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CADERNO DE MFC SUMÁRIO: 1. HIPERTENSÃO ARTERIAL................................................................................................................................... 03 2. TUBERCULOSE ...................................................................................................................................................12 3. ALTERAÇÕES ANATÔMICAS E FISIOLÓGICAS DA GESTAÇÃO ..............................................................................18 4. DIABETES MELLITUS ..........................................................................................................................................23 5. IMUNIZAÇÕES ...................................................................................................................................................36 6. DISLIPIDEMIA ....................................................................................................................................................40 Definição: Principal fator de risco modificável com associação independente, linear e contínua para doenças cardiovasculares (DCV), doença renal crônica (DRC) e morte prematura. Diagnóstico: • Pressão Arterial de consultório ≥ 140 x 90 mmHg em 2 consultas OU • PA ≥ 140 x 90 mmHg em 1 consulta + alto risco cardiovascular OU • PA ≥ 180 x 110 mmHg medida isolada OU • Medidas residenciais (MRPA - Medida Residencial da PA - ou MAPA - Medida Ambulatorial da PA) com PA média ≥ 130 x 80 mmHg Conceitos: • Hipertensão Arterial (HA) mascarada: - Níveis pressóricos normais no consultório mas elevados no MAPA ou MRPA - no consultório está normal mas em casa está elevada • HA avental branco: - PA elevada no consultório, mas normal fora dele Primeira consulta: EM UMA PRIMEIRA CONSULTA, É IMPORTANTE REALIZAR ALGUNS PASSOS, SENDO ELES • Confirmar diagnóstico • Classificar entre HAS Primária ou secundária - HAS primária: apareceu sozinha, ou seja, não é causada por nenhuma outra doença - HAS secundária, por sua vez, é aquela causada por alguma doença de base - Desconfiar de HA secundária quando: ❖ HAS estágio 3 antes dos 30 ou após os 55 anos; ❖ HAS resistente (necessário mais que 3 drogas para controle) ou refratária (necessário mais que 5 drogas para controle); ❖ Uso de medicações associadas à aumento da pressão arterial; ❖ Tríade do Feocromocitoma ou indícios de SAHOS (síndrome da apneia/hipopneia obstrutiva do sono; principal causa de hipertensão secundária); ❖ Assimetria ou ausência de pulsos em MMII; ❖ Hipocalemia espontânea ou importante induzida por diuréticos ✓ Estágio 1: PAS 140-159 e/ou PAD 90-99 ✓ Estágio 2: PAS 160 – 179 e/ou PAD 100- 109 ✓ Estágio 3: PAS ≥ 180 e/ou PAD ≥ 110 Em casos de hipertensão resistente, o mais indicado é adicionar a espironolactona como quarto fármaco, isso porque, a maior causa de hipertensão resistente é hipervolemia. HAS secundária: SÍNDROME DA APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO • Causa mais comum de hipertensão secundária • Paciente com roncos, sonolência diurna, fadiga, dificuldade de concentração • Relacionado a obesidade e aumento na circunferência do pescoço • Diagnóstico: polissonografia RENOVASCULAR • Suspeitar se paciente com sopro abdominal na ausculta, edema agudo de pulmão de repetição, piora de função renal > 20% após inícios de IECA/BRA • Diagnóstico: Doppler de artérias renais, angio TC/RM, arteriografia renal (padrão ouro) • Em mulheres jovens, pensar em displasia fibromuscular como etiologia da estenose; Em idosos, pensar em aterosclerose ESTENOSE UNILATERAL COARTAÇÃO DE AORTA • Desconfiar se o paciente apresentar PA e pulsos reduzidos em MMII (pelo menos 10 mmHg menor do que nos MMSS) • Rx Tórax: corrosão de costelas (circulação colateral é desenvolvida para irrigação da parte inferior do corpo -> aumento das artérias torácicas -> corrosão) • ECO e/ou angioTC de tórax para o diagnóstico HIPERALDOSTERONISMO PRIMÁRIO • Quando suspeitar: hipocalemia + hipertensão resistente • Se Aldosterona/Atividade de Renina > 30 ou Aldosterona > 15, realizar teste confirmatório, que se positivo, deve prosseguir com imagem da adrenais • Tratamento pode ser cirúrgico ou clínico, com espironolactona 50-300 mg/dia SÍNDROME DE CUSHING • É resultado do hipercortisolismo • O Diagnóstico é formado com Cortisol urinário (24h) > 55 mcg e Teste de supressão do cortisol positivo (cortisol matinal basal e matinal 8h após dexametasona > 1,8 mcg/dL) • RNM: indicada para a pesquisa de tumoração FEOCROMOCITOMA • Hipertensão paroxística com a tríade: cefaleia, sudorese e palpitações • Diagnóstico: - Metanefrinas plasmáticas livres (ideal) ou metanefrinas + catecolaminas urinárias (mais acessível) - Se os anteriores forem positivos, solicitar TC e RM para pesquisa do feocromocitoma • Tratamento cirúrgico OUTRAS CAUSAS • Hipotireoidismo • Hipertireoidismo Crise hipertensiva: • Pseudocrise hipertensiva: - PA elevada em contexto de sintomas inespecíficos (ex: paciente chega a pronto socorro com intensa dor abdominal e ao aferir sua pressão ela está alta) - são administrados apenas anti- hipertensivos • Urgência hipertensiva: - PAD ≥ 120 mmHg sem lesão de órgão alvo - conduta: anti-hipertensivo VO (captopril, clonidina) + reavaliação ambulatorial precoce • Emergência hipertensiva: - PAD ≥ 120 mmHg com lesão de órgão alvo aguda e progressiva - buscar a lesão de órgão alvo - conduta: anti-hipertensivo EV (ex: nitroprussiato)+ internação hospitalar FARMACOLOGIA DOS ANTI HIPERTENSIVOS PA=DC x RVP. Logo, os fármacos usados no tratamento da HAS visam reduzir o DC e/ou RVP. DC: volume de sangue ejetado por minuto. PA sistólica: • Valor máximo de pressão arterial para que o ventrículo esquerdo consiga vencer a RVP e, dessa forma consiga ejetar sangue e gerar fluxo • Sístole do ventrículo esquerdo PA diastólica: • Refere-se ao momento que o ventrículo esquerdo encontra-se em diástole. Logo, a PA diastólica é a pressão mínima necessária para manter o fluxo sanguíneo mínimo no interior dos vasos • Encontra-se elevada quando a RVP está elevada PA média: Fisiologia do controle da pressão arterial: BARORREFLEXO • Permite um controle rápido da pressão arterial; regulação a curto prazo • Apresentam sensores de pressão (mecanorreceptores: sensíveis a distensão) CRONOTROPISMO e INOTROPISMO • Cronotropismo:dose de NPH antes de dormir, isso porque, o pico de ação da NPH aplicada às 22 hrs será às 6h da manhã - A paciente está chegando em níveis muito altos de glicemia antes do almoço (ex: no dia ela foi de 147 antes do café para 234 antes do almoço). Assim, deve-se incrementar uma NPH antes do café da manhã para evitar que a glicemia fique muito alta antes do almoço. - É possível observar também um aumento significativo na glicemia da paciente 2hrs após o almoço. Diante disso, deve-se colocar insulina regular antes da paciente almoçar. Insulinoterapia em situações especiais: EFEITO SOMOGY (incomum) • É definido por um paciente que utiliza insulina -> faz uma hipoglicemia na madrugada -> acorda pela manhã com uma hiperglicemia. Isso ocorre pois: na madrugada devido a hipoglicemia ocorre picos de hormônios contrarreguladores para tentar corrigir esta hipoglicemia. Estes hormônios então levam a uma hiperglicemia matinal de rebote. • Tratamento: - redução da dose de insulina NPH ou lenta, pela noite - fornecer mais alimentos na hora de deitar-se FENÔMENO DO ALVORESCER • É um fenômeno mais comum, ocorrendo em até 75% dos pacientes com DM1 e na maioria dos pacientes DM2 • Nesta caso o paciente terá picos de hormônios contrarreguladores liberados no início do sono, assim, a sensibilidade insulínica por volta da 5-8 horas da manhã irá reduzir bastante -> paciente cursa com hiperglicemias • Quadro clínico: - Glicemias normais de madrugada e altas ao despertar • Tratamento: - aumento da insulina NPH ao deitar-se OU - bomba de infusão, com aumento da insulina basal entre 5-8 horas da manhã. Calendário vacinal de bebês (PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÕES – PNI): • Vacinação dos prematuros deve ser realizada segundo a IDADE CRONOLÓGICA, não se deve corrigir idade • Palivizumabe: - 2000g Hepatite B Realizar obrigatoriamente 4 doses DTP Utilizar a DTPa (acelular) Rotavírus e Pólio Oral Não utilizar em ambiente hospitalar Palivizumabe Aplicar nos meses de maior circulação do vírus sincicial respiratório para pacientes selecionados Calendário vacinal de adolescentes (PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÕES – PNI): • Este calendário apresenta 2 vacinas próprias, sendo elas: HPV e meningocócica ACWY • Possui também 1 vacina que gosto de chamar de grudenta ou de "chicleta", pois ela vai estar presente em todos os calendários a partir daqui: dT (difteria e tétano) • Possui 3 vacinas que "olham para trás", para o calendário anterior, pois se já tiverem sido aplicadas, não precisam de novas doses: Hepatite B, febre amarela e tríplice viral VACINAS DOSE HPV - 9 a 14 anos - Duas doses Meningocócica ACWY - 11 a 14 anos - Dose única Dupla bacteriana adulto (dT) - Uma dose de reforço a cada 10 anos - Três doses, se não tiver o esquema completo anteriormente Hepatite B Três doses, se não tiver o esquema completo anteriormente Febre amarela Dose única, se não tiver vacinação prévia Tríplice Viral (Sarampo, caxumba e rubéola) Duas doses, se não tiver o esquema completo anteriormente Calendário vacinal de adultos 25 a 59 anos (PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÕES – PNI): VACINAS INDICAÇÃO/DOSE Hepatite B 3 doses na vida (verificar situação vacinal) Febre amarela Dose única na vida (verificar situação vacinal) Tríplice Viral 2 doses na vida (até 29 anos) 1 dose (30 a 49 anos) (verificar situação vacinal) Dupla Adulto (dT) 3 doses na vida e reforço a cada 10 anos (verificar situação vacinal) Imunizações Calendário vacinal de idosos 60 anos ou mais (PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÕES – PNI): VACINAS INDICAÇÃO/DOSE Hepatite B 3 doses na vida (verificar situação vacinal) Febre amarela Dose única (verificar situação vacinal) Pneumocócica 23V Uma dose e um reforço Dupla Adulto (dT) 3 doses na vida e reforço a cada 10 anos (verificar situação vacinal) Influenza (gripe) Uma dose anual Calendário vacinal de gestantes (PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÕES – PNI): VACINAS INDICAÇÃO/DOSE Hepatite B 3 doses, no esquema 0-1-6 meses dTPa Uma dose a partir da 20ª semana de gestação Influenza (gripe) Uma dose anual Covid-19 - qualquer semana gestacional - intervalo de 6 meses entre as duas doses BCG (BACILO CALMETTE-GUERIN): . • Protege contra formas graves de tuberculose (meningoencefalite e miliar) • Aplicada ao nascer em todos os bebês maiores de 2000g • Na ausência de cicatriz, não se deve revacinar • Filhos de mãe com tuberculose bacilífera: não vacinar - Deve-se iniciar uma quimioprofilaxia com isoniazida ou rifampicina por 3 meses - 3 meses depois deve-se fazer um PPD. Se PPDe rubéola aplicada aos 12 meses • Indivíduos com até 29 anos que não foram vacinados devem receber 2 doses • Dos 30 aos 59 anos: uma dose • Profissionais de saúde: 2 doses • Dose “zero”: é uma dose extra para crianças de 6 a 12 meses (ex: crianças que vivem em locais de surtos) TETRA • Refere-se a tríplice viral + a varicela aplicada aos 15 meses Raiva: • Ferimentos leves: - obrigatoriamente deve ser único, superficial e não pode ser em áreas da face, mãos ou pés • Ferimento grave: - localizado em região da face, mãos ou pés. Além de múltiplo, profundo ou com lambedura de mucosa ou ferimento • Se o contato foi indireto: não é necessário fazer nada • Se gato ou cachorro: 1) Animal observável sem suspeita de raiva: Observar por 10 dias - Se vivo/saudável -> encerra o caso - Se morto, desaparecido ou doente -> acidente leve (4 vacinas), acidente grave (4 vacinas e 1 soro) 2) Se animal não observável ou suspeita de raiva: - Acidente leve (4 vacinas), acidente grave (4 vacinas e 1 soro) • Vaca, boi, touro, porco, cavalo: - Acidente leve (4 vacinas), acidente grave (4 vacinas e 1 soro) • Morcegos ou mamíferos silvestres: - Ferimento é sempre considerado grave, logo: 4 vacinas e 1 soro Calendário vacinal pediátrico (PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÕES – PNI): VACINAS AO NASCER 2 MESES 3 MESES 4 MESES 5 MESES 6 MESES 7 MESES 9 MESES 12 MESES 15 MESES 4 A 6 ANOS BCG Dose única HEP.B Dose única PENTAVALENTE 1ª dose (2ª dose HEP.B) 2ª dose (3ª dose HEP.B) 3ª dose (4ª dose HEP.B) PÓLIO INATIV. (VIP) 1ª dose 2ª dose 3ª dose ROTAVÍRUS 1ª dose 2ª dose PNEUMO-10 1ª dose 2ª dose Reforço MENINGO-C 1ª dose 2ª dose Reforço CORONAVÍRUS 1ª dose 2ª dose 3ªdose FEBRE AMARELA 1ª dose Reforço (4 anos) TRÍPLICE VIRAL 1ª dose TETRA VIRAL 2ª dose sarampo, caxumba e rubéola 1ª dose varicela DTP Reforço Reforço PÓLIO ORAL (VOP) Reforço Reforço HEP.A Dose única VARICELA ISOLADA 2ª dose varicela DISLIPIDEMIA: ✓ Qualquer alteração dos níveis de lipídeos considerando os valores de referência ✓ Forte correlação com doença aterosclerótica, principalmente LDL ✓ Tem fatores genéticos e ambientais envolvidos (má alimentação, sedentarismo) ✓ Fosfolipídeos tem participação relevante na estrutura das membranas. Além disso, colesterol é precursor de hormônios esteroidais, ácidos biliares e vitamina D ✓ Formação dos triglicerídeos: 3 ácidos graxos + molécula de glicerol; É depositado no tecido adiposo e muscular ✓ Os ácidos graxos mais frequentes na alimentação são: láurico, mirístico, palmítico e esteárico ✓ Ácidos graxos monoinsaturados: mais frequente é o ácido oleico (ômega 9) ✓ Ácidos graxos poli-insaturados: ômega 3 e ômega 6 Lipoproteínas: • Permitem a solubilização e o transporte dos lipídeos no meio aquoso plasmático • São compostas por lipídeos e proteínas denominadas apoliproteinas (apos) • Existem 4 classes separadas em 2 grupos: 1- Ricas em triglicérides, maiores e menos densas, representadas pelos quilomícrons, de origem intestinal, e pelas lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL) de origem hepática 2- Ricas em colesterol, incluindo as de baixa densidade (LDL) e alta densidade (HDL) • LDL – colesterol de baixa densidade: - Composta principalmente por colesterol e uma apoliproteína (apo B100) - São capturadas por células hepáticas ou periféricas por meio dos receptores de LDL (LDL-R) - A expressão dos LDL-R nos hepatócitos é a principal responsável pelo nível de colesterol no sangue. • Lipoproteína A: - É mais uma determinação genética, possui pouca influência ambiental - Associada a formação e progressão da placa aterosclerótica, logo está muito relacionada com o aumento do risco cardiovascular - Sua análise não é recomendada na rotina para avaliar risco cardiovascular (RCV), isso porque ela não é modificável • HDL – colesterol de alta densidade: - As partículas de HDL são formadas no fígado, no intestino e na circulação - Seu principal conteúdo proteico é representado pelas apos A1 e A2 - O HDL tem outras ações que contribuem para a proteção do leito vascular contra a aterogênese, isso porque, participa da remoção dos lipídeos oxidados da LDL, da inibição da fixação de moléculas de adesão e monócitos ao endotélio e da estimulação da liberação de oxido nítrico Dislipidemia Avaliação de dislipidemias: • Investigar história familiar (para descartar dislipidemia primária) • Investigar medicações em uso (algumas medicações podem piorar a dislipidemia) • História patológica pregressa Classificação das dislipidemias: • Causas primárias: Origem genética. • Causas secundárias: Decorrente do estilo de vida inadequado, condições mórbidas ou medicamentos. • Hipercolesterolemia isolada: Aumento isolado do LDL-c (LDL-c ≥ 160 mg/dL). • Hipertrigliceridemia isolada: aumento isolado dos triglicérides (TG ≥ 150 mg/dL ou ≥ 175 mg/dL, se a amostra for obtida sem jejum). • Hiperlipidemia mista: Aumento do LDL-c (LDL-c ≥ 160 mg/dL) e dos TG (TG ≥ 150 mg/dL ou ≥ 175 mg/ dL, se a amostra for obtida sem jejum) devendo-se considerar a hiperlipidemia mista quando CT ≥ 200 mg/dL • HDL-C baixo: Redução do HDL-C (homens 310 LDL: >190 Triglicérides (TG): >500 HDL: Indivíduos que apresentem doença aterosclerótica significativa (coronária, cerebrovascular, vascular periférica) com ou sem eventos clínicos OU Obstrução ≥ 50% em qualquer território arterial • Alto risco-> Portadores de aterosclerose na forma subclínica documentada por metodologia diagnóstica: USG de carótidas com presença de placa; Índice Tornozelo- Braquial (ITB) 100 ou a presença de placas ateroscleróticas na angiotomografia (angio-CT) de coronárias. Aneurisma de aorta abdominal. Doença renal crônica definida por TFG 10 anos. história familiar de parente de primeiro grau com DCV prematura ( Indivíduos com ERG entre 5 e 20% no sexo masculino Entre 5 e 10% no sexo feminino. Diabéticos sem os critérios de DASC ou ER listados anteriormente. • Baixo risco-> Pacientes do sexo masculino e feminino com risco em 10 anos miopatia (efeito colateralmais comum; mialgia com ou sem elevação da creatinoquinase até ́a rabdomiólise) Além disso, pode ocorrer: fadiga, insônia, cefaleia, desconforto gastrintestinal, neuropatia periférica, erupção cutânea e distúrbios cognitivos - Maior risco para miotoxicidade: disfunção hepática ou renal, hipotireoidismo, diabetes, deficiência de vitamina D, idade avançada, ingestão excessiva de bebidas alcoólicas - sinvastatina - 10mg / 20mg / 40mg / 80mg - atorvastatina cálcica - 10mg / 20mg / 40mg /80mg - rosuvastatina cálcica - 5mg/ 10mg / 20mg / 40mg - pitavastatina - 2mg / 4mg - Estatina pode alterar um pouco a glicemia do paciente diabético, exceto a pitavastatina - Devem ser administradas, principalmente sinvastatina, a noite - É teratogênica • Ezetimiba: - Inibe a absorção de colesterol no intestino delgado, sendo esta inibição ainda melhor em pacientes diabéticos - Dose única de 10 mg/dia - Está aprovada para pacientes com idade > 10 anos - Não interfere na absorção de gorduras e vitaminas lipossolúveis e pode ser administrada a qualquer hora do dia, com ou sem alimentação - Sem efeitos colaterais significativos • Inibidores do Proprotein convertase subtilisin kexin type 9 (PCSK9) - Promove redução no LDL-c em até 70% dos valores - Usada em dislipidemias primárias - Alirocumab 75mg e 150mg (SC a cada 2 semanas) - Praluent ® - Evolocumabe 140mg (SC a cada 2 semanas) - Repatha® - Efeitos adversos: nasofaringite, IVAS, reação no local da injeção, ITU, diarreia, dorsalgia, mialgia - Desvantagem: alto custo • Colestiramina: - Devem ser administradas longe de outros medicamentos, pois podem interferir na absorção de muitos deles. Recomenda-se que sejam tomados os remédios rotineiros 1 hora antes da tomada da colestiramina e/ou 4 horas depois - Tem sido recomendada para crianças hipercolesterolêmicas, isoladamente ou em associação com estatinas - Único fármaco liberado para mulheres no período reprodutivo sem método