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Bizu Comentado 01 Farmacocinética

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Capítulo 1 
Farmacocinética 
 
As questões 1 a 10 estão relacionadas à formulação farmacêutica e às vias de administração de 
medicamentos. A resposta terapêutica apresenta três fases: farmacêutica, farmacocinética e 
farmacodinâmica. A fase farmacêutica começa na indústria e termina no paciente. O princípio ativo 
da medicação, isto é, o fármaco, precisa estar dissolvido em líquido para ser absorvido pelo 
organismo. Deste modo, formulações sólidas (comprimidos, drágeas, cápsulas) precisam ser 
desintegradas antes que o fármaco possa se dissolver, ao contrário de formulações líquidas. 
 
1. Em relação às vias de administração de fármacos, assinale a alternativa correta: 
A. Drogas administradas por via endovenosa podem ser inativadas pelo mecanismo de primeira passagem 
hepático. 
B. A via sublingual é muito pouco eficiente porque a droga é inativada pela secreção salivar. 
C. O xarope é mais rapidamente absorvido que o comprimido, porque este último ainda passa pelas etapas 
de desintegração e dissolução, para então ser absorvido. 
D. Comprimidos de liberação lenta devem ser mastigados para acelerar a absorção do fármaco. 
E. A vantagem do diltiazem de liberação lenta é produzir níveis plasmáticos mais elevados que a formulação 
de ação rápida. 
 
1. Resposta C 
Formulações por via oral líquidas, como xaropes, suspensões, gotas e soluções, são absorvidos mais 
rapidamente que formulações sólidas, como comprimidos, cápsulas e drágeas. Neste último caso, a 
formulação farmacêutica precisa se desintegrar para que o princípio ativo – o fármaco – possa se dissolver 
em líquido. No primeiro caso, o fármaco já se encontra dissolvido, pronto para ser absorvido. Fármacos 
administrados por via venosa não sofrem primeira passagem hepática. Na verdade, se formos muito 
rigorosos, podemos até admitir que fármacos que são quimicamente ésteres (como por exemplo, a 
succinilcolina, empregada como coadjuvante em anestesia geral para promover bloqueio neuromuscular) 
podem sofrer a ação de enzimas esterases plasmáticas, com consequente redução de sua biodisponibilidade 
quando administrados por via parental, mas não por biotransformação hepática. Fármacos administrados por 
via sublingual não sofrem metabolização pela amilase salivar ou qualquer outro componente da saliva. No 
entanto, como a área sublingual, apesar de extremamente vascularizada, é pequena, apenas fármacos 
altamente lipossolúveis são absorvidos por esta via. Comprimidos de liberação lenta não devem ser 
mastigados ou partidos, o que anularia (sobretudo no caso de mastigação) a farmacotécnica empregada para 
produzir a liberação lenta e o fármaco seria todo liberado de uma vez. A vantagem dos medicamentos de 
[R1] Comentário: Número do capítulo 
acompanhado do título 
[R2] Comentário: As questões devem 
vir separadas por especialidades. Por 
exemplo : questões 1 e 2 sinusites e rinites, 
3 a 8 tumores em rinologia, 9 a 21 anatomia 
em rinologia etc. 
liberação lenta, incluindo o diltiazem AP (ação prolongada) ou SR (do inglês, slow releasing, liberação 
lenta), é promover absorção gradual do fármaco, evitando níveis plasmáticos muito elevados que produzem 
risco de toxicidade e eleva os efeitos adversos. 
 
2. A via retal é uma via de administração de fármacos frequentemente utilizada em pediatria. Em 
relação a esta via, podemos afirmar que: 
A. Está totalmente isenta do “Fenômeno de Primeira Passagem” 
B. A absorção pelo plexo retal é lenta e constante 
C. A pobre vascularização retal determina a má absorção de fármacos de elevado peso molecular 
D. Vômitos não representam fatores limitantes desta via 
E. Esta via exige “limpeza intestinal” previamente à administração do fármaco 
 
2. Resposta D 
A via retal é uma importante via para administração de fármacos em pacientes com dificuldade de 
deglutição, tais como crianças, idosos e pacientes comatosos. O fármaco é absorvido através dos plexos 
hemorroidários superior, médio e inferior. Parte do que é absorvida pelo plexo hemorroidário superior 
alcança o sistema porta hepático, de modo que o fármaco irá sofrer a eliminação pré-sistêmica (efeito de 
primeira passagem). A absorção pela via retal é irregular e o fármaco pode interagir com fezes, mas a região 
retal é bastante vascularizada, o que determina boa absorção. Fármacos de peso molecular muito elevado 
não são absorvidos por vias enterais. A diarreia representa um fator limitante desta via. Pacientes com hiper-
êmese podem fazer uso desta via. O uso de supositórios não implica na necessidade de limpeza prévia. 
 
3. São desvantagens das vias parenterais, EXCETO: 
A) a rápida absorção pode ocasionar um aumento dos efeitos adversos 
B) pode ocorrer irritação no local da injeção 
C) requer formulação estéril, asséptica e apirógena. 
D) não sofre fenômeno de 1
a
 passagem 
E) podem ocasionar dor 
 
3. Resposta D. 
As vias parenterais ou injetáveis apresentam vantagens e desvantagens. Uma vez que o fígado é o principal órgão 
que produz o efeito de primeira passagem, a administração por via envovenosa (EV), intramuscular (IM) ou 
subcutânea (SC) evita que uma fração do fármaco seja metabolizado antes de alcançar a circulação sistêmica, o que 
é uma vantagem destas vias. A absorção acelerada pelo aumento da circulação local (massagem, calor local, etc) 
pode produzir um pico de concentração plasmática do fármaco, que alcança os níveis tóxicos, bem como aumentar 
os efeitos adversos do mesmo. Formulações com pH ou osmolaridade diferentes das do tecido, ou mesmo 
substâncias irritantes, podem provocar irritação local e dor. A conservação do medicamento é um fator importante, 
porque a solução deve ser estéril, asséptica e apirogênica para ser administrada por via injetável. 
 
4. Diversos fatores relacionados ao fármaco e/ou ao indivíduo podem interferir na absorção de substâncias 
aplicadas na prática clínica. Em relação a esses fatores, assinale a alternativa correta: 
A. Substâncias de elevado peso molecular não são adequadamente absorvidas pela via intravenosa; 
B. Um fármaco classificado como uma base fraca será predominantemente absorvido no estômago quando 
administrado pela via oral; 
C. A absorção dos fármacos utilizados pela via intramuscular pode ser amplificada quando administrados 
em solução aquosa; 
D. A via subcutânea é uma via com biodisponibilidade menor do que a via oral. 
E. A via intramuscular é inadequada para veículos oleosos e suspensões. 
 
4. Resposta C. 
Por via intramuscular, podemos administrar soluções aquosas, suspensões e veículo oleosos. No entanto, para que o 
fármaco seja absorvido através dos capilares, é necessário que ocorra a troca entre o meio aquoso do tecido e o 
veículo utilizado. Quando utilizamos soluções aquosas, a absorção é contínua, rápida e regular. Suspensões e 
veículos oleosos demandam certo tempo para que ocorra a troca do fármaco entre os dois meios. Na via intravenosa 
não há absorção, visto que o fármaco é introduzido diretamente na circulação sistêmica. Bases fracas são melhor 
absorvidas em meio cujo pH é maior que seu pK (meio tendendo ao alcalino). Além disso, a mucosa gástrica não é 
uma região especializada em absorção. Sua área é relativamente pequena e é revestida por um muco que protege a 
mucosa da acidez extrema do suco gástrico. A via subcutânea não sofre efeito de primeira passagem hepática, ao 
contrário da via oral, e portanto possui maior biodisponibilidade. E uma das vantagens da via intramuscular é a 
possibilidade de administração de suspensões e de veículos oleosos. 
 
5. De acordo com a via de administração a ser utilizada, assinale a alternativa incorreta: 
A) A via de administração sublingual evita o metabolismo de primeira passagem, sendo utilizadaquando se 
deseja rápido início de ação. 
B) Administração por via oral é a que produz maior biodisponibilidade. 
C) A administração subcutânea permite que a droga sofra uma liberação mais lenta que por via intravenosa. 
D) A administração retal tem menor metabolismo de primeira passagem que a via oral. 
E) Soluções oleosas podem ser administradas por via intramuscular, mas não por via intravenosa. 
 
5. Resposta B 
A biodisponibilidade oral pode ser muito pequena devido, sobretudo, ao mecanismo de primeira passagem. 
Em raríssimas exceções, a biodisponibilidade oral pode se aproximar de 100%. A via sublingual é utilizada 
em emergências e urgências cardíacas, por exemplo, porque evita o fenômeno de primeira passagem e é de 
rápida absorção para substância altamente lipossolúveis. A administração subcutânea é regular e pode ser 
mais lenta caso o fármaco seja combinado a um agente de liberação lenta, como por exemplo a penicilina 
benzatina (Benzetacil®), que produz níveis plasmáticos em 21 dias (podendo ser efetiva por 28 dias ou 
mais), e a insulina protamina, cuja latência de ação é entre uma e duas horas e o término de ação ocorre 
aproximadamente em 12 horas. Uma das vantagens da administração retal é o fato do fármaco sofrer menos 
efeito de primeira passagem que na via oral. Dentre as desvantagens, podemos citar a irritação local e o 
constrangimento que pode provocar em algumas pessoas. Soluções oleosas não são administrada 
rotineiramente por via endovenosa, devido ao risco de embolia. No entanto, caso seja necessário, emulsões 
oleosas podem ser administradas lentamente em acessos venosos profundos. 
 
6. Em relação à farmacocinética das drogas, assinale a assertiva correta: 
A. A concentração ativa da droga no sangue não depende da velocidade de sua biotransformação. 
B. A absorção duodenal é mais rápida quando o fármaco é um ácido fraco. 
C. Quanto maior o grau de ligação da droga às proteínas plasmáticas, menor será sua absorção pelas vias 
enterais. 
D. Quando o trânsito intestinal está acelerado a absorção do fármaco por via oral é reduzida. 
E. Quanto mais lipossolúvel for a droga, menos ela será absorvida por uma das vias enterais. 
 
