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SEMI Estrutura e Organizacao da Educacao Brasileira 02

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Estrutura e Organização da 
Educação Brasileira
Autor: Lindolfo Anderson Martelli
Tema 02
A Educação Escolar Pública
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Tema 02
A Educação Escolar Pública
Como citar este material:
MARTELLI, Lindolfo Anderson. Estrutura e 
Organização da Educação Brasileira: A Educação 
Escolar Pública. Caderno de Atividades. Valinhos: 
Anhanguera Educacional, 2014.
SeçõesSeções
Tema 02
A Educação Escolar Pública
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Conteúdo
Nessa aula você estudará: 
•	 O impacto das transformações tecnológicas na oferta de uma educação pública de 
qualidade. 
•	 Como se dá o processo de mercantilização da educação brasileira. 
•	 As discussões teóricas sobre a importância do Estado na promoção da cidadania a 
partir das novas tecnologias.
CONTEÚDOSEHABILIDADES
Introdução ao Estudo da Disciplina 
Caro(a) aluno(a).
Este Caderno de Atividades foi elaborado com base no livro Educação Escolar: Políticas, 
Estrutura e Organização, dos autores José Carlos Libâneo, João Ferreira de Oliveira e 
Mirza Seabra Toschi, editora Cortez, 2012, PLT 748.
Roteiro de Estudo:
Lindolfo Anderson MartelliEstrutura e Organização da Educação Brasileira 
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CONTEÚDOSEHABILIDADES
LEITURAOBRIGATÓRIA
Habilidades 
Ao final, você deverá ser capaz de responder as seguintes questões:
•	 Quais são as influências do neoliberalismo na educação?
•	 Quando se iniciou o processo de mercantilização da educação pública? 
•	 Qual a responsabilidade do Estado diante das novas demandas educacionais que se 
colocam?
A Educação Escolar Pública 
O tema anterior tratou das transformações vividas pela sociedade nos últimos anos, 
as quais influenciam decisivamente a educação escolar na contemporaneidade. Você 
percebeu que o neoliberalismo defendido pelo atual modelo econômico capitalista pressiona 
cada vez mais a escola para que atenda aos interesses do mercado, que é segregador e 
coloca a educação pública como ineficiente diante das novas demandas impostas pela pós-
modernidade. Você pôde compreender que a escola não pode perder sua função formadora 
e que teóricos como Libâneo, Oliveira e Toschi (2012) defendem uma radical reforma na 
maneira como a escola se prepara para enfrentar as ambivalências e ambiguidades da pós-
modernidade, repensando seu papel social diante das contradições existentes no capitalismo 
e nos ideais neoliberais. Portanto, mais do que nunca, as mudanças que precisam ocorrer 
na escola devem preparar cidadãos reflexivos capazes de entender o mundo, seu país, sua 
realidade e de transformá-lo positivamente.
Com a emergência de uma economia fortemente influenciada pela onipresença 
tecnológica na cadeia produtiva, no mundo do trabalho, em que informação e conhecimento 
substituem produção de bens materiais, as escolas têm reconsiderado a forma como 
tratam os processos de ensino e aprendizagem. A sociedade pós-moderna está diante 
de uma nova forma de compreender o homem e o conhecimento, que, para Pierre Lévy 
(2005), configura-se como ciberespaço, onde as tecnologias ampliam, exteriorizam 
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LEITURAOBRIGATÓRIA
e modificam as funções cognitivas humanas. A internet é a grande promotora desta 
nova forma de relação com o conhecimento, pois antes dela todas as comunidades se 
organizavam dentro de espaços físicos e agora transcendem esta dimensão rompendo 
as barreiras de tempo e espaço. 
A reforma sugerida por Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 126) para a educação pública, 
diante da globalização, deve contemplar a inclusão digital como um dos elementos 
fundamentais para o livre exercício da cidadania. O acesso às novas tecnologias e o uso 
destas são um dos pilares fundamentais para propiciar a democracia e a cidadania, pois 
garantem que as pessoas usufruam do exercício dos seus direitos. As políticas neoliberais 
promovem cada vez mais a capacitação e a requalificação dos trabalhadores para satisfazer 
as exigências do sistema produtivo e a formação de consumidores exigentes para o mercado 
diversificado, sofisticado e competitivo. 
No novo processo de produção, em que estão presentes as novas tecnologias e 
as novas ou mais flexíveis e eficientes formas de organização da produção, não 
há praticamente lugar para o trabalhador desqualificado, com dificuldades de 
aprendizagem permanentes, incapaz de assimilar novas tecnologias, tarefas e 
procedimentos de trabalho, sem autonomia e sem iniciativa... A desqualificação 
passou a significar exclusão do novo processo produtivo (LIBÂNEO; OLIVEIRA 
;TOSCHI, 2012, p. 124). 
Para os autores Libâneo, Oliveira e Toschi, a educação construída a partir da lógica guiada 
pelo mercado neoliberal não garante a qualidade da educação, pelo contrário, cabe ao 
Estado assumir sua responsabilidade de controle do progresso técnico e da promoção de 
uma educação pública de qualidade. 
A partir de 1968, durante o Regime Militar, as instituições de ensino privado passaram a 
ganhar força. Até aquele momento, o seguimento privado era composto por ordens religiosas, 
confessionais e comunitárias. Não era prevista juridicamente a existência de empresas na 
área da educação. Portanto, prevaleciam as iniciativas beneficentes e sem fins lucrativos, 
amparadas pela renúncia fiscal dos impostos sobre a renda, os serviços, o patrimônio e os 
recursos estatais. Esse cenário passa a mudar drasticamente a partir da década de 1990 no 
Brasil com o governo de Fernando Henrique Cardoso, que buscou evidenciar a dissimulação 
do sistema de ensino que se mantinha como assistencial, beneficente, filantrópico, mas que 
buscava o lucro, a mercantilização e os interesses mercadológicos. 
