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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE ESTRUTURA DA MATÉRIA ‘B’ Estatística de análise de dados Mesa de pregos Curso: 142 - Licenciatura em Física Turma: N1 Turno: Noturno Data: 22/04/2002 Professor: Flávio Equipe: ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ Introdução As curvas de distribuições normais têm a mesma forma geral. Elas são simétricas com os valores mais concentrados no meio do que nos lados. Logo abaixo mostramos alguns exemplos: A área embaixo da curva é a mesma e a altura de uma distribuição normal pode ser especificada matematicamente por dois parâmetros: a média e o desvio padrão. Algumas das razões porque a distribuição normal é importante é que muitas variáveis psicológicas e educacionais são aproximadamente distribuídas normalmente. Medidas de habilidades de leitura, introversão, nível de satisfação no emprego, e memória são algumas variáveis psicológicas que são distribuídas normalmente. Uma segunda razão é que ela é fácil de manipular matematicamente, isso significa que muitos tipos de testes estatísticos podem ser derivados de distribuições normais. 2 Objetivos Faremos experiências com um arranjo que procura simular o modelo pelo qual um sistema, a partir da mesma situação inicial, evolui de muitos modos diferentes, em virtude do efeito conjunto de uma infinidade de pequenos fatores. Cada um dos fatores exerce sua contribuição para alterar o andamento dos fatos de maneira essencialmente aleatória. Lidamos freqüentemente com eventos deste tipo, quando um mesmo experimento nos dá muitos resultados, uma infinidade de fatores independentes desvia o valor real que supomos existir. O que obtemos é uma coleção de pontos dispersos, mas cujo conjunto guarda relação com o valor inicial. Material e procedimento experimental - Bolas de vidro; - Recipiente para guardar e posteriormente coletar as bolas de vidro; - Tábua de pregos; - Canaletas; - Rampas; - Suporte para inclinar a tábua de pregos; - Nivelador. 3 Discussão teórica A mesa de pregos é composta de 20 canaletas, lançamos diversas vezes as bolinhas nas camadas da mesa de pregos. Lançamos primeiro uma série de bolinhas da mesma posição para verificar o comportamento delas nas canaletas. Se supusermos que o que ocorre em cada camada não depende do caminho anterior da bolinha, não podemos prever antecipadamente onde a bolinha vai parar, a bolinha “decide” cada vez, se irá para a esquerda ou direita, do mesmo modo que uma moeda “decide” de que lado cairá. Após ter atravessado várias camadas de pregos, a bolinha é recolhida em alguma das canaletas existentes na base do plano inclinado. Embora não saibamos onde a bolinha irá parar, podemos calcular a probabilidade de que ela caia em certa canaleta. O método matemático é idêntico ao usado na previsão da distribuição de cara e coroa, depois de um certo número de lançamentos, é a chamada distribuição binomial. Uma aproximação analítica desta distribuição, para o caso em que o número de eventos favorável é muito grande, é a distribuição normal (ou de Gauss). Elaboramos várias tabelas com os lançamentos das bolinhas: Ponto 1 - 20 bolas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 1 0 0 0 2 0 2 2 