dramatização. Deste modo, é possível proporcionar aos alunos (Agentes 
Multiplicadores) a aquisição de habilidades e experiências que tenham efeito maduro 
e autoconfiante para agir com decisão caso precise. 
Ao final, ele passa por uma avaliação de conclusão de curso (anexo 1) e ao 
concluir o curso submete-se ao preenchimento de uma ficha individual (anexo 2), 
para servir de registro documental da escola a qual os Agentes Multiplicadores 
frequentam. Também conta com uma formatura para recebimento de certificado, 
onde se faz presente, alunos, professores, instrutores, pais e comunidade. Para fins 
de que se torne público e conhecedor de todos, a nova missão desses jovens. 
 A seguir um demonstrativo do conteúdo programático repassado aos Agentes 
Multiplicadores, que tem duração de 12 encontros semanais, reforçando os 
conhecimentos na área da prevenção primária. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
71 
 
FIGURA 04: CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Em virtude dessa ação programática, os estudantes ampliam seu repertório 
interativo de forma construtiva e ativa em seu contexto escolar e comunitário; 
ocasião em que se torna o ator principal no processo de desenvolvimento (COSTA, 
1999). Temos que levar em conta que os agentes multiplicadores podem ser 
estudantes, professores, pais ou membros da comunidade escolar (TOBLER, 1997), 
e que no caso do PROJAP o público alvo para o trabalho em pauta foram os 
próprios alunos. Em sua metanálise, Tobler agrupa como “programas interativos” 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DO CURSO DE AGENTES 
MULTIPLICADORES 
PREVENÇÃO PRIMÁRIA 
DESCRIÇÃO DO CONTEÚDO 
CARGA 
HORÁRIA 
COMPETÊNCIAS 
Introdução ao programa 04 h/a 
Conhecer o desenvolvimento do 
curso, objetivos e metodologia de 
execução. 
Compreendendo os efeitos das 
drogas 
10 h/a 
Conhecer os tipos de drogas e 
seus efeitos no organismo. 
Consequências do uso de 
drogas 
04 h/a 
Identificar as consequências do 
uso de drogas. 
Desenvolvendo habilidades de 
comunicação 
04 h/a 
Desinibir a fala e expressões em 
público. 
Estar no controle da situação 04 h/a 
Formas eficazes de resistir às 
drogas em resposta aos diferentes 
tipos de ofertas. 
Lei 11.343/06 10 h/a Conhecer a lei e suas penalidades. 
Bases da Amizade 04 h/a 
Adquirir autoconfiança, selecionar 
amizades e grupos sociais. 
Lidando com as tensões sem 
usar drogas 
10 h/a 
Aprender a controlar a tensão e 
pressões de grupos. 
Reduzindo a violência 10 h/a 
Identificar formas não violentas, 
conter a raiva e solucionar 
desentendimentos. 
Preservando o meio ambiente 10 h/a 
Desenvolver um ambiente 
saudável, harmônico e pacífico. 
Tomando decisões sem correr 
riscos 
10 h/a 
Tomar decisões positivas sem 
recorrer ao uso de drogas e evitar 
atos violentos. 
CARGA HORÁRIA TOTAL 80 H/A 
 
 
 
72 
 
intervenções que teriam em comum a utilização de técnicas didáticas que estimulam 
a participação ativa dos alunos. Muitas vezes são treinados alunos, denominados 
“agentes multiplicadores”, para conduzirem as discussões ou até o próprio 
programa. Ele também aponta resultados duas a três vezes superiores na redução 
do uso de substâncias com este grupo, em relação aos modelos de intervenção que 
utilizam o aprendizado passivo. 
 Já Cuijpers (2002), faz a comparação dos programas executados por pares e 
dos programas executados por adultos. E conclui que de forma geral, os programas 
liderados por pares, são mais efetivos. Contudo, ajuíza que a efetividade dos 
programas se deve a múltiplas características, entre elas, a liderança por pares. 
Outros autores como (GOTTFREDSON & WILSON, 2003) seguem a mesma linha 
de pesquisa do autor anterior dos programas liderados por pares, serem os mais 
eficazes. Além disto, os programas voltados para jovens que apresentam fatores 
arrolados ao risco proporcionam melhores resultados do que aqueles direcionados 
para a população geral chamam de “programas universais”. Para (FAGGIANO et al. 
2005), afirmam que os mais reais são os programas voltados para o 
desenvolvimento de habilidades sociais do que os fundamentados na transferência 
de informações e os voltados para o treinamento de tomadas de decisão. 
 Na análise de Serra e Mota (2000) o processo de utilizar os próprios alunos 
como Agente Multiplicador, traz enormes benefícios, e as mudanças ocorrem em 
distintos níveis. Um deles seria o individual que, por meio da formação recebida, o 
adolescente pode desenvolver a reflexão crítica num processo gradativo de 
apreensão de si e do mundo. Os conhecimentos prévios são expandidos e 
discutidos, podendo mudar ideias preconcebidas. O outro nível atinge seus iguais, 
pares, colegas, devido à aguda tendência grupal que se experimenta nessa fase, 
levando-os a preferir informações vindas de outros adolescentes e a dividir os 
problemas e oportunidades entre eles. Outra comprovação refere-se ao fato de que 
os jovens são influenciados por normas de reputação e comportamento prevalentes 
no grupo. 
 Contrapor pensamentos e valores entre vários jovens em cursos de formação 
continuada favorece o trabalho conjunto e a divisão de responsabilidades. Além de 
facilitar o processo de “falar a mesma língua” nos programas de prevenção, pois as 
diferenças já poderão emergir na formação, antes mesmos da execução do 
programa. 
73 
 
4.3.1. AGENTES MULTIPLICADOES NA ESCOLA 18 DE DEZEMBRO 
 
FOTO 07: Agentes Multiplicadores da escola 18 de Dezembro. 
 
 
 
 Os agentes na sua formação procuram de uma forma interativa aliar as 
teorias e às práticas, utilizando-se de um processo de conscientização e 
compartilhamento de aprendizagem com os demais elementos do núcleo escolar e 
da sociedade. Suas ações frequentes na escola acarretam encontros presenciais 
recheados de estudos de casos, dinâmicas de grupo, músicas com coreografias, 
aulas teatralizadas, debates interativos, jogos pedagógicos, apresentação de 
trabalhos, entre outros. De acordo com o psiquiatra Tiba (2007), “quanto mais uma 
pessoa souber sobre drogas, mais condições ela terá de decidir usá-las ou não”. 
Todavia há uma didática clara e compreensiva que facilita o processo de 
entendimento entre pares, sobre o assunto. 
 Um fator que pode contribuir à percepção dos Agentes Multiplicadores quanto 
à diminuição das problemáticas escolares, está na ocupação do jovem, que encontra 
na escola uma opção para preencher seu tempo ocioso. Atribuindo 
74 
 
responsabilidades a eles, para se sentirem produtivos e importantes neste processo. 
 Abramovay (2003, p.151) complementa que:(...) no que a gente ocupa o jovem, ensina ele a fazer alguma coisa, aquele 
tempo que ele teria livre para fazer as coisas erradas, se envolver, como 
drogas e outras coisas, vai estar com aquele tempo ocupado, vai estar 
trabalhando, quem sabe ensinando outros. Então, para o jovem, é a 
esperança de um futuro melhor, de vidas melhores. 
 
 O autor reflete a importância da ocupação e comprometimento, os jovens 
precisam de perspectivas para não optar por alternativas aparentemente mais fáceis 
de vida. Os que esses Agentes Multiplicadores realizam em sua escola, refletem na 
aproximação dos jovens entre si e estes com a classe docente e familiar, sem que 
ninguém seja necessariamente convertido ao estilo ou à preferência do outro.
 Dentre os resultados alcançados na escola 18 de Dezembro em Altaneira – 
CE, percebe-se mais uma vez, a seriedade da atuação desses Agentes no ambiente 
escolar, uma vez que eles tornam-se transformadores de seu próprio meio, 
buscando sempre a pacificação nas resoluções de conflitos que se apresentam ou 
problemas de cunho extraescolar que a leve a encaminha-los á órgãos competentes. 
Isto possibilita maior integração entre todos os atores envolvidos no processo e 
favorece a descoberta de novas formas de relação capazes de gerar o sentimento 
de pertencimento tão necessário para o exercício do protagonismo juvenil, em 
relação à sua escola e à sua comunidade, prevalecendo sempre no anseio de uma 
cultura de paz, colaborando também para a consolidação de uma coletividade mais 
justa, humana, fraterna e com vida mais saudável. 
 Em fim, uma tarefa social feito com amor e dedicação sempre rende bons 
frutos. 
 
 
 
75 
 
5 RESULTADO DA PESQUISA 
 
 Este capítulo apresenta a caracterização da amostra e apresentação de 
analise de resultado da pesquisa. 
 A descrição dos resultados encontrados será delineada a partir das respostas 
obtidas no questionário aplicado nas escolas participantes. Utilizaram-se percentuais 
para as respostas, buscando verificar e comparar, as diferenças significativas. 
 Foram pesquisadas e analisadas as ocorrências escolares referentes aos 
diferentes períodos as quais serão expostos em gráficos distribuídos entre as três 
escolas participantes da pesquisa. Foi apresentado o questionário com perguntas 
sobre as ocorrências relacionadas na escola provenientes de problemas 
relacionados ao uso indevido de drogas, bem como suas consequências a exemplo 
de atos violentos, indisciplina sobre efeito de substância psicotrópica e furtos 
relacionados ao fato em questão. 
 
 ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL II 18 DE DEZEMBRO: 
 
GRÁFICO 01: Dados referentes ao ano de 2013. – 18 de Dezembro. 
 
 FONTE: Elaboração a partir de dados da pesquisa. 
 
 Conforme o primeiro gráfico, nota-se que a problemática maior referente ao 
ano de 2013 se apresentou através do uso indevido de drogas, quando ocorreram 4 
67% 
16% 
17% 
0% 
2013 
Suspeita de Uso de Drogas Indisciplina 
Violência Suspeita de Furto 
76 
 
casos registrados em seu livro de ata, 1 de indisciplina e 1 de violência. Motivos 
estes que impulsionaram toda comunidade escolar a procurar adotar medidas que 
pudessem trabalhar o resultado existente, diminuir os índices em questão e não 
deixar elevar a futuras ocorrências, como afirma Fonseca (2006), “faz-se urgente 
estruturar uma dinâmica de implantação em prevenção ao abuso de drogas nas 
escolas”. 
 Preocupada com aquela realidade, a Direção escolar que tinha pouco tempo 
assumido a escola, decidiu optar pelo projeto preventivo PROJAP, que veio a intervir 
e iniciar o curso aos alunos voluntários na capacitação dos Agentes Multiplicadores, 
dando inicio, a uma série de mudanças, na qual a escola estava precisando adotar 
como para um bom andamento anual. 
 
GRÁFICO 02: Dados referentes ao ano de 2014. – 18 de Dezembro. 
 
 FONTE: Elaboração a partir de dados da pesquisa. 
 
 Com a ação dos Agentes Multiplicadores permanentemente na escola, as 
mudanças começaram a ser sentidas com os trabalhos realizados de prevenção. 
Houve uma pequena queda nos índices de um ano para outro. Pequena, mas bem 
significativa, pois já se via no meio escolar, seus Agentes efetivando os 
conhecimentos adquiridos na formação, assegurando o pensamento de Marques 
(2003, p.107) onde ele diz, “boa parte destas respostas é dada pela compreensão e 
adoção de uma política de drogas baseada em princípios de redução de danos”. 
50% 
25% 
25% 
0% 
2014 
Suspeita de uso de Drogas Indisciplina 
Violência Suspeita de Furto 
77 
 
Conforme o gráfico acima de 4 casos de uso de drogas no ano 2013, a ocorrência 
baixou para 2 casos registrados no ano de 2014. Mas continuou com a mesma taxa 
de indisciplina e violência, 1 caso para ambos. 
 
GRÁFICO 03: Dados referentes ao ano de 2015. – 18 de Dezembro. 
 
 FONTE: Elaboração a partir de dados da pesquisa. 
 