Por pressão do Banco Mundial em 1994, foi necessário que ocorressem mudanças na 
legislação educacional no Brasil, com o objetivo de redirecionar recursos da educação 
superior para a educação fundamental. Tal política fortaleceu a expansão das instituições 
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privadas de ensino superior. Muitas instituições que funcionavam como entidades sem 
fins lucrativos, principalmente de caráter confessional religioso, cresceram e se tornaram 
grandes centros de ensino, todavia na prática estavam mais interessadas no lucro e na 
expansão comercial do que em projetos educacionais beneficentes. A Lei de Diretrizes e 
Bases (LDB) em 1996, regulamentada pelo decreto n. 2.207/1997 substituído pelo decreto 
n. 2.306/1997, estabeleceu o aparato normativo que previa os requisitos necessários para 
diferenciação entre as instituições não lucrativas e as empresas educacionais1. 
1 Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado 
à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
VI - instituir impostos sobre: 
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das 
entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, 
sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei (Constituição Federal, 1988). 
Art. 20. As instituições privadas de ensino se enquadrarão nas seguintes categorias: 
I - particulares em sentido estrito, assim entendidas as que são instituídas e mantidas 
por uma ou mais pessoas físicas ou jurídicas de direito privado que não apresentem as 
características dos incisos abaixo; 
II - comunitárias, assim entendidas as que são instituídas por grupos de pessoas físicas 
ou por uma ou mais pessoas jurídicas, inclusive cooperativas educacionais, sem fins 
lucrativos, que incluam na sua entidade mantenedora representantes da comunidade; 
(Redação dada pela Lei nº 12.020, de 2009);
III – confessionais, assim entendidas as que são instituídas por grupos de pessoas físicas 
ou por uma ou mais pessoas jurídicas que atendem a orientação confessional ou ideologia 
específicas e ao disposto no inciso anterior; 
IV – filantrópicas na forma da lei. 
LEITURAOBRIGATÓRIA
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LEITURAOBRIGATÓRIADe acordo com Carvalho (2011), mesmo diante das sanções impostas pela lei que acabava 
com a imunidade fiscal para muitas instituições configuradas como lucrativas, a redução 
dos custos operacionais foi garantida, pois elas aderiram ao Programa Universidade para 
Todos (Prouni) a partir de 2005. O Programa foi diretamente ao encontro dos interesses da 
iniciativa privada à medida que as instituições foram beneficiadas pelo Estado com a isenção 
do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) e de três contribuições: Contribuição 
Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade 
Social (Cofins) e Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS).
Nessa lógica, as instituições de ensino privadas continuam recebendo recursos públicos 
indiretamente. Recentemente as instituições de ensino, principalmente ligadas ao ensino 
superior, têm racionalizado seu processo financeiro e administrativo, consolidando fusões, 
ofertando ações negociadas na Bolsa de Valores, recebendo investimentos do capital externo 
e centralizando suas operações no mercado financeiro. Para Carvalho (2011), esta é a nova 
feição do processo de mercantilização, caracterizado como um movimento multifacetado de 
financeirização, oligopolização e internacionalização da educação brasileira. Nos bastidores 
desse processo está a atuação de bancadas do Congresso Nacional financiadas por grupos 
de interesse. 
A educação assumiu a perspectiva de mercadoria ou serviço que se compra, e 
não de um direito universal, o que a leva a tornar-se competitiva, fragmentada, 
dualizada e seletiva social e culturalmente (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI; 
2012, p. 132).
Para Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 132), em todas as reformas educativas, a partir 
de 1980, a questão da qualidade aparece como central. Todavia, diante da nova ordem 
mercantilista, a qualidade não pode ser tratada conforme os parâmetros economicistas. 
A escola não é empresa. O aluno não é cliente da escola, mas parte dela. É 
sujeito que aprende, que constrói seu saber, que direciona seu projeto de vida. 
Além disso a escola implica formação voltada para a cidadania, para a formação 
de valores – valorização da vida humana em todas as dimensões. Isso significa 
que a instituição escolar não produz mercadoria, não pode pautar-se pelo “zero 
defeito”, ou seja, pela perfeição (SILVA, apud LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 
2012, p. 132). 
Os autores criticam a forma como as políticas educacionais têm orientado os caminhos 
da Educação Pública. Para Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 130), é necessário 
estabelecer um projeto nacional de desenvolvimento econômico e social. É preciso que 
o Estado recupere seu poder de ação em áreas que interessam a toda a sociedade, de 
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maneira que não permaneça à mercê dos organismos financeiros internacionais e das 
entidades supranacionais. 
Diante da globalização econômica, da transformação dos meios de produção 
e do avanço acelerado da ciência e da tecnologia, a educação escolar precisa 
oferecer respostas concretas à sociedade, formando quadros profissionais 
para o desenvolvimento e para a geração de riquezas que sejam capazes, 
também, de participar criticamente desse processo (LIBÂNEO; OLIVEIRA; 
TOSCHI, 2012, p. 131). 
Se a Educação precisa ser entendida como fator da realização da cidadania, com padrões de 
qualidade da oferta e do produto, buscando superar as desigualdades sociais e a exclusão 
social, na contemporaneidade ela precisa acompanhar os avanços tecnológicos. O Estado 
precisa oferecer condições para que ocorra a articulação entre a escola e o mundo do trabalho, 
como instrumento de promoção da cidadania, incorporando conhecimentos, habilidades 
técnicas, novas formas de solidariedade social e o vínculo do trabalho pedagógico às lutas 
sociais pela democratização do Estado. Se a inclusão digital é uma necessidade inerente da 
pós-modernidade, ela deve ser considerada um novo fator de cidadania, ofertada a todos.