6. Resposta D. 
A via oral tem a vantagem de ser prática, conveniente e barata. No entanto, se o trânsito intestinal estiver 
acelerado a biodisponibilidade oral vai tender a zero. Pacientes com diarreia não se beneficiam de 
medicação administrada por via oral. A taxa de biotransformação interfere na concentração do fármaco 
ativo. Quanto maior for a biotransformação hepática, menor será a meia vida do fármaco. Além disso, o 
aumento da atividade enzimática hepática produz aumento consequente no efeito de primeira passagem. O 
pH interfere no grau de ionização, no coeficiente de partição óleo/água e na taxa e extensão de absorção do 
fármaco. O pH alcalino do duodeno favorece a absorção de fármacos básicos, e não de ácidos. A ligação do 
fármaco às proteínas plasmáticas interfere com a distribuição do fármaco, mas não com sua absorção. 
Drogas lipossolúveis são melhor absorvidas pelas vias enterais do que as drogas hidrossolúveis. 
 
7. Qual a via de administração de um fármaco que tem mais probabilidade de resultar em efeito de 
primeira passagem? 
A. Oral 
B. Sublingual 
C. Intravenosa 
D. Subcutânea 
E. Intramuscular 
 
7. Resposta A. 
Fármacos administrados por via oral serão absorvido pelo plexo mesentérico e são encaminhados através do 
sistema porta hepático para o fígado, onde ocorrem reações de biotransformação. Deste modo, uma fração 
do que foi administrado por via oral é metabolizada (e, portanto, eliminada) antes de alcançar a circulação 
sistêmica. Do fígado, a fração não metabolizada do fármaco atinge a veia cava inferior, o lado direito do 
coração, a circulação pulmonar, o lado esquerdo do coração, para então, através da artéria aorta ser 
distribuído para os diversos tecidos do organismo. Por este motivo, a dose de fármaco administrada por via 
oral é deve ser maior do que a administração venosa. Pela via sublingual, o fármaco é absorvido pelo plexo 
sublingual e cai na cava superior, alcançando o coração e, subsequentemente, a circulação sistêmica muito 
rapidamente, sem passar antes pelo fígado. Pela via endovenosa não há absorção, uma vez que o fármaco é 
administrado diretamente na circulação sanguínea. Pelas vias subcutânea e intramuscular o fármaco alcança 
os capilares e a circulação sanguínea, sem passar antes pelo fígado. O termo “efeito de primeira passagem” 
decorre do fato de que o fluxo sanguíneo hepático é proporcionalmente muito grande, de modo que o 
fármaco livre (não ligado a proteínas plasmáticas) no sangue passará muitas vezes pelo tecido hepático. Em 
cada passagem, uma fração do fármaco é metabolizado, até que seja totalmente eliminado. 
 
8. Todas as seguintes afirmativas sobre as características de determinadas vias de administração de 
fármacos são corretas, exceto: 
A. A administração IV produz uma rápida resposta. 
B. A administração oral exige que o paciente esteja alerta. 
C. A administração IM exige técnica estéril. 
D. A administração SC pode provocar irritação local. 
E. A inalação proporciona um acesso lento à circulação geral. 
 
8. Resposta E. 
A via inalatória é uma via de absorção muito rápida, uma vez que que a área de absorção pulmonar e a 
circulação local são extensas. Pacientes que não podem cooperar não devem receber medicação por via oral 
(embora podemos admitir, em situações especiais, a administração de certos fármacos através de sonda 
enteral, mas este procedimento não é rotineiro). A administração parenteral, seja IM, SC ou IV, necessitam 
de cuidados especiais com a medicação, que deve ser estéril, isosmótica e com pH próximo do fisiológico. 
Substâncias irritantes não devem ser administradas por via SC ou IM. 
 
9. Todas as seguintes propriedades referem-se à absorção de fármacos, exceto: 
A. A via de administração constitui um importante fator que afeta a absorção do fármaco. 
B. A taxa de absorção varia após administração oral. 
C. Após administração retal, a absorção do fármaco obedece à cinética de primeira ordem. 
D. Após administração IM, a absorção do fármaco obedece à cinética de primeira ordem. 
E. Após administração IV, a absorção do fármaco segue uma cinética de primeira ordem. 
 
9. Resposta E 
Através da via intravenosa não há absorção, pois o fármaco é introduzido diretamente na circulação 
sanguínea. A absorção depende do local onde o fármaco foi introduzido no organismo. Por exemplo, quando 
se utiliza uma via enteral ou percutânea, o fármaco necessita atravessar membranas biológicas. Portanto, 
nesse caso, o grau de lipossolubilidade do fármaco será diretamente proporcional à absorção. Quando se 
utiliza uma via injetável, ao contrário, o fármaco hidrossolúvel será absorvido mais rapidamente. A absorção 
retal ou intramuscular obedece a uma cinética de primeira ordem, isto é, a uma função exponencial. 
 
As questões 10 a 27 estão relacionadas à absorção e distribuição de fármacos. A farmacocinética (do 
Grego, kinesia = movimento; farmakon = remédio, veneno) permite que conheçamos o quanto do 
fármaco alcança o seu local de ação e quando isso ocorre (Goodman e Gilman, 2012). A absorção 
corresponde ao movimento de entrada do fármaco na circulação sistêmica. Quando se utiliza uma das 
vias enterais ou algumas vias especiais, o fármaco precisa atravessar barreiras de membranas 
plasmáticas. A distribuição fica a cargo do sistema cardiovascular. Diferentes fatores previsíveis ou 
não podem afetar a absorção e a distribuição de fármacos. O conhecimento desses fatores é 
fundamental para a elaboração de esquema terapêutico adequado. 
 
 
10. Assinalea alternativa que relaciona coerentemente os fatores e sua influência na distribuição de 
fármacos: 
A. Quanto mais lipossolúvel, menor será o volume de distribuição aparente do fármaco. 
B. Fármacos com alta fração de ligação à albumina podem provocar intoxicação quando administrados 
concomitantemente a outros fármacos de alta ligação à mesma proteína. 
C. A barreira hematoencefálica seleciona o tipo de fármaco que atinge o sistema nervoso central, de modo 
que apenas drogas hidrofílicas alcançam o interstício encefálico. 
D. Fármacos altamente lipossolúveis tendem a se distribuir para os tecidos, porque não se ligam a proteínas 
plasmáticas. 
E. Fármacos alcalinos tendem a se acumular em meio alcalino e são melhor absorvidos em meio ácido. 
10. Resposta B 
A competição por proteínas plasmáticas é um importante fator que afeta a distribuição de fármacos e pode 
ter consequências na clínica. Fármacos ácidos se ligam à albumina, sendo que alguns apresentam alta taxa 
de ligação, como por exemplo as sulfonamidas (70%), os hipoglicemiantes orais do tipo sulfoniluréias 
(90%) e anticoagulantes dicumarínicos (99%). Apenas a fração livre do fármaco alcança o tecido alvo e 
produz os efeitos farmacológicos. Quando dois fármacos competem pelo sítio de ligação na albumina, a 
fração livre de cada um deles aumenta, promovendo um aumento súbito do efeito farmacológico que pode 
provocar intoxicação: sulfoniluréias podem provocar hipoglicemia e dicumarínicos podem provocar 
hemorragias, por exemplo. O volume de distribuição aparente (Vd) é uma constante de proporcionalidade 
entre a fração do fármaco no tecido e no sangue, sendo obtido pela relação entre a dose administrada e a 
concentração do fármaco no plasma, segundo a fórmula: Vd = Dose (mg/kg)/Co (mg/L), onde Co é a 
concentração plasmática do fármaco no instante inicial (T = 0) na fase β (eliminação) da curva 
farmacocinética. Podemos inferir pela fórmula que quanto maior for a concentração do fármaco no plasma, 
menor será o Vd. Fármacos lipossolúveis tendem a se distribuir nos tecidos e, portanto, apresentam Vd 
elevado. A barreira hematoencefálica é formada por capilares não fenestrados, uma lâmina basal espessa e 
por bainha de mielina. Portanto, é uma verdadeira barreira lipídica, de modo que apenas fármacos altamente 
lipossolúveis (ou que disponham de mecanismos de transporte específico, como ocorre com íons e 
aminoácidos essenciais) alcançam o interstício cerebral. A ligação do fármaco a proteínas plasmáticas 
depende da afinidade química recíproca e não do grau de ionização do fármaco. Fármacos alcalinos tornam-
se hidrossolúveis quando o pH do meio é menor que seu pK, o que ocorre em compartimentos ácidos. 
Portanto, eles tendem a se acumular em compartimentos ácidos. Em tecidos onde o pH > pK, os fármacos 
alcalinos tendem a permanecer mais concentrados na forma não protonada, isto é, lipossolúvel, sendo 
melhor absorvidos. 
 
11. Considerando que muitos fármacos são quimicamente um ácido fraco ou uma base fraca, assinale a 
alternativa que melhor explica a relação entre o pH do tecido e a absorção do fármaco: 
A. Fármacos ácidos tornam-se lipossolúveis quando o pH do meio é maior que seu pK. 
B. Fármacos básicos são melhor absorvidos em meio alcalino porque neste meio tornam-se protonados. 
C. O ácido acetilsalicílico, cujo pK é em torno de 3,5, é melhor absorvido no estômago porque o pH gástrico 
é menor que seu pK, enquanto o pH do intestino delgado é em torno de 8. 
D. Segundo a equação de Henderson-Hasselbach, quando o pH do meio é menor que o pK de um fármaco 
ácido, ocorre aumento na concentração de sua fração absorvível. 
E. As anfetaminas são bases fracas e, portanto, são melhor absorvidas no jejuno/íleo do que no estômago, 
uma vez que sofrem inativação em pH ácido. 
 
