Buscar

Resumo coautoria, participação e art. 30 CP.

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

MODALIDADES DO CONCURSO DE PESSOAS
COAUTORIA (gênero)
É a modalidade de concurso de pessoas que ocorre quando o núcleo do tipo penal é implementando por duas ou mais pessoas. Em apertada síntese, há dois ou mais autores unidos entre si pela busca do mesmo resultado naturalístico, ou seja, é a modalidade deflagrada por duas ou mais pessoas conjuntamente.
Vejamos as espécies:
Coautoria parcial ou funcional ou indireta: é aquela em que os diversos autores praticam atos executórios diferentes, que somados produzem o resultado almejado. 
Exemplo: artigo 157, CP: “Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência”.
Neste dispositivo caso um aponte a arma para a vitima e outro pegue o objeto, ambos estarão deflagrando o tipo penal já que subtrair e usar de grave violência ou ameaça são elementares do tipo.
Coautoria direta ou material: é aquela em que todos os autores efetuam igual conduta criminosa.
Exemplo: A e B com união de desígnios para praticar a morte de C se escondem próximo a casa dele ambos armados. No momento em C aparece ambos disparam na vitima, acertando-a, sendo ambos executores, ou seja um autor do outro, denominados coautores.
 COAUTORIA NOS CRIMES PRÓPRIOS OU ESPECIAIS:
Crimes próprios ou especiais são aqueles em que o tipo penal exige uma situação de fato ou de direito diferenciada do sujeito ativo.
HÁ COAUTORIA NOS CRIMES PRÓPRIOS OU ESPECIAIS?
R.: Em regra SIM é possível a coautoria em crimes próprios, desde que os autores sejam dotados da qualidade especial, ou que um seja dotado da qualidade e o outro tenha ciência clara e convicta desta condição. Essa conclusão esta ligada ao que prediz o artigo 30, CP sobre as elementares que se comunicam. O exemplo clássico é o crime próprio do Peculato, artigo 312,CP que exige a qualidade de servidor publico, assim dois funcionários de uma repartição que agem com união de desígnios furtando computadores serão coautores, bem como se um sujeito sabe da condição de servidor e o ajuda a furtar os computadores, responderão ambos por peculato.
1.2- COAUTORIA NOS CRIMES DE MÃO-PRÓPRIA:
Crimes de conduta pessoal sendo de caráter personalíssimo, de conduta infungível que apenas podem ser implementados pelo sujeito expressamente apontado pelo tipo penal.
HÁ COAUTORIA NOS CRIMES DE MÃO PRÓPRIA?
R.: em regra NÃO é possível a coautoria em crimes de Mao propria, já que não é cabível a hipótese de um sujeito qualificado cometer o delito com outro não qualificado. Porem encontramos uma exceção em posicionamentos do STF que diz que é possível, em tese, atribuir a advogado a coautoria pelo crime de falso testemunho e também na união de desígnios entre 2 peritos para produzir laudo/resultado errado.
 1.3- EXECUTOR DE RESERVA:
É o desviante que acompanha presencialmente a realização da conduta desviante descrita no tipo penal, permanecendo a disposição, se imprescindível para nela intervir. Se interferir, será tido como coautor, e, em caso negativo será considerado participe, em outras palavras, executor de reserva é o individuo que acompanha a execução do crime e caso esteja não seja consumado pelo sujeito em ação, ele entra em cena. 
Exemplo: A esta atirando contra B, enquanto C fica de longe escondido observando a situação. A acerta o tiro em B que mesmo assim consegue correr, durante sua fuga C o surpreende e lhe desfere facadas, sendo o executor reserva e se tornando neste momento coautor pelo crime de homicídio. Caso apenas A deflagrasse o núcleo “matar”, B seria apenas o participe.
1.4- COAUTORIA SUCESSIVA:
É a modalidade de coautoria que sobrevem quando a conduta desviante iniciada em autoria única, se consuma com a colaboração/cooperação de outra pessoa, com forças reunidas, mas sem aviso prévio e determinado ajuste, ou seja o liame subjetivo foi estabelecido após o inicio da execução do tipo penal.
A regra é que todos os coautores iniciem juntos a empreitada criminosa, porem em casos onde um sujeito adere a conduta criminosa já durante a execução do iter criminis, quando o acordo de vontade vem a ocorrer após o inicio da execução, fala-se em coautoria sucessiva. 
