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DIREITO DO TRABALHO – JORNADA DE TRABALHO DEFINIÇÃO: É o tempo dedicado ao trabalho, excluído aquele em que o empregado não esteja executando ou aguardando ordens no centro do trabalho. (tempo à disposição): art. 4° da CLT HORAS DE PERCURSO OU IN ITINERE Artigo 58, §2o, da CLT - § 2o O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador. REQUISITOS CUMULATIVOS PARA A INCLUSÃO: Condução fornecida pelo empregador; Local de difícil acesso ou não servido por transporte público regular. Parágrafo 2 art. 58 da CLT, ANTES DA REFORMA - § 2o O tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte, não será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução. A PARTIR DE NOVEMBRO DE 2017, NÃO EXISTE MAIS DIREITO À INCLUSÃO DAS HORAS IN ITINERE NA JORNADA DE TRABALHO CLASSIFICAÇÃO JORNADA DE TRABALHO: QUANTO À DURAÇÃO: JORNADA NORMAL: (oito horas diárias e 44 horas semanais - art. 7°,XIII da CF, salvo disposição em contrário); JORNADA EXTRAODINÁRIA ou suplementar: (horas que excederem os limites legais ou os limites contratados); QUANTO AO PERÍODO DIURNA: compreendida entre 5 e 22h; NOTURNA: compreendida entre 22 e 5h; QUANTO À FLEXIBILIDADE flexível; inflexível. Súmula 444 do TST - Jornada de trabalho. NORMA COLETIVA. LEI. Escala de 12 por 36. Validade. – É valida, em caráter excepcional, a jornada de doze horas de trabalho por trinta e seis de descanso, prevista em lei ou ajustada exclusivamente mediante acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho, assegurada a remuneração em dobro dos feriados trabalhados. O empregado não tem direito ao pagamento de adicional referente ao labor prestado na décima primeira e décima segunda horas. Possibilidade de instituição ou manutenção mediante acordo coletivo ou convenção coletiva de trabalho; Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre: I - pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais; Art. 59-A (Lei n° 13.467/2017): possibilidade de instituição jornada 12X36. HORAS EXTRAORDINÁRIAS - ACORDO DE PRORROGAÇÃO DE JORNADA DEFINIÇÃO (Art. 59 caput e §1°) É o acordo escrito, representando o ajuste de vontades entre empregado e empregador, tendo por fim legitimar a prorrogação da jornada normal de trabalho. Art. 59. A duração diária do trabalho poderá ser acrescida de horas extras, em número não excedente de duas, por acordo individual, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho. (Redação dada pela Lei no 13.467, de 2017) §1°. A remuneração da hora extra será, pelo menos, 50% (cinquenta por cento) superior à da hora normal. O acordo de horas extras pode ser feito por meio de um acordo individual escrito ou coletivo. O adicional deve ser pago sobre as horas extras trabalhadas, respeitando o limite máximo de 2 horas diárias. A Súmula 376 do TST esclarece que: O limite de 2 horas extras diárias não impede o empregador de pagar todas as horas efetivamente trabalhadas. O valor das horas extras habituais deve ser incluído no cálculo dos direitos trabalhistas, independentemente da limitação prevista no artigo 59 da CLT. Horas Extras: todas as que passam da jornada contratual Adicional mínimo: 50% (art. 7o, XVI, CF) Supressão de horas extras: A supressão de horas extras ocorre quando o empregador deixa de oferecer ou reduz significativamente as horas extras que o empregado realizava de forma habitual. Se essa supressão acontecer após pelo menos um ano de prestação contínua de horas extras, a Súmula 291 do TST garante ao trabalhador uma indenização equivalente a um mês das horas suprimidas para cada ano (ou fração igual ou superior a seis meses) de trabalho extra habitual. O cálculo dessa indenização considera a média das horas extras dos últimos 12 meses antes da mudança. EXCEÇÕES AO ACORDO DE PRORROGAÇÃO Elas ocorrem quando a jornada pode ser prorrogada sem a necessidade de acordo, incluindo: Força maior (art. 61, § 1º, CLT) – Situações imprevisíveis e inevitáveis que exigem trabalho extra, como desastres naturais ou emergências