11. Resposta D 
A equação de Henderson-Hasselbach relaciona as concentrações das formas dissociada e não dissociada de 
um ácido fraco, protonada e não protonada de uma base fraca, com o pH do meio. Em farmacologia, ela é 
útil para determinar o coeficiente de partição óleo/água do fármaco, isto é, seu grau de lipossolubilidade. 
Como a absorção depende na grande maioria das vezes do fármaco atravessar membranas biológicas, que 
são barreiras lipídicas, quanto maior o grau de lipossolubilidade do fármaco, maior será sua absorção. Um 
dos fatores que afetam a lipossolubilidade é o grau de ionização do fármaco. A maioria dos fármacos 
empregados na clínica é quimicamente um ácido fraco ou uma base fraca. Cada fármaco ácido ou base 
apresenta uma (ou mais) constante de dissociação (Kd), que é numericamente igual ao pH quando sua fração 
ionizada (dissociada no ácido e protonada na base) é igual à fração não ionizada (fração não dissociada no 
ácido, e fração não protonada na base). A Figura 1 (anexo) esquematiza esta reação. Segundo a equação, 
para um fármaco ácido, quando o pH do meio (tecido, solução, etc) é menor que o seu pK, a fração não 
dissociada será maior que a fração dissociada. Pelo mesmo raciocínio, quando o pH do meio for maior que o 
pK do ácido, sua fração não dissociada será menor que a fração dissociada. Considerando que uma 
substância para ser lipossolúvel precisa ser quimicamente apolar, isto é, desprovida de carga elétrica, a 
fração não dissociada é a fração lipossolúvel, absorvível, enquanto a fração dissociada é polar, possui carga 
elétrica negativa, sendo hidrossolúvel e não absorvível. Um fármaco básico torna-se lipossolúvel, apolar e 
portanto absorvível, quando não está protonado, pois o pH do meio é maior que seu pK; e torna-se 
protonado, hidrossolúvel, polar e não absorvível, quando o pH do meio for menor que seu pK. Além da 
dedução matemática da equação de Henderson-Hasselbach, podemos inferir que quando tem pH menor que 
o pK do fármaco, o meio apresenta relativamente alta concentração de prótons (meio tendendo ao ácido). Do 
contrário, o meio apresenta relativamente baixa concentração de prótons (meio tendendo ao básico). Por 
definição de Brönsted-Lowry, ácidos são substâncias que liberam prótons para o meio, enquanto as bases 
capturam prótons do meio. Em meio ácido, um ácido fraco deixa de liberar seu próton, mas o faz se o meio 
está tendendo ao básico (pH > pK). A base fraca não teria próton para capturar em meio alcalino, 
permanecendo lipossolúvel, mas ficaria protonada em meio ácido. Por este motivo, ácidos tendem a ser 
melhor absorvidos em tecidos ácidos, enquanto as bases tendem a ser melhor absorvidas em tecidos 
alcalinos. O grau de ionização não é o único fator que determina a absorção de um fármaco através das 
membranas plasmáticas. Apesar do ácido acetilsalicílico ter pK = 3,5, a superfície do estômago não é 
especializada em absorção e existe um muco que protege a mucosa gástrica do pH 1,5 – 2. Ao contrário, 
apesar do pH alcalino, a área do jejuno/íleo é muito grande, de modo que a maior parte dos fármacos, 
independentemente de seu pK é absorvida no intestino. As anfetaminas não são inativadas pelo pH ácido do 
estômago. São melhor absorvidas no intestino por vários fatores, incluindo o fato de seu pK ser próximo do 
pH intestinal. Alguns fármacos, no entanto, são instáveis em pH ácido e precisam ser administrados por via 
parenteral ou através de comprimidos revestidos e cápsulas protegidas. A penicilina G e o omeprazol são 
respectivamente exemplos das duas situações. 
 
12. Em relação à interação de fármacos com as proteínas plasmáticas, podemos afirmar: 
A. Fármacos básicos se ligam em maior proporção à albumina. 
B. Em indivíduos desnutridos temos a necessidade de aumentar a dose de ataque do fármaco que tem alta 
taxa de ligação às proteínas plasmáticas para a obtenção de uma resposta eficaz. 
C. Fármacos com elevado grau de ligaçãoàs proteínas plasmáticas têm geralmente uma meia-vida muito 
curta. 
D. Fármacos que se ligam muito às proteínas plasmáticas têm a vantagem de não produzirem interações 
medicamentosas importantes. 
E. Quando ligados às proteínas plasmáticas os fármacos não sofrem filtração glomerular. 
 
12. Resposta E 
Fármacos com alto grau de ligação às proteínas plasmáticas são eliminados por secreção tubular ativa e não 
por filtração glomerular. As proteínas plasmáticas funcionam como reservatório de fármacos, pois apenas a 
fração livre do fármaco sofre a excreção renal. Os rins excretam fármacos e demais substâncias através de 
dois mecanismos: a filtração glomerular e a secreção tubular ativa. Substâncias com peso molecular maior 
que 75 kDa são filtrados pelas fenestras dos capilares glomerulares, incluindo a água, os fármacos livres, a 
glicose, os eletrólitos, os aminoácidos, a ureia, a creatinina, etc. Como as proteínas têm peso molecular 
elevado, fármacos ligados a albumina não são filtrados. A ligação do fármaco às proteínas plasmáticas 
depende da afinidade relativa entre eles e é mantida em equilíbrio dinâmico, segundo determinada 
proporção. Por exemplo, no caso das sulfas, a proporção é 7:3 (70% das moléculas de sulfametoxazol estará 
ligada). Uma redução na concentração plasmática do fármaco livre promove a dissociação deste com a 
proteína, para manter a mesma proporção no equilíbrio. No entanto, quando o fármaco livre é eliminado por 
filtração, sua concentração no local não é alterada, uma vez que a água também é eliminada. Por este 
motivo, na prática, fármacos com alta taxa de ligação às proteínas plasmáticas não são eliminados por 
filtração glomerular, mas por secreção tubular ativa. Todos os ácidos são secretados por um tipo de 
carreador, localizado no túbulo contorcido proximal, que utiliza o transporte ativo, com gasto de ATP, 
enquanto todas as bases são secretadas por outro tipo de carreado, que utiliza mecanismo similar. Durante a 
secreção tubular ativa, apenas o soluto, isto é, o fármaco, é eliminado. O solvente, isto é, a água, permanece 
no organismo. Deste modo, a concentração da fração livre do fármaco diminui abruptamente, promovendo o 
desvio da reação no sentido da dissociação entre o fármaco e a proteína plasmática. Enquanto os fármacos 
ácidos se ligam à albumina, os fármacos básicos se ligam às α-globulinas plasmáticas. Pessoas desnutridas 
podem apresentar hipoproteinemia, isto é, diminuição na concentração de proteínas plasmáticas. Deste 
modo, haverá diminuição na ligação do fármaco às proteínas plasmáticas e aumento na fração livre. Como 
consequência, a concentração do fármaco no sítio de ação pode aumentar inicialmente, provocando efeitos 
adversos e tóxicos, mas sua meia vida de eliminação será reduzida. A dose de ataque pode ter que ser 
reduzida para evitar efeitos indesejáveis e o intervalo posológico também deve ser reduzido para prevenir 
perda de eficácia clínica. Uma vez que as proteínas plasmáticas funcionam como reservatório, fármacos com 
alto grau de ligação tendem a ter meia vida elevada, mas são candidatos a interações medicamentosas 
importantes. 
 
13. Em relação à farmacocinética das drogas, é falso afirmar: 
A. A concentração ativa da droga no sangue não depende da velocidade de sua absorção. 
B. A absorção de um fármaco depende do pH no trato gastrintestinal. 
C. Quanto maior o grau de ligação proteica da droga menor será sua distribuição pelos tecidos corporais. 
D. A alteração no trânsito intestinal pode reduzir o nível plasmático de fármacos que sofrem ciclo êntero-
hepático. 
E. A hipoproteinemia aumenta os riscos de intoxicação de uma droga. 
 
13. Resposta A. 
A medida que o fármaco é absorvido, o sistema circulatório promove sua distribuição aos tecidos e aos 
órgãos de eliminação (sobretudo o fígado e os rins). Se a absorção for lenta, a concentração plasmática em 
cada instante deverá ser limitada pela quantidade de fármaco que é eliminada por unidade de tempo. Quanto 
maior a velocidade de absorção, portanto, maior será o pico de concentração plasmática e isto determina a 
quantidade total de droga presente no sangue. A absorção oral depende do pH em todo o trato gastrintestinal, 
de modo que medicamentos antiácidos ou mesmo alimentos que modificam o pH do trato gastrintestinal 
podem modificar a biodisponibilidade de alguns fármacos. Quanto maior o grau de ligação do fármaco às 
proteínas plasmáticas, menor será a fração livre que é a fração que alcança os tecidos. Fármacos que se 
combinam com a bile são excretados no duodeno e, se lipossolúveis, retornam ao sangue através da 
reabsorção no jejuno/íleo. No entanto, caso ocorra aumento no trânsito intestinal, fração do fármaco que 
deveria ser reabsorvida pode ser eliminada nas fezes. Este fenômeno ocorre com muitos fármacos, incluindo 
contraceptivos hormonais e digitálicos, como a digoxina. O aumento do trânsito intestinal pode reduzir a 
eficácia clínica de contraceptivos hormonais e pode ser utilizado voluntariamente para reduzir os níveis 
plasmáticos de digoxina em casos de intoxicação. A hipoproteinemia, que ocorre em pacientes desnutridos 
ou que sofrem insuficiência hepática ou renal, pode aumentar a fração livre de certos fármacos e produzir 
efeitos tóxicos. 
 
14. São fatores que afetam a biodisponibilidade oral de um fármaco, exceto: 
A. Lipossolubilidade e o grau de ionização. 
B. Insuficiência renal. 
C. Trânsito intestinal e tempo de esvaziamento gástrico. 
D. Interação com alimentos e com constituintes do trato gastrintestinal. 
E. Tamanho da partícula do fármaco e formulação farmacêutica. 
 