 Levando-se em consideração que estamos no primeiro semestre de 2015, o 
gráfico apresenta 1 caso apenas entre as especificações das ocorrências 
questionadas. Isto confirma a redução dos índices de uso de drogas anteriores e ao 
mesmo tempo, sendo bom para a escola, a não elevação dos demais índices 
questionados, consentindo o relato de Brandão (1995, p.34) que, “educação é um 
processo contínuo que envolve o desenvolvimento integral de todas as faculdades 
humanas”, confirmando a boa ação dos Agentes na escola, efetiva e contínua. 
 Em resposta da Diretora da escola 18 de Dezembro, ela relatou em destaque 
negativo o comportamento dos alunos do 9º ano e do EJA, que são os que mais 
apresentam conduta agressiva e muitos deles, têm o histórico de uso de álcool e 
outras drogas, perante o meio social com o qual convivem. Adiantou também, que é 
preciso manter parceria com outras entidades auxiliares na prevenção de um modo 
geral, nas áreas da saúde, educação, esporte, lazer, cultura e outros. E que 
sozinhos nessa empreitada, não alcançariam os números desejados de uma escola 
34% 
33% 
33% 
0% 
2015 
Suspeita de uso de Drogas Indisciplina 
Violência Suspeita de Furto 
78 
 
pacífica e harmônica. Tiba (2007, p.204), admite, “a prevenção não é uma ação 
individualizada, mas sim, um trabalho em rede de relacionamentos” 
 
 ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL II AVELINO FEITOSA. 
 
GRÁFICO 04: Dados referentes ao ano de 2013. – Avelino Feitosa 
 
 FONTE: Elaboração a partir de dados da pesquisa. 
 
 A escola Avelino Feitosa, apresentou em seus dados uma elevada e 
preocupante conduta de indisciplina em seus livros de ocorrências. Registraram-se 
50 casos confirmados, onde fez a Direção escolar, ao assumir as funções no 
referente ano, começar a trabalhar em cima desta problemática, pois mesmo 
levando em consideração o uso pequeno de drogas conforme mostra o gráfico que é 
de 7 casos, a Diretora percebeu que o alto índice desta indisciplina originava-se do 
uso indevido de drogas por parte dos alunos. Os quais adentravam na escola com 
sintomas de terem ingerido bebidas alcoólicas e outras drogas, levando estes alunos 
a alterações comportamentais e consequentemente a atos violentos, tanto com os 
alunos, bem como, professores e funcionários. Foram registrados 5 casos de atos 
violentos em todo ano de 2013. 
 Esses dados vêm reafirmar o pensamento de Moreira (2005), “a escola como 
espaço privilegiado e os alunos como público-alvo de ações preventivas é consenso 
entre os estudiosos, a controvérsia é quanto a técnica de intervenção”. Pois não 
11% 
77% 
8% 
4% 
2013 
Suspeita de Uso de Drogas Indisciplina 
Violência Suspeita de Furto 
79 
 
houve em 2013 nesta instituição nenhum projeto neste sentido. Se não há 
intervenção, muito menos, há prevenção. 
 
GRÁFICO 05: Dados referentes ao ano de 2014. – Avelino Feitosa 
 
 FONTE: Elaboração a partir de dados da pesquisa. 
 
 Em 2014, foi o ano na qual a escola teve mais problemas, chegando a ter 
dados inquietantes, constavam em seusresultados, uma elevação gradual de 
descontrole na qual fez a Diretora da escola Avelino Feitosa a adotar a iniciativa de 
buscar ajuda extraescolar em vários órgãos e entidades que pudessem auxiliar 
nesta dificuldade, chegando ao ponto de procurar até mesmo, os serviços da Polícia 
local, os amparos que a justiça oferece a respeito de menores infratores que a 
cidade disponibiliza, como também, o Conselho Tutelar e a Defensoria Pública do 
Estado. Foram confirmados neste ano de 2014, 10 casos de suspeita de uso de 
drogas, 8 casos de violência, 5 casos de suspeita de furto e surpreendentemente 80 
atos de indisciplina dentro da escola. 
 Mostrando mais uma vez a ascensão de todos os índices e com maior 
preocupação no crescimento dos atos de indisciplina, apresentando assim, uma 
sensação de descontrole de uma boa parte da classe discente da escola. 
 A escola deve compreender que, tomar decisões e fazer escolhas é, por sua 
vez, exercício cotidiano de extrema complexidade. “Implica uma sintonia fina entre o 
que se deve permitir no incentivo à liberdade e o que se deve reprimir para facilitar a 
10% 
77% 
8% 
5% 
2014 
Suspeita de uso de Drogas Indisciplina 
Violência Suspeita de Furto 
80 
 
inclusão na vida societária” (FREITAS, 2002, p. 46). Daí a importância dos limites e 
a educação em valores como medidas essenciais de prevenção, não só em relação 
ao abuso de drogas e suas consequências, como também no processo de 
desenvolvimento da resiliência, superando diferentes dificuldades e conflitos, 
comuns na vida em sociedade, em especial na fase escolar. 
 A gestão escolar, precisa entender, que as ajudas de outras instituições 
devem apresentar em seu contexto, posturas ideológicas e políticas capazes de 
orientar os programas que visam prevenir o uso de drogas, focadas na promoção da 
saúde e da educação. Como advertem Pinsky e Bessa (2004), essas propostas de 
atuação, apesar de estarem voltadas especificamente para o contexto escolar, são 
referências para a orientação de quaisquer outras organizações institucionais que 
desejem implantar um programa de prevenção. 
 
GRÁFICO 06: Dados referentes ao ano de 2015. – Avelino Feitosa 
 
 FONTE: Elaboração a partir de dados da pesquisa. 
 
 Apesar de estarmos ainda em meados de 2015, a indisciplina por parte dos 
alunos ainda prevalece naquela escola, registrando até agora 60 casos como mostra 
o gráfico acima. Contudo, não podemos descartar os outros casos pesquisados, 
como suspeita de uso de drogas que foi computada 10 casos, suspeita de furto com 
2 casos e violência 5 casos, até meados do primeiro semestre de 2015. Denota-se 
que a busca por ações extraescolares, não deram resultados positivos a 
13% 
78% 
6% 
3% 
2015 
Suspeita de uso de Drogas Indisciplina 
Violência Suspeita de Furto 
81 
 
problemática, dentre essas abordagens, cita-se a predominância de intervenções 
pontuais de palestras e a focalização em disciplinas específicas entre as atividades 
de prevenção, o que indica a ausência de gestão e institucionalização das ações no 
interior da escola com maior abrangência (CANOLETTI; SOARES, 2005; RUA; 
ABRAMOVAY, 2002). 
 
 ESCOLA DE ENSINO MÉDIO SANTA TERESA. 
 
 Como já explicado anteriormente, esta escola tem um diferencial importante 
em suas informações, pelo motivo de ser uma escola de Ensino Médio que dá 
sequência aos estudos desses jovens, já que até então as demais escolas são 
precisamente de ensino fundamental. 
 É relevante obtermos essas informações, porque nos dá propriedade nos 
procedimentos dos trabalhos realizados anteriormente através dos Agentes 
Multiplicadores, admitindo assim, se há ou não, eficácia no projeto aplicado em seu 
público-alvo na escola antecessora. 
 
GRÁFICO 07: Dados referentes ao ano de 2013. – Santa Teresa 
 
 FONTE: Elaboração a partir de dados da pesquisa. 
 
 Admiravelmente a escola Santa Tereza consta apenas em suas atas, 1 só 
caso de indisciplina e 1 caso de ato violento em todo ano de 2013. Este gráfico vem 
0% 
50% 50% 
0% 
2013 
Suspeita de uso de Drogas Indisciplina 
Violência Suspeita de Furto 
82 
 
nos revelar que, melhores resultados preventivos são aqueles encontrados quando 
se intervém nas condições de ensino com ações precoces e duradouras. Os alunos 
que chegam ao Ensino Médio, trabalhado a prevenção às drogas e consequências, 
na sua origem, refletem para a escola receptora algo aliviante, minimizador de 
problemas, reafirmando assim, a crença que a escola é local essencial para a 
prevenção. Santos (1997, p.84-85) compartilha esse pensamento quando frisa que, 
“prevenção na escola significa estar atento ao jovem, abrir um canal de 
comunicação, valorizá-lo como ser humano, procurando um espaço para que ele 
aprenda a se valorizar”, mostrando que os Agentes Multiplicadores foram de 
fundamental importância nesse processo transitório. 
 
GRÁFICO 08: Dados referentes ao ano de 2014. – Santa Teresa 
 
 FONTE: Elaboração a partir de dados da pesquisa. 
 
 Mais uma vez em sua relação de ocorrências, são informadas em seus 
registros, novamente apenas 1 caso de indisciplina e 1 de ato violento em todo ano 
de 2014. 
 O Ensino Fundamental e Médio englobam a fase da adolescência, etapa de 
transição entre a infância e a idade adulta, na qual os indivíduos incorporam padrões 
de referência aos seus comportamentos, os quais servirão de base para a definição 
das suas personalidades (OLIVEIRA, SANCHEZ, 2001). Por isso, se justifica o bom 
0% 
50% 50% 
0% 
2014 
Suspeita de uso de Drogas Indisciplina 
Violência Suspeita de Furto 
83 
 
resultado comportamental dos alunos desta escola, conforme gráfico acima, onde 
tiveram uma boa base inicial e hoje colhem seus frutos positivos. 
 
GRÁFICO 09: Dados referentes ao ano de 2015. – Santa Teresa 
 
 FONTE: Elaboração a partir de dados da pesquisa. 
 
 A escola de Ensino Médio Santa Teresa, traz consigo, uma ótima 
administração escolar, com base em seus gráficos, a escola ganha mais uma vez 
destaque também no ano de 2015, pois não houve até o momento, conforme dados 
repassados na pesquisa, problemas de nenhuma natureza apresentadas em seus 
registros, consequentemente em seu gráfico. Mais uma vez, relembrando, que 
temos que levar em consideração que a pesquisa no ano de 2015, foi feita ainda em 
meados do primeiro semestre letivo e suas aulas tiveram início no mês de fevereiro. 
 Obtendo assim, uma tranquilidade moderada, bom andamento das atividades 
escolares, resultados satisfatórios na aplicabilidade dos conteúdos didáticos, em fim, 
conforme a Diretora, a sensação de paz resulta no crescimento do aluno como peça 
fundamental no desenvolvimento educacional e social. 
 É bom enfatizarmos que para obter excelentes resultados, como o do gráfico 
acima, Silva (2014) compartilha dizendo que a prevenção deve ser praticada por 
pessoas preparadas, pois uma intervenção mal feita poderá trazer danos à 
comunidade e reduzir os benefícios. Complementa falando que o uso indevido de 
drogas, deve ser prevenido utilizando métodos e técnicas cientificamente adequadas 
2015 
Suspeita de uso de Drogas Indisciplina 
Violência Suspeita de Furto 
0% 
84 
 
a cada público alvo, em cada situação e em determinado momento, igualmente ao 
aplicado através dos Agentes Multiplicadores da escola 18 de Dezembro. 
 
5.1. ASPECTOS RELATIVOS ÀS RESPOSTAS OBTIDAS DA AMOSTRA 
 
FIGURA 05: Tabela de resultados: 
ESCOLA ANO NATUREZA DAS OCORRÊNCIAS 
 Uso de Droga Violência Indisciplina Furto 
18 de Dezembro 
2013 04 01 01 - 
2014 02 01 01 - 
2015 01 01 01 - 
 
 FONTE: Elaboração a partir de dados da pesquisa. 
 
FIGURA 06: Tabela de resultados: 
ESCOLA ANO NATUREZA DAS OCORRÊNCIAS 
 Uso de Droga Violência Indisciplina Furto 
Avelino Feitosa 
2013 07 05 50 03 
2014 10 08 80 05 
2015 10 05 60 02 
 
 FONTE: Elaboração a partir de dados da pesquisa. 
 
FIGURA 07: Tabela de resultados:Nacional de Informática na Educação 
PROPAJ – Projeto Ação Preventiva 
SENAD – Secretaria Nacional Antidrogas 
SISNAD – Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas 
SPA – Substâncias Psicoativas 
SNC – Sistema Nervoso Central 
SUS – Sistema único de Saúde. 
UNODC – Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes 
 
 
 
RESUMO 
 
O presente trabalho resulta da análise do grau de satisfação que o Projeto Ação 
Preventiva – PROJAP - vem proporcionando na escola 18 de dezembro na cidade 
de Altaneira, no Ceará. Pois sabemos que, em se tratando de prevenção ás drogas 
no contexto atual e através das políticas de combates vigentes, há muito a desejar, 
possibilitando o aumento gradativo do uso de substâncias psicoativas entre os 
jovens estudantes. É partindo dessa conjuntura que se fundamenta esta pesquisa de 
Mestrado, através das ações dos Agentes Multiplicadores do PROJAP, que atuam 
na área da prevenção nos mais diversos segmentos sociais, em especial na escola 
citada. Destaca-se a importância da ação preventiva no que se refere a temática, 
visando não apenas á informação por si própria, mas também, ás resoluções de 
problemas oriundos das drogas, transformadas em consciência crítica e tomadas de 
decisões positivas dentro da instituição escolar, entre os educandos. Este estudo 
enquadra-se no enfoque qualitativo e comparativo com outras escolas da mesma 
cidade e circunvizinhas, em que os dados coletados, estruturados e abertos 
puderam contribuir com a literatura consultada, descrevendo-se, assim, a partir 
desta perspectiva, o importante papel que o PROJAP desenvolve na escola 18 de 
Dezembro na “luta” contra as drogas. E que possibilita as escolas coparticipantes 
da pesquisa, a oportunidade de repensar, refletir e agir sobre as ações futuras diante 
dos resultados presentes. 
 