anticoncepcional efetivo, e durante os períodos de gestação e amamentação - Posologia inicial é de 4 g ao dia, podendo-se atingir, no máximo, 24 g ao dia - Principais efeitos colaterais: relacionam- se ao aparelho digestivo, por interferir na motilidade intestinal obstipação (sobretudo em idosos), plenitude gástrica, náuseas e meteorismo, exacerbação de hemorroidas preexistentes - Seu uso deve ser evitado na hipertrigliceridemia, particularmente se houver níveis acima de 400 mg/dL • Hipertrigliceridemia: - É indicado prioritariamente os fibratos e, em segundo lugar, o ácido nicotínico (NÃO USADO MAIS) ou a associação de ambos. Ômega 3 pode ser utilizado, porem em altas doses (4-10g/d). - TG acima de 500 mg/dL: iniciar o tratamento com um fibrato (ciprofibrato) - TG 1.000 • Fibrato: - A redução dos TG pelos fibratos alteram também o LDL (tornam o LDL menos aterogênico) - Diminuem a suscetibilidade da LDL à oxidação, por isso ele fica menos teratogênico - Efeitos colaterais: raros - A associação com sinvastatina ou genfibrozila ocasiona mais efeitos colaterais. O risco de miopatia aumenta com a associação, mas esse aumento não contraindica o uso clínico, deve ser feita uma monitorização mais cuidadosa da CPK- diz respeito a FC - capacidade do coração de apresentar contrações rítmicas • Inotropismo: - diz respeito a força de contração que o coração é capaz de apresentar Classes farmacológicas: • Diuréticos: - tiazídicos - de alça - poupadores de potássio • Bloqueadores dos canais de cálcio (são vasodilatadores) • Inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) • Bloqueadores dos receptores da angiotensina (BRA) • Betabloqueadores - bloqueiam receptores B1 do coração reduzindo assim o DC Terapia: Monoterapia • Pode ser considerada uma terapia inicial para: - pacientes com estágio 1 e risco cardiovascular baixo OU - pacientes com PA 130-139 (sistólica) 85- 89 (diastólica) + risco cardiovascular • Os fármacos que podem ser utilizados nesta monoterapia inicial são: - diuréticos tiazídicos - bloqueadores dos canais de cálcio - IECA - BRA Combinação de medicamentos • Utilizada na maioria dos pacientes hipertensos • Esta combinação deve ser realizado de início com medicamentos com mecanismos de ação distintos *exceção: diuréticos tiazídicos podem ser combinados aos poupadores de potássio Diuréticos Tiazídicos: • Principais fármacos: - HCTZ - clorotiazida - clortalidona - idapamida - metazalona • Atuam nos túbulos distais do néfron (parte final que forma urina nos rins) • Atuam inibindo o simporte Na+/Cl-, ou seja, o cotransportador presente em membranas das células do túbulo distal . *O simporte é responsável pela reabsorção de sódio e cloreto do filtrado que irá se transformar em urina jogando esses íons de volta para o sangue. Ou seja, esse simporte ajuda o corpo a reter sal e água • Logo, os diuréticos tiazídicos vão bloquear esse simporte Na+/Cl- ocasionando assim em: - menos reabsorção de sódio e cloreto e, consequentemente fica mais sódio e cloreto na urina - água segue o sal, ou seja, como possui mais sal na urina, a água também é eliminada • Dessa forma: - há o aumento da eliminação de sal e água pela urina (efeito diurético) -> redução de volume de líquido no sangue (redução da PA) • Em resumo: Os diuréticos tiazídicos bloqueiam o simporte Na⁺/Cl⁻ no túbulo distal, impedindo a reabsorção de sal e fazendo o rim eliminar mais sódio, cloreto e água — ajudando no controle da pressão arterial e retenção de líquidos • Principais efeitos adversos: - hipopotassemia: sódio que deixa de ser reabsorvido no túbulo contorcido distal poderá ser reabsorvida no ducto coletor, isso ocorrerá as custas de secreção de Potássio - hiponatremia - hipocloremia - hiperglicemia (diuréticos tiazídicos diminuem a secreção de insulina pelas células Beta pancreáticas) - hiperuricemia (predispõe a artrite gotosa) Diuréticos poupadores de potássio: • Principais fármacos: - espironolactona - eplerenona • Atuam nos ductos coletores do néfron • Os receptores mineralocorticoide MR são ativados pela aldosterona. Quando a aldosterona se liga ao receptor MR ela: 1) Estimula a entrada de sódio (Na⁺) do filtrado para dentro das células renais 2) Estimula a saída de potássio (K⁺) do sangue para a urina OU SEJA, faz o corpo reter sódio (e água) e eliminar potássio. Os diuréticos poupadores de potássio atuam antagonizando os receptores MR impedindo assim a ação da aldosterona • Dessa forma: - menos sódio é reabsorvido (mais sódio mais embora na urina) - menos potássio é eliminado (potássio fica no sangue) - menos água é reabsorvida, já que ela segue o sódio, isso causa um efeito diurético • Principais efeitos adversos: 1) espironolactona - ginecomastia - redução de libido - impotência - irregularidades menstruais - hiperpotassemia 2) eplerenona - hiperpotassemia Bloqueadores dos canais de cálcio: • São utilizados para promover a vasodilatação ao inibir a entrada de cálcio nas células musculares lisas e vasos sanguíneos. Ou seja: o cálcio é um elemento essencial para a contração muscular, se bloqueamos esses canais o músculo irá contrair menos, assim os vasos vão relaxar e consequentemente a pressão irá diminuir • Existem dois principais tipos desses bloqueadores, são eles: di-hidropiridinicos e não di- hidropiridinicos • Di-hidropiridínicos - ex: anlodipino, nifedipino - agem principalmente nos vasos sanguíneos - eles bloqueiam os canais de cálcio nos músculos das artérias, assim ocorre uma vasodilatação (vasos vão ficar mais “abertos”) -> sangue passa com menos resistência -> redução da pressão arterial - possuem pouca ação no coração, por isso não alteram tanto FC - são também utilizados para interromper trabalho de parto prematuro • Não di-hidropiridínicos - ex: verapamil, diltiazem - Bloqueiam os canais de cálcio nas células do nó sinoatrial e nó AV (região que controla o ritmo cardíaco), dessa forma: diminuem a FC (bradicardia), diminuem a força de contração do coração e também causam uma vasodilatação Inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA’s): • Principais fármacos: - captopril - enalapril - ramipril - quinalapril • Atuam inibindo a enzima que converte angiotensina I em angiotensina II • Primeiro é importante saber como funciona o sistema renina-angiotensina- aldosterona (SRAA). O SRAA é um sistema que existe basicamente para aumentar a pressão arterial e manter o equilíbrio de água e sal no corpo, principalmente quando a pressão está baixa. O sistema se inicia com a liberação da renina, isso porque pois os rins percebem a queda da pressão e liberam a renina. A renina, por sua vez, age sobre uma proteína do fígado chamada angiotensinogênio e a transforma em angiotensina I. A enzima conversora de angiotensina (ECA), localizada principalmente nos pulmões transforma a angiotensina I em angiotensina II. A angiotensina II então aumenta a pressão arterial, seja por uma vasoconstrição ou estimulando a liberação de aldosterona (esta reabsorve sódio e água e elimina potássio). • Os fármacos conhecidos como IECA’s bloqueiam a enzima ECA, logo, impedem a transformação de angiotensina I em angiotensina II. Sem angiotensina II: - vasos relaxam e dilatam -> queda da pressão - corpo excreta mais sódio e água -> menos volume -> pressão cai • Além disso, os IECA’s aumentam a bradicinina, uma substância que também ajuda a dilatar os vasos — mas pode causar tosse seca como efeito colateral • Efeitos adversos: - tosse seca - angioedema - teratogênese (sobretudo nos 3 primeiros meses de gestação) Bloqueadores de receptores da angiotensina II (BRA): • Principais fármacos: - losartana - valsartana - candesartana - olmesartana • Relembrando: A angiotensina II é uma substância que: - Contrai os vasos sanguíneos (vasoconstrição) - Aumenta a pressão arterial - Estimula a liberação de aldosterona, que faz o corpo reter sódio e água, o que também aumenta a pressão Ela age se ligando a um receptor chamado AT1 • Os BRA agem bloqueando os receptores AT1, logo: impedem que a angiotensina II se ligue e faça o seu efeito. Dessa forma, sem a ação da angiotensina II: - os vasos não se contraem -> ficam mais relaxados e dilatados -> pressão cai - menos aldosterona é liberada -> corpo não retém tanto sal e água -> pressão cai • Em resumo: Os BRA impedem a ação da angiotensina II, fazendo com que os vasos se mantenham dilatados e o corpo elimine mais sal e água — isso reduz a pressão arterial • São contraindicados em gestantes devido ao risco de teratogênese • Não se deve associam IECA’s e BRA’s pois atuam no mesmo mecanismo de ação Betabloqueadores: • Bloqueiam o receptor beta 1 no coração reduzindo débito cardíaco • Beta 1: presente no coração Beta 2: presente nos brônquios, vasos sanguíneos,dentre outros • Ao bloquear esses receptores esses fármacos vão causar: diminuição da FC (coração vai bater mais devagar), diminuição da contratilidade (coração bate com menos força) e diminuição do SRAA (ocorre menos liberação de renina pelos rins), resultando assim em uma queda da pressão arterial • Os betabloqueadores podem ser de 2 tipos: seletivos ou não seletivos • Primeira geração (não seletivos): - ex: propranolol, nadolol, pindolol - bloqueiam tanto beta 1 como beta 2 - ao bloquear beta-2 podem causar broncoespasmo (logo: ruim para pacientes que possuem asma ou DPOC) • Segunda geração (seletivos): - ex: atenolol, metoprolol, bisoprolol - são seletivos para beta-1 - agem principalmente no coração bloqueando beta-1 - possuem