empresariais. Serviços inadiáveis (art. 61, caput, CLT) – Atividades urgentes cuja não execução pode causar prejuízo à empresa ou comprometer a segurança de pessoas e bens. Compensação de horas (art. 59, § 2º, CLT) – Quando há banco de horas, desde que respeitados os limites legais. Turnos ininterruptos de revezamento (art. 7º, XIV, CF) – Se houver negociação coletiva, pode haver prorrogação da jornada nesses turnos. Categoria diferenciada – Alguns profissionais, como bancários e médicos, possuem regras específicas sobre a prorrogação de jornada. FORÇA MAIOR Objetivo: pagamento das horas excedentes (diferente da hipótese de recuperação em virtude de paralisação); Independe de acordo ou convenção coletiva; Remuneração da hora excedente não inferior à hora normal = obrigatoriedade de pagamento do adicional mínimo de 50% por derrogação art. 7°, XVI CF; SERVIÇOS INADIÁVEIS São aqueles que devem ser concluídos na mesma jornada, decorrente da natureza do próprio serviço e não da vontade do empregador. Limitação - 12 horas Remuneração da hora excedente não inferior à hora normal = obrigatoriedade de pagamento do adicional mínimo de 50% por derrogação art. 7°, XVI CF; COMPENSAÇÃO DE JORNADA DEFINIÇÃO: excesso de horas compensado com a diminuição em outro dia FORMA: acordo de compensação escrito (individual ou coletivo) ou acordo tácito BANCO DE HORAS: Art. 59, §2° CLT § 2° - Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo ou convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela correspondente diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de um ano, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite máximo de dez horas diárias. Obrigatoriedade de norma coletiva Período de 1 ano; Limite máximo 10 horas diárias; Necessidade de acordo ou convenção coletiva. RECUPERAÇÃO DE PARALISAÇÕES: Difere da hipótese força maior, pois naquela, há excesso de trabalho em decorrência de força maior; aqui existe paralisação, para depois ocorrer a “compensação” das horas paralisadas. Limite: até 2 horas diárias até 10 horas; período não superior a 45 dias; Objetivo: pagamento das horas paralisadas; Comunicação à DRT. Compensação mediante Banco de Horas (semestral): acordo individual escrito - compensação no período máximo de seis meses); Compensação mediante Banco de Horas (mensal): acordo individual - tácito ou expresso (compensação mensal); Antes da Lei 13.467/2017: Compensação mediante Banco de Horas (anual): somente mediante acordo coletivo ou convenção coletiva (compensação no período máximo de um ano); Compensação mediante Acordo Individual: somente compensação dentro da semana; Após Lei 13.467/2017: Compensação mediante Banco de Horas (anual): somente mediante acordo coletivo ou convenção coletiva (compensação no período máximo de um ano). OUTROS COMPONENTES DA JORNADA SOBREAVISO PRONTIDÃO CELULARES, PAGERS, BIP, ETC.… SOBREAVISO - art. 244 da CLT – aplicado aos ferroviários; Art. 244. As estradas de ferro poderão ter empregados extranumerários, de sobreaviso e de prontidão, para executarem serviços imprevistos ou para substituiçõesde outros empregados que faltem à escala organizada. Extensão a outros tipos de empregados, não somente aos ferroviários: Súmula no 229 do TST - SOBREAVISO. ELETRICITÁRIOS. Por aplicação analógica do art. 244, § 2o, da CLT, as horas de sobreaviso dos eletricitários são remuneradas à base de 1/3 sobre a totalidade das parcelas de natureza salarial. DEFINIÇÃO: Art. 244, §2o, CLT; § 2° Considera-se de "sobreaviso" o empregado efetivo, que permanecer em sua própria casa, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço. Cada escala de "sobreaviso" será, no máximo, de vinte e quatro horas, As horas de "sobreaviso", para todos os efeitos, serão contadas à razão de 1/3 (um terço) do salário normal. LIMITES: Jornadas máximas de 24 horas NÃO há trabalho no período de sobreaviso Pagamento de 1/3 da hora normal de trabalho Pagamento da hora normal ou extra em caso de ativação do trabalhador PRONTIDÃO DEFINIÇÃO: Art. 