14. Resposta B. 
Biodisponibilidade (ou fração de biodisponibilidade, representada pela letra „f”) de um fármaco expressa a 
quantidade total de fármaco que alcança a circulação sistêmica, e pode ser calculada através da área sob a 
curva (ASC ou AUC, do inglês “area under curve”) concentração plasmática x tempo (Figura 2). A f oral é 
medida pela relação entre a ASC oral e a ASC venosa. Uma dose determinada do fármaco é administrada 
em um grupo de cobaias (animais de laboratório ou voluntários humanos) pela via endovenosa e em outro 
grupo pela via oral (indivíduos homogêneos, isto é, com condições semelhantes de saúde, índice de massa 
corporal e gênero sexual). Em seguida, o sangue é recolhido em intervalos de tempo e a concentração do 
fármaco é dosada. Deste modo, obtêm-se a curva concentração plasmática x tempo (Figura 2) para a 
formulação oral e para a formulação intravenosa. Ao dividirmos a ASC oral pela ASC venosa, obteremos a 
fração de biodisponibidade oral (f oral). A insuficiência renal afeta a eliminação do fármaco e, portanto, sua 
meia vida, mas não interfere diretamente na absorção do fármaco por via oral ou parenteral. Por via oral, o 
fármaco precisa atravessar uma barreira de membranas. Portanto, quanto mais lipossolúvel, melhor será sua 
absorção oral. Fármacos hidrossolúveis podem ser utilizados para produzir efeitos locais no trato 
gastrintestinal, sem serem absorvidos. O manitol é, deste modo, utilizado para preparo do cólon em exames 
endoscópicos e o metronidazol é empregado para tratar infecções por agentes anaeróbios, como a colite 
pseudomembranosa por Clostridium dificille. Nos dois casos, o fármaco não é absorvido. O grau de 
ionização, que depende da interação entre o pK do fármaco e o pH do meio, afeta a lipossolubilidade do 
fármaco. O trânsito intestinal acelerado reduz a absorção oral, de modo que em pacientes com diarreia a 
absorção oral é pobre ou mesmo desprezível. O tempo de esvaziamento gástrico é outro fator que afeta a 
absorção oral. Uma vez que a absorção, na grande maioria dos fármacos, ocorre no intestino delgado, se o 
fármaco ficar retido no estômagoa absorção será lenta, o que determina redução na biodisponibilidade oral. 
Diversos fatores podem aumentar o tempo de esvaziamento gástrico, como alimentos gordurosos e fármacos 
atropínicos ou opióides. A prática de ingerir comprimidos sem água também pode reduzir a velocidade de 
absorção. A ingestão de 200 mL de água junto com o comprimido produz peso suficiente para distender a 
região fúndica do estômago e promover a abertura da válvula pilórica. Ao contrário do que ocorre com a 
ingestão do comprimido sem água. Alimentos podem reagir quimicamente com certos fármacos, 
precipitando-os. O exemplo clássico é a interação de tetraciclinas com leite. Tetraciclinas reagem 
quimicamente com cátions bivalentes (cálcio, magnésio), precipitam e são eliminadas nas fezes sem serem 
absorvidas. Partículas pequenas são melhor e mais rapidamente absorvidas pelo trato gastrintestinal, ao 
contrário de fármacos com peso molecular mais elevados. A formulação farmacêutica também interfere na 
absorção oral. Formulações líquidas são absorvidas mais rapidamente do que as sólidas. Portanto, dipirona 
em gotas é melhor absorvida do que a mesma dipirona em comprimidos. O ibuprofeno em gel é melhor 
absorvido que o ibuprofeno em comprimido. E mesmo nas formulações sólidas há diferenças na absorção. 
Comprimidos muito duros demandam um tempo de desintegração maior que aqueles mais macios, sendo os 
primeiros absorvidos mais lentamente. Há ainda comprimidos de liberação lenta ou programada e cápsulas 
que atravessam o estômago sem serem afetadas, mas que desintegram no duodeno. Isto ocorre, por exemplo, 
com o omeprazol, que pode ser inativado pelo meio ácido do estômago. 
 
15. Sobre a biodisponibilidade, podemos afirmar que: 
a) É a quantidade de fármaco que chega integra à corrente sanguínea geral. 
b) É a fração ionizada do fármaco que consegue alcançar a corrente sanguínea. 
c) É a proporção da droga distribuída nos compartimentos celulares 
d) É a fração da droga não-ionizada que produz efeitos sistêmicos. 
e) É a razão entre a bioequivalência de dois fármacos 
 
15. Resposta A 
A biodisponibilidade ou fração de biodisponibilidade (f) é definida pela quantidade de fármaco que alcança 
a circulação sistêmica. Segundo a EMA (European Medicines Agency), a biodisponibilidade é a velocidade 
e extensão pelas quais um ingrediente ativo ou parte ativa (“moiety”) é liberada a partir de uma forma 
farmacêutica e se torna disponível no sítio de ação. Este parâmetro é extremamente relevante no cálculo da 
posologia. A biodisponibilidade intravenosa (f ev) é sempre total (100%), enquanto a f oral costuma ser 
menor que 100%, porque depende de diversos fatores intrínsecos, como o trânsito intestinal e o efeito de 
primeira passagem, e extrínsecos ao organismo. Podemos determinar a biodisponibilidade absoluta, 
dividindo-se a ASC oral pela ASC venosa, e a biodisponibilidade relativa, comparando-se a ASC oral de 
dois medicamentos que apresentam o mesmo princípio ativo. A biodisponibilidade não define grau de 
ionização e nem eficácia clínica. 
 
16. Um fármaco foi comercializado por dois laboratórios diferentes, com as respectivas marcas X e Y. O 
medicamento X apresentou f oral de 386 mcg/mL/h, enquanto a marca Y apresentou f oral de 389 
mcg/mL/h. No entanto a marca X alcança o nível plasmático efetivo (NPE) mínimo duas horas antes da 
marca Y. Em relação a esses dois medicamentos, pode-se afirmar que: 
a) São bioequivalentes farmacêuticos. 
b) São bioinequivalentes farmacêuticos. 
c) São bioequivalentes terapêuticos. 
d) A marca Y produz pico de concentração mais elevado. 
e) A marca X apresenta meia vida beta menor. 
 
16. Resposta A. 
Bioequivalência é um parâmetro que compara dois medicamentos, notadamente de laboratórios diferentes, 
que contém o mesmo princípio ativo, na mesma dose, apresentam a mesma forma de dosagem (comprmidos, 
cápsulas, gotas, etc) e são empregados na mesma via de administração. Serão bioequivalentes “se somente 
se” os dois medicamentos apresentarem a mesma biodisponibilidade. A biodisponibilidade é determinada 
pelo cálculo da área sob a curva (ASC) concentração plasmática x tempo. Para a determinação da 
bioequivalência, calculamos a biodisponibilidade relativa, comparando-se a ASC dos dois medicamentos, 
segundo a fórmula: f oral relativa = ASC (oral medicamento teste) / ASC (oral medicamento referência). 
Quando a ASC oral do medicamento teste (que pode ser uma marca nova) é significativamente igual a ASC 
do medicamento de referência, o medicamento teste é bioequivalente farmacêutico do medicamento de 
referência. Assumimos que dois medicamentos são bioequivalentes quando os intervalos de confiança de 
90% das razões log ASC oral medicamento teste / log ASC oral medicamento de referência estão entre 80 e 
125%, segundo critério adotado internacionalmente, tanto pela EMA quando pelo FDA (Shargel e Kanfer, 
2010). No entanto, isto não é suficiente para determinar a eficácia e segurança de um novo medicamento, em 
relação à marca de referência (marca mãe, no jargão dos farmacologistas). É preciso que o medicamento 
teste seja bioequivalente terapêutico, isto é, apresente a mesma taxa e extensão de absorção. Para isto, é 
preciso comparar também a concentração máxima (Cmax) do fármaco nas duas formulações (log Cmax 
(teste) / log Cmax (referência). Na questão, os dois medicamentos apresentam ASC oral semelhantes, mas a 
extensão da absorção é diferente. Portanto, são bioequivalentes farmacêuticos, mas bioinequivalentes 
terapêuticos. Formulações com absorção mais lenta (como no caso da marca Y) produzem menor pico de 
concentração plasmática (Cmax) que aquelas de absorção mais rápida, o que pode constituir em uma 
vantagem. A meia vida beta refere-se à taxa de eliminação do fármaco e não possui relação com a 
biodisponibilidade. 
 
17. São tecidos de alto fluxo sanguíneo, em que o fármaco chega e sai rapidamente, exceto: 
A. Cérebro. 
B. Rins. 
C. Fígado. 
D. Gônadas. 
E. Coração 
 
17. Resposta D. 
A distribuição de fármacos nos tecidos depende do fluxo sanguíneo local, que é desigual. Há quatro órgãos 
que apresentam alto fluxo sanguíneo e que recebem grande quantidade de fármaco: cérebro, rins, coração e 
fígado. No entanto, a circulação sanguínea é uma via de mão dupla: o mesmo sangue que traz o fármaco 
para o tecido, através das arteríolas e capilares, o remove pela circulação venosa. Portanto, estes órgãos 
apresentam equilíbrio rápido. O fármaco alcança rapidamente altas concentrações, mas seu efeito é 
relativamente curto. O equilíbrio intermediário ocorre na musculatura esquelética e o equilíbrio é lento no 
tecido adiposo, tecidos com respectivamente médio e baixo fluxo sanguíneo. 
 
18. Em relação à absorção de drogas, NÃO é correto afirmar: 
A. A via de administração é um fator importante que altera a absorção 
B. Na administração oral, há variação da velocidade de absorção. 
C. A absorção de uma droga por via retal é irregular 
D. A velocidade de absorção pela via intramuscular é maior para substâncias hidrossolúveis. 
E. A absorção pela via venosa segue cinética de 1
a
 ordem. 
 
18. Resposta E. 
Na via venosa o fármaco é administrado diretamente na circulação sanguínea, de modo que não há absorção. O 
termo “cinética de ordem 1” refere-se à eliminação de fármacos e não à absorção. A absorção depende obviamente 
da via de administração e na via oral a absorção varia em função do trânsito intestinal, tempo de esvaziamento 
gástrico, presença ou não de alimentos e, sobretudo, do efeito de primeira passagem. Por via retal, parte do fármaco 
é absorvida diretamente para a veia cava inferior, não sofrendo a primeira passagem hepática, e parte alcança o 
sistema portahepático. Além disso, o fármaco pode se combinar com as fezes e parte não ser absorvida. Por via 
intramuscular, o fármaco é administrado no interstício onde a substância mais prevalente é a água. Os capilares 
apresentam fenestras que permite a livre troca de água – e substâncias hidrofílicas de baixo peso molecular – com o 
sangue. Portanto, fármacos hidrossolúveis são mais rapidamente absorvidos por esta via. 
 