menos efeitos colaterais nos pulmões • Efeitos adversos: - broncoconstrição (principalmente os não seletivos) - bradicardia - hipoglicemia - fenômeno de Raynaud (vasoconstrição periférica) - claudicação • Contraindicação: - asma - DPOC - bronquite crônica - Bloqueio de ramo atrioventricular Efeito rebote associado ao uso crônico dos betabloqueadores: ✓ Este efeito rebote é quando o paciente usa betabloqueador por muito tempo e, se para de tomar de repente, a pressão arterial sobe muito rapidamente e o coração pode acelerar demais (taquicardia), podendo até causar crise de angina ou infarto em casos graves ✓ O fármaco bloqueia os receptores beta do coração e vasos. O corpo "sente falta" do estímulo da adrenalina e então compensa criando mais receptores beta (upregulation). Se o paciente para de tomar o remédio de repente: excesso de receptores beta -> adrenalina volta a agir com muita força nesses receptores -> coração dispara -> pressão sobe. O efeito rebote acontece porque o corpo se adapta ao betabloqueador criando mais receptores beta. Se o remédio for suspenso de forma brusca, a ação da adrenalina fica exagerada, causando aumento súbito da pressão e da frequência cardíaca, o que pode ser perigoso Betabloqueadores de terceira geração: • Principais fármacos: - carvedilol - labetalol - nebivolol • São betabloqueadores que além de bloquear os receptores beta-1 do coração, também têm efeitos cardiovasculares extras que ajudam a baixar a pressão, como: - vasodilatação direta - bloqueio de receptores alfa - liberação de óxido nítrico (NO) que dilata os vasos naturalmente Simpaticolíticos de ação central: • Principais fármacos: - clonidina - metildopa • Ação central” quer dizer que esses medicamentos agem no cérebro, especificamente em uma parte chamada tronco encefálico, que controla o sistema nervoso simpático — o mesmo que aumenta a pressão arterial (como se fosse o "acelerador do corpo"). Esses fármacos inibem esse “acelerador” do sistema nervoso simpático, ou seja: diminuem os sinais enviados do cérebro para o coração e vasos, causando assim: - diminuição da FC - vasodilatação - redução da PA • Em resumo: Agem dentro do cérebro, reduzindo o comando do corpo para subir a pressão. Eles “freiam” o sistema nervoso simpático, fazendo o coração bater mais devagar e os vasos relaxarem, o que reduz a pressão arterial • Clonidina: - deve ser descontinuada pois a sua retirada abrupta pode causar hipertensão rebote - efeitos adversos: sonolência, sedação, boca seca, fadiga, hipotensão postural, disfunção erétil • Metildopa: - é um pró-fármaco, ou seja, não atua diretamente no corpo, ela precisa ser metabolizada/transformada em outro composto ativo e depois é absorvida. O seu metabólito ativo é o alfa- metilnorepinefrina - efeitos adversos: sonolência, sedação, boca seca, fadiga, hipotensão postural, disfunção erétil - indicada principalmente em tratamento de HAS na gestação Alfabloqueadores: • Principais fármacos: - doxazosina - prazosina - tansulosina - silodosina • Alfa-1 estão localizados nas paredes dos vasos sanguíneos. Quando a adrenalina ou noradrenalina se liga a eles ocorre: contração dos vasos -> aumento da pressão • Os alfabloqueadores são medicações que bloqueiam receptores alfa-1 na musculatura lisa dos vasos. Logo: - impedem a adrenalina de se ligar nesses receptores - vasos relaxam -> vasodilatação - queda da PA Vasodilatadores diretos: • Principais fármacos: - hidralazina (usado em emergências hipertensivas) - Minoxidil (usado em hipertensão grave e alopecia) • São medicamentos que agem diretamente na parede dos vasos sanguíneos, fazendo com que eles se relaxem e se dilatem. Com os vasos mais largos, o sangue passa com mais facilidade → a pressão arterial diminui. Eles relaxam o músculo liso da parede das arteríolas (vasos pequenos), sem passar pelo cérebro nem por receptores específicos. Por isso, são chamados de “diretos” — vão direto na parede do vaso e o fazem relaxar. • Como causam vasodilatação muito intensa, o corpo tenta compensar, gerando: - taquicardia reflexa (coração acelera) - retenção de sódio e água (aumenta o volume de sangue) Por isso, geralmente são usados com outros remédios, como: - betabloqueadores → para controlar a taquicardia - diuréticos → para evitar retenção de líquido • São exemplos também os nitratos vasodilatadores diretos, sendo eles: nitroprussiato de sódio, trinitrato de glicerina, nitroglicerina, dinitrato de isossorbida, sendo usados em sua maioria em emergências hipertensivas Inibidor direto da renina: • Exemplo: alisquireno • Eficiente como monoterapia • Impedem que a renina transforme o angiotensinogênio em angiotensina I. Se não tem angiotensina I, também não se forma angiotensina II. Sem angiotensina II: menos vasoconstrição e menos estímulo para liberar aldosterona. Resultado: queda da pressão arterial Definição: . • Doença infectocontagiosa • Possui como agente etiológico uma micobactéria, o Mycobacterium tuberculosis (Mtb), mais conhecida como bacilo de Koch (BK) • Características do BK: - São bacilos retos ou ligeiramente curvos, imóveis, não esporulados, não capsulados - São álcool-ácido-resistentes - Possuem alto conteúdo lipídico em sua parede celular, o que induz a formação de granuloma - São aeróbios estritos, ou seja, necessitam de oxigênio para crescer e se multiplicar • É uma doença negligenciada que, além de ocorrer com maior frequência em regiões carentes, também é condição promotora de pobreza, prejudicando o crescimento infantil, o desenvolvimento intelectual da criança e a produtividade do trabalho • Pacientes bacilíferos (B+): - Baciloscopia do escarro é positiva - Eliminação de bacilos superior a 5.000 por mL de escarro • Pacientes não bacilíferos: - Baciloscopia do escarro é negativa - Cultura pode ser positiva (C+) ou negativa (C–) Quadro clínico: • Tosse: - é o principal sintoma, principalmente com expectoração por mais de 3 semanas - pode ser seca ou produtiva, com expectoração purulenta ou mucoide, com ou sem sangue • Dor torácica: - é menos frequente, mas é expressa na forma pleural - pode haver dor aguda e febre, às vezes, sendo confundidas com quadro pneumônico • Dispneia: - pode existir, dependendo da extensão do comprometimento pulmonar • Febre: - vespertina, em geral baixa [até 38,5°] e muitas vezes acompanhada de sudorese noturna • Sintomas constitucionais: - anorexia, perda de peso e adinamia • Exame físico: - ausculta pode apontar diminuição do murmúrio vesicular, sopro anafórico ou mesmo ser normal Baciloscopia: • Pesquisa de bacilo álcool-ácido resistente (BAAR) • Análise microscópica de uma amostra, geralmente de escarro, para identificação dos bacilos • É o método prioritário de diagnóstico e de controle do tratamentoda doença INTERPRETAÇÃO DO RESULTADO DA BACILOSCOPIA: BAAR POR CAMPO RESULTADO Nenhum BAAR em 100 campos observados Negativo 1-9 BAAR por campo, em 100 campos observados Quantidade de bacilos visualizados 10-99 BAAR por campo, em 100 campos observados + 1-10 BAAR por campo, em 50 campos observados ++ Mais de 10 BAAR por campo, nos primeiros 20 campos observados +++ Tuberculose • O resultado positivo da baciloscopia, em qualquer amostra, indica TB • No caso do resultado ser de 1 a 9 BAAR por campo, em 100 campos observados: amostra paucibacilar, está indicada a realização da cultura com identificação de espécie. AO ACORDAR PELA MANHÃ E LAVAR BEM A BOCA, DEVE-SE INSPIRAR PROFUNDAMENTE, PRENDER A RESPIRAÇÃO POR UM INSTANTE E ESCARRAR APÓS FORÇAR A TOSSE. ESSE PROCEDIMENTO DEVE SER REPETIDO ATÉ A OBTENÇÃO DE TRÊS ELIMINAÇÕES DE ESCARRO, EVITANDO QUE ELE ESCORRA PELA PAREDE EXTERNA DO POTE. ESTE DEVE SER TAMPADO E COLOCADO EM UM SACO PLÁSTICO COM A TAMPA PARA CIMA E MANTENDO ESSA POSIÇÃO. O PACIENTE É ORIENTADO A LAVAR AS MÃOS APÓS ESSE PROCEDIMENTO • Recomenda-se que a baciloscopia de escarro diagnóstica seja realizada em duas amostras - Uma coletada na primeira consulta ou visita domiciliar (na identificação do sintomático respiratório) - A outra coletada na manhã do dia seguinte, de preferência, ao despertar (independentemente do resultado da primeira amostra) • Uma boa amostra de escarro é a que provém da árvore brônquica, obtida após esforço de tosse, e não a que se obtém da faringe ou por aspiração de secreções nasais, tampouco a que contém somente saliva. O volume ideal é de 5 a 10 mL. Não se deve desprezar nenhuma amostra de escarro sem prévia análise laboratorial • Indução de escarro: - Em pacientes com forte suspeita de TB pulmonar e sem amostra de escarro adequada proveniente da árvore brônquica, a técnica de escarro induzido pode ser utilizada, seja para baciloscopia ou cultura - Utiliza-se, preferencialmente, o nebulizador ultrassônico e a solução salina hipertônica (5 mL de NaCl 35 a 5%), durante, no mínimo, 5, e no máximo, 20 minutos. Para a obtenção da solução a 3%, utiliza-se o seguinte recurso: 5 mL de solução fisiológica (SF) a 0,9% + 0,5 mL de NaCl 20%. A fluidificação da secreção do pulmão provoca uma irritação, levando à tosse, o que facilita a expulsão do catarro Cultura: INDICAÇÕES • Suspeita clínica e/ou radiológica de TB com baciloscopia repetidamente negativa • Suspeita de TB com amostras paucibacilares • Suspeita de TB com dificuldades de obtenção da amostra (p. ex., crianças) • Suspeita de TB extrapulmonar • Casos suspeitos de infecções causadas por micobactérias não tuberculosas INDICAÇÃO DE CULTURA COM IDENTIFICAÇÃO E TESTE DE SENSIBILIDADE