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Aula 2: Enfermidades do sistema respiratório de ruminantes Tipo Aula Data Revisado? Enfermidades do sistema respiratório de ruminantes Data 01/09/2025 Tópicos Anatomia do sistema respiratório de ruminantes Mecanismos de defesa Via respiratória anterior Via respiratória posterior @1 de setembro de 2025 Aula 2 Enfermidades do sistema respiratório de ruminantes 1 Anotações As enfermidades respiratórias em ruminantes são mais comuns em bezerros, possuindo uma grande dificuldade de diagnóstico. Princípios anatômico-fisiológicos Vias aéreas anteriores: cavidade nasal, seios paranasais e laringe Vias aéreas posteriores: traqueia, brônquios, bronquíolos e pulmões. O lado esquerdo dos pulmões do bovino não possuem lobo médio, somente cranial e caudal. Além de haver o hilo, formado pela entrada de vasos, brônquios e nervos. As funções principais do sistema respiratório é realizar trocas gasosas (O² ↔ CO²), manter o equilíbrio ácido-básico com a eliminação de CO², termorregulação com a perda de calor pela ventilação, reservatório sanguíneo, ativação da angiotensina I → II com a ação da ECA e metabolização de hormônios como prostaglandinas, serotonina. Os ruminantes possuem um espaço morto anatômico, a septação interlobular acentuada reduz a oxigenação alveolar e retém por mais tempo os patógenos. Mecanismos de defesa Filtração mecânica do ar inspirado Microbiota equilibrada Transporte mucociliar Defesa celular com macrófagos alveolares, neutrófilos Imunoglobulinas (IgA secretória, IgG) Tosse, espirro Fisiopatologia da enfermidade respiratória Ocorre uma baixa captação de O² provocando uma hipóxia e com a baixa eliminação de CO² provoca uma hipercapnia. Isso Aula 2 Enfermidades do sistema respiratório de ruminantes 2 faz com que ative os mecanismos compensatórios como: taquipneia Dispneia (inspiratória = vias anteriores; expiratórias = vias posteriores) Ortopneia para conseguir respirar melhor Taquicardia Policitemia transitória, com o aumento de hemácias para tentar compensar a falta de oxigênio Aumento das secreções 1. Vias aéreas anteriores A. Sinusite É a inflamação dos seios paranasais (frontal e maxilar), ocorre frequentemente nos bovinos. Sua etiologia pode ser devido uma descorna (sinusite frontal aberta), complicações dentárias (sinusite maxilar fechada), actinobacilose ou neoplasias nasais. Os sinais clínicos baseiam-se no tipo de sinusite: Aberta: secreção muco-serosa, drenagem pela ferida, aumento de volume dos seios. Fechada: secreção mucopurulenta, mau odor, dor, inclinação da cabeça, alterações no fluxo de ar. Em casos graves, o animal pode apresentar sinais neurológicos devido a compressão craniana, havendo uma protuberância óssea. Pode ocorrer evolução para sinusite crônica. Tratamento Antimicrobianos como penicilina ou ampicilina Anti-inflamatórios como fenilbutazona, fluxinin Cirúrgico: trepanação do seio, lavagem com antissépticos (iodo, clorexidina) + antibióticos Aula 2 Enfermidades do sistema respiratório de ruminantes 3 B. Oestrose (Oestrus ovis) É causada pelas larvas de Oestrus ovis (mosca do nariz) em ovinos principalmente. Os sinais clínicos são espirro, secreção nasal, dificuldade respiratória, infecção bacteriana secundária. O diagnóstico pode ser feito com endoscopia, radiografia onde é possível visualizar larvas mineralizadas. O tratamento é realizado com invermectina no final do verão e inverno e controle parasitário com organofosforados e closantel. 2. Vias aéreas posteriores A. Complexo Respiratório Bovino (CRB)/ Broncopneumonias É um processo inflamatório em brônquios, bronquíolos e parênquima pulmonar. Como complicações podem ocorrer enfisema pulmonar, pleurisia e abscessos. Os fatores predisponentes para esse processo inflamatório podem ser: Neonatal: asfixia pré-natal, prematuridade, FTIP, distocia, colostragem inadequada Manejo: desmame, transporte, castração, descorna Ambiente: frio, umidade, aglomeração, cama inadequada, má ventilação Nutrição deficiente Os agentes virais que podem estar relacionados são IBR (BHV-1), BVDV, Parainfluenza-3, BRSV, Lentiviroses. Já os agentes bacterianos relacionados podem ser Pasteurella multocida, Mannheimia haemolytica, Mycoplasma spp, Mycobacterium bovis (tuberculose), Staphylococcus aureus. Sinais clínicos de broncopneumonia Taquicardia Taquipneia, dispneia, ortopneia Aula 2 Enfermidades do sistema respiratório de ruminantes 4 Tosse seca ou produtiva Secreção nasal (muco-serosa ou mucopurulenta) Linfonodos regionais aumetnados Sons anormais: estertores, crepitação, som maciço/submaciço à percussão Frêmito palpável Febre, apatia, anorexia Diagnóstico O diagnóstico clínico pode ser realizado pela inspeção (frequência, ritmo e tipo respiratório), palpação (tosse reflexa, frêmito), percussão, auscultação. O diagnóstico complementar pode ser feito por meio de um lavado traqueobrônquico ou broncoalveolar, para análise celular, cultura e antibiograma. Broncoscopia, radiografia e ultrassonografia pulmonar, sorologia por meio de ELISA em casos de vírus, gasometria e se houver fibrinogênio, indica inflamação. Tratamento Antimicrobianos: oxitetraciclina, ampicilina, penicilina Anti-inflamatórios: fluxinin, meloxicam Mucolíticos e expectorantes: bromexina, iodeto de potássio Broncodilatadores: aminofilina Suporte: dipirona, oxigenoterapia, nebulizações Casos crônicos → prognóstico ruim O prognóstico é bom quando há um animal adulto imunizados, reservado para animais jovens, imunossuprimidos e ruim para broncopneumonias abscedantes. A prevenção e controle são realizados quando houver um fornecimento adequado do colostro, manejo correto, boa Aula 2 Enfermidades do sistema respiratório de ruminantes 5 nutrição, programa de vacinaçaõ (IBR, BVD, PI-3, BRSV) e diagnóstico precoce. Aula 2 Enfermidades do sistema respiratório de ruminantes 6