A educação deve ser entendida como fator de realização da cidadania, com 
padrões de qualidade da oferta e do produto, na luta contra a superação das 
desigualdades sociais e da exclusão social (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 
2012, p. 133). 
Para os autores, o governo brasileiro na contemporaneidade orienta-se no sentido da 
crescente desobrigação do Estado com a educação tecnológica, criando as condições 
jurídicas para privatizá-lo; permitindo o repasse de verbas públicas para instituições privadas; 
criando modalidades de ensino que dissociam a educação geral da educação profissional e, 
em certos casos, prescindindo da educação básica. 
É na formulação do grande objetivo do desenvolvimento – o ser humano, ao mesmo 
tempo pessoa e sociedade – que se encontra a íntima conexão ou o divórcio em relação à 
democracia e à educação. Conforme Arruda e Boff (2000, p. 19), para a cultura do capital, 
o desenvolvimento é sinônimo de crescimento econômico e este é tomado como um 
fim em si mesmo. Sendo o capital privado o sujeito deste processo, apenas um número 
limitado de pessoas – a elite econômica, financeira e política – exerce plenamente o direito 
democrático e tem acesso a uma educação mais abrangente. Persiste, ainda segundo os 
autores, portanto, um conceito estreito e reducionista de desenvolvimento, num contexto 
político excludente ou subordinador da maioria. 
LEITURAOBRIGATÓRIA
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Embora ainda existam escolas em que os recursos tecnológicos mais elementares como 
televisor e reprodutores de DVDs nem sequer foram adotados, aonde os investimentos 
públicos em tecnologia não chegam, este cenário tem se revertido nos últimos anos. A 
maioria das escolas está equipada com televisão, DVDs, rádio, computadores e acesso 
à internet. Esses recursos estão presentes na grande maioria das escolas que compõem 
a rede pública de ensino, inclusive com alto grau de sofisticação tecnológica no que diz 
respeito a computadores e demais equipamentos eletrônicos, em institutos e universidades 
federais e estaduais. Em certa medida, existe por parte dos governos uma tentativa de 
acompanhar a celeridade das mudanças ocorridas no âmbito tecnológico. 
Embora exista essa preocupação, a morosidade nas licitações, na implementação dos 
recursos tecnológicos, a admissão de equipamentos com o menor custo e a celeridade 
com que estes são superados fazem com que, ao serem implantados na escola, já estejam 
parcialmente defasados em relação ao que há de mais moderno no mercado. O apelo à 
modernização, as armadilhas da lógica produtiva baseada no efêmero, a retórica sobre a 
necessidade de acompanhar os avanços tecnológicos, as mudanças de padrão e até mesmo 
o elemento simbólico por trás de um novo design e um novo conceito tornam superados 
equipamentos relativamente novos. 
Para superar tal lógica perversa, o Estado responde com aporte de volumosos recursos, 
que visam modernizar a escola, muitas vezes pressionado por setores industriais. Um 
exemplo claro da tecnologia efêmera são os videocassetes que na década de 1990 foram 
comprados com intuito de formar professores e servir de instrumento pedagógico nas salas 
de aulas. Esses equipamentos foram superados por DVDs em um tempo muito curto. Os 
computadores também representam importantes recursos tecnológicos que rapidamente são 
defasados, uma vez que softwares cada vez mais sofisticados exigem maior performance e 
desempenho, transformando os equipamentos em verdadeiros entulhos em muitas escolas. 
Para Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 133) são três os objetivos fundamentais que devem 
servir de base para a construção de uma educação pública de qualidade no contexto atual: 
preparação para o processo produtivo e para a vida em sociedade técnico-informacional, 
formação para a cidadania crítica e participativa e formação ética. Essa preparação precisa 
ser entendida como sistêmica,ou seja, não basta fornecer os recursos tecnológicos, é preciso 
que exista uma reforma na escola em sua maneira de tratar a comunicação, de pensar 
seus métodos de ensino, de produzir conhecimento. Para Barbero (apud CITELLI; COSTA, 
2011, p. 123), os recursos tecnológicos não são uma solução mágica que vem melhorar a 
educação, é preciso mudar o modelo de comunicação vigente no sistema escolar. Segundo 
LEITURAOBRIGATÓRIA
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ele, o modelo predominante é vertical, autoritário na relação professor/aluno e linearmente 
sequencial no aprendizado. Introduzir nesse modelo meios e tecnologias modernizantes é 
reforçar ainda mais os obstáculos de nossa sociedade. 
Para que o processo de transformação da educação ocorra em sintonia com os novos 
paradigmas da pós-modernidade, é necessário investir na formação humana, na 
instrumentalização e na capacitação teórico-prática dos agentes de mudança que fazem 
parte da comunidade escolar. O Brasil permanece com desigualdades sociais, socioculturais 
e regionais agudas, com uma educação muito ligada aos modelos tradicionais. A introdução 
de políticas educacionais e ações sistemáticas que visam democratizar o uso dos recursos 
tecnológicos nas escolas tem sido construída basicamente a partir de projetos que adotam 
o computador e a internet como ferramentas de ensino-aprendizagem. 