INDEPENDENTE DO RESULTADO DA BACILOSCOPIA • Contatos de casos de TB resistente • Pacientes com antecedentes de tratamento prévio, independentemente do tempo decorrido • Pacientes imunodeprimidos, principalmente portadores de HIV • Paciente com baciloscopia positiva no final do segundo mês de tratamento. • Falência ao tratamento anti-TB • Em investigação de populações com maior risco de abrigarem cepa de M. tuberculosis resistente (profissionais de saúde, população de rua, privados de liberdade, pacientes internados em hospitais que não adotam medidas de biossegurança e instituições de longa permanência) ou com difícil abordagem subsequente (indígenas) Teste de sensibilidade antimicrobiano (TS): • Utilizado na detecção da resistência dos isolados de BK aos fármacos utilizados no tratamento da TB (ex: Rifampicina, isoniazida, etambutol e estreptomicina) • Quando há resistência, a amostra deve ser encaminhada para realização de TS às medicações de segunda escolha Teste rápido molecular (TRM): • Também conhecido como GeneXpert MTB/RIF • É um método diagnóstico que utiliza a reação em cadeia da polimerase (PCR) em tempo real para detectar a presença do Mycobacterium tuberculosis (MTB) e identificar resistência à rifampicina • Em todo caso suspeito de TB, deve-se coletar uma amostra de escarro para realização do TRM-TB Raio-X: • Deve ser solicitado para todos os pacientes com suspeita clínica de TB pulmonar • Lesões sugestivas de TB em radiografia torácica: - Localização: em geral, nas partes altas e dorsais dos pulmões, particularmente no pulmão direito, ou em ambos - Alterações: opacidades, infiltrados, nódulos, cavidades, fibroses, retrações, calcificações, linfadenomegalia, aspecto miliar (mais frequente em PVHA com a contagem de linfócitos CD4+ abaixo de 200 células/mm3) Tratamento: PARA PACIENTES COM 10 ANOS DE IDADE OU MAIS (2RHZE/4RH) • RHZE: combinação de rifampicina (R), isoniazida (H); pirazinamida (Z) e etambutol (E) • RH: combinação de rifampicina (R), isoniazida (H) • O esquema básico com RHZE pode ser administrado em gestantes nas doses habituais, mas, nesses casos, está recomendado o uso concomitante de piridoxina 50 mg/dia pelo risco de toxicidade no RN (pela isoniazida) • A rifampicina interfere na ação dos contraceptivos orais, e as mulheres em uso desses medicamentos devem receber orientação para utilizar outros métodos anticoncepcionais. PARA CRIANÇAS DE MENOS DE 10 ANOS DE IDADE • Uma das justificativas para o não emprego do E em crianças é a dificuldade de identificar precocemente a neurite óptica (reação adversa ao uso do E) nessa faixa etária • Em casos de resistência a fármacos ou pacientes que exprimam intolerância medicamentosa persistente ou reações adversas aos quimioterápicos que não consigam ser resolvidas, deve-se referenciar para nível especializado. Controle do tratamento: • Acompanhamento clínico mensal: - Visa à identificação de queixas ou sinais clínicos para avaliar a evolução da doença, o uso correto da medicação e a detecção de manifestações adversas dos medicamentos. Deve-se monitorar o peso e fazer ajuste das doses, se for necessário. Se houver possibilidade, o exame radiológico pode ser solicitado no segundo mês de tratamento para acompanhar a evolução das lesões, especialmente na ausência de expectoração. • Realização mensal da baciloscopia de controle (indispensável no segundo, quarto e sexto meses do tratamento): - Se for positiva no segundo mês, está indicada a realização de cultura com TS. Na ausência de expectoração, deve-se orientar o paciente acerca de como consegui-la, ou utilizar a indução de escarro. • Pacientes inicialmente bacilíferos: - esses deverão ter pelo menos duas baciloscopias negativas para comprovar cura, uma na fase de acompanhamento e outra ao final do tratamento. Controle dos contatos: • É fundamental a investigação de contatos para controle da doença, já que possibilita: - identificar os casos de TB ativa - iniciar precocemente o tratamento - quebrar a cadeia de transmissão da doença - prevenção do desenvolvimento da TB ativa, no momento em que identifica os casos de ILTB • Contatos sintomáticos deverão ser investigados, preferencialmente para TB ativa, e os assintomáticos, para ILTB • Se forem identificados sintomáticos respiratórios, esses devem ser avaliados com exame baciloscópico de escarro e radiológico de tórax ou outros exames que se fizerem necessários, de acordo com a avaliação clínica INVESTIGAÇÃO DE CONTATOS DE CASOS DE TUBERCULOSE EM MAIS DE 10 ANOS DE IDADE Após avaliação na consulta, o contato pode ser reconhecido como assintomático ou sintomático: Contatos assintomáticos (fazer o TT) 1. TTconversão do TT, faz-se radiografia torácica - Suspeito: prosseguir a investigação - Normalidade: tratar a ILTB 2. TT ≥ 5 mm • Fazer Raio-X: - Suspeito: prosseguir com a investigação - Normal: tratar ILTB Contatos sintomáticos (investigar TB ativa) 1. TB ativa: tratar TB 2. Excluída TB ativa: prosseguir investigação INVESTIGAÇÃO DE CONTATOS DE CASOS DE TUBERCULOSE EM MENOS DE 10 ANOS DE IDADE Após avaliação na consulta, o contato pode ser reconhecido como assintomático ou sintomático: Contatos assintomáticos (fazer o TT e RAIO-X de tórax) • Raio-X normal e o TT com critério de ILTB: - tratar o ILTB • Raio-X normal sem critério de ILTBa: - repetir o TT em 8 semanas (se não houver conversão do TT, dar alta com orientação. Se houver conversão, tratar ILTB) • Raio-X suspeito: - prosseguir com a investigação de TB ativa Contatos sintomáticos (investigar TB ativa) 1. TB ativa: tratar TB 2. Excluída TB ativa: prosseguir investigação FISIOLOGIA DA GESTAÇÃO Fecundação: • Onde tudo se inicia • É a união dos gametas masculino e feminino na tuba uterina • Ocorre a fusão de 2 pronúcleos com a formação do zigoto, embrião unicelular com 46 cromossomos (metade materna e metade paterna) • Mórula: - se dá aproximadamente no 5º dia - configura-se como o período em que o embrião atinge a cavidade uterina - a mórula é um maciço celular com cerca de 16 células • Blastocisto: - ocorre aproximadamente no 6º/7º dia após a fertilização - é a fase na qual ocorre a nidação, ou seja, implantação embrionária no endométrio - ocorre a formação da blastocele (cavidade cheia de líquido) • Decídua: - configura-se como um endométrio gravídico, células agora se tornam volumosas com citoplasma rico em glicogênio e lipídeos para ajudar nutrir o embrião - possui uma imunologia diferenciada evitando que as células imune ataquem este embrião - tem também a função de proteger contra a invasão celular feita pelo trofoblasto - Histologia da decídua: possui 3 camadas (basal = mais profunda; média = intermediária; compacta = mais superficial) Placenta: • É um órgão específico da gestação • Ocorre aproximadamente na 10ª semana • Funções: - promove trocas gasosas materno-fetais - permite o transporte de nutrientes - permite a excreção de metabólitos - possui uma função endócrina importante • Função endócrina da placenta: Hormônio HCG (gonadotrofina coriônica humana) - é um hormônio glicoproteico produzido por células do sinciciotrofoblasto, camada de células que possuem a função de abrir Gestação: modificações fisiológicas, anatômicas e pré-natal caminho na parede do endométrio - possui 2 subunidades, sendo elas: alfa (idêntica a dos demais hormônios hipofisários) e beta (hormônio específico da gestação; por isso é solicitado o Beta HCG) - sua função principal é manter o corpo lúteo ativo no início da gravidez. Ou seja, ele estimula o corpo lúteo a produzir estrogênio e progesterona que, por sua vez, inibem o hipotalâmico-hipofisário a produzir FSH e LH, o que inibe a ocorrência de um novo ciclo ovariano. LOGO, ele inibe a involução do corpo lúteo, que é a principal fonte de progesterona nas primeiras 8 a 12 semanas de gravidez - se duplica a cada 48hrs no início de uma gravides normal Outros hormônios: • Progesterona: - pró-gestação - produzida, inicialmente, no corpo lúteo - inibe as contrações uterinas, no entanto, a musculatura de outros órgãos também terão suas contrações inibidas. Logo, sintomas como estase do bolo alimentar, refluxo, constipação, dentre outros são comuns - inibe a lactação - possui atividade imunossupressora - influencia no desenvolvimento das mamas • Estrogênio: - o principal é o estriol E3 - possui uma ação mais local: aumenta o fluxo sanguíneo, auxilia na embebição gravídica, auxilia no crescimento uterino Diagnóstico de gravidez: • Sinais de presunção: - São sinais que não são específicos - Possuem menor probabilidade - São eles: atraso menstrual, náuseas e vômitos, polaciúria, alterações mamárias • Sinais de probabilidade: - São alterações clínicas rotineiras na gestação - Eram utilizadas no passado quando não existiam falta de exames específicos Face: - cloasma gravídico (aumento do hormônio melanotrófico -> hiperpigmentação de áreas mais expostas ao sol, sobretudo, região zigomática) - sinal de halban (aumento da lanugem/pelos finos nos limites do couro cabeludo) Mamas: - Sinal de Hunter (aumento do hormônio melanotrófico -> surgimento de uma aréola secundária) - Tubérculos de Montegomery (hipertrofia das glândulas sebáceas) - Rede venosa de haller (aumento da vascularização local) Vulva e vagina: - Sinal de Jackemier-kluge (escurecimento/arroxeamento da vulva, vagina e colo uterino) Outros sinais: Sinal de hegar: amolecimento do istmo/amolecimento do colo do útero percebido ao toque Sinal de godell: amolecimento do colo