Exemplo: A percebe que B esta agredindo C. Querendo auxiliá-lo, A se une a B para que juntos espanquem a C. como o crime de lesão corporal já estava em andamento, o ingresso de A no fato é tido como coautoria sucessiva.
1.5- COAUTORIA EM CRIMES OMISSIVOS, PRÓPRIOS E IMPRÓPRIOS:
Omissão pode ser:
Própria: são os que objetivamente são descritos com uma conduta negativa, de não fazer o que a lei determina, existe o chamado dever genérico de proteção. 
 “Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte”
Imprópria: somente as pessoas referidas no § 2º do art. 13 do CP podem pratica-los, uma vez que para elas existe um dever especial de proteção. Para se falar de crime omissivo impróprio é preciso que o agente se encontre na posição de garante ou garantidor, conforme:
“Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: 
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; 
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.”
Sobre a discussão se É POSSIVEL COAUTORIA EM CRIMES OMISSIVOS há dois posicionamentos jurídicos colidentes:
1ª corrente: DOMINANTE, não pode haver coautoria em crimes omissivos pois o dever de cuidado pertence exclusivamente a um sujeito.
2ª corrente: sim pode haver coautoria sucessiva onde por exemplo duas pessoas com união de desígnios decidem não socorrer ninguém.
PARTICIPAÇÃO
A participação é uma modalidade do concurso de pessoas em que o individuo não realiza/executa o núcleo do tipo penal, mas concorre de qualquer modo para o crime. A autoria é atividade principal, e a participação sempre será uma atividade acessoria.
QUEM É O PARTICIPE?
R.: essa nomenclatura é usada para destacar, entre todos os agentes, somente aqueles que, embora concorrendo para a pratica da infração penal, desempenham atividade diversa da do autor, jamais deflagrando o verbo nuclear.
QUAL A NATUREZA JURIDICA DO INSTITUTO DA PARTICIPAÇÃO?
R.: a natureza jurídica do instituto da participação é acessoria, já que depende da atividade principal, denominada autoria.
QUAIS OS REQUISITOS PARA O RECONHECIMENTO DA PARTICIPAÇÃO?
R.: os requisitos são: propósito de colaborar com o autor em sua conduta e ser essa colaboração de maneira efetiva, por meio de uma conduta acessoria. 
A participação se subdivide em espécies:
Participação moral: é aquela em que a conduta do agente restringe em induzir ou instigar terceira pessoa a cometer infração penal.
Induzir ou determinar é criar, colocar, fazer brotar a ideia criminosa, entao o sujeito não tinha a ideia da infração penal e este a induz. Podendo ser direcionado o induzimento a uma pessoa determinada, ou a varias pessoas indeterminadas, a exemplo do artigo 286, CP:
 “Incitar, publicamente, a prática de crime:
Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa.”
Quando o induzimento for direcionado a pessoa especifica será tratado como participe. Quando for a pessoas indeterminadas será tratado como autor, respondendo pelo crime de incitação ao crime.
Instigar é reforçar, estimular uma ideia criminosa já existente, sendoconsiderado como participe do crime que possa vir a ser cometido.
Participação material: consiste em auxiliar alguém de forma material, a execução de infração penal, sem realizar a conduta descrita em lei, ou seja, o agente que empresta uma arma, faca, munição será considerado participe pois facilitou materialmente a pratica do tipo penal. Importante salientar que o auxilio deve ser eficaz, pois caso não seja não configurará relevância causal para a conduta.
PUNIÇÃO DO PARTICIPE:
Entendemos pelo artigo 29, CP que incidiram as penas a cada agente que participou do crime na medida de sua culpabilidade, entao o participe como produz uma atividade acessoria, terá uma pena menor do que a do autor ou dos coautores, pela relevância de sua contribuição para a pratica da infração delituosa, porem é importante se considerar o caso do autor intelectual, onde o homem inteligente do grupo, que não é o autor de fato do crime, entao considerado participe, deve ter atribuído a ele pena maior do que a do autor imediato.
Concluímos que em regra o participe terá pena menor do que a do autor, salvo autor intelectual.