Palavras-Chave: Prevenção. Drogas. PROJAP. 
 
 
 
ABSTRACT 
 
This work results from the analysis of the degree of satisfaction that the Preventive 
Action Project - PROJAP - has been providing school December 18 in the city of 
Altaneira, Ceará. For we know that, when it comes to prevention on drugs in the 
current context and through the force of fighting policies, there is much to be desired, 
enabling the gradual increase in the use of psychoactive substances among young 
students. It is from this environment that builds this Master's research, through the 
actions of Multipliers of PROJAP agents, working in the area of prevention in various 
social segments, especially in the mentioned school. It highlights the importance of 
preventive action regarding the subject, aiming not only to information on its own, but 
also ace resolutions of problems arising from drugs, transformed into critical 
awareness and positive decisions taken within the school, between learners. This 
study is part of the qualitative approach and comparative with other schools in the 
same city and surrounding in which the structured and open data collected could 
contribute to the literature, describing thus, from this perspective, the important role 
that the PROJAP develops in school December 18 in the "struggle" against drugs. 
And that enables the schools partakers of the research, the opportunity to rethink, 
reflect and act on future actions on the present results. 
 
Key word: Prevention. Drugs. PROJAP. 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ......................................................................................... 18 
 
CAPÍTULO 1: DROGAS .......................................................................... 23 
1.1. Uma visão geral sobre drogas ....................................................... 23 
1.2. Políticas públicas sobre drogas no Brasil ...................................... 27 
1.2.1 SISNAD – Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre drogas no Brasil
..................................................................................................... 28 
1.2.2 Ações das Políticas Públicas ....................................................... 29 
1.3. Razões pelas quais os jovens escolhem as drogas ...................... 32 
 
CAPÍTULO 2: PREVENÇÃO ................................................................... 36 
2.1. Prevenir ainda é o melhor caminho? ............................................. 36 
2.2. Papel da escola na prevenção: Educar para não punir ................. 41 
2.2.1. Atitude da escola frente à problemática das drogas .................... 44 
2.2.2. Escola preventiva em ação e os níveis de prevenção ................. 45 
2.2.3. Entidades e Escolas: práticas dos projetos preventivos sobre drogas no 
Brasil.. .................................................................................................... 51 
 
CAPÍTULO 3: PROJAP ........................................................................... 54 
3.1. Breve histórico do PROJAP ........................................................... 54 
3.2. Agentes Multiplicadores PROJAP: Ser, Estar e Agir ...................... 56 
 
CAPÍTULO 4: ASPECTO METODOLÓGICO .......................................... 59 
4.1. Tipo de pesquisa ............................................................................ 59 
4.1.1. Amostra ........................................................................................ 60 
4.1.2. Instrumento .................................................................................. 60 
4.1.3. Coleta de Dados ........................................................................... 60 
4.1.4. Análises dos Dados Coletados..................................................... 61 
4.2. Panorama das escolas participantes da pesquisa ......................... 62 
4.3. Estruturação do PROJAP na escola 18 de Dezembro ................... 67 
4.3.1. Agentes Multiplicadores na escola 18 de Dezembro .................... 73 
 
 
 
5. RESULTADO DA PESQUISA ............................................................ 75 
5.1. Aspectos relativos às respostas obtidas da amostra ....................... 84 
 
6. CONCIDERAÇÔES FINAIS ................................................................ 86 
 
7. REFÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................ 88 
 
8. APÊNDICE A ...................................................................................... 92 
 
9. APÊNDICE B ...................................................................................... 94 
 
10.ANEXOS ............................................................................................. 90 
18 
 
INTRODUÇÃO 
 
Nos últimos vinte anos, o consumo de drogas vem aumentando notoriamente 
no Brasil. É muito importante observarmos que o uso de drogas está associado a um 
número muito elevado de problemas, principalmente o da violência. O crescente 
aumento do uso de substâncias psicotrópicas demonstra claramente que os 
mecanismos usados no combate a esse fenômeno, não têm surtido os efeitos 
esperados. Há registros, segundo Guimarães (2007), de um aviltamento no 
consumo de drogas entre os jovens do ensino fundamental e médio da rede pública, 
o que corrobora com a ideia de que a prevenção pode ser mais eficaz que a 
repressão, que prevenir é melhor que remediar. Dentro dessa linha de pensamento 
nada melhor que a instituição escolar para dar esse suporte, pois a escola tem o 
papel fundamental na educação das pessoas. É a responsável por construir o 
conhecimento de forma sistematizada, levando os indivíduos a desenvolverem 
habilidades que lhes serão úteis para atuarem em sociedade. 
A escola destaca-se como um local de ensinamentos, de estudos, instruções 
e saberes. É para a escola que cada ser humano traz consigo a vontade de crescer, 
e com isso adquire competências, capacidades e habilidades, as quais lhes 
consentirão realizar-se como pessoa, um verdadeiro cidadão. A ideia de um trabalho 
preventivo através da escola parte de uma necessidade coletivaESCOLA ANO NATUREZA DAS OCORRÊNCIAS 
 Uso de Droga Violência Indisciplina Furto 
Santa Teresa 
2013 - 01 01 - 
2014 - 01 01 - 
2015 - - - - 
 
 FONTE: Elaboração a partir de dados da pesquisa. 
 
85 
 
 Com base na amostra acima foram pesquisadas três escolas públicas 
compostas de dados de três diferentes anos, 2013, 2014 e 2015. 
 A escola referência, 18 de dezembro apresenta, índice decrescente das 
ocorrências apresentadas, compreendendo assim, que os trabalhos realizados pelos 
Agentes Multiplicadores estão dando resultados gradativos e satisfatórios desde seu 
início em 2013, contribuindo significativamente para obtenção de bons resultados no 
desenvolvimento escolar e humano, confirmando sua colaboração benéfica em 
longo prazo. É visível a diminuição dos fatores problemáticos a cada ano conforme 
tabela acima, entretanto, vale ressaltarmos que é preciso dar continuidade a essa 
queda positiva, faz-se necessário a intensificação e permanência efetiva dessa 
prevenção, na procura objetiva dos resultados desejados de uma escola ordeira e 
saudável. 
 A escola Avelino Feitosa sem sombra de dúvida, encontra-se em um estado 
preocupante em todos os tempos analisados, pois seus índices de problemas 
examinados são altíssimos e necessitam de intervenções urgentes de trabalhos 
preventivos e repressivos em todos os seus níveis, primário, secundário e terciário. 
Porém, em comparação com a escola anterior, que tem também a mesma finalidade 
educativa de ensino fundamental, demonstra a diferença das realidades, 
necessitando a escola Avelino Feitosa de projetos preventivos em consonância ao 
PROJAP de efeito continuo e permanência, possibilitando a tentativa de frear e/ou 
diminuir as inquietantes respostas apresentadas no presente trabalho. 
 A escola Santa Teresa está em um patamar bem confortável diante da 
realidade da amostra, pois tem o privilégio de receber logo após a conclusão do 
ensino fundamental os estudantes, bem como os agentes da escola 18 de 
Dezembro, consequentemente, eles são transferidos para as séries do ensino médio 
já lapidados e conscientes da realidade vivida na escola anterior, onde foram 
trabalhados todos os aspectos envolventes no que se refere a uma escola 
preventiva e ativa dos conceitos de dignidade da pessoa humana. Confirmando 
assim, os dados registrados na figura 07 os quais se referem à escola Santa Teresa, 
que tem o cuidado de conduzir esses jovens pelo caminho do saber, dando-lhes 
suportes necessários para que não procurem alternativas negativas, tentando 
permanecê-los no caminho longe das drogas e da violência. 
 
86 
 
6 CONSCIDERAÇÕES FINAIS 
 
 É possível concluir a eficácia da educação em todo o qualquer processo. 
Apesar de ser difícil pensar ou se chegar a uma sociedade perfeita, a educação 
como meio de prevenção se mostra extremamente eficaz, apesar de que o fator 
subjetivo do ser humano sempre influenciará também. 
 Conforme os resultados encontrados nesse estudo, demonstram a 
importância de pensar mais sobre o assunto e seus benefícios educacionais, 
pessoais e sociais, apesar das campanhas existentes e projetos espalhados em 
todo mundo. As diferenças encontradas entre as escolas participantes se mostraram 
muito significativas, relacionadas entre a conduta de uma escola que tem o PROJAP 
em comparação com as que não têm. Ficando mais que confirmado sua excelente 
colaboração para os anseios que a escola 18 de Dezembro necessitava. 
 Os dados obtidos da pesquisa foram claros em apresentar que há uma 
enorme diferença em ter Agentes Multiplicadores em suas instituições, pois a escola, 
pela participação ativa na vida da criança e do adolescente e por ser nela onde os 
jovens criam grupos e amizades, devem auxiliar os mesmos na formação de 
opiniões e desenvolvimento pessoal de cada um, os apoiando e os orientando para 
a formação do cidadão consciente, baseada na procura de uma escola modelo sem 
mazelas advindas das consequências das drogas dentro da escola e em seu redor. 
 Também fica a sugestão, pela acessibilidade da amostra de forma geral, pelo 
apoio recebido pelas escolas, para a realização da pesquisa. De frisarem mais e 
acreditarem nos bons programas e projetos preventivos oferecidos no meio escolar, 
advindas das inúmeras áreas sociais, e que abracem as iniciativas que tenha o 
propósito de ajudar no processo educativo do seu alunado, fortalecendo as ações 
por meio de parcerias com organizações não governamentais e outras entidades 
que atuam na região da escola, pois sozinhos não conseguimos fazer prevenção às 
drogas, procurem sempre estar em rede de proteção com professores, pais, 
comunidades, polícia, conselhos, justiça e outras entidades de diferentes extensões. 
 Outra reflexão importante é que outras escolas tomem conhecimento dos 
resultados que o PROJAP vem proporcionando, através do trabalho realizado por 
seus Agentes, que tem contribuído brilhantemente na escola e na comunidade 
Altaneirense, servindo de exemplo e modelo positivo as demais escolas, porque 
muitos programas que buscam alertar ou capacitar pessoas sobre este tema estão 
87 
 
fadados ou fracassaram em razão de serem elaborados sobre os pressupostos de 
que, se os jovens conhecessem o perigo eles fugiriam deles, mas pelo contrario eles 
gostam de desafiar o perigo e correr riscos, e evidentemente, acham que nenhum 
mal lhes acontecerá. 
 Vale ressaltar também, como sugestão, um ponto primordial para o bom 
andamento do PROJAP, que é a necessidade de os instrutores do curso de Agentes 
Multiplicadores terem, dentro de suas metas de instrução, um acompanhamento 
pós-curso, para verificação das ações previstas de todo conteúdo programático 
exposto durante o curso, verificando no mínimo uma vez por ano se estão colocando 
em prática o que aprenderam e se precisam de ajustes nas formas de abordagens 
no enfrentamento aos problemas. 
 Outro aspecto a ser enfatizado é a natureza descentralizadora do projeto, que 
permite aos estados, municípios e escolas terem flexibilidade para adequá-lo às 
realidades e necessidades locais, sempre orientados pelos mesmos princípios, 
conceitos éticos e metodológicos. 
 O caminho para um programa ser bem sucedido está na forma de preparar e 
apresentar a informação contra o mal do século que são as drogas, escolas devem 
expor com mais clareza e objetividade, facilitando estes assuntos aos seus alunos, 
assim como está fazendo com a escola 18 de dezembro, envolvendo sua classe 
discente aos temas e campanhas como multiplicadores da informação aos demais 
jovens, alcançando um maior resultado e confiabilidade entre seus pares, investindo 
sempre na construção de valores para ser um bom cidadão e para a vida. 
 