Sinal de landin: amolecimento do istmo Sinal de piskacek: abaulamento no local onde ocorreu a nidação embrionária Sinal de Nobile-budin: preenchimento do fundo de saco pelo útero gravídico. Este preenchimento lateral é identificado ao toque Sinal de osiander: pulso das artérias vaginais Sinal de hartman: sangramento da implantação Sinal de puzzos: rechaço fetal (ao fazer o toque é possível sentir o bebê subindo e descendo) Sinal de Rash: piparote para sentir líquido amniótico Sinal de holzapfel: maior facilidade de preensão do útero durante a gestação • Sinais de certeza: - Ausculta do BCF (sonar doppler: 12ª semanas; estetoscópio de pinnard: 16ª semana) - Ausculta dos batimentos pela USG transvaginal (a partir de 6 a 8 semanas) - Percepção de movimentação fetal (18 a 20 semanas) - Alguns autores consideram Beta-HCG como sinal de certeza, outros não. Isso porque, alguns tumores ovarianos também podem produzir o HCG ADAPTAÇÕES À GRAVIDEZ Sistema circulatório: • Alterações no volume e constituição do sangue - aumento volume sanguíneo materno de modo a aumentar a volemia materna para ter um aporte sanguíneo suficiente para nutrir o feto e prevenir possíveis perdas sanguíneas • Hemodiluição - “anemia fisiológica da grávida” - aumento de elementos figurados do sangue - mais intensa no segundo trimestre • Aumento do número de leucócitos - valores normais de leucócitos na gravidez: entre 5000 e 14000, podendo chegar, em um período pós-parto, até 29000 - fato este relacionado a atividade das adrenais em momentos de estresse • Redução do número de plaquetas em decorrência da diluição do sangue materno + CIVD na formação do leito uteroplacentário + presença de tromboxano A2 - na gravidez plaquetopenia se configura como: níveis inferiores ou iguais a 100000 - na gravidez há um estado de hipercoagulabilidade tendo assim um aumento de fibrinogênio e fatores pró- coagulantes e uma diminuição do sistema fibrinolítico • Aumento do volume sistólico • Aumento da frequência cardíaca basal (cerca de 15 a 20 bpm) • Aumento do débito cardíaco • Aumento da prostaciclina e aumento da progesterona. O aumento destes dois componentes ocasiona em uma vasodilatação sistêmica. Esta vasodilatação sistêmica + produção endotelial de óxido nítrico + circulação uteroplacentária de baixa resistência contribuem para uma redução da resistência vascular periférica, logo, uma gestante possui todos os seus vasos dilatados. Isso contribui para uma queda da pressão arterial sistêmica de uma gestante (PA = RVP x DC) • Modificações anatômicas no coração:- Coração é desviado para cima e para esquerda devido ao útero gravídico e pressão sobre o diafragma - Em consequência ao aumento do DC, há um aumento do volume cardíaco (hipertrofia de miócitos) - Por conta deste desvio no eixo do coração pode-se observar o aparecimento de extrassístoles ventriculares, taquicardias paroxísticas supraventriculares além de um sopro cardíaco sistólico fisiológico Sistema endócrino: • Metabolismo da gestante apresenta 2 fases distintas: - Primeira metade da gravidez: anabolismo materno - Segunda metade até o fim da gravidez: catabolismo materno e anabolismo fetal • Hipófise: - Hipertrofia e hiperplasia da adenohipófise/hipófise anterior - Nos lactotrofos ocorre a produção de prolactina (responsável pela produção de leite no pós parto) - Nos tireotrofos ocorre uma redução na produção de TSH devido a um estímulo da fração alfa do HCG com consequente feedback negativo (mais observado no início da gravidez) • Glândula tireoide: - Há uma sobrecarga funcional desta glândula devido a uma redução dos níveis séricos de iodo pelo aumento da taxa de filtração glomerular e pelo consumo periférico do iodo • Paratireoide: - glândula que controla os níveis de cálcio no organismo - na gestação ocorre um aumento da demanda pelo cálcio, ocorrendo assim uma redução do nível sérico de cálcio total. Em resposta a isso, há um aumento do calcitriol, o qual auxilia na absorção de cálcio pelo sistema digestório da mãe Pele e anexos: • Aumento da progesterona -> aumento e secreção do hormônio melanotrófico pela hipófise -> produção excessiva de melanina - Cloasma ou Melasma (sinal de Hunter) - Linha nigra Sistema esquelético: • Embebição gravídica: - Na gestação há uma maior elasticidade das articulações principalmente da bacia óssea (sínfise púbica, sacrococcígea e sinostoses sacroilíacas). Parte desta elasticidade se deve a um aumento da substância relaxina • Há um desvio do centro de gravidade materno - gestante assume uma hiperlordose e hipercifose - por conta desta posição há uma marcha anserina/de pato Sistema pulmonar: • Maior consumo de O2: - Há a necessidade do aumento da oferta de O2 por conta do aumento da demanda por O2 - aumento da massa eritrocitária -> aumento do consumo de O2 - aumento de trocas gasosas -> aumento do volume corrente • Redução do volume residual: - útero gravídico pressiona diafragma • Redução da capacidade pulmonar total - devido aos dois itens acima ocorre esta redução - há uma redução de aproximadamente 200 mL Sistema renal: • Aumento do ritmo de filtração glomerular principalmente devido ao aumento da volemia materna associada a redução da resistência vascular periférica (RVP) -> como há aumento da filtração -> redução de ureia e creatinina Sistema digestório: • Progesterona é um potente relaxante das fibras musculares lisas, em consequência disso, devido a este relaxamento ocorrem sintomas como: - pirose (esvaziamento gástrico mais lento) - constipação (intestino fica mais lento) • Aparecimento de hemorroidas - relaciona-se muito a compressão ocasionada pelo útero gravídico sobre os vasos da pelve • Hipertrofia e hipervascularização gengival • Alteração da motilidade da vesícula biliar favorecendo o aparecimento de litíase biliar Classificação: . • Doença de alta prevalência • Doença com alta morbimortalidade DM-1 ✓ É menos prevalente: 5-10% dos pacientes diabéticos ✓ Geralmente acomete criança e adolescentes, mas pode acometer adultos jovens ✓ 50% de concordância em gêmeos monozigóticos, ou seja, nem sempre em gêmeos monozigóticos ambos apresentarão a doença ✓ Presença dos autoanticorpos anti-ilhotas pancreáticas (ICA) -> levam ao desenvolvimento da autoimunidade -> destruição das células beta pancreáticas -> redução da produção de insulina ✓ Anticorpos ICA: - DM1A = quando tem anticorpos presentes - DM1B = quando não tem anticorpos detectáveis em exames laboratoriais ✓ Peptídeo C: - em geral é baixo - produzido junto à insulina no pâncreas pela célula beta pancreática - seus níveis séricos se correlacionam com a quantidade de insulina que o pâncreas produz - presença de peptídeo C baixo=pâncreas está produzindo pouca ou nenhuma insulina ✓ "Poli”s: - Poliúria (produção excessiva de urina): paciente possui dificuldade na produção de insulina -> glicemia do sangue elevada -> aumento da secreção de glicose pela urina -> glicose puxa água -> aumento da secreção de água pela urina - Polidipsia (sede excessiva e persistente): paciente perde muita água pela urina -> aumento da sede - Polifagia (fome/apetite exagerado): falta de insulina para colocar glicose para dentro da célula -> célula com dificuldade para gerar energia - Perda de peso (falta de insulina) ✓ Complicação mais comum: cetoacidose diabética (CAD) ✓ Tratamento é realizado com insulinoterapia DM-2: ✓ Geralmente acomete pessoas com idade > 40 anos: - com o aumento da prevalência da síndrome metabólica, vem aparecendo cada vez mais cedo ✓ Corresponde a 90-95% dos pacientes diabéticos ✓ 90% de concordância em gêmeos monozigóticos (maior herdabilidade), principalmente se existem fatores ambientais associados ✓ É um tipo em que os anticorpos estão ausentes, ou seja, não é auto imune ✓ Peptídeo C costuma ser normal ou alto (depende da fase da doença) ✓ 80% portadores da DM-2 têm obesidade ✓ Em geral, os pacientes são assintomáticos ao diagnóstico ✓ Paciente pode abrir o quadro com estado hiperosmolar hiperglicêmico (EHH) ✓ Tratamento com hipoglicemiantes orais e/ou subcutâneos no início LADA: ✓ Diabetes latente autoimune do adulto ✓ Em geral tem uma evolução mais lenta e corresponde a cerca de 3-12% dos casos de diabetes Diabetes Mellitus ✓ Geralmente acomete pacientes com idade superior a 30 anos, e, devido a sua evolução mais lenta, há independência de insulina por pelo menos 6 meses após o diagnóstico ✓ Anticorpos ICA presentes MODY: ✓ Diabetes monogenético ✓ O paciente possui uma mutação de um gene que vai regular a produção de insulina pelas células beta pancreáticas ✓ É um problema genético, logo não terá presença de autoanticorpos e nem resistência a insulina ✓ Por ser genética acomete duas ou mais gerações consecutivas – possui história familiar forte ✓ Existem mais de 18 subtipos de MODY, sendo os mais comuns: MODY 2 e MODY 3 Em resumo... Diabetes secundário a endocrinopatias ➢ Refere-se a comorbidades endocrinológicas que podem levar a hiperglicemia e diabetes ➢ Hormônios como GH, Cortisol, Glucagon, catecolaminas (adrenalina e noradrenalina) e tiroxina são hormônios contrarreguladores, ou seja, inibem a ação da insulina, assim levam a uma hiperglicemia ➢ Em situações em que há excesso desses hormônios, o paciente pode cursar com hiperglicemia e diabetes Exemplo: Acromegalia; Síndrome de Cushing; Glucagonoma; Feocromocitoma; Hipertireoidismo. Outra patologia associada é a síndrome dos ovários policísticos, que cursa com resistência insulínica e pode levar à