19. São fatores que aumentam a distribuição de um fármaco, EXCETO: 
A. Aumento do débito cardíaco 
B. Elevado grau de ligação às proteínas plasmáticas 
C. Aumento da vascularização tecidual 
D. Elevado coeficiente de partição óleo / água 
E. Sequestro tecidual 
 
19. Resposta B 
Quanto maior o grau de ligação às proteínas plasmáticas, menor será a fração livre que é distribuída aos 
tecidos. O aumento do débito cardíaco produz aumento na circulação sanguínea, enquanto o aumento da 
vascularização tecidual favorece a chegada do fármaco. Os dois fatores aumentam a distribuição de 
fármacos. Fármacos com elevado coeficiente de partição óleo/água, isto é, altamente lipossolúveis tendem a 
se distribuir mais para os tecidos e fármacos que interagem com substâncias presentes no tecido e sofrem 
sequestro tecidual permanecem nos tecidos, tendo aumento da distribuição. 
 
20. Assinale a alternativa que relaciona coerentemente os fatores e sua influência na distribuição de 
fármacos: 
A. Quanto mais lipossolúvel, menor será o volume de distribuição aparente do fármaco. 
B. Fármacos com alta fração de ligação à albumina podem provocar intoxicação quando administrados 
concomitantemente a outros fármacos de alta ligação à α-glicoproteínas. 
C. A barreira hematoencefálica seleciona o fármaco que atinge o sistema nervoso central, de modo que 
apenas drogas hidrofílicas alcançam o interstício encefálico. 
D. Fármacos altamente hidrossolúveis tendem a se distribuir para os tecidos, porque não se ligam a proteínas 
plasmáticas. 
E. Fármacos alcalinos tendem a se acumular em meio alcalino e são melhor absorvidos em meio ácido. 
 
20. Resposta C 
A permeabilidade capilar é um fator que afeta a distribuição de fármacos. Os capilares apresentam fenestras 
entre as células endoteliais (Figura 3), de modo que forma uma solução de continuidade entre o plasma e o 
tecido intersticial, possibilitando a troca do fármaco do tecido para o sangue (absorção) e do sangue para o 
tecido (distribuição). No sistema nervoso central (SNC), no entanto, os capilares são não fenestrados, as 
células endoteliais apresentam junções oclusivas, suas membranas apresentam uma lâmina basal espessa e 
os capilares são revestidos por bainha de mielina. Este conjunto forma a barreira hematoencefálica (BHE) 
que limita a entrada de fármacos no interstício do SNC. Apenas fármacos altamente lipossolúveis ou que 
apresentam mecanismos de absorção especial, que envolve carreadores específicos. Em geral, fármacos 
lipossolúveis apresentam elevado volume aparente de distribuição (Vd), porque se concentram mais no 
tecido do que no sangue. Fármacos que apresentam alto grau de ligação à albumina podem competir com 
outros fármacos que se ligam à mesma proteína plasmática, e não a outras. Fármacos hidrossolúveis tendem 
a permanecer no sangue, independentemente de seu grau de ligação às proteínas plasmáticas. Fármacos 
alcalinos tornam-se hidrossolúveis em meios ácidos (pH < pK). Deste modo, não conseguem atravessar as 
membranas plasmáticas que são barreiras lipídicas e ficam acumulados em meio ácido. Já em meio alcalino, 
os fármacos básicos são melhor absorvidos, porque apresentam-se em maior concentração na forma não 
protonada, que é a forma lipossolúvel. 
 
21. Em relação à biodisponibilidade de um fármaco, podemos afirmar que: 
A. A biodisponibilidade oral pode ser reduzida quando o tempo de esvaziamento gástrico é muito rápido. 
B. A fração de biodisponibilidade oral de um fármaco pode ser obtida dividindo-se a área sob a curva (ASC 
ou AUC) venosa pela ASC (AUC) oral. 
C. A biodisponibilidade oral é sempre maior do que a biodisponibilidade do fármaco por via venosa. 
D. Fármacos que interagem com alimentos formando compostos que precipitam na luz intestinal têm sua 
biodisponibilidade aumentada quando administrados junto às refeições. 
E. A biodisponibilidade oral de um fármaco pode variar de pessoa para pessoa em função do trânsito 
intestinal, tempo de esvaziamento gástrico, presença de alimentos na luz intestinal e metabolismo de 
primeira passagem. 
 
21. Resposta E 
Os fatores que afetam a biodisponibilidade oral de um fármaco incluem aqueles que modificam sua absorção 
pelo trato gastrintestinal, tais como o trânsito intestinal (se acelerado, a absorção oral diminui), o tempo de 
esvaziamento gástrico (se lento, a taxa e a extensão da biodisponibilidade diminui), a presença de alimentos 
(que podem interagir quimicamente com o fármaco, precipitando-o na luz intestinal, diminuindo a absorção) 
e a eliminação pré-sistêmica pelo fígado (efeito de primeira passagem). Quanto o esvaziamento gástrico é 
acelerado, a quantidade de fármaco que é absorvida aumenta. A fórmula para cálculo de biodisponibilidade 
absoluta é ASC oral / ASC venosa. A biodisponibilidade venosa é igual a 100%. A biodisponibilidade oral é 
normalmente menor (ou no máximo igual) à venosa. Fármacos que precipitam por interagir com alimentos 
têm sua biodisponibilidade reduzida. 
 
22. Quanto à absorção de fármacos é INCORRETO afirmar que: 
A. A absorção a partir do trato GI é influenciada pela área de superfície, fluxo sanguíneo no sítio da 
absorção, estado físico do fármaco e grau de liposolubilidade do fármaco. 
B. Qualquer fator que acelera o esvaziamento gástrico pode reduzir o grau de absorção de um medicamento. 
C. Fármacos instável em pH ácido do estômago ou que causam irritação do TGI são administrados em 
formas de dosagem com revestimento entérico. 
D. A absorção de fármacos pela via sublingual é desprovida de metabolismo de primeira passagem. 
E. A absorção do sítio subcutâneo e intramuscular é limitada pela área da membrana capilar absortiva e pela 
solubilidade da substância no fluido intersticial. 
 
22. Resposta B 
Fatores que aceleram o esvaziamento gástrico aumentam o grau de absorção de um fármaco por via oral. A 
absorção oral é influenciada pela área de superfície da mucosa intestinal, que é bastante extensa; pelo fluxo 
sanguíneo no plexo mesentérico, que aumenta durante as refeições; pelo estado físico da formulação, sendo 
as formulações líquidas absorvidas mais rapidamente; e pelo grau de lipossolubilidade do fármaco. 
Fármacos como o omeprazol que são instáveis em pH ácido, e fármacos irritantes, são administrados em 
formulações que apresentam revestimento entérico. Fármacos administrados por via sublingual são 
absorvidos pelo plexo sublingual e caem diretamente na veia cava superior, sem passar pelo fígado antes de 
atingir a circulação sistêmica. A absorção subcutânea e intramuscular depende do fluxo capilar e do grau de 
lipossolubilidade/hidrossolubilidade do fármaco. Fármacos hidrossolúveis são absorvidos mais rapidamente 
porque, dissolvidos em água, alcançam os capilares pelas fenestras sem interagir com a fase lipídica das 
membranas de células presentes no tecido. 
 
23. São fatores importantes na determinação do valor da concentração plasmática de um fármaco, 
EXCETO: 
A. Dose 
B. Clearance (depuração) 
C. Biodisponibilidade 
D. Meia-vida de eliminação. 
E. Ligação às proteínas plasmáticas. 
 
23. Resposta E 
Fármacos ligados ou não a proteínas plasmáticas permanecerão no plasma, de modo que os ensaios que 
medem a concentração plasmática do fármaco não serão sensíveis para determinar a quantidade de fármacolivre ou ligado. Quanto maior a dose administrada e sua biodisponibilidade, maior será a concentração 
plasmática. Quanto maior for a depuração do fármaco, menor será sua meia vida de eliminação e, portanto, 
menor será sua concentração plasmática. 
 
24. Quanto à ionização dos fármacos ácidos e bases fracas e suas consequências farmacocinéticas é 
INCORRETO afirmar que: 
A. O grau de ionização de fármaco ácido ou base fraca depende do pka do fármaco e do pH do meio 
(equação de Henderson-Hasselbalch) podendo interferir com a absorção e eliminação dos fármacos. 
B. Um ácido fraco é uma molécula neutra que pode se dissociar reversivelmente em um ânion e próton H
+
. 
C. Uma base fraca é uma molécula neutra que pode formar um cátion pela combinação com um próton. 
D.A forma protonada de uma base fraca é sua forma ionizada, enquanto a forma não protonada de uma base 
fraca é a forma neutra. 
E. A alcalinização da urina aumenta a excreção de fármacos de caráter base fraca (pH>pka). 
 
24. Resposta E 
A alcalinização da urina aumenta a excreção de fármacos ácidos e reduz a excreção de fármacos básicos. 
Para o fármaco básico, quando o pH > pK, a fração não protonada (apolar, lipossolúvel) é maior que a fração 
protonada (polar, hidrossolúvel), que é a fração eliminada pela urina. O grau de ionização, isto é, a relação 
entre o pH do meio e o pK do fármaco afeta seu coeficiente de partição óleo/água e, portanto, afeta tanto sua 
absorção (forma lipossolúvel) quanto sua eliminação (forma hidrossolúvel). O ácido fraco tende a se 
dissociar liberando prótons e se convertendo em ânion (base conjugada do ácido). Esta dissociação é maior 
quando o pH do meio é maior que o pK do ácido. A base fraca tende a aceptar (capturar) prótons, formando 
um cátion (ácido conjugado). A captura de prótons é maior quando o meio possui alta concentração de 
prótons, isto é, quando o pH do meio é menor que o pK da base. Quando protonada, a base fraca torna-se um 
íon positivo, isto é, um cátion. A forma de base livre, não protonada, é a forma lipossolúvel, absorvível. 
 