88 
 
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mailto:cepod@sspds.ce.gov.br
92 
 
APÊNDICE A 
 
01 – Questionário sobre as ocorrências escolares. 
 
 PROJETO AÇÃO PREVENTIVA – PROJAP 
PREZADO DIRETOR, 
Está é uma pesquisa referente ao númerode ocorrência realizado durante ano de 
2013 a 2015, no tocante a problemática do uso e/ou abuso de drogas e atos 
indisciplinares acontecidas nesta referida escola. 
Identificação: 
Escola: 
Localizada: 
CNPJ: 
 ANO REFERENTE Total de alunos: 
Nº ESPECIFICAÇÃO Nº DE OCORRENCIAS 
01 
02 
03 
04 
05 
 
 COMENTÁRIOS 
 
 
 
 
 
 
 ________________, ____DE _________ DE 2015. 
 
 
 
93 
 
APÊNDICE B 
 
Símbolo. 
 
 
 
 
 
 
94 
 
ANEXO 01 
 
REDAÇÃO DE CONCLUSÃO DO CURSO 
 
Nome do Agente: ____________________________________________ 
Escola: ___________________________________________________ 
Instrutor (es):____________________ Município:___________________ 
 
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
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________________________________________________________
________________________________________________________
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________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________ 
 
95 
 
ANEXO 02 
 
FICHA DO AGENTE MULTIPLICADOR 
PROJAP 
CONTRA AS DROGAS E A FAVOR DA VIDA 
 
 
Nome: _________________________________________________________ 
Data de nascimento: ____/ ____/ _____. Fone:____________________ 
Endereço: ______________________________________________________ 
Bairro: _____________________ Cidade:___________________ 
Escola:_________________________________________________________ 
Ano de conclusão do curso: ___________________ 
 
Você já tinha recebido algum conhecimento com relação à prevenção ao uso 
indevido de drogas? 
SIM NÃO 
Você gostou das aulas? 
SIM NÃO 
 
Dê sua opinião sobre a importância desse curso na sua vida. 
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________ 
 
Ass. do Agente Multiplicador:_______________________________________ 
 
 
FOTO 
3X4 
 
 
96 
 
ANEXO 03 
 
Cidade de Altaneira – CE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
97 
 
ANEXO 04 
 
Formaturas dos Agentes Multiplicadores. 
 
 
 
98 
 
ANEXO 05 
 
Modelo de certificado PROJAP 
 
99 
 
ANEXO 06 
 
TERMO DE CONSENTIMENTO 
LIVRE E ESCLARECIDO 
 
Prezada Diretora da escola:_________________________________ 
 Como parte da dissertação do Mestrado em Ciências da Educação, Eu, 
_____________________________________, CPF _______________, Mestrando 
pela UNISABER Faculdade, estou finalizando este trabalho científico com uma 
pesquisa sobre o grau de colaboração do Projeto Ação Preventiva – PROJAP, tendo 
como objetivo a sistematização das atividades de prevenção ao uso de drogas 
desenvolvidas na escola municipal 18 de Dezembro, com o propósito de demonstrar 
a contribuição que o PROJAP vem desempenhado para aquela realidade local. Bem 
como apresentar um quadro comparativo entre aquelas escolas que não tiveram a 
oportunidade de participar do curso. 
Para isso, está sendo desenvolvido um estudo que consta na aplicação de 
um questionário direcionado a diretora sobre as ocorrências escolares no tocante a 
problemas envolvidos por alunos decorrentes do uso indevido de drogas e suas 
consequências no âmbito escolar. Serão analisados os dados repassados e 
transformados em resultado comparativo, para fins da pesquisa, e estes poderão ser 
apresentados em eventos de natureza cientifica e/ou publicados. 
O procedimento não apresentará nenhum constrangimento para alunos ou 
profissionais da escola, pois não existirão identificações pessoais. Apenas as 
ocorrências e sua natureza a partir do ano de 2013 aos dias de hoje. 
O questionário é composto de perguntas abertas, conforme descritas a 
seguir: 
 A quantidade de ocorrências referente ao número de ocorrência realizado 
durante ano de 2013 a 2015, no tocante a problemática do uso e/ou abuso de 
drogas, e atos indisciplinares acontecidas nesta referida escola. 
 
 Diante mão solicito a permissão para que seja utilizado o nome da escola na 
pesquisa, além de fotos da fachada da mesma para esboçar a autenticidade da 
escola. 
100 
 
Saliento que sua participação nessa pesquisa é voluntária e: 
a) Tem a liberdade de recusar-se a autorizar a participação dos alunos nesta 
pesquisa ou de retirar o consentimento em qualquer fase da mesma, sem 
penalização ou sem prejuízo à vida acadêmica dos alunos; 
b) Não terá nenhum ônus financeiro ou acadêmico; 
c) Não receberá nenhum beneficio financeiro ou acadêmico. 
Agradeço a colaboração e me coloco à disposição para esclarecer qualquer 
dúvida que por ventura venha a surgir pelo telefone (88)_________________, e-
mail: 
Caso autorize a participação da Escola nesta pesquisa, preencha e assine o 
Termo de Consentimento Pós-Esclarecido que se segue, recebendo uma cópia do 
mesmo. 
 
_________________________________________ 
Local e data 
 
_________________________________________ 
Assinatura da Diretora 
 
_________________________________________ 
Assinatura do Pesquisador 
 
 
 
101 
 
ANEXO 07 
 
TERMO DE CONSENTIMENTO 
PÓS-ESCLARECIDO 
 
 
Pelo presente instrumento que atende às exigências legais, 
Eu______________________________________________________, Diretora da 
Escola____________________________________________, portadora do 
Cadastro de Pessoa Física (CPF) número __________________________, declaro 
que, após leitura minuciosa do TCLE, tive a oportunidade de fazer perguntas e 
esclarecer dúvidas que foram devidamente explicadas pelo pesquisador. Ciente dos 
serviços, e não restando quaisquer dúvidas a respeito do lido e explicado, firmo meu 
CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO em autorizar voluntariamente a 
participação da escola na pesquisa sobre a atuação e colaboração do PROJAP na 
prevenção as drogas, assinando o presente documento em duas vias de igual teor e 
valor. 
 
 
_____________CE. ___/___/ 2015. 
 
 
_________________________________________________ 
Assinatura da Diretora da escola ou representante legal 
 
 
 
 
 
 
 
 
102 
 
ANEXO 08que serve tanto 
para instituição, quanto para a comunidade em si, que enfrenta conflitos diários e 
desleais das quais as drogas oferecem á juventude. 
O projeto que ora se apresenta tem o intuito de auxiliar as escolas na 
formação de alunos, na temática que o senso comum denominou como mal do 
século: as drogas. Para tanto, propomos inicialmente uma preparação preventiva 
dos jovens estudantes, público-alvo desse projeto, fornecendo informações e 
capacitando-os a realizar escolhas conscientes, pois como afirma Bucher (1992), a 
informação subsidia a reflexão crítica acerca do tema, possibilitando um diálogo 
aberto e confiável entre os sujeitos da prevenção sendo imprescindível se fornecer 
informação correta sobre drogas. 
Pensando assim, surgiu a concretização do Projeto Ação Preventiva - 
PROJAP, com o intuito de oferecer subsídios teóricos e práticos, voltados para o 
presente tema, o qual tem como um dos seus objetivos a concepção de uma grande 
19 
 
rede de proteção, capacitando Agentes Multiplicadores, no ambiente escolar, para 
que estes compartilhem o conhecimento adquirido com os estudantes, com a 
família, amigos e outras pessoas. 
Nesta preocupação o PROJAP nasce como um veículo de instrução e 
aprendizagem que oferece meios facilitadores de mediação dos conflitos existentes 
na escola, onde aqueles que participam recebem ensinamento e preparo para 
resolverem ou darem direcionamento aos problemas referidos às drogas na escola. 
A aplicabilidade acontece através de técnicas de ensino especializadas, 
gerenciadas por seus Instrutores, os quais atuam como facilitadores do 
conhecimento, ou seja, utiliza-se uma didática interativa e reflexiva para o 
envolvimento dos participantes do curso no processo preventivo. Nesse conjunto, o 
trabalho é desenvolvido através da explanação verbal, atividades de leitura e 
reflexão de textos, apresentação de vídeos, músicas, mágicas contextualizadas ao 
tema, jogos pedagógicos sobre vários temas e estudo de casos disponibilizados no 
material utilizado no programa ou relatados a partir da experiência dos próprios 
alunos. 
A prevenção às drogas tem melhores resultados se for continuada. Então 
nada melhor que capacitar os próprios alunos no intuito de eles repassarem aos 
demais estudantes, assim como também toda comunidade escolar, princípios de 
prevenção ao uso indevido de drogas. Fazendo com que todos vivenciem uma 
cultura de paz pela qual a sociedade tanto clama. Malheiros e Alves (2008), ao 
discorrerem sobre uma proposta pedagógica de prevenção ao uso indevido de 
drogas, mencionam a seriedade da inclusão do conhecimento científico sobre 
drogas no desenvolvimento dos professores, pois, por geralmente apresentarem 
uma formação incipiente, os trabalhos tendem a ser acríticos, abordando a questão 
das drogas com base em crenças pessoais, culminando, muitas vezes, em 
preconceitos, discriminações e discurso proibicionista, fundamentado em repressão 
e medo. 
 Veremos alguns autores, que criticam as intervenções atuais no país que 
apresentam um viés apenas biológico, cujo foco principal é a descrição das drogas e 
seus efeitos danosos para o organismo, desconsiderando o contexto social, político, 
econômico, histórico, cultural, ético e religioso envolvido. Muitas vezes, com o 
pretexto de tratar as informações científicas sobre drogas, exageram nos efeitos, 
20 
 
fatos são distorcidos, dúvidas científicas são tratadas como verdades e certezas das 
ciências são escamoteadas. 
 Por esta razão, a formação continuada é um extraordinário recurso que pode 
contribuir no processo de prevenção ao uso indevido de drogas, além de considerar 
as informações trazidas pelos alunos, a fim de confrontá-las com o saber 
sistemático. 
 Com base nos orientadores desse trabalho, apresentaremos nos moldes 
metodológicos, se existem ou não subsídios aceitáveis e eficazes do PROJAP na 
escola que aderiu ao projeto, se seus resultados são ou não suficientemente 
satisfatórios para permanência do projeto. 
A pesquisa como o PROJAP vem contribuindo na educação preventiva na 
escola 18 de dezembro em Altaneira-CE, segue o método indutivo, por leitura de 
autores diversos que permitirão análises e reflexões críticas no tocante tema. Assim 
como imprescindivelmente o uso do método científico e processamento das 
informações obtidas por meio da pesquisa qualitativa e comparativa, realizada em 
escolas daquela cidade e circunscrição. Entretanto, o estudo sistemático de 
diferentes obras, tais como livros, jornais, revistas e materiais disponibilizados na 
internet proporcionará a fundamentação teórica e científica que dará suporte a toda 
argumentação desenvolvida no trabalho. 
Segundo Gil (2002), “a pesquisa participante, assim como a pesquisa ação, 
caracteriza-se pela interação entre pesquisador e membros das situações 
investigadas”, ou seja, o envolvimento legítimo entre o pesquisador e o objeto a ser 
pesquisado. 
Toma-se também como referência teórica neste trabalho uma abordagem 
educacional emancipatória, considerada potente para formar sujeitos com 
capacidade crítica, habilitados a propor mudanças, capazes de refletir sobre suas 
escolhas e não resignados a aceitar, como único caminho, aquele do prejuízo 
relacionado ao consumo de drogas (Soares, 1997). 
 Contudo, o trabalho será desenvolvido também por meio de pesquisa de 
campo que alimentará a argumentação questionada, proporcionando a 
concretização de um novo olhar sobre o trabalho preventivo no combate as drogas 
naquela escola através de seus Agentes Multiplicadores. 
 Por fim, é bom compreendermos que a prevenção deve ser um grande 
processo de reflexão sobre a vida, os valores, os comportamentos e os projetos dos 
21 
 