TEORIAS DA PARTICIPAÇÃO (sobre a acessoriedade da conduta do partícipe):
Merece destaque o artigo 31, Cp que diz que o ajuste, a determinação, ou a instigação e o auxilio, salvo disposição expressa em contrario, não são puníveis se ao crime não chega, pelo menos, a ser tentado. Isso quer dizer que a conduta do participe somente será objeto de apreciação se o autor, que exerce o papel principal ingressar no iter criminis, na fase de execução. Caso não de inicio a execução do crime para qual foi induzido, instigado ou auxiliado pelo participe, este nada respondera, ressalvadas disposições expressas contidas em lei.
1ª. Teoria da acessoriedade mínima: segundo essa teoria haverá participação punível a partir do momento em que o autor realizar uma conduta típica. Basta para essa teoria que o autor pratique um ato típico, para que possa haver a punição do participe.
Exemplo: A quer matar B, porem não possui arma, conta a C seu intento criminoso e este lhe empresta a arma.
A vai ao encontro de B. B quando vê A imediatamente começa a atirar, A para se defender atira em B o matando, configurando legitima defesa, que é um causa de exclusão de ilicitude. Mesmo assim C que emprestou a arma e se tornou participe por participação material será punido.
É adotada pelo ordenamento? 
Não é adotada por nos.
2ª. Teoria da acessoriedade limitada: nessa teoria o participe será punido se o autor da conduta delituosa praticar um fato típico e ilícito.
Exemplo: A induz B a matar C. B por sua vez adere a indução e mata C. No entanto, B era menor de idade, ou seja, inimputável, entao mesmo tendo cometido uma conduta típica e ilícita ser inocentado, porem A que atuou como participe, caracterizando também o injusto penal poderá ser responsabilizado penalmente pela conduta praticada.
É adotada pelo ordenamento?
Adotada pela maioria dos doutrinadores e em parte pelo código também já que este reconhece em alguns momentos, combinando entao com o ordenamento.
3ª. Teoria da acessoriedade máxima ou extrema: nessa teoria o participe será punido se o autor da infração penal deflagrar um fato típico, ilícito e culpável, para que se possa falar em participação aqui é preciso que o autor tenha praticado de fato um injusto culpável.
É adotada pelo ordenamento?
Sim, anda lado a lado ao código penal.
4ª. Teoria da hiperacessoriedade: essa teoria diz que para o participe so será punido se o autor da infração penal tiver praticado um fato típico, ilícito, culpável e punível.
Exemplo: A contrata B para matar C. B consegue matar C, mas durante a conduta também é atingido e morre, sendo causa de extinção de punibilidade, entao por A não ter deflagrado o núcleo, não será punido.
É adotada no ordenamento?
Não.
QUAL A TEORIA ADOTADA PELO CODIGO PENAL BRASILEIRO NO QUE TANGE A PARTICIPAÇÃO?
R.: o código penal não adotou expressamente quaisquer das teorias, porem afastou a mínima e a da hiperacessoriedade e aproximou a limitada e a máxima.
PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPORTANCIA:
Causa geral de diminuição de pena, que terá aplicação somente nos casos de participação (instigação e cumplicidade), não se aplicando as hipóteses de coautoria.
Art. 29, §1º, CP: “Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço”
PARTICIPAÇÃO INOCUA:
É aquela que nada colaborou para o resultado naturalístico descrito no tipo penal, não houve uma relevância causal na conduta para produção de resultado. É o exemplo do agente que empresta a arma para outro matar alguém, e depois este não a utiliza, apesar de ter havido a participação (assessoria) material, não poderá ser penalizado pois sua participação foi inócua (inofensiva, que não produziu dano algum).
PARTICIPAÇÃO IMPUNÍVEL
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. 
Sendo a participação uma atividade acessória, sua punição dependerá, obrigatoriamente, da conduta do autor. Assim, se o autor der inicio a execução de um crime para o qual fora determinado ou auxiliado materialmente pelo participe, a partir desse instante permite-se a responsabilização penal pela participação. Caso contrario, ou seja, se o fato praticado pelo autor permanecer tão somente na fase de cogitação, ou mesmo naquela correspondente aos atos preparatórios, a participação não será punível. 
Porém o artigo diz que salvo disposição expressa em contrario, então temos como exceção os crimes que a lei prevê penalização mesmo que não haja execução, sendo eles:
Art. 288, CP: “Associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, para o fim de cometer crimes”.