As questões 25 e 26 estão relacionadas ao gráfico abaixo, onde uma substância X (T1/2 2,5 h) foi 
administrada inicialmente a dois pacientes A (85 kg) e B (57 kg) na dose de 500 mg sob a forma de 
solução por via oral. E no outro dia, o mesmo paciente A recebeu a substância X na dose de 50 mg por 
via venosa, tendo sido observadas as seguintes curvas de concentração plasmática: 
 
 
 
 
 
 
 
B – VO 
A – VO 
A – EV 
25. A diferença observada no paciente A quando se usou vias de administração diferentes pode ser 
explicada por: 
A. Na via endovenosa não há absorção e a semelhança entre a ASC oral e ASC venosa decorre do fato do 
fármaco ser muito bem absorvido por via oral. 
B. A biodisponibilidade oral foi maior porque a ASC oral é nitidamente maior do que a ASC venosa. 
C. A biodisponibilidade oral é relativamente baixa, a latência de ação é maior, mas não há diferença na 
eliminação. 
D. A análise da ASC revela que pela via venosa o efeito é mais rápido e a eliminação também é mais rápida 
do que na via oral. 
E. A biodisponibilidade oral é igual à venosa, mas o início de ação por via oral é mais lento. 
 
25. Resposta C. 
A biodisponibilidade oral do fármaco é baixa visto que, embora a ASC oral é maior que a ASC venosa, a 
dose administrada por via endovenosa é 10 vezes menor. Na via oral, o fármaco precisa ser absorvido, o que 
demanda certo tempo. Na via endovenosa, o fármaco é introduzido diretamente na circulação sanguínea e, 
portanto, o efeito é mais rápido. A biodisponibilidade não interfere na eliminação do fármaco. A análise da 
curva concentração plasmática x tempo, e não da ASC, permite tirar conclusões acerca da latência de ação e 
eliminação do fármaco. 
 
26. Em relação às diferenças encontradas entre a ASC oral no paciente A e ASC oral no paciente B, 
assinale a alternativa incorreta: 
A. O paciente A provavelmente apresenta redução no fluxo sanguíneo renal ou na função renal, o que o 
sujeita ao risco de intoxicação pelo aumento da biodisponibilidade oral do fármaco. 
B. O paciente B pode estar com aumento no trânsito intestinal, determinando redução da absorção. 
C. O paciente B pode ter ingerido o fármaco X com algum alimento que o tenha precipitado, reduzindo sua 
absorção. 
D. O paciente B pode ter o aumentado o tempo de esvaziamento gástrico pelo uso conjunto de drogas 
atropínicas ou opióides. 
E. O paciente A pode ter mastigado o comprimido X, o que aumentaria o tempo de absorção. 
 
26. Resposta A. 
Alterações renais interferem com a eliminação do fármaco, mas não modifica sua biodisponibilidade oral. A 
biodisponibilidade oral do fármaco X no paciente B pode ter sido reduzida por vários fatores, incluindo o 
aumento do trânsito intestinal, a redução do esvaziamento gástrico, a interação com alimentos e o aumento 
da atividade enzimática do fígado. Mastigar o comprimido acelera a absorção e altera a curva de 
biodisponibilidade. 
 
27. O gráfico abaixo representa a ASC (área sob a curva) de quatro formulações de digoxina, de quatro 
marcas diferentes, que contêm a mesma dose e a mesma apresentação (comprimidos) para administração 
oral. Analise o gráfico abaixo e responda as questões ulteriores: 
 
 
 
 
A. Todas as formulações são eficazes, embora a primeira formulação ofereça risco de toxicidade. 
B. A formulação A apresenta tempo de desintegração muito rápido. 
C. A formulação B é a única que permanece na janela terapêutica porque não interage com alimentos. 
D. As formulações C e D não alcançam o nível plasmático efetivo porque apresentam tempo de eliminação 
muito rápido. 
E. As quatro marcas são bioequivalentes farmacêuticos, mas bioinequivalentes terapêuticos. 
 
27. Resposta B 
Das quatro marcas de comprimido analisadas, a marca B apresentou a menor latência de C max, o que pode 
significar que o tempo de desintegração é menor. Diferenças na pressão que o comprimido recebe ao ser 
produzido reflete em seu grau de dureza e, consequentemente, na velocidade com que se desintegra. Este 
fenômeno é particularmente crítico em fármacos com índice terapêutico baixo, como o digitálico da questão. 
Pequenas diferenças na concentração plasmática da digoxina pode significar ausência de efeito clínico, o 
que agravaria o quadro clínico, e intoxicação, que provoca bradicardia, bloqueio de condução átrio-
ventricular e taquiarritmias cardíacas. Apenas as formulações A e B alcançam o nível plasmático de eficácia, 
sendo que a formulação A pode produzir efeitos tóxicos. A análise foi feita em pacientes submetidos às 
mesmas condições, de modo que a interação com alimentos não justificaria a diferença nos resultados 
obtidos. O fenômeno observado não está relacionado à eliminação, mas à biodisponibilidade do fármaco em 
cada formulação farmacêutica. As quatro marcas são bioinequivalentes, uma vez que a biodisponibilidade 
oral relativa é bastante diferente entre elas. 
 
Horas
NPE
NP
Tóxico
As questões 28 a 33 estão relacionadas à biotransformação de fármacos. A biotransformação ocorre 
principalmente, mas não exclusivamente, no fígado (Goodman e Gilman, 2012). O fígado apresenta 
dois sistemas principais de metabolismo de fármacos, xenobióticos (do grego, xenos = estranhos) e 
substâncias do próprio organismo (hormônios e produtos do metabolismo celular, com a uréia). O 
primeiro ocorre no retículo endoplasmático liso (REL) e é denominado sistema microssomal hepático 
(quando uma célula é centrifugada, o REL se desmancha em pequenas vesículas, denominadas 
microssomas) ou sistema do citocromo P450 (CYP). O CYP catalisa reações de oxidação, hidroxilação, 
dealquilação,desaminação e hidrólise (Rang e Dale, 2008). O segundo sistema envolve várias enzimas 
transferases, localizadas no citoplasma do hepatócito, que promovem reações de conjugação ao 
glicuronato, sulfato, metil, acetil, glicil e glutationa. Os dois sistemas atuam de modo a converter o 
fármaco em um metabólito inativo (com algumas exceções) e mais hidrossolúvel, possibilitando sua 
eliminação renal. 
 
28. O metabolismo de fármacos é um processo que pode levar ao término da atividade biológica ou à sua 
alteração. Nesse contexto, marque a opção INCORRETA. 
A. As reações de biotransformação (fases I e II) convertem a molécula do fármaco original em metabólitos 
mais apolares, ao introduzir ou expor um grupo funcional. 
B. As diferenças individuais no metabolismo dependem da natureza do próprio fármaco 
C. As reações de biotransformação podem ser alteradas por interações farmacológicas 
D. As enzimas microssômicas do Citocromo P450 atuam como oxidases terminais no metabolismo de 
muitos fármacos. 
E. Fatores genéticos, idade e patologias hepáticas são fatores que podem influenciar o metabolismo dos 
fármacos. 
 
28. Resposta A. 
Tanto a fase I, que corresponde às reações catalisadas pelo CYP, quanto a fase II (reações de conjugação) 
convertem o fármaco em um metabólito mais polares, isto é, hidrossolúveis, facilitando sua eliminação 
renal. As diferenças individuais no metabolismo de um fármaco dependem de fatores intrínsecos ao 
organismo, tais como variação na quantidade de enzimas hepáticas ou mesmo alterações na estrutura das 
enzimas. Alguns fármacos são indutores enzimáticos e quando administrados junto com outros, pode reduzir 
o metabolismo do segundo, reduzindo sua eficácia clínica. O senso comum considera que o etanol reduz o 
efeito de antibióticos. Na verdade, sendo o etanol um importante indutor do CYP, seu consumo pode 
aumentar o metabolismo de vários fármacos, reduzindo mesmo seus efeitos clínicos. Pode haver ainda 
inibição enzimática, seja por competição entre dois fármacos pelo centro ativo da enzima, seja por inibição 
alostérica, de modo que u fármaco pode reduzir o metabolismo do outro, aumentando o risco de intoxicação. 
Algumas enzimas da superfamília do CYP catalisam reações de oxidação. O funcionamento hepático varia 
com a idade, em função de fatores genéticos e está reduzido na doença hepática. 
 
29. Não é correto afirmar que, após o processo de biotransformação os fármacos: 
A. Podem ser ativados (pró-fármacos) 
B. Podem gerar metabólitos com atividade parcial 
C. Podem gerar intermediários tóxicos 
D. São mais lipossolúveis 
E. Podem ser inativados 
 
29. Resposta D 
Após a biotransformação hepática, os fármacos são convertidos em metabólitos mais lipossolúveis. Alguns 
fármacos são, na verdade, pró-fármacos, isto é, farmacologicamente inertes. Durante o metabolismo, são 
convertidos no metabólito ativo, que seria o fármaco propriamente dito. É o caso do anti-hipertensivo 
enalapril. No fígado, o enalapril é convertido pelo CYP em enalaprilato, que irá inibir a enzima conversora 
da angiotensina e produzir seus efeitos farmacológicos. É fácil entender que a administração intravenosa do 
enalapril não traz vantagem em relação à administração oral, visto que o pró-fármaco depende do fígado 
para ser ativado. Outros fármacos são convertidos em metabólitos ativos, o que prolongaria o efeito. 
Também é possível que o metabólito tenha apenas uma atividade parcial, com baixa potência ou baixa 
eficácia em relação ao fármaco ativo. O diazepam, fármaco do grupo dos benzodiazepínicos, utilizado como 
ansiolítico e anticonvulsivante, ao ser metabolizado pelo CYP é convertido em desmetil-diazepam, que 
possui apenas atividade parcial. O desmetil-diazepam também sofre ação do CYP, sendo convertido em 
oxazepam, que conserva a mesma eficácia do diazepam. Por fim, o oxazepam é conjugado ao ácido 
glicurônico e é eliminado pela urina e pelas fezes. Alguns fármacos, no entanto, podem ser convertidos em 
metabólitos tóxicos. O paracetamol, em pequenas doses, é metabolizado pelas transferases citoplasmáticas, 
sendo convertido em sulfato de paracetamol e eliminado. Nas doses clínicas, entre 2 a 3 g/dia (numa 
posologia de 500 a 750 mg de 6/6 horas), parte do paracetamol é metabolizado pelo CYP1A2 dando origem 
ao composto N-acetil-benzoquinoeimina, que é extremamente tóxico. A glutationa hepática é capaz de 
neutralizar este composto. Uma transferase adiciona o glutationa ao metabólito tóxico e o composto final é 
eliminado pela urina. Deste modo, nas doses clínicas, o uso de paracetamol (acetaminofeno, como é 
conhecido nos EUA) é seguro. Doses acima de 10 g/dia podem provocar hepatite tóxica fulminante, uma vez 
que não haverá glutationa suficiente para neutralizar a toxina. A maioria dos fármacos sofre inativação pelo 
metabolismo hepático. 
 