alunos. Essas atividades não seriam semelhantes a que eles estariam acostumados 
a verem em salas de aulas, pois não é interessante para eles, não os atrairia para 
novas atividades, para este novo ciclo de vida. Dividir conhecimento com esses 
jovens na escola 18 de Dezembro nos acalenta tranquilidade de espírito e 
esperança de um futuro melhor, pois a importância da atuação desses agentes no 
meio social, uma vez que eles tornam-se transformadores de seu próprio meio, 
resultante consequentemente, de uma cultura harmoniosa, colaborando para 
consolidação de uma coletividade mais justa e fraterna, passando a adotar a 
prevenção como forma de manter uma vida saudável. 
 A presente dissertação foi dividida em capítulos, facilitando o entendimento 
perante das ações e objetivos, desenvolvimento do PROJAP em questão. 
 O capítulo inicial apresenta uma visão geral sobre as drogas, desde suas 
origens históricas até os dias atuais, assim como o uso e suas consequências do 
consumo em nosso meio. Em sequência, quais políticas públicas são adotadas em 
nosso país a respeito deste assunto, e finalizando o capítulo, compreenderemos as 
razões pelas quais os jovens consomem as drogas. 
 No segundo capítulo é enfatizada em especial a prevenção. O porquê de 
prevenir, quais os caminhos legais vigentes, o quanto a prevenção é importante e 
eficaz na resistência ao uso de drogas, bem como os níveis de prevenção 
existentes. E somando a este papel, veremos a função da escola na prevenção, 
analisando seus conceitos e atitudes frente à problemática das drogas. 
 Posteriormente, o terceiro capítulo é caracterizado por um breve histórico do 
PROJAP, sua criação e desenvoltura na aplicabilidade estrutural. Conta também 
com as diretrizes do Agente Multiplicador em seu campo de ação. 
 O quarto capítulo apresenta o universo da qual este trabalho tem admirável 
valor, é onde o entendimento e a informação do projeto de prevenção exposto na 
temática faz maior sentido. Encontraremos a metodologia utilizada, especificando o 
tipo de pesquisa realizado, como também, a estruturação do Projeto Ação 
Preventiva na escola 18 de Dezembro e seus Agentes Multiplicadores, breve 
contextualizaçãoda escola-alvo e as demais escolas participantes da pesquisa no 
Estado do Ceará. 
 O que conteúdo exposto neste trabalho teve como Problemática e Objetivo 
(geral e específicos) anteriormente comentada na introdução, os seguintes aspectos: 
 
22 
 
 
Problema da pesquisa: 
 
 A prevenção ao uso de drogas nas escolas, através dos Agentes 
Multiplicadores, pode ser uma das alternativas positivas para o combate às drogas 
no Brasil? 
Objetivos: 
 
Geral: 
 Analisar as atividades de prevenção ao uso de drogas desenvolvidas na 
escola municipal 18 de Dezembro, com o propósito de demonstrar a contribuição 
que o Projeto Ação Preventiva - PROJAP vem desempenhado para aquela realidade 
local. 
 
Específicos: 
 Compreender a relevância da prevenção ao uso de drogas, já que seus 
efeitos atinge toda a estrutura social, familiar e escolar; 
 Descrever os motivos pelos quais os jovens procuram as drogas na 
tentativa de mapear alternativas para evitar o primeiro contato; 
 Identificar a escola como espaço favorável e capaz de contribuir com a 
formação transdisciplinar de toda classe discente através dos Agentes 
Multiplicadores. 
 Apresentar as estratégias aplicadas no curso de ação preventiva, 
assim como, os resultados das coletas de dados entre as escolas que 
têm os seus Agentes em ação e as que não têm relação com este fim 
preventivo, em um grau comparativo entre elas. 
 
 Por fim, são apresentados os resultados conclusivos da pesquisa e todas as 
informações e gráficos necessários para se chegar aos resultados propostos. 
Fechando o trabalho, com as considerações finais, onde encontraremos as 
recomendações das ações finais sobre o exposto. 
 
23 
 
CAPÍTULO 1 - DROGAS 
 
“Não preciso me drogar para ser um gênio; 
Não preciso ser um gênio para ser humano; 
Mas preciso do seu sorriso para ser feliz.” 
Charles Chaplin 
 
1.1 UMA VISÃO GERAL SOBRE AS DROGAS: 
 
 Apresentamos, neste capítulo inicial, uma visão geral e abrangente sobre 
drogas, logo após, analisamos as consequências do consumo dessas substâncias 
psicoativas historicamente entre a Humanidade. Seguindo este viés observaremos 
quais políticas publicas são adotadas no país a respeito deste assunto e, entretanto 
entenderemos um pouco das razões pelas quais os jovens consomem as drogas. 
Será comida dos deuses ou pasto do diabo? Bálsamo da vida ou pura toxina 
mortal? Fica uma incógnita sobre a resposta certa ou absoluta, pois o assunto é 
complexo e requer o aval de várias áreas, médicas, psicológicas, históricas, 
econômicas, culturais. As drogas se tornaram definitivamente o mal do século, que 
contaminam e envolvem toda a sociedade e principalmente atinge o que há de mais 
bem precioso nela, sua juventude. 
A palavra droga, em linhas gerais, pode ser interpretada como qualquer 
substância não produzida pelo organismo que exerça alterações no funcionamento 
do corpo e da mente. Dentre as tantas definições de drogas, destacam-se algumas, 
como a expressa por Seibel e Toscano Jr. (2001) que atribuem ao termo uma 
etimologia controversa e sugerem que ele pode ter vindo do persa droa (odor 
aromático). Os gregos e os romanos usavam o álcool em festividades sociais e 
religiosas (BUCHER, 1991). 
Contudo, elas são também chamadas de psicoativas ou psicotrópicas 
(derivam-se de origem grega, traduzida como aquilo que age sobre a mente) tem 
ação no sistema nervoso central modificando o funcionamento cerebral, induzindo 
estímulos de euforia, sonolência, apatia, bem como potencializando variações de 
humor, e alterações de percepção sobre a realidade (Observatório Brasileiro de 
Informações sobre Drogas). 
24 
 
A OMS – Organização Mundial de Saúde, em 1981, elaborou os seguintes 
conceitos: droga é qualquer entidade química ou mistura de entidades (mas outras 
que não aquelas necessárias à manutenção da saúde, como, por exemplo, água e 
oxigênio), que alteram a função biológica e possivelmente a sua estrutura. Drogas 
Psicoativas são aquelas que alteram comportamento, humor e cognição, agindo nos 
neurônios, preferencialmente, e afetando o Sistema Nervoso Central – SNC. Drogas 
Psicotrópicas são as que agem no SNC produzindo alterações de comportamento, 
humor e cognição, possuindo grande propriedade reforçadora sendo, portanto, 
passíveis de autoadministração (uso não sancionado pela medicina). São drogas 
que levam à dependência. 
As drogas vêm historicamente acompanhando o desenvolvimento humano há 
muito tempo, adquirindo diferentes significados ao longo dos anos, transformando a 
cada dia a vida de seus usuários, a exemplo dos povos antigos que associado à 
integração social e ao bem comum local, usava substâncias psicoativas naturais em 
caráter ritualístico e espiritual (SENAD, 2014). Vale notar que ainda hoje o vinho é 
utilizado em cerimônias católicas e protestantes, bem como no judaísmo, no 
candomblé e outras práticas espirituais. 
Entretanto, com o passar dos tempos, com a industrialização e farmacologia 
as substâncias foram sendo modificadas e ampliadas, transformando seus princípios 
ativos na busca de medicamentos que diminuíssem sofrimentos físicos e transtornos 
psicológicos. 
Movimentos artístico-culturais, como o Hippie das décadas de 50 e 60, 
apresentam para o mundo a popularização do uso da droga. Num contexto histórico 
mundial de guerras, violências, ditaduras e censuras ideológicas que permeiam o 
séc. XX, a utilização de drogas, como maconha, LSD, cocaína e outros, traz para as 
pessoas um sentido de libertação. Protesto. De busca e transformação no sentido 
das coisas. O Woodstock é o evento que marca esse movimento. Nele “sexo, drogas 
e rock'n roll” se misturam a “Paz e Amor”. 
Nas últimas décadas, o uso de substâncias psicoativas legais e ilegais, teve 
consequências bastante negativas em nível individual e social, estando diretamente 
relacionado ao aumento da criminalidade, assim como também da violência. 
Seguindo este parâmetro, tem-se voltado ao aumento exponencial do consumo de 
drogas por parte da população jovem, representando um grave problema de saúde 
pública em uma escala mundial (BAUS, KUPEK e PIRES, 2002; CASTANHA e 
25 
 
ARAÚJO, 2006). Conforme a Organização Mundial da Saúde estima-se que quase 
dois terços das mortes prematuras e um terço da totalidade de doenças em adultos 
são associados a doenças ou comportamentos que começaram na sua juventude, 
como o abuso de drogas, principalmente o álcool e tabaco (OMS, 2006). 
Para alguns autores, o fenômeno do consumo de drogas se deve a fatores 
específicos e características do momento histórico em que se vive (GUIMARÃES et 
al., 2004; SCHENKER e MINAYO, 2005). Nesse sentido, sugere-se que a 
problemática atual referente ao uso indiscriminado de drogas possa ser considerada 
à luz do aparecimento da sociedade de consumo, que estimula o abuso, o exagero e 
o desequilíbrio. Sendo assim, compreende-se o uso de drogas mais como um 
sintoma do que como a causa de problemas em nossa sociedade (GUIMARÃES et 
al, 2004). 
De acordo com Santos (1997) é possível descrever quatro formas de 
consumo de substâncias psicoativas, quais sejam: experimentação (quando o uso é 
ocasional, por curiosidade ou para integrar-se a um grupo), uso de drogas (quando o 
consumo de drogas não expõe o indivíduo ou outras pessoas a situações de risco), 
abuso de drogas (quando o consumo provoca danos à saúde física, psíquica ou 
social, além da exposição a situações de risco) e, por fim, a dependência química 
(quando ocorre o uso compulsivo, com a priorização do uso em detrimento dos 
danos que causa e apresentando perdas pessoais, profissionais e sociais). 
Devemos também saber, que este mal afeta diferentes grupos sociais, 
independente de classe socioeconômica, idade, raça, etnia, sexo. Em fim, vem se 
espalhando sem fronteiras e a passos largos pelos diversos espaços geográficos. 
Em consequência, vêm afrontando os problemasde cunho social e de saúde 
pública, trazendo resultados negativos para a escola, família, trabalho, provocando o 
aumento da criminalidade. Estudos mostram que as drogas de forma indireta afetam 
a estrutura familiar (RIBEIRO, 2005; TIBA, 2007). 
Já o Brasil encontra-se em um patamar do qual não deve se orgulhar jamais. 
Segundo relatório da ONU (Organização das Nações Unidas), o país é o segundo 
maior mercado das Américas, com 870 mil usuários, atrás apenas dos Estados 
Unidos, com cerca de seis milhões de consumidores. Estes dados foram divulgados 
em 2005 (última pesquisa feita no Brasil sobre a quantidade de usuários de 
entorpecentes), e desta pesquisa para cá as coisas não mudaram muito, pois com 
base no relatório da mesma instituição (ONU) divulgado em Junho de 2012, o 
26 
 
número de usuários de cocaína e crack, por exemplo, vêm crescendo a cada dia no 
Brasil de forma bem acelerada. 
O relatório mundial sobre drogas do Escritório das Nações Unidas sobre 
Drogas e Crimes (UNODC, 2014) mostra que, mesmo sendo o consumo 
relativamente estável no mundo. Cerca de 243 milhões de pessoas, ou seja, 05% da 
população terrena existente, entre 15 e 64 anos, usaram drogas ilícitas em 2012. E 
que os usuários problemáticos somam por volta de 27 milhões, cerca de 0,6% da 
população adulta de todo o mundo. Segundo o chefe da UNODC, Yury Fedotov, há 
um sustentável controle de uso de drogas, sendo necessário um firme 
comprometimento internacional para este controle, com foco na prevenção, 
tratamento, reabilitação social e na integração. "Isso é particularmente importante na 
medida em que estamos nos aproximando da Sessão Especial da Assembleia Geral 
da ONU sobre o problema das drogas em 2016", diz Fedotov. 
 
FIGURA 01 - Dados relativos à atual pesquisa sobre consumo as drogas no mundo 
de 2014. 
DADOS DO RELATÓRIO MUNDIAL SOBRE DROGAS 
 Total de usuários de drogas 
Em média, cerca de 243 milhões de 
pessoas no mundo usa drogas ilícitas. 
 Usuários ''problemáticos'' 
São em média 27 milhões (dependentes 
ou que têm distúrbios ligados à droga) 
 Mortes por abuso 
Cerca de 200 mil pessoas morreram em 
2012 devido às drogas. 
 Substâncias psicoativas 
O número de novas drogas dobrou entre 
2009 e 2013. 
 
Fonte: ONU (2014). 
 