Neste caso a simples associação caracteriza o crime, não necessitando da execução dos atos
Art. 286, CP: “Incitar, publicamente, a prática de crime:”
Neste caso a simples incitação caracteriza o crime, mesmo que ninguém o pratique.
QUAL A DIFERENÇA ENTRE ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA E CONCURSO DE PESSOAS?
R.: O primeiro grande esclarecimento que se cabe mencionar é que o concurso de pessoas é considerado um instituto de direito penal sendo considerado uma circunstancia agravante ou de um condão qualificador como no caso do delito de furto. Já a associação criminosa é tipificada pelo legislador como um crime no artigo 288, CP. 
O concurso de pessoas é de concurso eventual e temporário sendo necessária a consciente e voluntária participação de duas ou mais pessoas na prática da mesma infração penal. Já a associação criminosa é de concurso necessário, com natureza de infração autônoma, configura-se quando os componentes do grupo formam uma associação organizada, estável e permanente, com programas previamente preparados para a prática de crimes, reiteradamente, com a adesão de todos.
PARTICIPAÇÃO POR OMISSÃO:
É possível desde que o omitente alem de poder agir no caso concreto tivesse ainda o dever de agir para evitar o resultado (figura do garante ou garantidor)
Exemplo: A, policial esta em uma barraca de lanches, quando avista do outro lado da rua B furtando a carteira de C. A simplesmente ignora e por conta de possuir o dever de agir é responsabilizado como participe por conta de sua participação por omissão.
CONIVÊNCIA
Instituto contrário ao da participação por omissão, podendo ser denominado como participação negativa, crime silente, ou concurso absolutamente negativo, é a participação que surge nas ocasiões em que o sujeito não esta atrelado a conduta criminosa e não possui o dever de agir para impedir o resultado danosos, ou seja, nesse caso o sujeito observa a ocorrência de um crime e nada faz, porem por não estar vinculado a conduta criminosa e não possui o dever de agir para evitar o resultado, não existindo punibilidade na conivência.
Exemplo: A, um transeunte normal, esta passando na rua quando vê B furtando a carteira de C. Por se assustar ou por saber que não conseguiriafazer nada para ajudar, fica parado sem nada fazer. Não será punido, porque não possuía o dever genérico de proteção.
PARTICIPAÇÃO SUCESSIVA
A participação sucessiva é admissível nos casos em que um mesmo individuo é instigado, induzido ou auxiliado por duas ou mais pessoas, cada qual ignorando/desconhecendo a conduta/comportamento alheio, para executar uma infração penal. 
Importante salientar que a instigação sucessiva, ou seja, aquela que foi realizada após o agente ter sido determinado ou estimulado a praticar a infração penal, deve ter sido capaz de exercer alguma influencia em seu animo, pois caso contrario, isto é, se este já estava completamente determinado a cometer infração penal, e se a instigação sucessiva em nada o estimulou, não terá ela a relevância necessária a fim de ensejar a punição do participe.
Exemplo: A em conversa com B comenta sobre sua inimizade com D, e B induz A a mata-lo.
 A em conversa posterior com C comenta sobre sua vontade de matar D e este lhe empresta uma arma.
 A vai ao encontro de D e o mata.
Tanto B como C serão considerados participe de A no crime de homicídio por conta de sua participação acessoria, mas é importante destacar que para que seja participação sucessiva um agente não saiba do outro, que a relação ocorra exclusivamente entre autor-participe / participe-autor.
PARTICIPAÇÃO EM CADEIA ou participação da participação:
Dar-se-a participação em cadeia nos episódios em que o individuo induz ou instiga outrem, para que este posteriormente induza, instigue ou auxilie outro individuo a praticar uma infração penal determinada, sendo punível conforme as regras do CP. 
Exemplo: A instiga B a induzir C a emprestar uma arma para D matar E. sendo uma espécie de telefone sem fio, onde o autor será quem praticar o núcleo da infração penal, no caso D que “matou” E e os demais considerados participes, esse instituto aceita a presença do autor intelectual, aquele que é o homem inteligente do grupo, podemos citar o seguinte exemplo: A que paga a B para contratar matadores C e D que iram executar E. sendo A o autor intelectual, C e D coautores e B participe.