244, §3o, da CLT; § 3°: Considera-se de "prontidão" o empregado que ficar nas dependências da estrada, aguardando ordens. A escala de prontidão será, no máximo, de doze horas. As horas de prontidão serão, para todos os efeitos, contadas à razão de 2/3 (dois terços) do salário-hora normal. LIMITES: Jornadas máximas de 12 horas NÃO há trabalho no período de prontidão Pagamento de 2/3 da hora normal de trabalho Pagamento da hora normal ou extra em caso de ativação do trabalhador CELULAR, PAGER; BIP, ETC.... Não caracterização de regime de sobreaviso; Súmula 428 do TST: SOBREAVISO. O uso de aparelho de intercomunicação, a exemplo de BIP, pager ou aparelho celular, pelo empregado, por si só, não caracteriza o regime de sobreaviso, uma vez que o empregado não permanece em sua residência aguardando, a qualquer momento, convocação para o serviço. Art. 1°: O art. 6° da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei n° 5.452, de 1° de maio de 1943, passa a vigorar com a seguinte redação: “Art. 6° Não se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimento do empregador, o executado no domicílio do empregado e o realizado a distância, desde que estejam caracterizados os pressupostos da relação de emprego. Parágrafo único. Os meios telemáticos e informatizados de comando, controle e supervisão se equiparam, para fins de subordinação jurídica, aos meios pessoais e diretos de comando, controle e supervisão do trabalho alheio.”. TRABALHO NOTURNO Trabalho executado no período da noite: art. 73, §2° da CLT; Área urbana: 22h às 05h; Área rural: (lei n° 5.583/73) - Pecuária: 20h às 04h; Lavoura :21h às 05h. Adicional Noturno: remuneração do trabalho noturno superior à do diurno (Art. 7°, IX CF) Área urbana: 20% Área rural: 25% Hora noturna reduzida: Art. 73, §1° da CLT; - O § 1º do art. 73 da CLT estabelece que a hora noturna deve ser computada como 52 minutos e 30 segundos, em vez de 60 minutos. Essa redução é uma ficção legal que visa à saúde e segurança do trabalhador. OBS: Não se aplica ao rural, que tem um adicional maior para compensar a inexistência de hora reduzida. Súmula 60 do TST: prorrogação do adicional noturno ADICIONAL NOTURNO. INTEGRAÇÃO NO SALÁRIO E PRORROGAÇÃO EM HORÁRIO DIURNO. I - O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do empregado para todos os efeitos. II - Cumprida integralmente a jornada no período noturno e prorrogada esta, devido é também o adicional quanto às horas prorrogadas. Exegese do art. 73, § 5o, da CLT. Súmula 265 do TST: perda do adicional quando é transferido do período noturno. ADICIONAL NOTURNO. ALTERAÇÃO DE TURNO DE TRABALHO. POSSIBILIDADE DE SUPRESSÃO A transferência para o período diurno de trabalho implica a perda do direito ao adicional noturno. SISTEMA DE TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO - art. 7°, XIV CF XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva; DEFINIÇÃO: Sistema de trabalho que coloque o empregado, alternativamente, em cada semana, quinzena ou mês, em contato com as diversas fases do dia e da noite, cobrindo as 24 horas integrantes da composição dia/noite. FINALIDADE: Diminuição da jornada para os empregados que trabalham em regime de revezamento, devido ao maior desgaste em sua saúde. Estabelecida jornada superior a seis horas e limitada a oito horas por meio de regular negociação coletiva, os empregados submetidos a turnos ininterruptos de revezamento não têm direito ao pagamento da 7 e 8 horas como extras. JORNADA DE 12x 36 Possibilidade mediante acordo individual, coletivo ou convenção coletiva; Art. 59-A. Em exceção ao disposto no art. 59 desta Consolidação, é facultado às partes, mediante acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, estabelecer horário de trabalho de doze horas seguidas por trinta e seis horas ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos para repouso e alimentação. (Incluído pela Lei no 13.467, de 2017) Parágrafo único. A remuneração mensal pactuada pelo horário previsto no caput deste artigo abrange os pagamentos