30. Em relação à biotransformação de fármacos, podemos afirmar que: 
A. Os fármacos hidrossolúveis são metabolizados apenas pelas transferases hepáticas. 
B. Fármacos muito lipossolúveis não são metabolizados pelo fígado. 
C. A fase I ocorre no retículo endoplasmático liso e a fase 2 ocorre no citosol. 
D. Na fase I, por ação do CYP, o fármaco recebe um “cabo” (-OH, -NH2 ou –SH), permitindo que este 
forme um conjugado na fase II. Os fármacos precisam passar antes pela fase I para que depois possam sofrer 
fase II. 
E. As enzimas hepáticas podem sofrer indução por certos fármacos. A indução costuma aumentar a meia-
vida de eliminação dos fármacos, por reduzir o clearance hepático. 
 
30. Resposta C 
A fase 1 envolve reações de oxidação, hidroxilação, dealquilação, desaminação e hidrólise, catalisadas por 
enzimas das 74 famílias do gene CYP (que pertence à superfamília do grupo Heme), localizadas no retículo 
endoplasmático liso. Cada família apresenta várias isoenzimas, sendo as famílias CYP1, CYP2 e CYP3 
quantitativamente mais importantes (Rang e Dale, 2008). Por ação da fase I, o fármaco é convertido a um 
metabólito mais hidrossolúvel que apresenta um “cabo” para que possa sofrer a fase 2. O “cabo” consiste em 
uma hidroxila (-OH), amina (-NH2) ou grupamento tiol (-SH). A fase II, ou fase de conjugação, é catalisada 
por transferases localizadas no citosol do hepatócito. Fármacos hidrossolúveis são excretados inalterados ou 
pouco alterados pela urina. É o caso, por exemplo, da penicilina G que é 99% excretada inalterada na urina. 
Já os fármacos lipossolúveis dependem do metabolismo hepático. Fármacos que apresentam um grupamento 
-OH, -NH2 ou –SH podem sofrer fase 2 sem terem sofrido a fase 1. É o caso da morfina, que apresenta uma 
hidroxila no carbono 6. Por ação das transferases, é convertida em morfina-6-sulfato ou morfina-6-
glucorinídeo, que são excretados na urina e na bile. Tanto as enzimas do CYP, quanto as transferases são 
passíveis de sofrer indução ou inibição enzimáticas por outros fármacos. A indução enzimática aumenta o 
clearance hepático e, portanto, reduz a meia vida do fármaco, enquanto a inibição enzimática faz efeito 
oposto. 
 
31. São indutores clássicos das enzimas de biotransformação, exceto: 
A. Tabagismo, etanol e fumaça de churrasco. 
B. Rinfampicina, carbamazepina e fenitoína. 
C. Fenobarbital, contraceptivos hormonais 
D. Omeprazol, etanol e nicotina. 
E. Benzopireno, carbamazepina e fenobarbital. 
 
31. Resposta D 
O etanol e a nicotina são clássicos indutores do CYP. No entanto, o omeprazol é um inibidor do CYP e seu 
uso conjunto pode reduzir o metabolismo de outros fármacos, aumentando seus níveis plasmáticos e, 
portanto, o risco de intoxicação. O tabagismo reduz dramaticamente o nível plasmático de fármacos com 
clearance hepático, tanto pela nicotina, mas sobretudo pelo benzopireno presenteno alcatrão. A fumaça do 
churrasco contém hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAP) que são também indutores enzimáticos 
importantes. O agente antituberculose rinfampicina, os anticonvulsivantes carbamazepina, fenitoína e 
fenobarbital, e o estrógeno presente nos contraceptivos hormonais completam a lista dos principais agentes 
indutores enzimáticos. 
 
32. Em relação à biotransformação hepática de fármacos, é correto afirmar que: 
A. O fígado é o único órgão de biotransformação. 
B. A cirrose hepática e a insuficiência hepática são fatores que aumentam a biotransformação. 
C. Fármacos muito lipossolúveis devem ser evitados em neonatos porque são eliminados por fase II. 
D. Em pacientes idosos, fármacos lipossolúveis devem ser prescritos com prudência porque há redução da 
fase II de biotransformação. 
E. O uso repetido de um fármaco reduz a atividade das oxidases e transferases hepáticas. 
 
32. Resposta C. 
Fármacos muito hidrossolúveis apresentam clearance exclusivamente renal (penicilinas, atenolol, etc), 
enquanto fármacos lipossolúveis dependem da biotransformação para serem eliminados do organismo. A 
fase 1, via CYP, aumenta o grau de polaridade (hidrossolubilidade) da molécula, favorecendo a eliminação 
do metabólito resultante pela urina. No entanto, quando o fármaco é extremamente lipossolúvel, os 
metabólitos produzidos pela fase 1 não são hidrossolúveis o suficiente para serem eliminados. Portanto, 
fármacos extremamente lipossolúveis dependem inexoravelmente da fase 2. É o caso de benzodiazepínicos 
como o diazepam, clonazepam, alprazolam, utilizados como ansiolíticos. A idade afeta a biotransformação 
de fármacos. Neonatos são incapazes de realizar a fase 2, enquanto que idosos tendem a reduzir a 
capacidade de realizar a fase 1. Por este motivo, mulheres nutrizes (que estão aleitando seus bebês) devem 
evitar fármacos extremamente lipossolúveis, como psicotrópicos de um modo geral, porque esses são 
secretados no leite, serão ingeridos pelo neonato e podem se acumular no organismo do bebê, provocando 
intoxicação. O fígado é o principal, mas não o único, órgão de biotransformação. Alguns fármacos são 
metabolizados nos rins, plasma, trato gastrintestinal, pulmões e etc. Doenças hepáticas, como a cirrose, 
reduzem a biotransformação hepática, podendo provocar acúmulo do fármaco no plasma e, 
consequentemente, intoxicação. Em pacientes idosos, ocorre redução de fase 1, mais do que de fase 2. O uso 
repetido de um fármaco provoca indução enzimática, como mecanismo de adaptação celular, aumentando 
sua própria taxa de metabolização. O etanol é um bom exemplo. Etilistas neófitos costumam sentir os efeitos 
no sistema nervoso central (embriaguez) com poucas doses, enquanto etilistas sociais mais experientes 
metabolizam o etanol mais facilmente e produzem níveis plasmáticos menores de etanol com doses maiores. 
Etilistas com padrão de abuso voltam a se embriagar com poucas doses de etanol devido à lesão hepática 
que o alcoolismo provoca. 
 
33. Além das reações de biotransformação envolvendo o CYP, outros sistemas enzimáticos são 
importantes para o metabolismo de xenobióticos e fármacos. Em relação a tais mecanismos, é incorreto 
afirmar que: 
A. A principal via de metabolismo do etanol envolve a álcool desidrogenase solúvel, que converte etanol e 
aldeído acético, e este por ação da enzima aldeído desidrogenase é convertido em acetato. 
B. Aminoácidos, como a levodopa, sofrem reação de descarboxilação pela catecol-orto-metil transferase. 
C. Monoaminas, tais como a serotonina e a norepinefrina, são metabolizadas pela monoamino oxidase 
presente na membrana externa das mitocôndrias. 
D. A 6-mercaptopurina é oxidada pela xantina oxidase solúvel. 
E. Esterases plasmáticas, como a butirilcolinesterase, hidrolisa fármacos que são quimicamente ésteres, 
como a succinilcolina e o mivacúrio. 
 
33. Resposta B 
A levodopa, empregada no tratamento do parkinsonismo é convertida em dopamina pela reação de 
descarboxilação catalisada pela enzima descarboxilase de L-aminoácido aromático. A enzima catecol-o-
metil transferase (COMT) é responsável pelo metabolismo de catecolaminas, como a dopamina, a 
norepinefrina e a epinefrina. A principal via de metabolismo do etanol não envolve o CYP, mas sim as 
desidrogenases que são expressas na mucosa gástrica e que utilizam o NADPH como co-fator enzimático. A 
MAO metaboliza monoaminas, como os neurotransmissores dopamina, serotonina, epinefrina e 
norepinefrina, e fármacos como a tiramina. A xantina oxidase solúvel oxida vários fármacos e xenobióticos, 
incluindo a 6-mercaptopurina e as esterases plasmáticas, como a butirilcolinesterase, catalisa a hidrólise do 
grupo éster presente em vários fármacos. 
 
 
As questões 34 a 39 estão relacionadas à excreção de fármacos. Os fármacos lipossolúveis dependem 
da biotransformação para serem excretados enquanto os fármacos hidrossolúveis são excretados por 
via renal, através da urina. Os dois processos, um físico e outro químico, constituem os mecanismos de 
eliminação de fármacos, xenobióticos e produtos do metabolismo celular. Metabólitos inativos ou 
mesmo ativos que são produtos da biotransformação também sofrem a excreção renal, desde que 
sejam suficientemente hidrossolúveis. Nos rins, dois processos distintos promovem a excreção: a 
filtração glomerular e a secreção tubular ativa. Parte do que foi excretado pode novamente ser 
reabsorvida através dos túbulos renais. Algumas substâncias podem ser reabsorvidas por mecanismos 
de transportadores específicos, localizados no túbulo contorcido proximal. Fármacos lipossolúveis são 
reabsorvidos por difusão simples através da membrana plasmática das células tubulares. A excreção 
de fármacos não é exclusivamente renal. Podemos encontrar fármacos em todos os líquidos corporais, 
como a saliva, o suor, as lágrimas, o sêmen e secreção vaginal. Fármacos voláteis são excretados em 
grande proporção pelos pulmões. Fármacos que se combinam com a bile são excretados por esta no 
duodeno, sendo os hidrossolúveis eliminados pelas fezes, enquanto os fármacos lipossolúveis são 
reabsorvidos no jejuno/íleo e retornando ao sangue, no que denominamos ciclo êntero-hepático. 
 
