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NOÇÕES GERAIS DE DIREITO PENAL
Primeiramente, devemos distinguir Ciência Penal, Direito Penal e Poder Punitivo, que são três elementos distintos, vejamos:
Ciência Penal: É a dogmática que tem por objetivo estudar, sistematizar e aprimorar o Direito Penal vigente com base nas disposições normativas. Portanto, a Ciência Penal tem como objeto de estudo o próprio Direito Penal e esse estudo é feito pelos dogmáticos, intérpretes e estudiosos do Direito.
Poder Punitivo: É o poder do Estado de punir aquele que viola a norma penal incriminadora. Portanto, quem detém o poder punitivo é somente o Estado, sendo vedada a chamada justiça privada (ou com as próprias mãos). O Estado exerce-o por meio de seus vários órgãos.
Direito Penal: É o conjunto de normas penais em vigor que se impõe coercitivamente por meio de uma legislação escrita (direito positivo). No entanto, a doutrina explica tal conceito em três ângulos:
Conceito formal: Trata-se de um conjunto de normas jurídicas mediante o qual o Estado proíbe determinadas condutas, sob ameaça de sanção penal. 
Conceito material: Refere-se a comportamentos considerados reprováveis ou danosos ao organismo social, afetando bens jurídicos indispensáveis a sua própria conservação e progresso.
Conceito social: É um dos modos de controle social utilizados pelo Estado. Controle subsidiário (atuação do Direito Penal apenas diante do fracasso de outras formas de controle jurídicas). O que diferencia uma norma penal das demais impostas é a espécie de consequência jurídica (cominação de penas e medidas de segurança). Segue o princípio da intervenção mínima: só se criminaliza uma conduta se for meio necessário para proteção de determinado bem jurídico
# CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL:
NORMATIVO: O objeto é a lei penal;
PÚBLICO: O Estado é detentor do poder coercitivo;
CULTURAL: Ciência do “Dever Ser”;
VALORATIVO: Escala própria de valor;
FINALISTA: Proteção dos bens jurídicos;
FINALIDADE PREVENTIVA: Instiga as pessoas a não cometerem condutas danosas;
FRAGMENTÁRIO: Apenas alguns bens jurídicos são tutelados pelo Direito Penal;
SANCIONADOR: Impõe sanções institucionalizadas, protege a Ordem Jurídica aplicando sanções.
# EXPLICANDO MELHOR AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Finalidade preventiva: antes de punir o infrator da ordem jurídica, o Direito Penal procura motivá-lo para que dela não se afaste, estabelecendo regras proibitivas e cominando sanções penais, visando unicamente evitar a prática do crime. Agora, se falhar a função motivadora da norma penal, transforma-se a sanção abstratamente cominada, tornando aquela prevenção genérica, em sanção efetiva sobre o indivíduo infrator, constituindo-se agora a chamada prevenção especial, que é a manifestação mais autêntica do seu caráter coercitivo.
Valorativo, pois estabelece sua própria escala de valores, que varia de acordo com o fato que lhe dá conteúdo.
Finalista, na medida em que visa a proteção dos bens jurídicos fundamentais (vida, patrimônio, segurança pública, etc.) como garantia de sobrevivência da ordem jurídica.
Sancionador, pois protege a ordem jurídica aplicando sanções visando o bem comum.
# ONDE FICA O DIREITO PENAL NA TEORIA GERAL DO DIREITO?
Simples! É o ramo do direito público por ser composto obrigatoriamente por regras impostas pelo Estado, uma vez que este é o titular exclusivo do poder de punir figurando como sujeito passivo nas relações jurídicas penais.
Atente-se sempre que se houver uma infração ao direito e interesses de uma pessoa e essa infração assume certas proporções, sendo que os demais meios de controle social mostram-se ineficazes para harmonizar o convívio social, entra em ação o Direito Penal, com sua natureza de meio de controle social, que procura resolver o conflito. Todos os demais estudos acerca do Direito Penal partem dessa premissa ok!
# IMPORTANTE SABER:
Infrações Penais é gênero, do qual possui duas espécies:
a) Crimes/delitos - São punidos por meio do nosso Código Penal: Decreto-Lei 2.848/40.
b) Contravenções (crime anão) – São punido com base no Dec. 3688/41.
Crime é uma infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; Ex.: crime de homicídio, art. 121, CP.
Contravenção é uma infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente. Ex.: cometer vias de fato, art. 21, Dec. 3688/41.