O álcool e o tabaco, por serem “lícitas”, são os maiores vilões entre as 
drogas. No entanto, o Brasil registra altos índices de usuários em todas as drogas 
“ilícitas” como maconha, cocaína, ecstasy, crack e outras. Na atualidade, o crack, 
por exemplo, tem se tornado a droga mais destruidora de vidas e famílias. De 
27 
 
dependência bastante rápida, transforma o ser humano em verdadeiro “mortos 
vivos”, atingindo todas as classes sociais e centros urbanos sem distinções, 
chegando até em locais de difíceis acessos como em zona rurais e florestais. 
Ainda contextualizando o consumo de drogas pela população, Santos (1997) 
afirma que as drogas ilícitas atingem 0,5% dos brasileiros, sendo o uso de crack e 
merla considerados como os mais preocupantes. O pior dado foi levantado pelo 
psiquiatra Pablo Roig durante o lançamento da Frente Parlamentar Mista de 
Combate ao Crack. Segundo o psiquiatra – baseado nos dados do IBGE – mais de 
1,2 milhão de pessoas são usuárias de crack no Brasil, e a idade média para início 
do uso da droga é 13 anos. 
É um desejo utópico demais, querer uma sociedade livre do consumo de 
drogas, mas Santos (1997) acredita que é possível lutar por um consumo reduzido 
de drogas através do investimento da Humanidade na evolução dos aspectos 
político-social, educacional e espiritual. 
O sentido é efetivar ações que devem visar à promoção da saúde, à 
qualidade de vida e ao bem-estar. 
 
1.2 POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS NO BRASIL 
 
 Não podemos adentrar nos sistemas ou formas de prevenção sem antes 
relatarmos as principais políticas públicas das quais são tratadas em nosso país no 
tocante ao combate ás drogas. 
 Políticas públicas são conjuntos de programas, ações e atividades 
desenvolvidas pelo Estado, com a participação de entes públicos ou privados, que 
visam assegurar determinado direito de cidadania, de forma difusa ou para 
determinado seguimento social, cultural, étnico ou econômico. As políticas públicas 
correspondem a direitos assegurados constitucionalmente ou que se afirmam graças 
ao reconhecimento por parte da sociedade e/ou pelos poderes públicos enquanto 
novos direitos das pessoas, comunidades, coisas ou outros bens materiais ou 
imateriais. 
 Sabemos que é difícil e ao mesmo tempo um desafio constante essa 
integração das políticas públicas existentes em torno de um objetivo comum. 
 
28 
 
 
1.2.1 SISNAD - Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas 
 
Assim expõe o Art. 1º da Lei 11.343/06: 
 
Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre 
Drogas - SISNAD; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, 
atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; 
estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico 
ilícito de drogas e define crimes. 
 
 O SISNAD - Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas -, criado 
pela Lei 11.343/2006, foi regulamentado pelo Decreto nº 5.912/0636. 
 Referido Sistema foi criado para cumprir metas e estratégias que estão 
elencadas em sua lei instituidora, mais precisamente no Art. 3º, onde enfatiza que o 
mesmo tem a finalidade de "articular, organizar, integrar, e coordenar as atividades 
relacionadas com a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social de 
usuários e dependentes de drogas e a repressão da produção não autorizada e do 
tráfico ilícito de drogas”. 
 Os órgãos integrantes do SISNAD são: 
I- Conselho Nacional Antidrogas – CONAD -, órgão normativo e de deliberação 
coletiva do sistema, vinculado ao Ministério da Justiça. 
 Nos termos do artigo 4º do Decreto nº 5912/06, ao CONAD, na qualidade de 
órgão superior do SISNAD, compete: 
 
Art. 4º-Compete ao CONAD, na qualidade de órgão superior do SISNAD: I- 
acompanhar e atualizar a política nacional sobre drogas, consolidada pelo 
SENAD; II- exercer orientação normativa sobre as atividades previstas no 
art. 1º; III- acompanhar e avaliar a gestão dos recursos do Fundo Nacional 
Antidrogas - FUNAD e o desempenho dos planos e programas da política 
nacional sobre drogas; IV - propor alterações em seu Regimento Interno; e 
V- promover a integração ao SISNAD dos órgãos e entidades congêneres 
dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. 
 
II- Secretaria Nacional Antidrogas; 
 A Secretaria Nacional Antidrogas – SENAD -, é ligado ao Ministério da Justiça 
e além de outras atribuições, acompanha atividades que visem à prevenção do uso 
de drogas; organiza metas e planos de estratégias para conseguir cumprir e 
acompanhar a Política Nacional Antidrogas; é também responsável em gerir o Fundo 
29 
 
Nacional Antidrogas - FUNAD e fiscalizar o que é feito com a verba desse fundo que 
é transferida para órgãos que são conveniados. 
III- Conjunto de órgãos e entidades públicos, do Poder Executivo Federal, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, mediante ajustes específicos, que 
exerçam atividades destinadas à prevenção do uso indevido, atenção e reinserção 
social de usuários e dependentes de drogas e à repressão da produção não 
autorizada e do tráfico ilícito de drogas; 
IV- as organizações, instituições ou entidades da sociedade civil que atuam nas 
áreas de atenção à saúde e da assistência social e atendam usuários ou 
dependentes de drogas e respectivos familiares, mediante ajustes específicos. 
 
1.2.2 AÇÕES DAS POLÍTICAS PÚBLICAS 
 
 Entende-se como um conjunto de ações coletivas voltadas para a garantia 
dos direitos sociais, configurando um compromisso público que visa dar conta de 
determinada demanda, em diversas áreas. É o conjunto de ações desencadeadas 
pelo Estado brasileiro em níveisfederal, estadual e municipal, com vistas ao bem 
coletivo, como afirma Souza (2006, p. 26): 
 
“Pode-se, então, resumir política pública como o campo do conhecimento 
que busca, ao mesmo tempo, “colocar o governo em ação” e/ou analisar 
essa ação (variável independente) e, quando necessário, propor mudanças 
no rumo ou curso dessas ações (variável dependente). A formulação de 
políticas públicas constitui-se no estágio em que os governos democráticos 
traduzem seus propósitos e plataformas eleitorais em programas e ações 
que produzirão resultados ou mudanças no mundo real”. 
 
 Resumidamente ela define o que é política pública, pois dentro dos estados 
modernos, as políticas públicas se abjuram em uma ferramenta primordial na 
organização da sociedade, pois codificam normas e valores sociais e influenciam a 
modelos e conduta das pessoas. Por tais razões, as políticas públicas são 
extraordinários processos na edificação da sociedade e têm importantes implicações 
culturais, legais, morais e econômicas. 
 Contudo, elas adquirem uma missão alegórica à medida que buscam resolver 
elementos distintos. Fala-se de políticas públicas quando se refere, por exemplo, à 
30 
 
política da educação de um país, à proteção ambiental, à defesa nacional, ou à 
eficácia na promoção de um programa de capacitação. 
 Podemos destacar a orientações relevantes da Política Nacional Antidrogas – 
PNAD -, da Política do Ministério da Saúde, do Sistema Único de Saúde – SUS -, 
que têm avançado significativamente ao longo dos anos na questão da prevenção e 
promoção da saúde do usuário de drogas e das principais orientações nessa área. 
 Dentre as Políticas Públicas que estabelecem preocupações voltadas às 
ações dos adolescentes, o Estatuto da Criança e do Adolescente, é a diretriz 
fundamental, e deve ser respeitado em qualquer projeto de atenção a esse público. 
O texto da lei aborda o encaminhamento de adolescentes usuários de drogas para 
tratamento como uma medida específica de proteção, estabelecendo seu direito e 
prioridade em receber atendimento. Baseado no artigo 101 do ECA, toda criança ou 
adolescente nessa situação deve receber orientação, apoio e acompanhamento 
temporários; requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em 
regime hospitalar ou ambulatorial, ou inclusão em programa oficial ou comunitário de 
auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos. 
 Lei nº 8.069/90: 
 
Art. 101. A autoridade competente poderá determinar, dentre outras, as 
seguintes medidas: 
I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de 
responsabilidade; 
II - orientação, apoio e acompanhamento temporários; 
III - matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino 
fundamental; 
IV - inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à 
criança e ao adolescente; 
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime 
hospitalar ou ambulatorial; 
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e 
tratamento a alcoólatras e toxicômanos; 
 
 Essas medidas também são aplicáveis aos pais ou responsáveis e são 
atribuições do Conselho Tutelar. 
 Existem também as Políticas Públicas referidas às atenções 
específicas aos problemas pautados no uso de álcool e outras drogas, a Política de 
Atenção Integral ao Usuário de Álcool e Outras Drogas (Brasil, 2004) que segue a 
diretriz mais importante na área da saúde pública. Essa política segue os princípios 
do Sistema Único de Saúde (SUS). Suas basilares orientações visam: consignar e 
31 
 
fortalecer um trabalho em rede, proporcionando uma atenção integral, nos moldes 
da intersetorialidade; garantindo acesso facilitado aos serviços; participação do 
usuário no tratamento; e a criação de serviços de atenção diária como alternativa 
aos hospitais psiquiátricos - os Centros de Apoio Psicossociais - (CAPS). (BRASIL, 
2004, p.24): 
 
Os CAPS desenvolvem uma gama de atividades que vão desde o 
atendimento individual (medicamentoso, psicoterápico, de orientação, entre 
outros) até atendimentos em grupo ou oficinas terapêuticas e visitas 
domiciliares. Também devem oferecer condições para o repouso, bem 
como para a desintoxicação ambulatorial de pacientes que necessitem 
desse tipo de cuidados e que não demandem por atenção clínica hospitalar. 
 
 Os CAPS apresentam atendimento periódico a pacientes que fazem 
um uso nocivo de álcool e outras drogas. No Brasil, esse atendimento proporciona 
aos usuários o planejamento terapêutico para ocorrer a evolução na prevenção ou 
no tratamento. Aborda questões importantes sobre como atuar na prevenção, para 
tanto ele define prevenção como um processo de planejamento, implantação e 
implementação de múltiplas estratégias voltadas para a redução dos fatores de risco 
específicos e fortalecimento dos fatores de proteção. Desse modo, conclui-se que 
prevenir é impedir o uso de substâncias psicoativas pela primeira vez e minimizar as 
consequências do uso. (BRASIL, 2004, p.24): 
 
As estratégias de prevenção devem contemplar a utilização combinada dos 
seguintes elementos: fornecimento de informações sobre os danos do 
álcool e outras drogas, alternativas para lazer e atividades livres de drogas; 
devem também facilitar a identificação de problemas pessoais e o acesso 
ao suporte para tais problemas. Devem buscar principalmente o 
fortalecimento de vínculos afetivos, o estreitamento de laços sociais e a 
melhora da autoestima das pessoas. 
 
 A Secretaria Nacional Antidrogas – SENAD -, também é outro órgão 
governamental responsável pelas diretrizes relativas ao controle do impacto das 
drogas na sociedade brasileira. Ela atua na redução das ofertas e da demanda de 
drogas no país e é responsável pela Política Nacional Sobre Drogas (Brasil, 2005). 
Suas principais diretrizes baseiam-se: em distinguir o direito de toda pessoa ao 
recebimento do tratamento drogadicional; em reconhecer as diferenças entre o 
usuário e a pessoa em uso indevido, o dependente e o traficante; em tentar atingir o 
ideal de construção de uma sociedade protegida do uso de drogas; em priorizar 
ações preventivas; em impulsionar ações integradas aos setores de educação, 
32 
 
saúde e segurança pública e em gerar ações de redução de danos, entre outras 
orientações. 
 