No Brasil, grandes projetos governamentais em informática na educação têm sido 
implantados desde a década de 1980, como o projeto Educom (Educação e Computador), 
cujo objetivo era criar centros de pesquisa sobre informática na educação a fim de 
formar profissionais habilitados para o uso de softwares educacionais. As autoras Brito 
e Purificação (2008, p. 67), lembram que nessa época houve muita euforia em torno das 
novas tecnologias voltadas para a educação, mas que aos poucos foi se esvaecendo à 
medida que se percebeu que a tecnologia em si não possibilitava renovação na relação 
ensino-aprendizagem. 
Paralelo a este momento, surgiram muitas escolas seculares de informática, e professores do 
ensino público buscaram fora da escola a capacitação de que necessitavam para exercer sua 
atividade profissional. Os conhecimentos extraescolares, seja por cursos especializados ou por 
iniciativa pessoal, seja mesmo com a ajuda de outros, não garantiam suficiente embasamento 
para a grande maioria dos professores no Brasil. Esse apontamento apresentado por Brito 
e Purificação (2008, p. 67-68) demonstra que a tecnologia adotada em escolas públicas foi 
utilizada em contrapeso a um conhecimento teórico e prático por parte dos profissionais de 
educação, gerando, assim, um desapontamento quanto ao seu uso. 
O barateamento contínuo dos serviços de internet tem contribuído para que a informática 
esteja presente nos laboratórios e salas de aula escolares. A partir da década de 1990, 
a internet passa a fazer parte da realidade de muitas escolas brasileiras, principalmente 
das localizadas em centros urbanos. Os professores encontraram novas fronteiras que 
precisavam ser exploradas e compreendidas, e o acesso ao conhecimento se tornou 
universal. Em 1997 foi criado o Programa Nacional de Informática na Educação (ProInfo), 
LEITURAOBRIGATÓRIA
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que determina a distribuição de computadores para escolas do ensino fundamental e a 
criação dos Núcleos de Tecnologias Educacionais, que respondiam pela capacitação 
docente. Através do ProInfo, o Ministério da Educação e Cultura (MEC), em parceria com 
o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), compra, distribui e instala 
laboratórios de informática nas escolas públicas. Por sua vez, os governos locais (prefeituras 
e governos estaduais) devem providenciar a infraestrutura das escolas, indispensável para 
que elas recebam os computadores.
Acompanhe no Quadro 2.1 as principais ações da política de informática educativa no Brasil. 
Quadro 2.1 – Ações da Política de Informática Educativa no Brasil
Ano Ações
1979
A Secretaria Especial de Informática (SEI) efetuou uma proposta para 
os setores educacionais, agrícola, da saúde e industrial, visando à 
viabilização de recursos computacionais em suas atividades. 
1980
A SEI criou uma Comissão Especial de Educação para colher subsídios, 
visando gerar normas e diretrizes para a área de informática na educação. 
1981
I Seminário Nacional de Informática na Educação (SEI/MEC/CNPQ) – 
Brasília. 
Recomendações: as atividades da informática educativa devem ser 
balizadas por valores culturais, sociopolíticos e pedagógicos da realidade 
brasileira; os espaços técnico-econômicos devem ser equacionados não em 
função das pressões do mercado, mas dos benefícios socioeducacionais; 
não se deve considerar o uso de recursos computacionais como nova 
panaceia para enfrentar os problemas. 
LEITURAOBRIGATÓRIA
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1982
II Seminário Nacional de Informática Educativa (Salvador), que contou 
com a participação de pesquisadores das áreas de educação, sociologia, 
informática e psicologia. Recomendações: que os núcleos de estudos 
fossem vinculados às universidades, com caráter interdisciplinar, 
priorizando o ensino de 2° grau, não deixando de envolver outros grupos 
de ensino; que os computadores fossem um meio auxiliar do processo 
educacional, devendo se submeter aos fins da educação e não determiná-
los; que o seu uso não fosse restrito a nenhuma área de ensino; a 
priorização da formação do professor quanto aos aspectos teóricos, à 
participação em pesquisa e experimentação, além do envolvimento com 
a tecnologia do computador; por fim, que a tecnologia a ser utilizada fosse 
de origem nacional.
1983
Criação do Projeto Educom – Educação com Computadores. Foi a primeira 
ação oficial e concreta para levar os computadores até as escolas públicas. 
Foram criados 5 centros-piloto, responsáveis pelo desenvolvimento de 
pesquisa e pela disseminação do uso dos computadores no processo de 
ensino-aprendizagem. 
1984
Oficialização dos centros de estudo do Projeto Educom, o qual era 
composto pelas seguintes instituições: UFPE (Universidade Federal de 
Pernambuco), UFRJ (Rio de Janeiro), UFMG (Minas Gerais), UFRGS 
(Rio Grande do Sul) e Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Os 
recursos financeiros para este projeto eram oriundos do Finep, Funtevê e 
do CNPQ.
LEITURAOBRIGATÓRIA
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1987
Criação do Comitê Assessor de Informática para Educação de 1° e 2° 
graus (Caie/Seps), subordinado ao MEC, tendo como objetivo definir os 
rumos da política nacional de informática educacional, a partir do Projeto 
Educom. As suas principais ações foram: 
Realização de concursos nacionais de softwares educacionais, redação 
de um documento sobre a política por eles definida, implantação de 
Centros de Informática Educacional (CIEs) para atender cerca de 100.000 
usuários, em convênio com as Secretarias Estaduais e Municipais de 
Educação; definição e organização de cursos de formação de professores 
dos CIEs e execução da avaliação e da reorientação do Projeto Educom. 
1989
Instituído pelo MEC, através da Portaria Ministerial n. 549/1989, o Programa 
Nacional de Informática na Educação (Proninfe) teve como objetivo 
desenvolver a informática educativa no Brasil, através de atividades 
e projetos articulados e convergentes, apoiados em fundamentação 
pedagógica, sólida e atualizada, a fim de assegurar a unidade política, 
técnica e científica imprescindível ao êxito dos esforços e investimentos 
envolvidos. 