devidos pelo descanso semanal remunerado e pelo descanso em feriados, e serão considerados compensados os feriados e as prorrogações de trabalho noturno, quando houver, de que tratam o art. 70 e o § 5o do art. 73 desta Consolidação. EMPREGADO EXCLUÍDOS DO CONTROLE DE JORNADA Os empregados excluídos do controle de jornada são aqueles que não têm direito ao registro de ponto e, consequentemente, não recebem horas extras. De acordo com o art. 62 da CLT, estão incluídos nessa regra: Trabalho externo incompatível com controle de jornada (inciso I) – Empregados que exercem suas atividades fora da empresa, sem possibilidade de fiscalização do horário, desde que isso esteja anotado na carteira de trabalho (ex.: vendedores externos). Cargos de confiança (inciso II) – Gerentes, diretores e chefes com poder de gestão, que tomam decisões estratégicas e recebem um adicional de no mínimo 40% sobre o salário do cargo efetivo. Teletrabalho (home office) – Conforme a Reforma Trabalhista (Lei 13.467/2017), empregados nesse regime sem controle de jornada não têm direito a horas extras. Porém, se houver controle de horário (ex.: login em sistema, registro de ponto digital), eles podem ter direito ao pagamento de horas extras. Art. 62 - Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo: I - os empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário de trabalho, devendo tal condição ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social e no registro de empregados; II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, aos quais se equiparam, para efeito do disposto neste artigo, os diretores e chefes de departamento ou filial. III - os empregados em regime de teletrabalho. Parágrafo único - O regime previsto neste capítulo será aplicável aos empregados mencionados no inciso II deste artigo, quando o salário do cargo de confiança, compreendendo a gratificação de função, se houver, for inferior ao valor do respectivo salário efetivo acrescido de 40% (quarenta por cento). CONTROLE DE JORNADA • Obrigatoriedade de registro da jornada para empregadores com mais de 20 empregados: art. 74, §2o, da CLT • Forma de registro da jornada: livro ponto, cartões ponto manuais, eletrônicos e controles por biometria • Controle por geolocalização e por acesso em sistema • Jornada britânica: invalidade dos cartões ponto como prova da jornada de trabalho: Súmula 338, TST. TRABALHADORES EXTERNOS Empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário de trabalho; Atividade externa; Incompatibilidade com a fixação de horário. Motorista profissional(transporte de passageiros e de carga): art. 235-C, § 13° da CLT: EXERCENTES DE CARGO DE CONFIANÇA Empregado que possui amplos poderes de direção e gestão, quase que se confundindo com a própria figura do dono do negócio Poderes de gestão; Remuneração diferenciada (gratificação de função). TELETRABALHADOR Considera-se teletrabalho a prestação de serviços preponderantemente fora das dependências do empregador, com a utilização de tecnologias de informação e de comunicação que, por sua natureza, não se constituam como trabalho externo. – Art. 75-B Artigos 75-A à 75-E (Lei n° 13.467/2017); Trabalho a Domicílio x Trabalho Externo x Teletrabalho; Atividades incompatíveis com a fixação da jornada de trabalho (art. 6°). INTERVALO INTRAJORNADA INTERVALOS PARA DESCANSO DEFINIÇÃO: São períodos de tempo na jornada de trabalho, ou entre uma e outra, em que o empregado não presta serviços, seja para alimentar, ou para descansar. PERÍODO - DURAÇÃO DO INTERVALO Até 4 horas - 00:00 minutos De 4 a 6 horas - 00:15 minutos Acima de 6 horas - 01:00 hora /02:00 horas Entre um dia e o outro 11:00 horas Entre uma semana e a outra 24:00 horas – DSR São aqueles feitos dentro da própria jornada de trabalho. Os intervalos de descanso não serão computados na duração do trabalho. Aumento do intervalo – acordo escrito ou instrumento coletivo (art. 71, caput, CLT) Art. 71, CLT - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas. Redução do intervalo