1 1 0 3 3 2 1 2 1 0 0 0 0 2 1 0 0 0 0 1 2 1 3 1 4 3 0 1 2 1 0 0 0 0 3 0 0 1 0 1 0 2 1 3 3 2 3 0 2 1 1 0 0 0 0 4 0 0 0 0 1 1 4 3 2 1 0 5 0 2 1 0 0 0 0 0 5 0 0 0 0 0 1 2 1 1 5 6 0 0 2 1 0 0 0 1 0 Total 1 0 1 2 2 5 12 7 10 10 15 14 2 8 7 3 0 0 1 0 Ponto 1 - 100 bolas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 1 1 2 3 4 4 7 11 7 8 14 15 11 4 3 2 2 1 0 0 1 2 0 2 5 2 2 3 8 9 10 12 12 16 12 1 4 2 1 1 0 0 3 0 0 2 2 5 4 7 11 9 12 14 16 4 8 2 1 3 0 0 0 4 2 1 3 1 2 8 4 10 15 11 18 13 6 2 2 1 0 0 1 0 5 1 1 5 5 4 5 7 12 10 12 12 12 5 2 1 1 2 2 1 0 Total 4 6 18 14 17 27 37 49 52 61 71 68 31 16 11 7 7 3 2 1 Ponto 1 - 200 bolas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 1 1 0 4 10 16 12 12 16 27 30 23 11 11 9 10 4 2 2 0 0 2 3 1 6 10 12 24 24 17 25 20 22 15 6 6 4 4 1 0 0 0 3 2 6 1 8 2 3 15 6 11 26 20 33 15 18 13 6 7 5 3 1 4 1 0 3 4 4 8 6 12 12 27 21 28 13 16 14 15 3 8 2 1 5 1 1 2 3 6 3 12 11 19 24 24 28 15 19 15 8 1 5 1 2 Total 8 8 16 35 40 50 69 62 94 127 110 115 60 68 56 37 14 20 6 4 Ponto 2 - 200 bolas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 4 1 0 0 0 0 3 2 7 21 21 40 27 35 21 23 11 5 4 0 1 0 2 0 0 0 0 1 4 5 15 29 37 35 35 15 13 6 3 1 1 0 0 3 0 0 0 2 0 1 4 7 18 37 40 40 29 13 6 2 0 1 0 0 4 0 0 0 0 0 2 6 9 30 38 29 40 16 17 7 4 1 1 0 0 5 0 0 0 0 1 4 7 11 26 40 33 23 25 16 5 5 1 0 0 1 Total 0 0 0 2 5 13 29 63 124 192 164 173 106 82 35 19 7 3 1 1 Ponto 3 - 200 bolas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 1 1 7 20 31 28 28 22 20 25 8 5 3 1 1 0 0 0 0 0 0 2 7 3 21 33 36 39 29 13 5 7 4 1 1 0 0 0 0 0 0 0 3 6 13 24 27 22 36 26 18 16 9 1 0 1 0 0 1 0 0 0 0 4 5 6 22 32 21 32 26 29 19 2 1 5 0 0 0 0 0 0 0 0 5 3 5 23 34 40 24 31 23 7 3 3 3 1 0 0 0 0 0 0 0 Total 22 34 110 157 147 159 134 103 72 29 14 12 4 1 0 1 0 0 0 0 5 Discussão prática 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 -2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 PONTO 1 - 20 BOLAS Fr eq uê nc ia Canaleta 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 CANALETA F R E Q U Ê N C IA PONTO 1 - 20 BOLAS HISTOGRAMA Média Desvio padrão Área 10,30 3,34 100,92 6 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 0 10 20 30 40 50 60 70 80 Canaleta Fr eq uê nc ia PONTO 1 - 100 BOLAS 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 0 10 20 30 40 50 60 70 80 PONTO 1 - 100 BOLAS HISTOGRAMA F R E Q U Ê N C IA CANALETA Média Desvio padrão Área 10,01 2,97 481,00 7 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 0 20 40 60 80 100 120 140 PONTO 1 - 200 BOLAS Canaleta Fr eq uê nc ia 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 0 20 40 60 80 100 120 PONTO 1 - 200 BOLAS HISTOGRAMA Média Desvio padrão Área 10,48 3,67 993,02 8 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 0 50 100 150 200 PONTO 1 - 320 BOLAS Fr eq uê nc ia Canaletas 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 0 50 100 150 200 PONTO 1 - 320 BOLAS HISTOGRAMA Média Desvio padrão Área 10,28 3,42 1571,00 9 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 0 50 100 150 200 CANALETA F R E Q U Ê N C IA PONTO 2 - 200 BOLAS HISTOGRAMA Média Desvio padrão Área 10,96 2,18 1009,70 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 0 20 40 60 80 100 120 140 160 CANALETA F R E Q U Ê N C IA PONTO 3 - 200 BOLAS