LEITURAOBRIGATÓRIA
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1997 a 2013
Criação do ProInfo (Programa Nacional de Informática na Educação), 
projeto que visava à formação de NTEs (Núcleos de Tecnologias 
Educacionais) em todos os estados do país. Esses NTEs, num primeiro 
momento, foram formados por professores que passaram por uma 
capacitação de pós-graduação referente à informática educacional. A 
proposta é que atuem como multiplicadores dessa política.Atualmente 
existem diversos projetos estaduais e municipais de informática na 
educação vinculados ao ProInfo/Seed/Mec. O Projeto UCA (um computador 
por aluno) é uma iniciativa do governo federal, que, desde 2005, distribui 
computadores portáteis aos alunos da rede pública de ensino. Foi um 
projeto que complementou as ações do MEC referentes a tecnologias 
na educação, em especial os laboratórios de informática, produção e 
disponibilização de objetivos educacionais na internet dentro do ProInfo 
Integrado, que promove o uso pedagógico da informática na rede pública 
de ensino fundamental e médio. Além dessa iniciativa, existe o Prouca 
(programa um computador por aluno), instituído pela Lei n. 12.249, de 14 
de junho de 2010, com o objetivo de promover a inclusão digital pedagógica 
e o desenvolvimento dos processos de ensino e aprendizagem de alunos 
e professores das escolas públicas brasileiras, mediante a utilização de 
computadores portáteis denominados laptops educacionais. 
Em 2011, o ProInfo Integrado buscou mediante pregão eletrônico baratear 
os custos de tablets para que possam ser adquiridos pelos governos 
estaduais. Os tablets devem integrar conteúdos do Portal do Professor/
MEC; Portal Domínio Público; Khan Academy (física/matemática/biologia/
química): tradução para português com parceria da Fundação Lemann e 
Projetos de Aprendizagem Educacionais (Banco Internacional de Objetos 
Educacionais – MEC); Coleção Educadores.
Fonte: adaptado de Brito e Purificação (2008, p. 71-73). 
Para Bernardes e Santos (2009, p. 66), tendo em vista a precariedade do ensino público 
brasileiro e as tentativas de atender às demandas mercadológicas neoliberais e às exigências 
(inter)nacionais de alfabetização tecnológica, o Ministério da Educação (MEC) impulsionou 
LEITURAOBRIGATÓRIA
17
o ProInfo numa política de governo para ampliação de acesso às tecnologias da informação 
e comunicação. 
Embora existam sólidas políticas voltadas para o uso de tecnologias na educação, em 
todos os níveis, desenvolvidas pelo governo federal, o que se percebe é que, dadas a 
dimensão e a amplitude da rede pública, essas políticas não conseguem contemplar todas 
as demandas existentes, principalmente em pequenas cidades e regiões rurais. Esse 
cenário fica mais crítico nas redes estaduais e municipais de educação, uma vez que na 
maioria das vezes faltam políticas educacionais que incorporem, de maneira eficiente, as 
tecnologias como ferramenta de suporte a educação. Bernardes e Santos (2009, p. 69) 
chamam a atenção para a necessidade de apropriação crítica e democrática dos conteúdos 
científicos e tecnológicos, pois a comunidade escolar tem se atido mais às questões de 
ordem metodológica e de infraestrutura como a criação de salas de informática, caindo na 
armadilha de esvair os conteúdos em favorecimento da forma, da técnica. 
LINKSIMPORTANTES
Quer saber mais sobre o assunto? 
Então:
Sites
Leia o artigo A incorporação das TIC nas escolas: desafios contemporâneos, escrito por 
Clésia Maria Hora Santana. O artigo trata incorporação das tecnologias da informação e 
da comunicação nas escolas públicas e suas relações com uma proposta de educação 
vinculada à problemática de uma sociedade digital em constante metamorfose. Discute 
ainda a necessidade de políticas públicas de formação continuada dos professores para 
que essa integração não se configure em uma mera transposição de velhas práticas.
Disponível em: <http://epealufal.com.br/media/anais/348.pdf>. Acesso em: 02 jan. 2014. 
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Leia o artigo As novas tecnologias na educação e seus reflexos na escola e no mundo do 
trabalho, escrito por Iracy de Sousa Santos, que trata das novas tecnologias na educação 
e do papel da escola. A autora questiona o processo de democratização destas tecnologias 
de acesso a elas ao tratar de questões como infraestrutura dos ambientes escolares e 
formação do educador para enfrentar os desafios postos pela sociedade da informação. 
O Disponível em: <http://www.joinpp.ufma.br/jornadas/joinppII/pagina_PGPP/Trabalhos2/
Iracy_de_Sousa_Santos.pdf>. Acesso em: 02 jan. 2014. 
Fique por dentro do documento Políticas Públicas para a Educação Profissional e 
Tecnológica, elaborado pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do 
Ministério da Educação, em 2004. O documento apresenta os compromissos do governo 
federal com a educação básica. Entre esses objetivos estão a redução das desigualdades 
sociais, o respeito e o fortalecimento da cidadania, reconhecendo em todos os momentos 
que à educação profissional e tecnológica cabe uma posição estratégica importante como 
elemento criativo de alavancagem, também com outras políticas e ações públicas, para o 
desenvolvimento socioeconômico do Brasil.
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf/p_publicas.pdf>. Acesso em: 
02 jan. 2014.