34. Considerando-se a eliminação de fármacos, assinale a alternativa correta: 
A. Após as reações hepáticas de fase II (conjugação) os metabólitos podem ser eliminados por via Renal e 
via Pulmonar 
B. 80% do fármaco (ou seus metabólitos) a ser eliminado passa pelo processo de filtração glomerular, 
enquanto 20% do fármaco (ou seus metabólitos) passa pelo processo de transporte tubular ativo. 
C. Fármacos com alto grau de ligação a proteínas plasmáticas são eliminados pelo processo de secreção 
tubular ativa. 
D. O pH ácido da urina facilita a eliminação de fármacos ácidos. 
E. Não existe competição entre fármacos no processo de secreção tubular ativa. 
 
34. Resposta C 
O grau de ligação a proteínas plasmáticas afeta tanto a distribuição quanto a eliminação de fármacos. Drogas 
ligadas a proteínas plasmáticas dependem dos carreadores responsáveis pela secreção tubular ativa (STA). 
Existe um carreador para todos os ácidos e outro carreador para todas as bases. Uma vez que a STA elimina 
apenas o fármaco (soluto), sem excretar a água (solvente), a concentração da fração livre do fármaco 
diminui, o que promove desligamento entre o fármaco e a proteína plasmática (há um desvio da reação no 
sentido de desligamento). Deste modo, fármacos com alto grau de ligação às proteínas plasmáticas são então 
excretados. Após as reações de fase 2, os fármacos estão suficientemente hidrossolúveis para serem 
excretados pela urina ou pela bile, saindo nas fezes. A eliminação pulmonar depende do fármaco ser volátil,como ocorre com os anestésicos gerais inalatórios. Não existe uma proporção fixa para fármacos que 
dependem da filtração glomerular ou da secreção tubular ativa. Alguns fármacos dependem totalmente de 
um ou de outro processo. Ácidos fracos tornam-se dissociados quando o pH do meio é maior que seu pK. Os 
fármacos livres (não ligados às proteínas plasmáticas) são filtrados nos glomérulos renais. No entanto, os 
fármacos lipossolúveis sofrem reabsorção no túbulo contorcido proximal, enquanto os hidrossolúveis são 
excretados pela urina. Fármacos ácidos tornam-se hidrossolúveis quando estão na forma dissociada e isto 
ocorre quando o pH da urina é maior que o pK do ácido. Portanto, na urina alcalina os fármacos ácidos, 
como o ácido acetilsalicílico e as penicilinas, são melhor excretados. Fármacos que sofrem secreção tubular 
ativa competem entre si, de modo que um pode reduzir a eliminação renal do outro. O exemplo clássico é a 
administração conjunta de penincilina e probenecida. Ambas são quimicamente fármacos ácidos e 
dependem do carreador para ácidos. O uso combinado produz aumento da concentração plasmática dos dois 
fármacos, o que pode ser clinicamente útil para aumentar a meia vida de eliminação da penicilina. 
 
35. Em relação ao ciclo êntero-hepático, assinale a alternativa correta: 
A. Os fármacos conjugados passam ao duodeno e são eliminados totalmente com as fezes 
B. Metabólitos conjugados podem sofrer ação de enzimas bacterianas intestinais, ocorrendo reversão da fase 
II de biotransformação e posterior reabsorção. 
C. A reversão enzimática bacteriana aumenta a hidrossolubilidade dos metabólitos de fármacos 
D. Fármacos antibacterianos não interferem na eliminação hepato biliar 
E. Doenças hepáticas não interferem na eliminação hepato biliar 
 
35. Resposta B 
Fármacos altamente lipossolúveis dependem da fase II para serem eliminados. Por ação das transferases, são 
conjugados – por exemplo – ao ácido glicurônico e eliminados na urina e, através da bile, no trato 
gastrintestinal. No entanto, por ação das enzimas bacterianas da flora intestinal, alguns desses conjugados 
excretados pela bile são revertidos, liberando o fármaco para ser novamente reabsorvido. Um bom exemplo 
é a morfina, que é convertida em morfina-6-glicuronídeo pela UDP-glicuronídio transferase, e pode ser 
excretada pela bile. Parte da morfina-6-glicoronídeo é desconjugada no intestino delgado, e a morfina, 
extremamente lipossolúvel, volta a ser absorvida. O aumento do trânsito intestinal irá aumentar a eliminação 
do conjugado, impedindo a reação de desconjugação. 
 
36. Dos fatores abaixo, assinale o único que não pode reduzir o clearance renal do fármaco: 
A. Indução do CYP pelo tabagismo. 
B. Fármaco ácido em urina com pH ácido. 
C. Doença renal. 
D. Idade avançada. 
E. Competição pelo carreador responsável pela secreção tubular ativa. 
 
36. Resposta A. 
O aumento do clearance hepático de um fármaco não implica necessariamente em alteração do clearance 
renal, e vice-versa. Substâncias do próprio organismo, incluindo produtos do metabolismo celular, que 
dependam de ambos os processos, isto é, apresentam clearance renal e clearance hepático, podem ter um dos 
clearance aumentados na ausência do outro. A ureia é um bom exemplo. A ureia apresenta clearance 50% 
renal e 50% hepático. O clearance hepático aumenta na presença de fatores que reduzem o seu clearance 
renal, como o uso de diuréticos tiazídicos e de diuréticos e alça. O aumento do fluxo de água distal, que 
ambos os diuréticos produzem, acarreta em aumento da reabsorção proximal de ureia, reduzindo o seu 
clearance renal. Na ausência de doença hepática, este fenômeno carece de importância clínica. No entanto, 
em pacientes com cirrose hepática, o uso contínuo desses diuréticos irá provocar aumento nas concentrações 
plasmáticas de ureia e, consequentemente, encefalopatia hepática. Fármacos ácidos têm seu clearance renal 
reduzido na urina ácida. Pacientes com insuficiência renal também apresentam redução no clearance renal. 
Pacientes com idade avançada apresentam redução considerável da função renal. Fármacos que dependem 
dos rins para serem eliminados ao serem administrados em idosos ou pacientes com doença renal precisam 
ter sua dose de manutenção ajustada para evitar intoxicação. Dois fármacos competindo pelo menos 
mecanismo de secreção tubular ativa terão sua eliminação renal reduzida. 
 
37. O gráfico abaixo representa o efeito do pH na excreção urinária da metanfetamina. Analise o gráfico 
e assinale a alternativa correta: 
 
A. Na urina ácida, a quantidade de metanfetamina excretada foi maior do que na urina alcalina, indicando a 
presença de glomerulonefrite diabética. 
B. A metanfetamina é uma droga ácida porque apresenta a fração hidrossolúvel em urina alcalina. 
C. A metanfetamina depende fundamentalmente da eliminação hepática uma vez que o pH urinário é 
incompatível com sua eliminação. 
D. A excreção urinária de metanfetamina pode ser aumentada, em caso de intoxicação, se o paciente for 
tratado com bicarbonato de sódio por via intravenosa. 
E. A metanfetamina é uma base fraca que torna-se protonada na urina ácida. 
 
37. Resposta E 
O gráfico revela que a metanfetamina é mais excretada na urina ácida. O pH da urina varia em função de 
diversos fatores. Pela manhã, a urina costuma ser ácida, enquanto que após as refeições, sobretudo aquelas 
ricas em proteína, a urina tende a ser mais alcalina. Fármacos básicos, como a metanfetamina, apresentam a 
fração protonada (hidrossolúvel) maior que a não protonada (lipossolúvel). Deste modo, são pouco 
reabsorvidos nos túbulos renais e uma maior quantidade é excretada na urina. Não há relação entre a lesão 
glomerular observada no diabetes e o aumento da excreção da fração protonada do fármaco. O gráfico 
demonstra que na urina alcalina, a fração excretada é menor. O gráfico mostra a excreção urinária do 
fármaco inalterado, sem revelar a proporção do fármaco que é excretado na urina ou através de 
biotransformação. Os valores absolutos excretados sugerem que o clearance renal é extremamente 
importante. Alcalinizar a urina iria reduzir a excreção da metanfetamina, aumentando seus efeitos tóxicos. 
 
38. Em relação à eliminação de fármacos, podemos afirmar que: 
A. Filtração glomerular depende do fluxo sanguíneo renal, mas não do débito cardíaco. 
B. Fármacos muito ligados a proteínas plasmáticas são eliminados apenas por filtração glomerular. 
C. Um fármaco ácido pode inibir a secreção tubular de um fármaco básico e vice-versa. 
D. Fármacos ácidos são melhor eliminados na urina ácida. 
E. Pacientes com insuficiência sistólica tendem a acumular fármacos no sangue pela redução de sua 
excreção renal. 
 
38. Resposta E 
A excreção renal é dependente do fluxo sanguíneo renal, que por sua vez depende do débito cardíaco. Na 
insuficiência sistólica, a fração de ejeção é baixa, de modo que ocorre redução do fluxo sanguíneo renal. 
Para o médico, será preciso avaliar caso a caso o aumento nos níveis plasmáticos de fármacos com clearance 
renal. Fármacos muito ligados a proteínas plasmáticas são eliminados por secreção tubular ativa, que 
envolve um carreador para todos os ácidos e outro carreador para todas as bases. Um fármaco ácido pode 
inibir por competição o transporte tubular de outro fármaco ácido (por exemplo, penicilina x furosemida), 
mas não interfere com a secreção tubular de um fármaco básico. O mesmo ocorre com fármacos básicos. 
Fármacos ácidos são melhor eliminados na urina alcalina e vice-versa. 
 
39. Em relação à eliminação biliar, assinale a alternativa incorreta: 
A. O ciclo êntero-hepático é importante para fármacos secretados na bile. 
B.O aumento do trânsito intestinal

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