DM2 Diabetes secundária a medicações ➢ Glicocorticoides, ácido nicotínico e inibidores de protease antagonizam a ação da insulina e induzem a resistência insulínica, podendo cursar com DM2 ➢ Tiazídicos e estatinas possuem controvérsias, estudos mostram que a relação ocorre em doses maiores destes fármacos ou pessoas com risco prévio ➢ Antipsicóticos atípicos (olanzapina e clozapina) podem causar ganho de peso ehiperprolactinemia, que piora a resistência insulínica e podem levar a DM2 Diabetes secundária a infecções ➢ Infecções em que a ação direta do patógeno pode influenciar no desenvolvimento de diabetes mellitus: Rubéola congênita, CMV, Coxsackie B, Adenovírus e Parotidite podem causar DM por destruição das células beta pancreáticas ➢ Vírus da hepatite C: - 1/3 dos pacientes portadores crônicos da hepatite C têm DM - Drogas de escolha para tratamento: metformina e pioglitazona Diabetes secundária a doenças do pâncreas exócrino ➢ Doenças que lesam o pâncreas exócrino também podem levar ao acometimento do pâncreas endócrino por destruição das células beta ➢ Clinicamente se assemelha a DM1 Fisiopatologia da DM-1: • Uma predisposição genética + desencadeador ambiental inespecífico (infecção etc.) geram um aumento da produção de autoanticorpos levando à inflamação e destruição das células beta pancreáticas e, consequentemente queda dos níveis de insulina • Destruição das células beta pancreáticas: - por algum motivo não tão bem elucidado, o sistema imune “confunde” as células beta do pâncreas como inimigas e as destroem - como as células beta são as responsáveis pela produção de insulina, ocorre então uma queda dos níveis deste hormônio - a destruição das células beta ocorre lentamente ao longo do tempo (meses a anos) - o pâncreas vai perdendo a capacidade de produzir insulina • Produção de autoanticorpos: - o sistema imune começa a produzir autoanticorpos contra as células beta - estes autoanticorpos não causam a destruição diretamente, eles “marcam” as células beta como alvo, assim os linfócitos T (células de defesa) veem essas células como "doentes" e as atacam diretamente, levando à sua destruição Principais autoanticorpos associados (anti- lhota): - Anti-insulina (IAA) - Antidescarboxilase do ácido glutâmico (anti-GAD65) - Antitirosina-fosfataseIa-2 e IA-2B - Antitransportador de zinco (Znt8) • Deficiência total de insulina: - sem insulina, a glicose não entra nas células, dessa forma, ocorre uma hiperglicemia (açúcar alto no sangue) e déficit de energia celular Fisiopatologia da DM-2: ANTES DE QUALQUER COISA... ➢ Insulina: - hormônio produzido pelas células beta das ilhotas de Langerhans, no pâncreas - possui como funções principais: promover a entrada de glicose nas células (músculo e tecido adiposo), estimular o armazenamento de glicose na forma de glicogênio no fígado e músculos, inibir a produção hepática de glicose (gliconeogênese) ➢ GLUT: - são proteínas que ficam nas membranas das células e têm a função de deixar a glicose entrar na célula a partir do sangue - transportador de glicose. A glicose não consegue atravessar sozinha a membrana celular, por isso, ela precisa dos GLUTs para ser transportada para dentro da célula, onde será usada como energia ou armazenada em forma de glicogênio - O mais importante na DM2 é o GLUT-4, que está nos músculos e tecido adiposo. O GLUT-4 precisa da insulina para funcionar. Na DM2, por causa da resistência à insulina, o GLUT-4 não age corretamente, e a glicose não entra nas células, causando o aumento do açúcar no sangue. Agora vamos a fisiopatologia da doença de fato... • Diversos fatores como: obesidade, história familiar de DM, SOP, tabagismo, DMG/macrossomia fetal, dislipidemia, HAS, idade > 40 anos, etiologia negra ou hispânica, dentre outros levam a: - resistência periférica à ação da insulina nos adipócitos e no músculo esquelético - secreção deficiente de insulina pelo pâncreas - aumento da produção hepática de glicose • Resistência à insulina: - A insulina é o hormônio que ajuda a glicose (açúcar) a entrar nas células do corpo, principalmente nos músculos, fígado e tecido adiposo - Na DM2, essas células não respondem bem à insulina (tem-se uma resistência a insulina). Assim, a glicose não entra nas células como deveria e se acumula no sangue • Compensação pelo pâncreas: - Para tentar corrigir o problema, o pâncreas (órgão que produz a insulina) aumenta a produção de insulina. Durante um tempo, essa compensação consegue manter os níveis de glicose controlados. No entanto, com o passar do tempo, o pâncreas não consegue mais manter essa produção alta. As células beta do pâncreas (responsáveis por produzir insulina) ficam desgastadas e produzem cada vez menos insulina. • Logo, a resistência a insulina e a produção insuficiente de insulina pelo pâncreas levam a um aumento progressivo e crônico da glicose no sangue (hiperglicemia) OCTETO DE DEFRONZO Rastreio dos pacientes: • Indicações de rastreamento para DM-2: - Pacientes sintomáticos: 4 “Poli”s, vulvovaginites de repetição, disfunção erétil - Pacientes assintomáticos: todos > 45 anos, os que têm idade 250 - Pacientes em uso prolongado de glicocorticoides ou antipsicóticos atípicos • Rotina do rastreamento: Realizada com glicemia de jejum e hemoglobina glicada 1) Exame normal: repetir a cada 3 anos 2) Se presença de fator de risco: repetir a cada 12 meses Diagnóstico: *GLICEMIA CAPILAR NÃO FORNECE DIAGNÓSTICO DE DIABETES !! • 2 ocasiões significa: medida em duas ocasiões diferentes • Se em uma mesma amostra possui GJ ≥ 126 e uma HbA1c > 6,5%: diagnóstico de DM 4 P’s Como é realizado o TOTG? ✓ Primeiro é medido a GJ, após isso, é dado ao paciente um xarope com 75g de glicose para ele tomar via oral ✓ É feita a medição seriada de 30 em 30 min (5 medidas) – até 120min/2hrs ✓ Indicações: - GJ E HbA1c com resultados dúbios - Para diagnóstico de DMG - Para diagnóstico de DM pós-transplante no primeiro ano - GJ alterada (≥ 100 e 150 min/semana de atividade física aeróbia de moderada intensidade - redução de pelo menos 7% do peso 2) Paciente diabético: - associação de exercícios resistidos com aeróbicos - 2-3 sessões/semana em dias não consecutivos - pelo menos 150 min semanais de caminhada de moderada/alta intensidade - não permanecer mais do que dois dias consecutivos sem atividade física ANTIDIABÉTICOS ORAIS E SUBCUTÂNEOS (DM-2) CLASSES REPRESENTANTES IMPORTANTE BIGUANIDAS Metformina - droga inicial de escolha - pré-DM e SOP - reduz eventos cardiovasculares (CV) - não causa hipoglicemia - deficiência de Vit.B12 e acidose lática GLITAZONAS Pioglitazona - grande sensibilizador de insulina - pré-DM, doença hepática gordurosa não alcóolica (DHGNA) e perfil lipídico - retenção hídrica, ganho de peso, IC, fraturas, CA de bexiga SULFONILURÉIA - Glicazida - Glimepirida - Gilbenclamida -redução de complicações microvasculares - hipoglicemia e ganho de peso INIBIDORES DE DPP-4 Gliptinas - Sitagliptina - Saxagliptina - Linagliptina - raros eventos adversos - não causa hipoglicemia - pouca repercussão no peso - uso em todos os estágios de DRC INIBIDORES DE SGLT2 Glifozinas - Empaglifozina - Dapaglifozina - Canaglifozina - redução de mortalidade CV, progressão de DRC - infecções genitais - cetoacidose euglicêmica ANÁLOGOS DE GLP-1 Tidas - Liraglutida - Semaglutida - redução de mortalidade CV e albuminúria - potente na perda de peso - DHGNA - rara hipoglicemia - efeitos adversos no TGI Metformina: MECANISMO DE AÇÃO – • Aumenta a utilização periférica de glicose • Melhora a resistência insulínica • Reduz a gliconeogêse (produção de glicose proveniente do fígado) -> redução da glicemia do paciente • Reduz a absorção intestinal de glicose • É uma medicação que não tem ação no pâncreas, logo ela não leva a hipoglicemia EFEITOS – • Fármaco muito potente • Previne a progressão de pré-diabetes para diabetes tipo 2 • Melhora o perfil lipídico • Leva a uma perda de peso leve • Medicação muito segura, uma vez que não causa hipoglicemia • Usos: - SOP (auxilia na ovulação, reduz risco de abortamento) - pré-diabetes EFEITOS ADVERSOS – • Sintomas gastrointestinais - pirose - dor epigástrica - náuseas Logo, recomenda-se que o paciente utilize a medicação sempre após se alimentar. Se mesmo assim os sintomas persistirem pode-se optar pela metformina de liberação prolongada (metformina XR) • Deficiência de vitamina B12 - reduz absorção ileal de B12 • Acidose lática (raro) - logo: contraindicada em pacientes com Insuficiência respiratória, cardíaca ou hepática graves CONTRAINDICAÇÕES – • Pacientes com Insuficiência respiratória, cardíaca ou hepática graves • Clearence de creatinina atinge célula beta pancreática -> despolarização da membrana plasmática -> fechamento dos canais de potássio e abertura dos canais de cálcio -> influxo de cálcio para dentro da célula beta pancreática -> contração de actina e miosina -> exocitose dos grânulos contendo insulina • Sulfonilúreias atuam nos receptores SUR1 deixando os canais de potássio constante fechados, dessa maneira, a membrana plasmática permanece sempre despolarizada, permitindo assim o aumento da secreção de insulina • É uma medicação que aumenta constantemente a secreção de insulina, independente se o paciente está ou não se alimentando EFEITOS – • É uma medicação muito potente • Ampla disponibilidade no SUS • Redução de complicações microvasculares, sobretudo nefropatia e retinopatia (gliclazida e glimepirida) EFEITOS ADVERSOS – • Hipoglicemia por