PÓS-REFORMA: possibilidade de negociação coletiva para diminuição do intervalo de 1 hora para 30 minutos (art. 611-A, III, CLT) A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento, de natureza indenizatória, apenas do período suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho. Art. 71, §4° (Lei 13.467/2017). INTERVALOS INTRAJORNADA ESPECIAIS Serviços de Telefonia (art. 229); Mecanografia (art. 72); Minas e Subsolo (art. 298); Mulher com filho em idade de amamentação (art. 396); Serviços de Telefonia (art. 229) – Telefonistas e operadores de telemarketing têm jornada reduzida de 6 horas diárias, com 2 intervalos de 10 minutos cada. Mecanografia (art. 72) – Profissionais que operam máquinas de mecanografia (ex.: digitadores) têm direito a intervalos de 10 minutos a cada 90 minutos trabalhados. Minas e Subsolo (art. 298) – Trabalhadores que atuam em minas subterrâneas devem iniciar e encerrar a jornada na boca da mina, garantindo intervalos adequados devido às condições insalubres. Mulher com filho em idade de amamentação (art. 396) – Mães com filhos de até 6 meses têm direito a dois descansos diários de 30 minutos para amamentação, sem prejuízo do salário. (Como muitas mães moram longe do trabalho/creche, vale acordar para sair 1h mais cedo todos os dias). INTERVALO ENTRE DUAS JORNADAS Espaço de tempo que deve haver entre uma jornada de trabalho e outra, ou seja, o intervalo entre jornadas. Art. 66 CLT - Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso. Intervalo de 11 (onze) horas, contado a partir da última hora trabalhada, inclusive se for extra, sem prejuízo do DSR, considerando como extra a não observância do período mínimo. DESCANSO SEMANAL REMUNERADO DEFINIÇÃO: Lapso temporal de 24 horas consecutivas entre os módulos semanais de duração do trabalho do empregado, coincidindo preferencialmente com o domingo, em que o obreiro pode sustar a prestação de serviços e sua disponibilidade perante o empregador, com o objetivo de recuperação e implementação de suas energias e aperfeiçoamento em sua inserção familiar, comunitária e política. Art. 7°, XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos. REQUISITOS OU ASPECTOS: Horas consecutivas, não podendo ser fracionadas (art. 1o); Prazo em horas e não em dias; Sábado não trabalhado: é considerado como dia útil não trabalhado, e não um segundo D.S.R; OCORRÊNCIA REGULAR AO LONGO DAS SEMANAS EM QUE SE CUMPRE O CONTRATO Periodicidade máxima semanal: ou seja, a cada módulo semanal de jornada cumprida terá o trabalhador direito ao descanso de 24 horas; Não pode a periodicidade máxima ser ampliada, por exemplo, para cada 12 dias de trabalho; COINCIDÊNCIA PREFERENCIAL COM O DOMINGO A fruição efetiva do DSR é sempre devida, podendo ocorrer somente a perda do direito à remuneração, jamais do descanso. Requisitos da remuneração: Frequência integral na semana anterior Faltas Justificadas Pontualidade no comparecimento ao trabalho TRABALHO EM DIA DE DESCANSO SEMANAL REMUNERADO art. 9° da Lei 605/49: pagamento em dobro caso haja trabalho nos dias de repouso ou nos feriados (exceto se houver folga compensatória dentro da própria semana). FERIADOS DEFINIÇÃO: lapsos temporais de um dia, situados ao longo do ano-calendário, eleitos pela legislação em face de datas comemorativas cívicas ou religiosas específicas, em que o empregado pode sustar a prestação de serviços e sua disponibilidade perante o empregador. CIVIS RELIGIOSOS FERIADOS CIVIS DEFINIÇÃO: São comemorativos de datas relevantes à história pátria ou da nacionalidade, ou relevantes à história das lutas pela organização e afirmação das grandes massas populares no mundo contemporâneo, e ainda, dias festivos relevantes da cultura ocidental. LEI N° 9.093 DE 12 DE SETEMBRO DE 1995 Art. 1o São feriados civis: I - os declarados em lei federal; II - a data magna do Estado fixada em lei estadual. III - os dias do início e do término do ano do centenário de fundação do Município, fixados em lei municipal. (Inciso incluído pela Lei no 9.335, de 10.12.1996) Lei 