Leia o artigo A mercantilização da educação superior brasileira e as estratégias de mercado 
das IEs lucrativas, escrito por Cristina Helena Almeida de Carvalho, docente da Universidade 
de Brasília. O artigo trata das estratégias adotadas pelas Instituições de Ensino Superior 
no Brasil, pós-LDB de 1996, de crescimento e lucratividade com a adoção de diversas 
estratégias de mercado na direção da financeirização, oligopolização e internacionalização 
do seu capital.
Disponível em: <http://www.anped11.uerj.br/35/GT11-2301_int.pdf>. Acesso em: 02 
jan. 2014. 
Acesse o Portal do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação e fique por dentro 
dos principais programas desenvolvidos pelo ProInfo.
Disponível em: <http://www.fnde.gov.br/programas/programa-nacional-de-tecnologia-
educacional-proinfo/proinfo-perguntas-frequentes>. Acesso em: 02 jan. 2014. 
LINKSIMPORTANTES
19
LINKSIMPORTANTES
Instruções: 
Chegou a hora de você exercitar seu aprendizado por meio das resoluções 
das questões deste Caderno de Atividades. Essas atividades auxiliarão 
você no preparo para a avaliação desta disciplina. Leia cuidadosamente 
os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido e para o modo de 
resolução de cada questão. Lembre-se: você pode consultar o Livro-Texto 
e fazer outras pesquisas relacionadas ao tema.
Questão 1:
Não se pode negar a importância dos meios 
de comunicação no cotidiano. O rádio, a te-
levisão e cada vez mais a internet consti-
tuem fontes de informação sobre a realida-
de. Quais são as armadilhas presentes no 
uso das informações veiculadas pela mídia 
e pela internet das quais os professores 
devem ter consciência? 
Questão 2:
A globalização tem forçado os países a in-
vestir maciçamente em tecnologia, transfor-
mando as relações do mundo do trabalho. 
Na pós-modernidade, o chamado ciberes-
paço está relacionado com as novas for-
mas de produção, criação e trabalho. Quais 
atividades dependem do ciberespaço para 
serem exercidas?
a) Plantar hortaliças, cultivar flores, irrigar 
plantações. 
AGORAÉASUAVEZ
Vídeos Importantes 
Assista ao vídeo “Capacitação de professores para novas tecnologias_ProInfo”.
Disponível em: <http://youtu.be/4sGaRVeyXOs>. Acesso em: 02 jan. 2014.
Ele apresenta como ocorre a capacitação de professores para a adoção de tecnologias da 
educação pelo sistema ProInfo, do governo federal.
20
b) Comprar ações na Bolsa de Valores, 
transferir recursos financeiros, fazer um 
curso a distância, ler um livro. 
c) Visitar um museu, beber água, 
fotografar, comemorar um gol. 
d) Cozinhar, visitar um cliente, anotar 
informações, resolver uma prova. 
e) Limpar a casa, cortar grama, monitorar 
a segurança, capinar.
Questão 3:
Na pós-modernidade, a educação enfrenta 
um grande desafio: promover o uso das no-
vas tecnologias e o acesso a elas para que 
os indivíduos possam exercer livremente 
sua cidadania. Quando isso não ocorre, 
pode-se classificar estes indivíduos como: 
a) Desamparadospelos governos.
b) Desinteressados pela tecnologia.
c) Excluídos digitalmente.
d) Mendigos.
e) Analfabetos.
Questão 4:
Ao afirmar que a tecnologia em si não possi-
bilitava renovação na relação ensino-apren-
dizagem, a responsabilidade pelo processo 
educativo recai sobre quem? 
a) Sobre os computadores que precisam 
ter alta performance e desempenho. 
b) Sobre a velocidade da internet que 
precisa assegurar a rápida transmissão 
dos dados
c) Sobre a escola que precisa ter 
infraestrutura adequada para atender a 
todos os alunos tecnologicamente.
d) Sobre os softwares que precisam ser 
planejados para desempenhar funções 
complexas e cada vez mais indutivas. 
e) Sobre o capital humano que precisa 
ser capacitado para o uso adequado das 
tecnologias.
Questão 5:
Nos últimos anos, as políticas públicas têm 
incentivado a transferência de recursos 
públicos para a iniciativa privada median-
te convênios e programas educacionais. 
Esse tipo de política pode ser caracteriza-
do como: 
a) Globalizado.
b) Neoliberal.
c) Conservador.
d) Marxista.
e) Evolucionista.
AGORAÉASUAVEZ
21
Questão 6:
A Lei de Diretrizes e Bases (LDB) em 1996, 
regulamentada pelo decreto n. 2.207/1997 
substituído pelo decreto n. 2.306/1997, es-
tabeleceu o aparato normativo que previa 
os requisitos necessários para diferencia-
ção entre as instituições não lucrativas 
e as empresas educacionais. De que ma-
neira a sanção desta Lei buscou moralizar 
o sistema de ensino vigente no Brasil? 
Questão 7:
As políticas educacionais no Brasil preve-
em o investimento de grandes somas de re-
cursos em modernização e provimento de 
infraestrutura tecnológica para a educação 
pública. Apresente alguns dos principais 
obstáculos enfrentados pelos governos 
para a implantação de recursos tecnológi-
cos na educação.
Questão 8:
Para Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 
133), quais são os três objetivos fundamen-
tais que devem servir de base para a cons-
trução de uma educação pública de quali-
dade no contexto da pós-modernidade?
Questão 9:
Apresente as principais contradições exis-
tentes entre as políticas educacionais de 
iniciativa do governo federal e as políticas 
estaduais e municipais no que diz respeito 
ao uso das tecnologias na educação.