# CLASSIFICAÇÃO DO DIREITO PENAL:
Direito Penal Objetivo ou Positivo- é o conjunto de normas criadas ou reconhecidas por uma comunidade politicamente organizada que garanta sua efetividade mediante a força pública. O poder de criar ou reconhecer eficácia a tais normas é atributo da soberania, e sua positividade depende de um ato soberano, que garanta o seu cumprimento de forma coercitiva. É positivo pelo fato de que é “posto” pelo poder político. O Direito Penal é um direito positivo, pois a sua obrigatoriedade não depende da aceitação dos seus destinatários, mas da vontade estatal que o impõe, por meio da pena. 
Direito Penal Subjetivo – ele se origina do Direito Penal Objetivo, e constitui-se no jus puniendi, cuja titularidade exclusiva pertence ao Estado, como manifestação do seu poder de império. É o direito de punir do Estado. 
Direito Penal Substantivo ou material – é o direito penal propriamente, constituído por normas que definem os princípios jurídicos que normatizam condutas criminosas e cominam sanções aos infratores. 
Direito Penal Adjetivo ou formal – é um direito processual, que tem a finalidade de determinar a forma de como deve ser aplicado o direito penal.
Direito Penal Comum – segundo a doutrina o Direito Penal Comum, é aquele que poderá ser aplicado pela Justiça comum. Exemplo, um crime de homicídio, um furto, um roubo, etc. 
Direito Penal Especial – é aquele aplicável somente por determinados órgãos especiais da justiça. Exemplo: Direito penal militar, direito eleitoral.
Direito penal de emergência – atendendo demandas de criminalização, o Estado cria normas de repressão, muitas vezes motivado pela opinião pública, querendo devolver para a sociedade a sensação (ilusória) de tranquilidade.
# “PRIVATIZAÇÃO” DO DIREITO PENAL:
Expressão utilizada pela doutrina para destacar o atual e crescente papel da vítima no âmbito criminal. Depois de relegada a segundo plano, inúmeros institutos penais e processuais penais foram criados sob o enfoque da vítima, preponderando seu interesse sobre o poder punitivo do Estado. A função da pena, até então restrita à retribuição e prevenção, inclui a reparação como nova possibilidade.
# VELOCIDADES DO DIREITO PENAL:
Nada mais é que o tempo que o Estado leva para punir o autor de uma infração penal. 
1ª velocidade: Se utiliza de Penas privativas de liberdade. (FUNDA-SE EM GARANTIAS INDIVIDUAIS)
2ª velocidade: Penas não privativas de liberdade, ou seja, utiliza-se penas restritivas de direito, pecuniárias etc. (PENAS ALTERNATIVAS/ OPOSIÇÃO AO CÁRCERE).
3ª velocidade: Mista. (FLEXIBILIZAÇÃO). Utiliza-se da pena privativa de liberdade (como o faz o Direito Penal de primeira velocidade), mas permite a flexibilização de garantias materiais e processuais (o que ocorre no âmbito do Direito Penal de segunda velocidade). 
# RELAÇÕES DO DIREITO PENAL COM OUTROS RAMOS DO DIREITO:
Direito Constitucional – Define o Estado e seus fins, bem como os direitos individuais, políticos e sociais.
Direito Administrativo – A Lei Penal é aplicada através dos agentes da Administração (Juiz, Promotor, Delegado, etc.); utilizam-se conceitos de Direito Administrativo (“cargo”, “função”, etc.).
Direito Processual Penal – Íntima a relação.
Direito Processual Civil – Fornece normas comuns.
Direito Civil – Um mesmo fato pode caracterizar um ilícito penal e obrigar uma reparação civil.
Direito Comercial – Tutela a Lei Penal institutos como o cheque, a duplicata, os crimes falimentares.
Direito do Trabalho – Crimes contra a Organizaçãodo Trabalho e nos efeitos trabalhistas da sentença penal – Art. 482, CLT.
Direito Tributário – Crimes de sonegação fiscal – Lei 4.729/65.
# RELAÇÃO DO DIREITO PENAL COM AS DISCIPLINAS AUXILIARES:
  
Medicina Legal - exame de corpo de delito (causa mortis).
Criminalística – Política Científica. Ex.: pegadas, manchas, impressões digitais, projéteis, locais de crimes, etc.
Psiquiatria Forense – Estudo dos distúrbios mentais.