aumentar muito a produção de insulina mesmo quando o paciente não está se alimentando • Ganho ponderal CONTRAINDICAÇÕES – • Clearance de creatinina células L da mucosa intestinal leva a produção de GLP-1 -> na célula beta pancreática o GLP-1 sinaliza a necessidade do aumento de insulina e redução de glucagon para chegada do alimento -> aumento da secreção de insulina e redução da secreção de glucagon -> redução da glicemia de jejum e pós-prandial • DPP-4 é uma enzima secretada pelas células entéricas que degrada o GLP-1. Logo, os inibidores da DPP-4 possibilitam um aumento da ação do GLP-1 e, por conseguinte melhora as glicemias EFEITOS – • Redução da glicemia de jejum em 20 mg/dL • Redução da HbA1c em 0,6-0,8% • É uma medicação muito segura e bem tolerada • Não tem muitos efeitos no peso • Hipoglicemia é rara • Pode ser usada em qualquer estágio da DRC CONTRAINDICAÇÕES – • Hipersensibilidade à medicação • Insuficiência hepática - nesses casos, somente usar a vildagliptina Análogos do GLP-1 “TIDAS”: Representantes ✓ Exenatide; ✓ Lixisenatida; ✓ Liraglutida; ✓ Dulaglutida; ✓ Semaglutida - é a primeira a ser liberada com administração via oral, no Brasil, as demais são de liberação por via subcutânea. MECANISMO DE AÇÃO – • GLP-1: aumentam a secreção de insulina em resposta ao alimento • Além disso, o GLP-1 atua: - retardando o esvaziamento gástrico - provocando maior tempo de saciedade Dessa maneira, são medicamentos que podem ser utilizados para o tratamento da obesidade e do DM EFEITOS – • Redução da glicemia de jejum em 30mg/dL • Redução da HbA1c em 0,8-1,5% • Provoca redução do peso, pressão arterial e glicemia pós-prandial • Reduz mortalidade em eventos cardiovasculares • Hipoglicemia é rara • Redução de albuminúria CONTRAINDICAÇÕES – • Hipersensibilidade à medicação, ou seja, alergia a medicação • Carcinoma medular de tireoide • História prévia de pancreatite • Uso dos inibidores de DPP-4 • Taxa de filtração glomerular (TFG)✓ Empagliflozina Estudos recentes demonstraram que estas medicações possuem um efeito muito benéfico em pacientes que possuem doença renal ou cardíaca mesmo naqueles que não possuem diabetes MECANISMO DE AÇÃO – • SGLT-2: receptor que temos no túbulo contorcido proximal do néfron que leva a uma reabsorção de glicose, sal e água • Logo: Mecanismo de ação dos inibidores de SGLT-2 -> inibição do receptor SGLT-2, aumentando assim a liberação de glicose, sódio e água na urina. Dessa forma, reduz a glicose sérica por reduzir sua reabsorção renal • Assim, além de tudo isso provocam: - efeito diurético -> melhora do remodelamento cardíaco, melhora da inflamação, redução da hipertrofia do ventrículo esquerdo (benéfico ao coração) - vasoconstrição da arteríola aferente -> diminuição de proteinúria (benéfico ao rim) EFEITOS – • Redução da glicemia de jejum em 30 mg/dL • Redução da HbA1c em 0,5-1,0% • São medicações muito boas para pacientes com DM e que já tiveram eventos cardiovasculares como infarto, angina. Redução dos eventos cardiovasculares e mortalidade cardiovascular em pessoas com DM e DCV • Redução da internação com IC • Redução dos desfechos renais • Redução discreta dos valores da pressão arterial • Hipoglicemia é rara EFEITOS COLATERAIS – • Infecções do trato geniturinário é o principal efeito colateral devido ao aumento dos níveis de glicose através da urina (urina com muito açúcar -> meio propício para a proliferação de bactérias e fungos) • Cetoacidose diabética euglicêmica - não é muito comum mas pode ocorrer - o corre principalmente em indivíduos em uso da medicação e não se hidratam de modo adequado - tratamento: Glicose hipertônica + hidratação + correção do potássio + insulina, se necessário • Canaglifozina: - medicação está em desuso após evidências do aumento de risco de amputação de MMII após o seu uso CONTRAINDICAÇÕES – • Doença renal estágio IV ou V INSULINOTERAPIA Farmacologia das insulinas: • Ação rápida: - insulina regular - Início: 30-60 min depois da aplicação. Logo: orienta-se que o paciente aplique 30-60 min antes de se alimentar - Pico (período de ação máxima da medicação): 2 -3h - Duração: 8-10h - utilizada antes das refeições • Ação ultrarrápida: - insulinas lispro, asparte e glulisina (insulinas SPEED; muito rápidas) - são análogos de insulina - início: 5-15 min - pico: 30-90 min - duração: 4-6h (por ter menos tempo de duração/tempo de insulina circulando, diminui as chances de fazer uma hipoglicemia) - utilizada antes das refeições • Ação intermediária: - Insulinas NPH - Início: 2 - 4h - Pico: 4 -10h - Duração: 12- 18h • Ação Lenta: - Insulinas Glargina U-100, Glargina U-300 e Detemir - Início: 2h - Pico: não tem - Duração: Glargina U-100 -> 24h Glargina U-300 -> 36h Determir -> 18-20h • Ação ultralenta: - Insulinas Degludeca - Início: 30 - 90 min - Pico: não tem - Duração: 36 - 42h Questão: Ao analisar os tipos de insulina e seus análogos, encontra-se: a) Insulina/análogo: aspart; característica: sem pico de efeito b) insulina/análogo: degludeca; característica: duração superior a 40hrs. c) insulina/análogo: lispro; característica: início de ação em 2hrs. d) insulina/análogo: glargina; característica: duração de 2 a 4hrs. e) insulina/análogo: NPH; característica: início de ação em 30 min. Indicações de insulinoterapia: • Paciente com sinais e sintomas de falta de insulina: - polidipsia - poliúria - perda de peso - polifagia • HbA1c > 9% • HbA1c fora do alvo mesmo com MEV + utilizando antidiabéticos orais/subcutâneos em doses máximas • Pacientes diabéticos internados • Gravidez - pacientes DMG que não responde a MEV ou com refratariedade a outros tratamentos Insulinoterapia no paciente com DM-1: • Pacientes DM-1 não possuem secreção suficiente de insulina por uma destruição autoimune das células beta-pancreáticas • Doses: 1) Paciente recém diagnosticado com DM- 1 ou após recuperação de uma CAD: - 0,5-1,0 UI/kg/dia 2) Após esse primeiro período: - pode-se reduzir para: 0,4-0,6 UI/kg/dia 3) Puberdade: - grande ação de hormônios contrarreguladores que dificultam a ação da insulina, logo a dose deve ser aumentada - 1,2-1,5 UI/kg/dia 4) Fase de lua de mel: - refere-se a um período transitório logo após o diagnóstico da doença, em que a necessidade de insulina diminui temporariamente, assim deve-se usar doses mínimas de insulina - em geral, tem duração de 6 meses a 1 ano após o paciente ser diagnosticado com DM-1 • Fatores que podem alterar a demanda por insulina: 1) Aumento da demanda: estresse, infecções, puberdade, hipertireoidismo, síndrome de Cushing, uso de corticoides 2) Diminuição da demanda: fase de lua de mel, DRC, distúrbios disabsortivos, hipotireoidismo, insuficiência adrenal Esquema Basal-Bolus: • Paciente DM-1 deve utilizar este esquema • É um esquema que envolve a combinação de insulina basal (ação lenta ou ultralenta) + insulina bolus (ação rápida ou ultrarrápida) • Este esquema deve ser iniciado com uma dose inicial que varia entre 0,5-1,0 UI/kg/dia. Deve ser realizado com a dose total diária de 50% basal + 50% bolus. Ajuste deve ser feito após 48 a 72hrs • Insulina regular/ultrarrápida: - Divisão antes das refeições principais (café, almoço e jantar) conforme a contagem de carboidratos • Insulina NPH: - 2/3 da dose deve ser feita pela manhã (antes do café da manhã) e 1/3 da dose ao deitar/antes do jantar (de preferência ao deitar) • Insulina Glargina/Degludeca: - aplicação 1x/dia antes do café da manhã ou jantar Após isso deve-se solicitar ao paciente para que realize o mapa para monitorização de sua glicemia -> ▪ A insulina regular aplicada antes do café da manhã vai refletir a glicemia capilar medida 2 horas após café da manhã; a aplicada antes do almoço reflete a glicemia capilar 2 horas após almoço; e a aplicada antes do jantar, a glicemia capilar 2 horas após jantar ▪ Os efeitos da aplicação da insulina NPH vão ser refletidos na próxima refeição; Por exemplo: a glicemia capilar aferida antes do almoço que vai refletir se a dose de insulina NPH fornecida antes do café da manhã está adequada. A dose da insulina NPH aplicada antes do almoço reflete a glicemia capilar antes do jantar e a dose da insulina NPH aplicada antes do jantar ou antes de dormir, a glicemia capilar em jejum ▪ Com isso é possível verificar qual insulina deve ter sua dose ajustada Insulinoterapia no paciente com DM-2: • Para a DM2, a escolha inicial será NPH ou análogo de ação longa • Normalmente, em dosagem da 10 UI (bed time, ou seja, às 22h) ou 0,1 UI/kg • Demais doses serão ajustadas conforme a demanda • Deve-se suspender o uso de secretagogos (sulfonilureias) • Manter demais medicações (com ressalvas) - avaliar possíveis contraindicações a depender do clearance de creatinina do paciente Exemplo prático para entender de fato o uso da insulina: 1) Paciente, portadora de DM-2 há 15 anos, em uso regular de metformina 2g/dia; gliclazida 120 mg/dia; empaglifozina 25 mg/dia; linagliptina 5mg/dia. Possui um peso de 82 kg, altura de 1,62 e IMC de 31,24. Apresenta HbA1c de 9,6% e TFG de 62. Esta mulher é uma paciente que mesmo utilizando 4 antidiabéticos não está conseguindo manter a sua hemoglobina glicada no alvo. Assim, é uma paciente em que devemos: - iniciar insulina NPH 10 UI às 22hrs - suspender sulfonilúreias (suspender gliclazida neste caso) A paciente em questão traz o seguinte mapa após algum tempo de uso da insulina que foi passada na primeira consulta. - Glicemia de jejum da paciente está fora da meta, logo: deve-se aumentar a