HISTOGRAMA Média Desvio padrão Área 5,56 2,46 1017,28 11 Faremos agora o cálculo matemático para achar a média e o desvio padrão para os pontos 2 e 3. Ponto 2 – 200 bolas f x ii xf ixδ ii xf δ× ( ) 2ixδ ( ) 2ii xf δ× 000 01 0000 -10,09 0,00 101,81 0,00 000 02 0000 -9,09 0,00 82,63 0,00 000 03 0000 -8,09 0,00 65,45 0,00 002 04 0008 -7,09 14,18 50,27 100,54 005 05 0025 -6,09 30,45 37,09 185,46 013 06 0078 -5,09 66,17 25,91 336,84 029 07 0203 -4,09 118,62 16,73 485,18 063 08 0504 -3,09 194,69 9,55 601,64 124 09 1116 -2,09 259,20 4,37 541,79192 10 1920 -1,09 209,33 1,19 228,23 164 11 1804 -0,09 14,81 0,01 1,34 173 12 2076 0,91 157,38 0,83 143,17 106 13 1378 1,91 202,43 3,65 386,58 082 14 1148 2,91 238,60 8,47 694,25 035 15 0525 3,91 136,84 15,29 535,01 019 16 0304 4,91 93,28 24,11 458,00 007 17 0119 5,91 41,37 34,92 244,47 003 18 0054 6,91 20,73 47,74 143,23 001 19 0019 7,91 7,91 62,56 62,56 001 20 0020 8,91 8,91 79,38 79,38 1019 11301 -11,81 1814,90 671,97 5227,69 09,11tan,1 20 1 == ∑ = xtoporxf N x i ii 78,1:,1 20 1 == ∑ = xdánosqueoxf N x i ii δδδ ( ) 27,2,1 20 1 22 == ∑ = x i iix entãoxfN σδσ Portanto o valor da média para o ponto 2 é: 11,09 ± 2,27 Para calcular a densidade de probabilidade utilizaremos a fórmula: ( ) ( )2/1 dxe d xp δ pi δ −= 12 Ponto 3 – 200 bolas f x ii xf ixδ ii xf δ× ( ) 2ixδ ( ) 2ii xf δ× 022 01 0022 -10,09 221,99 101,81 2239,90 034 02 0068 -9,09 309,07 82,63 2809,53 110 03 0330 -8,09 889,93 65,45 7199,80 157 04 0628 -7,09 1113,17 50,27 7892,73 147 05 0735 -6,09 895,27 37,09 5452,46 159 06 0954 -5,09 809,36 25,91 4119,85 134 07 0938 -4,09 548,10 16,73 2241,88 103 08 0824 -3,09 318,30 9,55 983,64 072 09 0648 -2,09 150,50 4,37 314,59 029 10 0290 -1,09 31,62 1,19 34,47 014 11 0154 -0,09 1,26 0,01 0,11 012 12 0144 0,91 10,92 0,83 9,93 004 13 0052 1,91 7,64 3,65 14,59 001 14 0014 2,91 2,91 8,47 8,47 000 15 0000 3,91 0,00 15,29 0,00 001 16 0016 4,91 4,91 24,11 24,11 000 17 0000 5,91 0,00 34,92 0,00 000 18 0000 6,91 0,00 47,74 0,00 000 19 0000 7,91 0,00 62,56 0,00 000 20 0000 8,91 0,00 79,38 0,00 999 5817 93,54 1907,45 1102,52 5627,64 82,5tan,1 20 1 == ∑ = xtoporxf N x i ii 91,1:,1 20 1 == ∑ = xdánosqueoxf N x i ii δδδ ( ) 37,2,1 20 1 22 == ∑ = x i iix entãoxfN σδσ Portanto o valor da média para o ponto 3 é: 5,82 ± 2,37 13 Conclusão Concluímos que ao soltarmos as bolinhas do mesmo ponto (ponto 1) notamos que a característica da distribuição nas canaletas permanece a mesma, mas ao soltarmos do ponto 2 (mais próximo da canaleta central) percebemos que a distribuição fica mais concentrada, o afunilamento da curva fica mais estreito, e por causa disso o desvio padrão diminuiu. A mesma experiência foi feita soltando a bolinha do ponto 3 (mais inclinado para a esquerda), a maioria das bolinhas ficaram nas canaletas da esquerda. Vimos através de cálculos matemáticos que obtivemos aproximadamente os mesmos resultados das médias e desvios padrões obtidas dos gráficos. Bibliografia http://www.ruf.rice.edu/~lane/hyperstat/normal_distribution.html Tratamento de dados experimentais, UFPB 14 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE ESTRUTURA DA MATÉRIA ‘B’ Estatística de análise de dados Mesa de pregos Curso: Turma: Flávio
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