9.093/95 - dias declarados em lei federal (Lei n° 10.607/2002) 1° de janeiro – Dia Mundial da Paz; 21 de abril - Tiradentes; 1° de maio – Dia do Trabalho; 7 de setembro - Independência; 15 de novembro - República; 25 de dezembro – embora Natal, feriado religiosos, é dia do congraçamento familiar e comunitário); Data magna fixada em lei Estadual (09 de julho - Lei Estadual 9.497/97); OBS: Dia das eleições gerais (Código Eleitoral/Lei n° 1266/1950 – Jurisprudência TST) – REVOGAÇÃO FERIADOS RELIGIOSOS DEFINIÇÃO: São comemorativos de datas relevantes à tradição religiosa dominante no país, ou dominante da comunidade local (dias de guarda declarados em lei municipal). Art. 3° Lei 9.093/95: I Dias de guarda (Fundação do Município); II - 12 de outubro (N.S. Aparecida – Padroeira do Brasil), IIISexta-feira da Paixão (art. 2°. da Lei n° 9.093/95); IV -Finados (Lei n° 10.607/2002); V -25 de Dezembro (Natal) (Lei n° 10.607/2002). OBS: Corpus Christi não é feriado TRABALHO EM DIA FERIADO Art. 70 - Salvo o disposto nos artigos 68 e 69, é vedado o trabalho em dias feriados nacionais e feriados religiosos, nos têrmos da legislação própria. Art. 9° da Lei 605/49 - pagamento em dobro caso haja trabalho nos dias feriados (exceto se houver folga compensatória); No trabalho em feriado, o empregador poderá pagar em dobro, sem a concessão da folga compensatória. FÉRIAS DEFINIÇÃO: São um período de cessação do trabalho, sem prejuízo da remuneração, após o decurso de doze meses de vigência do contrato de trabalho. AQUISIÇÃO: Período Aquisitivo Art. 130 - Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção:período de 12 meses de vigência do contrato de trabalho (período superior a 14 dias equivale a um mês (art. 146, parágrafo único)). Cômputo do prazo: Termo inicial: primeiro dia contratual (de trabalho), com inclusão do dia do começo; Perda do direito: Aquisição das férias está ligada à assiduidade do empregado no período aquisitivo. Faltas injustificadas Estar afastado do trabalho por mais de 30 dias, recebendo salário, durante o período aquisitivo Estar em gozo de licença, recebendo salário, por mais de 30 dias Deixar de trabalhar, recebendo salário, por mais de 30 dias, devido a paralisação parcial ou total da empresa Receber prestações de acidente de trabalho ou de auxílio-doença da Previdência Social por mais de 6 meses, embora descontínuos Sair do emprego e voltar após um período maior do que 60 dias CONCESSÃO: Período Concessivo - art. 134 da CLT; Art. 134 - As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só período, nos 12 (doze) meses subsequentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito. Período de 12 meses subsequentes ao período aquisitivo; Fracionamento das férias: Art. 134 da CLT; As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só período, nos 12 (doze) meses subsequentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito. Possibilidade de Fracionamento: art. 134, § 1° CLT - Desde que haja concordância do empregado, as férias poderão ser usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a quatorze dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos, cada um. (Redação dada pela Lei no 13.467, de 2017) Direito de coincidência: artigos 136, § 1° e 2° CLT - § 1o - Os membros de uma família, que trabalharem no mesmo estabelecimento ou empresa, terão direito a gozar férias no mesmo período, se assim o desejarem e se disto não resultar prejuízo para o serviço. § 2o - O empregado estudante, menor de 18 (dezoito) anos, terá direito a fazer coincidir suas férias com as férias escolares. Início das férias: art. 134, §3° CLT - É vedado o início das férias no período de dois dias que antecede feriado ou dia de repouso semanal remunerado. Comunicação da férias: art. 135 da CLT - A concessão das férias será participada, por escrito, ao empregado, com antecedência de, no mínimo, 30 (trinta) dias. Dessa participação o interessado dará recibo. Anotação na CTPS: §1° art. 135 CLT; § 1o - O empregado não poderá entrar no gozo das