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FISIOLOGIA DE FUNGOS: ASPECTOS DO CRESCIMENTO E REPRODUÇÃO CRESCIMENTO Crescimento: aumento irreversível em volume, envolvendo mudanças nos componentes, metabolismo, forma e função. Fungos miceliais: divisão celular e aumento da célula Estágios de crescimento esporo esporulação germinação crescimento vegetativo I - ESPORO É uma parte distinta do micélio especializada para reprodução, sobrevivência e dispersão. Tem como características: _ baixo metabolismo; _ pouca água; _ desprovido de movimento citoplasmático; II - GERMINAÇÃO Fases da germinação 1. A morfologia e fisiologia muda no interior do esporo; 2. Ocorre a ação do tubo-germinativo na parede do esporo; 3. Elongação do tubo germinativo e o estabelecimento do crescimento polar; Esporos são responsáveis pela dispersão e sobrevivência dos fungos. _ Esporos de dormência fase de dormência (antes da germinação): _ Controle endógeno: requer baixa temperatura durante algum tempo, necessitando de algum choque para que possa desenvolver as mudanças fisiológicas e morfológicas dentro do esporo; _ Controle exógeno: esporos germinam em condições favoráveis, dependem das condições do meio ambiente, condições apropriadas para a germinação (umidade, temperatura, nutrientes, etc...) esporo ⇓ altera permeabilidade de membrana ⇓ aumento de volume do esporo ⇓ poros germinativos ⇓ tubo germinativo O poro germinativo inicia-se pela diferença de cargas na membrana, como a pressão interna é maior, a membrana tende a sair pelo poro, formando então o tubo germinativo, neste ocorre uma grande síntese de substâncias, e com isso aumenta o consumo de oxigênio, água e nutrientes. III - CRESCIMENTO SOMÁTICO Crescimento vegetativo envolve a elongação do tubo germinativo na extremidade. Quando ocorre a ramificação do tubo germinativo da-se o nome de HIFA. Um conjunto de hifas formam o micélio que constitui o corpo do fungo. Uma colônia representa o crescimento somático/reprodutivo dos fungos em cultura. Parede impermeável (dormência) Estímulo externo: químico ou físico Início da germinação Fonte externa de nutriente/água Uma colônia fúngica pode crescer esfericamente (meio líquido) e circularmente (meio sólido). Elongação das hifas Ocorre nas extremidades; as partes mais velhas são incapazes de crescer, mas podem formar novo protoplama. POSICIONAMENTO DAS ORGANELAS NO ÁPICE DAS HIFAS REPRESENTAÇÃO HIPOTÉTICA DA PAREDE CELULAR DIAGRAMA INTERPRETATIVO DA SEQÜÊNCIA DE ACONTECIMENTOS NA EXPANSÃO DO ÁPICE DAS HIFAS. O material é transferido do RER para o Complexo de Golgi; do Complexo de Golgi a vesícula (cisterna com o conteúdo e membrana) migram para o ápice da hifa, nesse caminho elas podem fundir-se. As vesículas se acumulam no ápice da hifa e se fundem com a membrana plasmática, liberando seu conteúdo na região da parede. Septos Os septos desenvolvem-se da parede para o interior. Conforme caminhamos para as regiões mais afastadas do ápice, ou zona de crescimento, ocorre um aumento na vacuolização da hifa, os septos podem se obliterar , e o material não consegue ir para o ápice . Ramificação das hifas A ramificação das hifas ocorre para a exploração do substrato e pela dominância apical. O padrão de ramificação das hifas no ambiente natural é alterado quando o fungo cresce em meio de cultura. Na natureza as hifas vão em direção ao alimento. No meio de cultura o alimento está em toda a volta, por essa razão que nas culturas o fungo cresce circularmen Quando corta-se a hifa lider as subordinadas se desenvolvem Hifa lider Hifas subordinadas CINÉTICA DO CRESCIMENTO FÚNGICO Leveduras em meio líquido. Leveduras são fungos unicelulares que apresentam divisão em duas células. I II III IV V VI Tempo Estágio I (Fase lag) - nenhuma divisão celular; Estágio II (Fase de aceleração) - início da divisão celular, transição entre dormência e crescimento; Estágio III (Fase exponencial) - divisão celular atinge o maior aumento do número de células e mantém-se uniforme; Estágio IV (Fase de desaceleração) - diminui a divisão celular; Estágio V (Fase estacionária) - não existe crescimento adicional, a produção de células é igual a morte de células. Estágio VI (Fase de declínio) - diminui o número de células viáveis, aumento de células mortas; Densidade de células CINÉTICA DO DESENVOLVIMENTO FÚNGICO Fungos filamentosos (miceliais). Nesses fungos o crescimento é restrito as extremidades das hifas, portanto não sujeito a uma análise quantitativa precisa. I II III Tempo Estágio I (Fase lag) - sem crescimento aparente; Estágio II (Fase linear) - crescimento rápido, linear; Estágio III (Fase de declínio) - não existe crescimento, diminuição do peso seco devido a autólise; Avaliação do crescimento fúngico _ Peso fresco: - registros seqüenciais (favorável) - variações no conteúdo de água (desfavorável) _ Peso seco: - medida mais absoluta - registro de uma única vez _ Diâmetro/raio da colônia: - registros seqüenciais - estimativa grosseira _ Método bacteriológicos (célula isolada - leveduras) - turbidimetria - número de células _ Dosagem de proteínas: - micélio dificil de separar do meio - necessidade de controle _ Dosagem de ergosterol: - micélio dificil de separar do meio - trabalhosa/cara - mais precisa Pode passar para a fase reprodutiva Densidade óptica ou peso seco IV - ESPORULAÇÃO (REPRODUÇÃO) Quando os nutrientes estão em abundância e disponíveis, o fungo fica preferencialmente no estágio assimilativo (vegetativo), porém quando os nutrientes não estão mais disponíveis ou algum fator adverso ocorreu ele passa para o modo reprodutivo. As hifas podem passar por um período de dormência antes de esporular. meio nutritivo meio pouco nutritivo somático reprodutivo Absorção de nutrientes Os fungos absorvem seus nutrientes através da utilização de enzimas digestivas extracelulares, as quais promovem a quebra das moléculas, tornando estas passíveis de absorsão. Moléculas pequenas (amino ácidos, açúcares) são absorvidas diretamente. Moléculas grandes (celulose, amido, proteínas) necessitam de uma “digestão” preliminar extra- celular. Enzimas extra-celulares Moléculas grandes Moléculas simples Exterior Interior da célula enzimas intra-celulares moléculas simples absorvidas No de frutificação Digestão e absorção nos fungos Absorção: Todos os íons maisas moléculas passam através do plasmalema, sendo este semi- permeável, controlando o movimento do soluto. _ A água entra na hifa por difusão passiva (≠ osmótica); _ Cátions (K, NH3, Mg, Ca, Fe) são absorvidos por transporte ativo; _ Glicose e outros açúcares entram por difusão facilitada e os amino-ácidos por transporte ativo. Requerimento nutricional É difícil determinar no habitat natural, porém em cultura pura é possível. Substrato natural: são baratos, fáceis de preparar e suportam o crescimento de muitos fungos, porém têm composição desconhecida. Substrato sintético: apresenta concentração e composição conhecida e pode ser duplicado, porém alguns fungos crescem pouco ou não crescem. HIFA polímero insolúvel enzima A enzima B produtos intermediários unidades solúveis do polímero absorção pela hifa enzimas intracelulares Elementos essenciais foram determinados através de estudos nutricionais. Macroelementos: _ não metálicos: C, N, H, O, S, P; _ metálicos: K, Mg; Os macroelementos tem função na atividade enzimática, ácidos nucléicos e amino ácidos. Microelementos: Fe, Cu, Mn, Zn, Mo, B, Ca; Os microelementos atuam na ativação de enzimas e na síntese de vitaminas. Vitaminas (compostos orgânicos que funcionam como co-enzimas): _ todos os fungos necessitam de vitaminas do complexo B, porém aparentemente não necessitam de vitaminas A, D, E. _ sintetizam: tiamina, biotina, piridoxina, ácido nicotínico, ácido pantotênico, inositol, riboflavina, ácido p-amino benzoico.. INFLUÊNCIA DE FATORES ABIÓTICOS LUZ Fototropismo A maioria dos fungos apresentam fototropismo positivo, porém alguns apresentam fototropismo negativo, como é o caso do tubo germinativo de alguns fitopatógenos. Especto de ação: a maioria dos fungos respondem nas faixas: _ UV-C: 100-280nm _ UV-B: 280-320nm _ UV-A: 320-380nm _ Azul: 380-500nm _ Verde (ou amarelo) a vermelho: 500-700nm Os fungos podem ser influenciados pela luz no sentido de produzir, em cultura, anéis de esporulação (luz) ou anéis de crescimento vegetativo (escuro). Ritmos circadianos: é um tipo de ritmo biológico que tem a periodicidade de 24h, que é o ciclo diurno da terra. Os fungos apresentam ainda um ritmo endógeno que persiste sob luz contínua ou escuro com periodicidade de 24h, e afeta o crescimento, esporulação e pigmentação. pH Todos os fungos estão em contato com soluções aquosas, portanto, concentrações de íons de hidrogênio influenciam no seu crescimento. O pH afeta principalmente: _ disponibilidade de certos íons metálicos (Mg + P = formam complexos em pH alto, pois ficam insolúveis); _ permeabilidade celular é alterada na passagem de cátions e ânions; _ pH celular interno afeta atividade enzimática, sendo o pH ótimo entre 4-8; _ pH ótimo para o crescimento da maioria dos fungos é de 7; _fungos alteram o pH do meio; Umidade Os fungos requerem altos níveis de umidade para seu pleno crescimento: _ Máximo crescimento: 95-100% _ crescimento diminui: 80-85% _ poucos crescem: < 60% Aeração O crescimento da maioria dos fungos é inibido por altas concentrações de CO2 (quantidade variável), alguns fungos toleram até 75%. Praticamente todos requerem oxigênio para o crescimento. A utilização de compostos de carbono ou nitrogênio afeta a quantidade de oxigênio disponível na atmosfera. O mais importante é que o oxigênio e vital à respiração celular!!!!
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