# FUNÇÕES DO DIREITO PENAL:
Proteção de bens jurídicos: O Direito Penal tem como função a proteção de bens jurídicos, isto é, valores ou interesses reconhecidos peio Direito e imprescindíveis à satisfação do indivíduo ou da sociedade. Apenas os interesses mais relevantes são erigidos à categoria de bens jurídicos penais, em face do caráter fragmentário e da subsidiariedade do Direito Penal. O legislador seleciona, em um Estado Democrático de Direito, os bens especialmente relevantes para a vida social e, por isso mesmo, merecedores da tutela penal.
Controle social: Ao Direito Penal é também reservado o controle social ou a preservação da paz pública, compreendida como a ordem que deve existir em determinada coletividade.
Função de garantia: Por mais paradoxal que possa parecer, o Direito Penal tem a função de garantia. De fato, funciona como um escudo aos cidadãos, uma vez que só pode haver punição caso sejam praticados os fatos expressamente previstos em lei como infração penal. Por esse motivo, Franz von Liszt dizia: “O Código Penal é a Magna Carta do delinquente”.
Função ético-social: Busca-se um efeito moralizador, almejando assegurar um “mínimo ético”, que deve reinar em toda a comunidade. O Direito Penal desempenha a função “educativa” em relação aos cidadãos, fomentando valores ético-sociais, mesmo no tocante a bens que ainda não tenham sido assumidos pela sociedade como fundamentais.
Função simbólica: direito penal do terror (inflação legislativa, hipertrofia do Direito Penal). 
Função motivadora: O Direito Penal motiva os indivíduos a não violarem suas normas, mediante a ameaça de imposição cogente de sanção na hipótese de ser lesado ou colocado em perigo determinado bem jurídico. É como se as leis penais dissessem: “não matar”, “não roubar”, “não furtar” etc.
Função de redução da violência estatal: O Direito Penal moderno apresenta uma nova finalidade, qual seja a de reduzir ao mínimo a própria violência estatal, já que a imposição de pena, embora legítima, representa sempre uma agressão aos cidadãos.
Função promocional: O Direito Penai não deve se preocupar em manter os valores da sociedade em que se insere. Ao revés, destina-se a atuar como instrumento de transformação social. Não deve o Direito Penal constituir-se em empecilho ao progresso, mas sim em ferramenta que auxilie a dinamizar a ordem social e promover as mudanças estruturais necessárias para a evolução da comunidade.
# FUNÇÕES DO DIREITO PENAL NO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO:
Mas nós sabemos o que significa Estado Democrático de Direito? Então vamos lá:
O Estado democrático de direito nada mais é que qualquer Estado que se aplica a garantir o respeito das liberdades civis, ou seja, o respeito pelos direitos humanos e pelas garantias fundamentais, através do estabelecimento de uma proteção jurídica. Vejam que em um Estado de Direito, até as próprias autoridades políticas estão sujeitas ao respeito das regras de direito.
E o Direito Penal, exerce uma importante função no Estado Democrático de Direito. Num primeiro momento, que é no plano do tipo penal incriminador, exerce a função de proteção de bens jurídicos essenciais, protegendo a vida, por exemplo, ao estabelecer tipificações cujas normas proíbem atentados contra esse bem fundamental. Em casos como, por exemplo, de legítima defesa, onde a vítima em contra-ataque fere ou mata seu agressor. A função do Direito Penal deve ser acrescentada do vocábulo indispensável. Aqui, devemos ressaltar que a função de indispensável proteção de bens jurídicos essenciais reforça o princípio da intervenção mínima (subsidiariedade e fragmentariedade), que permeia o Direito Penal.
A segunda função do Direito Penal é a função garantidora ou de garantia. A garantia se expressa na proteção da dignidade do indivíduo supostamente autor de um delito frente ao Estado, ficando o próprio Estado adstrito a atuar somente de acordo com a legalidade e a cumprir os princípios garantidores do Direito Penal elencados na Constituição e na legislação inferior.
É verdadeiro que o Estado, por meio do Direito Penal e de sua sanção, tem em vista assegurar a manutenção do ordenamento jurídico, mas também é certo que essa atuação não pode ser efetuada de qualquer forma e medida para proteger a convivência dos seres humanos em sociedade. São necessários limites, que são por outro lado garantias consagradas à dignidade, vida e liberdade das pessoas.
Bons estudos!!!

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