férias sem que apresente ao empregador sua Carteira de Trabalho e Previdência Social, para que nela seja anotada a respectiva concessão. Proibição de trabalho nas férias salvo existência de contrato de trabalho: art. 138 CLT - Durante as férias, o empregado não poderá prestar serviços a outro empregador, salvo se estiver obrigado a fazê-lo em virtude de contrato de trabalho regularmente mantido com aquele. Parte das Férias dentro do período concessivo e parte fora: Os dias de férias gozados após o período legal de concessão deverão ser remunerados em dobro. REMUNERAÇÃO DAS FÉRIAS A remuneração das férias deve ser paga até 2 dias antes do início do período de descanso, conforme o art. 145 da CLT. Caso o empregado opte pelo abono pecuniário (venda de até 1/3 das férias), esse valor também deve ser pago nesse prazo. Além disso, o empregado deve assinar um recibo confirmando o pagamento e informando as datas de início e término das férias. Art. 7°,XVII CF : terço constitucional de férias; XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal; Abono de férias: art. 143 CLT; Permite que o empregado venda até 1/3 de suas férias, recebendo o valor correspondente aos dias trabalhados. 📌 Importante: O abono não se confunde com o terço constitucional, que é um adicional obrigatório sobre as férias. Prazo para solicitação: O empregado deve requerer o abono até 15 dias antes do fim do período aquisitivo (§1º do art. 143 da CLT). FÉRIAS VENCIDAS São aquelas relativas ao período aquisitivo, mas que não foi possível usufruí-las devido ao término do contrato. Art. 146 da CLT; qualquer seja causa da rescisão; simples ou em dobro se fora do prazo; Art. 146 - Na cessação do contrato de trabalho, qualquer que seja a sua causa, será devida ao empregado a remuneração simples ou em dobro, conforme o caso, correspondente ao período de férias cujo direito tenha adquirido. FÉRIAS PROPORCIONAIS As férias proporcionais correspondem aos períodos aquisitivos incompletos e são devidas quando o contrato de trabalho é encerrado antes do empregado completar 12 meses na empresa. Empregados com mais de 1 ano de contrato – Têm direito às férias integrais + proporcionais (se aplicável) no momento da rescisão. Empregados com menos de 1 ano de contrato – Recebem férias proporcionais ao tempo trabalhado, exceto em caso de dispensa por justa causa. FÉRIAS COLETIVAS DEFINIÇÃO: São aquelas que são concedidas não a um empregado, mas a todos os empregados ou a determinados estabelecimentos ou setores da empresa. Art. 139 CLT Pagamento acrescido do terço constitucional; Não é uma obrigação/faculdade: geralmente se dá nos finais de ano, ou em períodos de crise Fracionamento : §1° art. 139 CLT; As férias poderão ser gozadas em 2 (dois) períodos anuais desde que nenhum delesseja inferior a 10 (dez) dias corridos. Comunicação ao Ministério do Trabalho e ao Sindicato da Categoria com 15 dias de antecedencia, as datas de início e fim das férias, precisando quais os estabelecimentos ou setores abrangidos pela medida. Férias Coletivas e reflexos nas férias individuais - Art. 140 da CLT; Art. 140 - Os empregados contratados há menos de 12 (doze) meses gozarão, na oportunidade, férias proporcionais, iniciando-se, então, novo período aquisitivo. Aplicação nos contratos com mais de 12 meses de vigência. EXERCICIO: O empregado foi admitido em 02.01.1998. Nos meses de janeiro e fevereiro faltou injustificadamente 3 dias em cada mês. Em 1° de março ficou doente, e esteve afastado por doença, recebendo auxílio previdenciário, até 30 de setembro. Em 1° de outubro retornou ao trabalho, e não teve mais nenhuma falta até o final do ano. A partir daí o empregado não mais usufruiu férias, exceto no ano de 2001. No dia 01.06.2001 recebeu aviso prévio (que foi indenizado). Tem direito a férias esse empregado? ✅ Sim, o empregado tem direito a férias. Como ele perdeu apenas o primeiro período aquisitivo devido ao afastamento, mas continuou trabalhando depois, acumulou férias que deveriam ser pagas na rescisão em 01/06/2001.