Questão 10:
O Programa Nacional de Tecnologia Educa-
cional (ProInfo) tem como objetivo promover 
o uso pedagógico da informática na rede 
pública de educação básica. Qual a respon-
sabilidade dos estados, do Distrito Federal e 
dos municípios diante do programa?
AGORAÉASUAVEZ
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Neste tema, tratou-se não só da presença cada vez maior da tecnologia como parte 
do cotidiano das pessoas, mas também da impossibilidade de se pode negar a importância 
dos meios de comunicação em todos os níveis sociais e todas as faixas etárias. Além 
disso, verificou-se que estas tecnologias estão presentes na escola e que cabe ao Estado 
mobilizar ações para que os cidadãos possam ser inseridos no mundo tecnológico, uma 
premissa para a emancipação e a conquista de direitos na pós-modernidade. É necessário 
compreender como ocorrem o uso, a apropriação e a difusão do conhecimento facilitado 
por estas tecnologias, e, ao se tratar especificamente da escola pública, cabe avaliar as 
políticas educacionais voltadas para a implementação das tecnologias na escola e sua 
propagação, uma vez que são fundamentais para o exercício da cidadania. 
Caro aluno, agora que o conteúdo dessa aula foi concluído, não se esqueça de acessar 
sua ATPS e verificar a etapa que deverá ser realizada. Bons estudos!
ARRUDA, M; BOFF, L. Globalização: desafios socioeconômicos, éticos e educativos. Pe-
trópolis: Vozes, 2000.
BRASIL. Políticas Públicas para a Educação Tecnológica. MEC, Brasília, 2004. 
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1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. 
Acesso em: 02 jan. 2014.
BERNARDES, Marciele Berger; SANTOS, Paloma Maria. Desafios Políticos para o Uso 
da Informática na Educação no Estado de Santa Catarina. Anais. IX Colóquio Interna-
FINALIZANDO
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23
REFERÊNCIAS
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<http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/desafios_politicos_para_o_uso_da_infor-
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BERTOLIN, Júlio C.G. Avaliação da educação superior brasileira: relevância, diversidade, 
equidade e eficácia dos sistemas em tempos de mercantilização. Avaliação, Campinas/
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GUIMARÃES Jr., Mário J.L. O ciberespaço como cenário para as Ciências Sociais. IX 
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JUNGBLUT, Airton Luiz. A heterogenia do mundo on-line: algumas reflexões sobre virtua-
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LIBÂNEO, José Carlos, OLIVEIRA João Ferreira e TOSCHI, Mirza Seabra. Educação es-
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OLIVEIRA, M. B. A Ciência que Queremos e a Mercantilização da Universidade. Universi-
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STROZZI, Gina. CAVALCANTI, Carolina Costa. O uso das novas tecnologias a servi-
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Tecnologia Disponível em: <http://www.mackenzie.br/fileadmin/Chancelaria/GT4/Caroli-
na_Cavalcanti_e_Gina_Strozzi.pdf>. Acesso em: 02 jan. 2014. 
24
Celeridade: sinônimo de rapidez, velocidade, ligeireza.
Ciberespaço: ciberespaço é um espaço que existe no mundo de comunicação em que 
não é necessária a presença física do homem para constituir a comunicação como fonte de 
relacionamento. É o espaço virtual para a comunicação disposto por meio de tecnologia. 
Apesar de a internet ser o principal ambiente do ciberespaço, em razão de sua popularização 
e de sua natureza de hipertexto, o ciberespaço também pode ocorrer na relação do 
homem com outras tecnologias como celular, pagers, comunicação entre radioamadores, 
entre outros (JUNGBLUT, 2004; GUIMARÃES JR., 1999). Para o filósofo Pierre Lévy, o 
ciberespaço é definido como “o espaço de comunicação aberto pela interconexão mundial 
dos computadores e das memórias dos computadores” (LÉVY, 2005, p. 92).
Efêmero: são coisas transitórias, instantâneas, passageiras, volúveis ou que duram pouco 
tempo.
Mercantilização: segundo Oliveira (2002), o termo “mercantilizar”, bem como seus cognatos 
“mercantilização”, “desmercantilizar”, e “desmercantilização”, são neologismos, ou seja, 
surgidos pelo momento atual. Do ponto de vista do marxismo, mercantilizar um bem é fazê-
lo funcionar como mercadoria, e a mercadoria é o conceito central na análise que Marx fazdo capitalismo. Também se pode dizer que a mercantilização da educação é “o processo 
em que o desenvolvimento dos fins e dos meios da educação, tanto no âmbito estatal como 
no privado, sofre uma reorientação de acordo com os princípios e a lógica do mercado e 
sob a qual a educação [...], gradativa e progressivamente, perde o status de bem público 
e assume a condição de serviço comercial” (BERTOLIN, 2007a, p. 107, apud BERTOLIN, 
2009, p. 352). 
Onipresença: É a capacidade de estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Na teologia, 
é um dos atributos da divindade, capaz de estar presente em todos os pontos da criação. 
GLOSSÁRIO
25
Questão 1
Resposta: A veracidade e a qualidade dos conteúdos que circulam livremente são muitas 
vezes questionáveis, causando resistência de muitos pais e professores em relação ao seu 
uso em sala de aula. A mídia pode ser um instrumento muito útil no processo educacional, 
a partir do momento em que o seu conteúdo é trabalhado não de forma passiva, mas com 
olhar crítico, reflexivo e transformador. A mídia não pode ser tratada como adversária, caso 
contrário a escola cada vez mais vai se distanciar dos alunos e das suas realidades. É 
necessário que os educadores questionem, interpretem, filtrem, relacionem as informações 
de maneira crítica e construam esse olhar sobre a mídia, com os seus alunos.