PARTICIPAÇÃO EM AÇÃO ALHEIA
Instituto considerado exceção a regra do ordenamento, onde não há concurso de pessoas, não há liame subjetivo e ainda assim pela caráter de responsabilidade comedido a este agente será considerado participe.
Exemplo clássico: A funcionário publico de determinado setor, ao fim de seu expediente esquece mesmo sem desejar a janela aberta, propiciando o acontecimento de um furto. O sujeito passa na rua invade a repartição através da janela aberta e furta vários bens do domínio publico, por ter faltado diligencia ao funcionário publico este respondera pelo artigo 312, §2º, CP: “Peculato culposo Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem” e o sujeito que praticou o furto pelo artigo 155, CP.
 CIRCUNSTANCIAS INCOMUNICÁVEIS:
Conforme artigo 30, Cp: “não se comunicam as circunstancias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime”.
Condições de carater pessoal: são aquelas condições que envolvem as qualidades, os aspectos subjetivos inerentes a determinada pessoa, que a acompanham em qualquer situação independente de a mesma executar ou não uma infração penal. Exemplo: se o agente é reincidente, se é menor de idade, se é maior de 18 e menor de 21.
Circunstancias: tudo que pode se agregar ao crime com o condão de aumentar ou diminuir a pena, são dados periféricos, acessórios, que gravitam ao redor da figura típica, somente interferindo na graduação da pena. A existência ou não da circunstancia em nada interfere na definição da figura típica, tenso a sua importância limitada ao agravo ou atenuação da pena de uma determinada infração.
Podem se dividir em:
Subjetivas ou de caráter pessoal: são as que relacionam a pessoa do agente e não ao fato praticado.
Exemplo: peculato, a característica aqui é ser funcionário publico (é uma circunstancia inerente ao agente)
Objetivas ou de caráter real: são as que relacionam-se com o fato e não com o agente.
Exemplo: art 121, §2º, CP
Homicídio qualificado
§ 2º Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;II - por motivo futil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossivel a defesa do ofendido;
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime.
O homicídio qualificado é uma circunstancia agravante (circunstancia objetiva), ainda que não existe essa qualificação o delito de homidício continuaria a existir, conforme redação do caput que é a elementar
Elementares: é tudo aquilo que esta descrito no tipo penal, sendo um dado fundamental na conduta desviante. Elementar é um fator que integra a definição básica de uma infração penal, sem as elementares ocorre uma atipicidade absoluta que torna o fato um indiferente penal ou uma atipicidade relativa, que conduz a chamada desclassificação.
Podem se dividir em:
Subjetiva ou de caráter pessoal: estão ligadas a pessoa do agente, não dizendo respeitando ao fato.
Exemplo: parturiente em estado puerperal (deve existir o estado puerperal, caso retire essa elementar caracteriza homicídio e não infanticidio)
Objetiva ou de caráter real: estão ligadas ao fato e não ao agente.
Exemplo: emprego de violência ou grave ameaça (deve existir o emprego de violência, caso retire essa elementar caracteriza furto e não roubo)
QUAIS SÃO AS DIFERENÇAS IMPERATIVAS ENTRE CIRCUNSTANCIAS E ELEMENTARES?
R.: As diferenças são que as elementares podem causar a atipicidade absoluta ou relativa de um tipo penal, enquanto as circunstancias pela característica de ser dados acessórios apenas acrescentam ou diminuem a aplicação do preceito secundário, não modificando a essencialidade da infração.
REGRAS DO ARTIGO 30, CP
1ª) As circunstancias de caráter pessoal ou subjetivas NÃO se comunicam.
Pouco importa se tais dados ingressam ou não na esfera de conhecimento dos demais agentes que praticam a infração. Relembrando que circunstancias de caráter pessoal são as que estão ligadas ao agente e não ao fato.
Exemplo: Pai, cuja filha foi vítima de estupro, que contrata pistoleiro. A condição pessoal de relevante valor moral, que atenua a pena em face do pai jamais se comunicará ao pistoleiro.
Assim sendo o pai respondera por homicídio art. 121, §1º, CP associado ao art. 29 e art. 30, CP.
Emquanto o pistoleiro respondera por homicídio art. 121, §2º, CP associado ao art. 29 e art. 30, CP.
2ª) Comunicam-se as circunstancias de caráter real ou objetivas.