1.3 RAZÕES PELAS QUAIS OS JOVENS ESCOLHEM USAR AS DROGAS 
 
O uso de drogas como vimos inicialmente além de um fenômeno evolutivo, 
traz consigo sérias complicações. De acordo com Seibel e Toscano Jr. (2001) 
apesar de se reconhecer que o uso das drogas é um problema social e de saúde 
pública, o emprego da epidemiologia como instrumento de detecção e avaliação do 
consumo de substâncias psicoativas (SPA) nas sociedades modernas é 
relativamente recente. 
Conforme Andrade (2001, p.76), observa-se que as drogas, em característica 
geral, podem aumentar ou diminuir a atividade mental e produzir distorções no 
indivíduo, variando por usuário e por droga. Tudo depende de quem a usa e da 
maneira como ela é consumida. As drogas estimulam a atividade física, causando 
insônia e diminuição do cansaço e da fome, promovem sensações estimulantes, 
aliviam as tensões, relaxam os músculos, causam movimentos involuntários, asfixia, 
perda da capacidade crítica, visão dupla, náusea, confusão mental, alucinações, 
delírios, taquicardia, alterações dos sentidos, entre outros. O uso contínuo pode 
levar à morte, a exemplo da maconha, considerada uma droga leve ou inofensiva 
por alguns, mas que pode causar danos irreversíveis. Por exemplo, prejudica sua 
memória e habilidade de processar informações complexas, irrita seu sistema 
respiratório, pela constante presença da fumaça em seus pulmões, aumenta suas 
possibilidades de desenvolver câncer de pulmão, uma vez que a maconha tem o 
teor de alcatrão maior que os cigarros de tabaco. 
Muitos jovens têm dificuldade para reconhecer que o uso das drogaspode ser 
danoso, talvez sendo pelo mesmo motivo que muitos adultos os quais consomem 
bebidas alcoólicas tenham dificuldade para admitir que o álcool possa se tornar um 
hábito nocivo. Em grande parte, isso se deve ao fato de que a maioria dos 
consumidores de drogas, legais ou ilegais, conhece muitos usuários ocasionais, mas 
poucas pessoas que se tornam dependentes ou tiveram problemas com o uso de 
drogas. Por outro lado, o prazer momentâneo obtido com a droga e a imaturidade 
não favorecem maiores preocupações com os riscos. Se um jovem quiser 
experimentar drogas, vai sempre encontrar alguém que pode oferecê-las. 
33 
 
Segundo Cavalcante (1998, p.34): 
 
(...) ainda que pudéssemos contar com todos os esforços policiais 
disponíveis, seria muito difícil o controle absoluto da produção clandestina 
quanto da entrada de drogas ilegais em um país. Medidas para reduzir a 
oferta podem ser postas em prática, mas nunca termos uma sociedade sem 
drogas. É certo que em situações onde o acesso às drogas e muito fácil, 
existe também uma tendência ao consumo descontrolado. 
 
Os motivos que levam alguns jovens a se utilizarem de drogas variam muito. 
Cada pessoa tem necessidades, impulsos ou desígnios diferentes que as fazem agir 
de uma forma ou de outra e a fazer escolhas diferentes. Se confeccionássemos uma 
lista, de acordo com o que os especialistas relatam sobre esse assunto, 
observaríamos que as razões são muitas e que nossa lista ainda ficaria incompleta: 
curiosidade; para esquecer problemas, frustrações ou insatisfações; para fugir do 
tédio; para escapar da timidez e da insegurança; por acreditar que certas drogas 
aumentam a criatividade, a sensibilidade e a potência sexual; insatisfação com a 
qualidade de vida; busca do prazer; desejo de correr riscos; necessidade de 
experimentar emoções novas e diferentes; ser do contra; procura pelo sobrenatural; 
porque não vê nenhuma perspectiva para o seu futuro. Para Sanchez et al (2005) os 
fatores para uso de drogas, são os aspectos sócio demográficos, estado civil, 
trabalho, religião, família, localidade onde vive, classe social, se são sujeitos às 
condições impostas pelo tráfico, pais usuários de drogas, relacionamento com o pai 
ou mãe, grupo de jovens, religiosidade, atividade física (TAVARES et al, 2004). Silva 
e Matos (2004) acrescentam à lista com parâmetros parecidos, falta de empatia, as 
pressões exercidas pelo grupo, acesso às drogas, baixa autoestima, agressividade 
doméstica, situação econômica político-cultural, normas, genética, personalidade, 
exclusão social, mau desempenho escolar, entre outros como fatores de risco ao 
uso e abuso de drogas. Segundo Cavalcante (1998), fatores como a dificuldade de 
ser inserido no mercado de trabalho, a inadequação do sistema educacional e a falta 
de opções de lazer, encontram-se entre aquelas situações de risco que mobilizariam 
os jovens para o uso e a busca do prazer através das substâncias químicas. 
Cada grupo social, cada pessoa, tem em sua cultura, padrões de 
comportamento como de acordo as diferentes formas de estímulos, produzidos em 
seu meio ou fora dele, por exemplo, em nosso país, com tantas manifestações 
culturais, não podemos pensar, Natal e Semana Santa sem vinho, revellion sem 
34 
 
champanhe, carnaval sem cerveja e assim sucessivamente. Isso faz parte da cultura 
brasileira. Torna-se meio contraditório tentar combater o que na maioria das vezes é 
incentivado pelo grupo social, pela mídia, pela cultura comunitária e até mesmo pela 
desestruturação familiar etc. Mesmo assim, o uso das drogas é marcado pela 
contradição do que é legitimo ou proibido. A mídia acompanha e dá ênfase a essas 
contradições. A população recebe, através dos meios de comunicação, muitas 
informações sobre a violência relacionada ao tráfico e uso de drogas, porém, por 
outro lado, esta população tem sido estimulada ao consumo de bebidas alcoólicas 
em comerciais televisivos. 
OLIVEIRA, Pedro Ribeiro (2001, p.12-13), assegura que: 
 
O nosso mundo está uma droga. A nossa sociedade é uma sociedade 
drogada. Somos todos vítimas dessas drogas. Que droga? Essa substância 
que nós ingerimos para nos dar prazer, tirar dor, fazer sair do mundo, fazer 
viajar. Buscamos isto na maconha, álcool, cocaína, crack, heroína, cola de 
sapateiro, cogumelo, tantas drogas que estão aí, as drogas que compramos 
na farmácia para ajudar a dormir, para ajudar a não dormir etc. São drogas 
que estão dentro da nossa sociedade. E a pergunta que nos colocamos, 
hoje, é como viver numa sociedade que não precise de drogas? Ou como 
viver numa sociedade onde estas drogas estejam sob controle, apenas para 
remediar situações que não têm outro jeito, senão por alguns meios 
artificiais. 
 
 
O relato condiz com a realidade dos lares dos brasileiros, que também serve 
de incentivo ao uso. Raramente encontra-se uma família que não possua algum tipo 
de dependência por mais simples que sejam, antidepressivos, analgésicos, bebida 
alcoólica, etc. 
É bem verdade que sabemos que a influência do meio ao qual o jovem está 
inserido, contribui significativamente, podendo intervir ou não no amadurecimento 
mental e crescimento do indivíduo. Pais, família, comunidade, escola, que buscam 
transformar e conscientizar sobre as consequências do uso das drogas. Dentre elas, 
podemos observar que a família tem um papel fundamental no desenvolvimento 
desse ser, ela é a sua primeira referência, é a mediadora entre o indivíduo e a 
sociedade, porém há outras condições preexistentes que podem influenciar o 
desenvolvimento psicológico, físico e social, determinando o seu comportamento 
frente ao consumo ou não das drogas. 
Através dessas razões ou listas, percebe-se que quem se utiliza de drogas 
sempre está buscando por uma experiência diferente, por algo novo, distinto, 
35 
 
ousado. Na realidade, aparentemente, torna-se uma missão dificílima convencer os 
jovens da ideia de que qualquer ser humano se estiver bem consigo mesmo, 
cuidando-se, tendo amor-próprio, naturalmente estas mesmas emoções vão surgir 
sem precisar de nenhum aditivo. E para que esses jovens possam afastar-se das 
drogas, é necessário que existam outras opções mais interessantes e prazerosas, 
que possam ocupar o tempo que seria utilizado com drogas, dentro de um contexto 
muito mais saudável. E os jovens devem aprender a conhecer suas emoções e a 
lidar com suas dificuldades e problemas. 
Um modelo de prevenção deve contribuir para que eles se responsabilizem 
por si mesmos, a fim de que seu comportamento de risco na sociedade, como um 
todo, possa ser modificado, estimulando a atividades criativas que possam absorver 
e entusiasmar esses jovens. 
Com tudo, podemos considerar que os modelos de prevenção que queremos, 
são aqueles avaliados pela sociedade como os capazes de “resolver” os empecilhos 
postos. Muitas vezes construídos a base de aspectos restritos a uma determinada 
camada da população. Desta forma, seus retornos são absorvidos por uns e os 
demais indivíduos acabam por viver a margem. Modelos baseados em visão do que 
seja ideal não consideram os indivíduos como sujeitos deste processo. 
Consequentemente tornam-se individualistas e não correspondem aos anseios da 
sociedade. 
 Desta maneira, é bom sabermos, que não existe modelo ideal de programa de 
prevenção, tampouco melhor ou pior, pois não se podem reduzir as diversas 
dimensões do social e de outros aspectos da vida em sociedade. Considera-se 
importante desenvolver ações que tenham por princípios o sentido do construir. A 
partir desta nova concepção poderemos avançar na construção de modelos que 
correspondam aos anseios das demandas juvenis e da família e da sociedade como 
um todo. Há diferentes possibilidades de abordagem da questão, em que os fatores 
de proteção devem ser realçados e os fatores de risco, minimizados. 
 Um modelo de prevenção deve contribuir para que eles se responsabilizempor si mesmos, a fim de que seu comportamento de risco na sociedade, como um 
todo, possa ser modificado, estimulando a atividades criativas que possam absorver 
e entusiasmar esses jovens. 
 
 
36 
 
CAPÍTULO 2 – PREVENÇÃO 
“Fácil é sonhar todas as noites. 
Difícil é lutar por um sonho”. 
Carlos Drummond de Andrade 
 
2.1 PREVENIR AINDA É O MELHOR CAMINHO? 
 
O dicionário Aurélio identifica que prevenir quer dizer: “preparar; chegar antes 
de; evitar (um dano ou um mal); impedir que algo se realize”. 
A prevenção é o princípio básico para evitar situações sinistras nas mais 
diferentes áreas. Ao exemplo de uma criança quando nasce é submetida a uma 
série de procedimentos preventivos que tem por objetivo protegê-la de doenças e 
garantir-lhe uma melhor qualidade de vida. É submetida a vacinas, testes e exames 
para que todas essas ações sirvam de medidas preventivas em saúde na pretensão 
de detectar, caso haja, tratamento e prevenir para que não adoeçam. Até mesmo 
antes do nascimento, o bebê já está cercado de ações preventivas, os pais realizam 
exames durante a gestação. Prevenção nada mais é do que um processo contínuo 
que tem início antes da detecção do problema. O ato de prevenir “significa vir antes, 
tomar a dianteira, dispor com antecipação, dispor de maneira que evite algum dano, 
ou mal (...) objetiva evitar que determinada situação ocorra para que se evitem 
consequências indesejáveis”. (RIBEIRO 2005, p.51). 
E quando o problema já está instalado, é possível remediar ou prevenir aquilo 
que já existe? 
Conforme Andrade e Bassit (1995, p. 86). 
 
Dada à complexidade da problemática do uso de drogas, envolvendo a 
interação de fatores biopsicossociais, o campo das ações preventivas é 
extremamente abrangente, envolvendo aspectos que vão desde a formação 
da personalidade do indivíduo até questões familiares, sociais, legais, 
políticas e econômicas. 
 
Segundo estes autores trabalhar nessa área é complexo: exige apoio, 
conhecimento, criatividade, preparo e, mais do que isso, exige equipes motivadas e 
persistentes que acreditem na capacidade de crescimento do indivíduo e da 
sociedade. 
37 
 
Historicamente, em nosso país, as propostas de prevenção são tratadas 
numa perspectiva de “guerra às drogas”, “combate a esse mal”, reproduzidas de 
modelos americanos ainda do tempo em que George Bush governava aquele país 
(CANOLETTI; SOARES, 2005). Abordagens que tratam de um tema tão complexo 
de forma a amedrontar ou aterrorizar mostram clara ineficiência, pois além de não 
surtir o resultado esperado, ao contrário, despertam a curiosidade. (Idem). Uma 
intervenção preventiva como parte de um sistema visa fortalecer os fatores de 
proteção com intuito de atribuir autonomia e responsabilidade ao jovem, 
possibilitando-o a fazer escolhas conscientes, quanto ao uso indevido de drogas por 
meios da ponderação crítica sobre os efeitos e consequências do uso, diluindo 
assim os fatores de risco como normas e atitudes sociais favoráveis à 
experimentação (RONZANI, 2009). 
No universo da prevenção, existem diferentes áreas comentadas: prevenção 
de doenças, prevenção de acidentes de trânsito, prevenção de acidente de trabalho, 
prevenção à evasão escolar, prevenção à violência contra a mulher. É consenso que 
a prevenção proporciona uma melhor qualidade de vida às pessoas, possibilitando 
melhores perspectivas e motivação para a vida social, profissional, familiar, afetiva. 
Porém prevenção deve ser entendida como uma ação concreta e não ser utilizada 
apenas como emblemas ou slogan de campanhas. É educar para uma vida mais 
saudável. 
Distinguindo a importância da prevenção dentro da sociedade como um todo, 
a abordagem aqui em questão foca o mundo das drogas: prevenção ao uso das 
drogas. Estudos mostram números alarmantes de consumo de substâncias 
psicoativas e de pessoas dependentes de drogas de diferentes naturezas. 
Felizmente os novos conhecimentos trouxeram novas maneiras de enfrentar o 
problema das drogas, que não seja somente a repressão, como no passado. 
Bastos e Mesquita (2004, p.182), e alguns estudiosos, seguem a linha de que: 
 
É tempo de substituir as declarações de fé pelo rigoroso escrutínio 
científico, partindo de pressupostos que não sejam pró ou antidrogas, mas 
que, de fato, consigam minimizar os danos decorrentes do consumo em um 
sentido mais amplo... 
... faz com que estratégias alternativas à pura e simples repressão no 
âmbito do danos secundários ao abuso de drogas, até então restrita a um 
punhado de ativistas e especialistas, se revestisse de uma dimensão 
coletiva e global e se tornassem legítimas aos olhos de dirigentes líderes de 
países e comunidades influentes. 
 