ProInfo: O ProInfo, inicialmente denominado de Programa Nacional de Informática na 
Educação, foi criado pelo Ministério da Educação, pela portaria n. 522 em 9/4/1997, com a 
finalidade de promover o uso da tecnologia como ferramenta de enriquecimento pedagógico 
no ensino público fundamental e médio. O funcionamento do ProInfo ocorre de forma 
descentralizada, existindo em cada unidade da Federação uma Coordenação Estadual, 
e os Núcleos de Tecnologia Educacional (NTE), dotados de infraestrutura de informática 
e comunicação que reúnem educadores e especialistas em tecnologia de hardware e 
software. A partir de 12 de dezembro de 2007, mediante a criação do decreto n. 6.300, o 
ProInfo passou a ser Programa Nacional de Tecnologia Educacional, tendo como principal 
objetivo promover o uso pedagógico das tecnologias de informação e comunicação nas 
redes públicas de educação básica.
Softwares: são programas, processos, regras e eventualmente documentação que 
funcionam eletronicamente com o objetivo de operacionalizar informações. Trata-se de um 
conjunto de instruções armazenadas em disco(s), chips eletrônicos que determinam os 
programas básicos, utilitários ou aplicativos que existem para serem usados. Como exemplo 
de softwares estão os sistemas operacionais Windows, Linux, Android, IOS, os antivírus e 
jogos eletrônicos. 
GLOSSÁRIO
GABARITO
26
GABARITO
Questão 2
Resposta: Alternativa B.
Embora as demais alternativas tenham ações que podem ser realizadas sem a presença 
física, por intermédio da rede de computadores, ou de outros recursos configurados como 
ciberespaço – como fazer uma prova, monitorar a segurança e visitar museus sem que 
seja necessária a presença física –, somente a alternativa B apresenta uma série de ações 
que podem ser realizadas no ciberespaço, como a compra de ações na bolsa de valores, 
transferir recursos financeiros, fazer um curso a distância, ler um livro (e-book), fazer uma 
ligação telefônica, receber um aviso importante, entre outros.
Questão 3
Resposta: Alternativa C.
Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 126) defendem, diante da globalização, que as políticas 
públicas devem promover a inclusão digital, como um dos elementos fundamentais para o 
livre exercício da cidadania.
Questão 4
Resposta: Alternativa E.
Para que o processo de transformação da educação ocorra em sintonia com os novos 
paradigmas da pós-modernidade, é necessário investir na formação humana, na 
instrumentalização e na capacitação teórico-prática dos agentes de mudança que fazem 
parte da comunidade escolar.
Questão 5
Resposta: Alternativa B.
Autores como Libâneo, Oliveira e Toschi (2012) entendem que cabe ao Estado assumir a 
responsabilidade de controle do progresso técnico e da promoção de uma educação pública 
de qualidade. Quando ocorre o processo de transferência de responsabilidades, a iniciativa 
se fortalece. O neoliberalismo compreende justamente a diminuição das responsabilidades 
e do poder do Estado e o aumento do poder da iniciativa privada.
27
Questão 6
Resposta: Até a década de 1990 o seguimento de educação privado era composto por 
ordens religiosas, confessionais e comunitárias. Não era prevista juridicamente a existência 
de empresas na área da educação. Portanto, prevaleciam as iniciativas beneficentes e sem 
fins lucrativos, amparadas pela renúncia fiscal dos impostos sobre a renda, os serviços, o 
patrimônio e os recursos estatais. A LDB de 1996 evidenciou a dissimulação do sistema de 
ensino que se mantinha como assistencial, beneficente, filantrópico, mas que buscava o 
lucro, a mercantilização e os interesses mercadológicos.
Questão 7
Resposta: Embora exista a preocupação de oferecer tecnologia de ponta e infraestrutura 
para a educação pública, a morosidade nas licitações, na implementação dos recursos 
tecnológicos, a contratação e aquisição de equipamentos de baixo custo e a celeridade 
com que estes são superados são empecilhos para a modernização das escolas. Existem 
fatores como desvios de verbas públicas, especificidades regionais, falta de infraestrutura 
nos serviços, baixa qualificação profissional para o uso dos equipamentos, entre tantos outros 
fatores que impedem a escola pública de acompanhar os avanços tecnológicos. Fatores como 
mudanças de padrão e até mesmo o elemento simbólico por trás de um novo design e um 
novo conceito tornam rapidamente superados equipamentos relativamente novos.
Questão 8
Resposta: Para os autores, é necessário que a escola prepare os indivíduos para o 
processo produtivo e para a vida em sociedade técnico-informacional, sendo formados para 
a cidadania crítica e participativa, com sólida formação ética.
Questão 9
Resposta: Embora existam sólidas políticas voltadas para o uso de tecnologias na educação, 
em todos os níveis, desenvolvidas pelo governo federal, o que se percebe é que, dadas 
a dimensão e a amplitude da rede pública, essas políticas não conseguem contemplar 
todas as demandas existentes, principalmente em pequenas cidades e regiões rurais. Esse 
cenário fica mais crítico nas redes estaduais e municipais de educação, uma vez que na 
maioria das vezes faltam políticas educacionais que incorporem, de maneira eficiente, as 
tecnologias como ferramenta de suporte a educação. Os governos estaduais e municipais 
acabam buscando recursos federais e se amparam nas políticas educacionais que possam 
trazer subsídios tecnológicos para serem implantados na educação estadual e municipal.
GABARITO
28
GABARITO
Questão 10
Resposta: Cabe aos governos locais (prefeituras e governos estaduais) providenciar a 
infraestrutura adequada para receber os laboratórios e capacitar os educadores para o uso 
das máquinas e tecnologias.

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