É imperativo para que as circunstancias objetivas se comuniquem que os agentes conheçam as circunstancias em que estão envolvidos.
Exemplo: “A” contrata “B” para matar “C”. “B” avisa que usará de meio cruel e “A” aceita. A circunstancia qualificadora pelo meio cruel se comunica. Caso o contratante tivesse pedido que a morte fosse realizada por meio breve e sem crueldade e ainda assim o matador utiliza-se de meio cruel sem que o contratante soubesse a qualificadora não se comunicaria, pois é essencial que esteja na esfera de conhecimento.
3ª) Comunicam-se as elementares, sejam subjetivas ou objetivas (todas elementares comunicaram entre os agentes)
Comunicam as elementares sejam elas objetivas ou subjetivas, porem é imperativo que tenham entrado no ambito de conhecimento de todos os agentes.
Exemplo: “A”, funcionário público, convida “B” para praticar um furto no órgão em que trabalha. “B” conhece a condição de “A”. Ambos responderão por peculato (crime próprio). 
Elementares personalíssimas e a questao do estado puerperal na infração descrita no artigo 123, CP, denominada infanticídio:
A uma parturiente em estado puerperal deseja matar seu filho. B seu marido, ciente de seu estado psicológico a ajudamatar o bebe.
Nesse caso ambos responderão pelo artigo 123, CP associado ao art 29, CP § art 30, CP.
Se o marido não soubesse do estado e ainda sim a ajudasse responderia ela “A”, pelo art 123, CP e ele pelo art. 121, CP sem concurso de pessoas e comunicação de elementar.
AUTORIA COLATERAL
Ocorre quando duas ou mais pessoas, buscando igual resultado, mas sem o liame subjetivo, interem na execução alheia de um crime, não há concurso de pessoas, ou seja, fala-se em autoria colateral quando dois ou mais agentes, embora convergindo as suas condutas para a pratica de determinado fato criminoso, não atuam com união de desígnios.
No exemplo clássico, suponhamos que A e B queiram a morte de C, por mera coincindencia, os dois se colocam em emboscada esperando a vitima passar. Quando avistam a vitima “C” os dois atiram no mesmo instante sem que um soubesse da presença do outro.
Em casos como o do exemplo que pelo fato dos agentes não atuarem unidos pelo vinculo psicológico é que se diz que existe uma autoria colateral.
Imaginemos as seguintes hipóteses:
A pericia identifica que o tiro de A foi que causou a morte de C = A responde por homicídio consumado e B por tentativa.
A pericia descobre que o tiro de A matou C instantaneamente e so depois quando já estava morto B atirou = A responde por homicídio consumado e B não respondera por nada, por ser crime impossível em relação a absoluta impropriedade do objeto.
Existe uma modalidade que nasce no campo da AUTORIA COLATERAL, chamado de AUTORIA COLATERAL INCERTA OU AUTORIA INCERTA, que assim como a autoria colateral propriamente dita não cabe concurso de pessoas, porem nessa modalidade de autoria ocorre que não consegue se apurar com precisão qual conduta que foi a que efetivamente causou o resultado. Entao no exemplo citado A e B atiraram conjuntamente contra C, um tiro acertando o coração e o outro a cabeça no mesmo momento, ambos responderão pela tentativa de homicídio, pela imprecisão que se tem, caso os dois fossem punidos pelo homicídio consumado, um estaria sendo punido de forma mais severa do que se conduta merece, sendo esta uma situação que o direito penal não permite.
NOTA!
 Existe ainda uma hipótese figurada pelo seguinte exemplo:
Ana casada com Pedro, mantendo um relacionamento extra-conjugal com Joao, ambos desconhecendo o outro parceiro de Ana. Pedro e Joao descobrem que Ana mentiu e resolvem se vingar, cada qual com seu desígnio, sem existência de liame subjetivo. Pedro coloca veneno no café de Ana e ela logo ao tomar sai ao entro de Joao, que também coloca Veneno na bebida de Ana. 
Logo em seguida Ana morre, feita a pericia se constata a presença de duas substancias no sangue da vitima, talco e veneno de rato. Por não se conseguir saber qual foi o causador da morte coma substancia letal, ambos estarão isento de culpabilidade por ineficácia absoluta do meio, crime impossível.

Outros materiais