38 
 
Diante desse pensamento, é possível perceber que é necessário muito mais 
do que proibir, e sim buscar alternativas plausíveis para a ação, visando a atuações 
eficazes que envolvam a sociedade nos seus mais variados segmentos, uma vez 
que cada um tem sua parcela de responsabilidade, afinal os danos causados afetam 
toda a população. 
Santos (1997), ao falar sobre prevenção às drogas, menciona que o trabalho 
preventivo moderno se pauta na participação conjunta da escola e da família, 
enfatizando as vantagens de um estilo de vida sem drogas e destacando as 
alternativas de lazer, as práticas esportivas e o desenvolvimento do potencial criativo 
de cada ser. Santos (1997, p.50-51) também traz que “um estudo de prevenção 
sério não distingue drogas legais das ilegais, pois, para ambos a ameaça é a 
dependência e a morte”. 
Lidia Rosenberg Aratangy, em texto publicado no livro Drogas na Escola, 
alternativas teóricas e práticas (p.14, 1998), afirma: 
 
O caminho para prevenção do uso de drogas não passa necessariamente 
pela repressão. Muito mais importante e eficaz do que alardear proibições 
(dificilmente obedecidas) é oferecer canais para que o jovem possa dar 
vazão a sua necessidade de viver experiências significativas e de partilhá-
las com seu grupo. 
 
Neste palco, a autora baseia-se em compreender que prevenção com 
métodos que envolvam os prováveis usuários em atividades que os levem a 
participar de trabalhos em grupos e compartilhar outras experiências, bem como 
explorar o potencial de cada um fará mais efeitos do que a utilização de métodos 
repressores, a exemplo daqueles usado no passado. 
Em meados do ano de 1998, o Brasil participou da Sessão Especial da 
Assembleia Geral das Nações Unidas e aderiu aos Princípios Diretivos de Redução 
da Demanda de Drogas, estabelecidos pelos Estados-membros. Os Princípios 
objetivaram reforçar o compromisso político, social, sanitário e educacional, em 
caráter permanente, no investimento em programas de redução da demanda de 
drogas. Tal compromisso teve, no Brasil, como consequências, a reestruturação do 
Sistema Nacional Antidrogas (SISNAD), a criação da Secretaria Nacional Antidrogas 
(SENAD) e a elaboração de uma Política Nacional Antidrogas (PNAD). Em 2005 o 
Conselho Nacional Antidrogas - CONAD aprovou a nova Política Nacional Sobre 
Drogas. 
39 
 
A PND - Política Nacional sobre Drogas (BRASIL, 2005), dentre essas 
diretrizes valem a pena destacar as seguintes Orientações: 
 
1) A efetiva prevenção e fruto do comprometimento, da cooperação e da 
parceria entre os diferentes segmentos da sociedade brasileira e dos órgãos 
governamentais, federal, estadual e municipal, fundamentada na filosofia da 
“Responsabilidade Compartilhada”, com a construção de redes sociais que 
visem à melhoria das condições de vida e promoção geral da saúde. 
2) A execução desta política, no campo da prevenção deve ser 
descentralizada nos municípios, com o apoio dos Conselhos Estaduais de 
políticas públicas sobre drogas e da sociedade civil organizada, adequada 
às peculiaridades locais e priorizando as comunidades mais vulneráveis, 
identificadas por um diagnóstico. Para tanto, os municípios devem ser 
incentivados a instituir, fortalecere divulgar o seu Conselho Municipal sobre 
Drogas. 
3) As ações preventivas devem ser pautadas em princípios éticos e 
pluralidade cultural, orientando-se para a promoção de valores voltados à 
saúde física e mental, individual e coletiva, ao bem-estar, à integração 
socioeconômica e a valorização das relações familiares, considerando seus 
diferentes modelos. 
4) As ações preventivas devem ser planejadas e direcionadas ao 
desenvolvimento humano, o incentivo à educação para a vida saudável, 
acesso aos bens culturais, incluindo a prática de esportes, cultura, lazer, a 
socialização do conhecimento sobre drogas, com embasamento científico, o 
fomento do protagonismo juvenil, da participação da família da escola e da 
sociedade na multiplicação dessas ações. 
5) As mensagens utilizadas em campanhas e programas educacionais e 
preventivos devem ser claras, atualizadas e fundamentadas cientificamente, 
considerando as especificidades do público-alvo, as diversidades culturais, 
a vulnerabilidade, respeitando as diferenças de gênero, raça e etnia. 
 
Nota-se então que o recurso da prevenção dentro do ambiente educacional é 
fundamental na luta contra as drogas. Caminhando ainda dentro deste contexto, as 
Diretrizes para ações preventivas apontadas pela PND (BRASIL, 2005) destacam 
que se deve: 
 
1) Garantir aos pais e/ou responsáveis, representantes de entidades 
governamentais e não governamentais, iniciativa privada, educadores, 
religiosos, líderes estudantis e comunitários, conselhos estaduais e 
municipais e outros atores sociais, capacitação continuada sobre prevenção 
do uso indevido de drogas lícitas e ilícitas, objetivando engajamento no 
apoio às atividades preventivas com base na filosofia da responsabilidade 
compartilhada. 
2) Dirigir as ações de educação preventiva, de forma continuada, com foco 
no indivíduo e seu contexto sociocultural, buscando desestimular o uso 
inicial de drogas, incentivar a diminuição do consumo e diminuir os riscos e 
danos associados ao seu uso indevido. 
3) Promover, estimular e apoiar a capacitação continuada, o trabalho 
interdisciplinar e multiprofissional, com a participação de todos os atores 
sociais envolvidos no processo, possibilitando que esses se tornem 
multiplicadores, com o objetivo de ampliar, articular e fortalecer as redes 
sociais, visando ao desenvolvimento integrado de programas de promoção 
geral à saúde e de prevenção. 
40 
 
4) Propor a inclusão, na educação básica e superior, de conteúdos relativos 
à prevenção do uso indevido de drogas. 
 
Avançou-se neste sentido, com a criação da Lei 11.343 de 23 de agosto de 
2006, fortalecendo em especial seu artigo 19 na prevenção ao uso indevido de 
drogas que determina diretrizes, tais como: 
 
Art. 19 As atividades de prevenção do uso indevido de drogas devem 
observar os seguintes princípios e diretrizes: 
I - o reconhecimento do uso indevido de drogas como fator de interferência 
na qualidade de vida do indivíduo e na sua relação com a comunidade à 
qual pertence; 
II - A adoção de conceitos objetivos e de fundamentação cientifica como 
forma de orientar as ações dos serviços públicos comunitários e privados e 
de evitar preconceitos e estigmatização das pessoas e dos serviços quais 
atendam; 
V - A adoção de estratégias preventivas diferenciadas e adequadas às 
especificidades socioculturais das diversas populações, bem como das 
diferentes drogas utilizadas. 
IV - O compartilhamento de responsabilidades e a colaboração mútua com 
as instituições do setor privado e com os diversos segmentos sociais, 
incluindo usuários e dependentes de drogas e respectivos familiares, por 
meio do estabelecimento de parcerias; 
VI - o reconhecimento do “não uso”, do “retardamento do uso” e da redução 
de riscos como resultados desejáveis das atividades de natureza 
preventiva, quando da definição dos objetivos a serem alcançados; 
X - o estabelecimento de políticas de formação continuada na área da 
prevenção do uso indevido de drogas para profissionais de educação nos 3 
(três) níveis de ensino; 
XI - a implantação de projetos pedagógicos de prevenção do uso indevido 
de drogas, nas instituições de ensino público e privado, alinhados às 
Diretrizes Curriculares Nacionais e aos conhecimentos relacionados a 
drogas; 
Parágrafo único. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas 
dirigidas à criança e ao adolescente deverão estar em consonância com as 
diretrizes emanadas pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do 
Adolescente - Conanda. 
 
E de acordo com a Legislação e Políticas Públicas sobre Drogas no Brasil 
(BRASIL, 2010) pontua-se o seguinte pressuposto: 
 
- Buscar, incessantemente, atingir o ideal de construção de uma sociedade 
protegida do uso de drogas ilícitas e do uso indevido de drogas lícitas; 
- Apoiar e promover a educação, treinamento e capacitação de profissionais 
que atuem em atividades relacionadas a redução de danos. 
- Priorizar a prevenção do uso indevido de drogas, por ser a intervenção 
mais eficaz e de menor custo para a sociedade. 
 
Neste sentido, as políticas sobre drogas em nosso país, deixam bem clara a 
necessidade da prevenção ao abuso de drogas, tendo em vista, o pensar numa 
dimensão humana a ser respeitada, desenvolvendo valores e normas 
41 
 
fundamentadas no respeito às pessoas e suas diferenças. É levar em conta o 
contexto histórico do homem, da sociedade e de suas drogas. É dar relevo a uma 
dimensão ética que considera o indivíduo como cidadão responsável pelos seus 
atos, pela sua saúde, pelo seu corpo, pelas suas opções de vida. (BUCHER, 1985). 
Em contra partida, ainda nos tempos de hoje, algumas disposições legais 
apresentam-se irreais; por exemplo, os artigos 81 e 243 do Estatuto da criança e do 
adolescente, que tratam sobre a proibição da venda de armas e bebidas alcoólicas 
às crianças e aos adolescentes. Verifica-se na prática que tais medidas não são 
bem executadas, demonstrando que é preciso seriedade e rigidez na efetivação das 
decisões legislativas, assim como na fiscalização quanto ao cumprimento das leis. 
Diante de tudo acima citado, conclui-se que há muitas conquistas no que diz 
respeito à prevenção do uso de drogas. Os direitos existem, a legislação fora 
elaborada, porém resta a grande e urgente necessidade de conhecimento e 
efetivação das leis por parte de toda a população, para que, de fato, estas sejam 
colocadas em prática objetivando combater os efeitos desastrosos que o uso e o 
abuso de drogas causa em todos. 
 
2.2 PAPEL DA ESCOLA NA PREVENÇÃO: EDUCAR PARA NÃO PUNIR 
 
É necessário primeiramente, em se falando de educação, compreendermos, 
no mínimo, os conceitos básicos que ela nos traz. Resaltarmos então as diretrizes 
de Paulo Freire, que nos ensinam o quanto a educação não deve ser neutra, mas 
sim reflexiva, capaz de gerar meios que permitam o desenvolvimento integral de 
cada um, que abra caminhos entre o pensar e o agir (FREIRE, 1997). Já de acordo 
com Brandão, a educação consiste no "processo de desenvolvimento da capacidade 
física, intelectual ou moral da criança e do ser humano em geral, visando à sua 
melhor integração individual e social". (BRANDÃO, 1995, p.6). 
Brandão (1995, p.8). Também alega que: 
 
A educação está em todos os lugares e no ensino de todos os saberes. 
Assim não existe modelo de educação, a escola não é o único lugar onde 
ela ocorre e nem muito menos o professor é seu único agente. Existem 
inúmeras educações e cada uma atende a sociedade em que ocorre, pois é 
a forma de reprodução dos saberes que compõe uma cultura, portanto, a 
educação de uma sociedade tem identidade própria. 
 
42 
 
Assim, podemos dizer que o processo de educação que o autor relata inicia-
se na família, quando os pais ensinam a seus filhos o que julgam ser certo, como 
comportar-se diante das situações, a respeitar o próximo. Ou seja, é a base da 
formação da criança, que, aos poucos, vai sendo preparada para a vida em meio

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