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PROJETO MULTIDISCIPLINAR INTRODUÇÃO 
A ESTÉTICA. 
Autor – Muriel Micheline Mafra 
Curso do Centro Universitário ETEP em Convênio 
Interinstitucional com a Faculdade UniBF 
 Curso: estética e cosmetica 
Data de início no curso: 23/02/2023 
• Data de envio do trabalho:26/11/2023 
 
 RESUMO 
Este trabalho tem como objetivo a compreensão de onde surgiu a 
estetica e alguns dos seus conceitos, históricos e atuais. A palavra 
estética deriva do grego “aisthesis”, significando faculdade de sentir 
ou compreensão pelos sentidos ou ainda percepção totalizante. 
Nesse sentido, a estética é o ramo da filosofia que se ocupa da 
interpretação simbólica do mundo, simultaneamente é uma ciência 
autônoma que tem por objeto o juízo de apreciação que distingue o belo 
e o feio. 
No entanto, a área é ainda mais ampla, pois possui subdivisões, coko a 
estética teórica, a qual procura características comuns na percepção do 
objeto, o que o torna, por exemplo, universalmente agradável. A 
estética estuda também a arte, estabelecendo uma crítica a estrutura e 
construção do objeto, dentro do âmbito da estética prática ou particular. 
Pensando assim, podemos afirmar que a estética discuti o gosto, um 
conceito ligado ao julgamento dos objetos pela sensibilidade, 
conhecimento e reconhecimento, concepções categorizadas pelo senso 
comum como preferência, mas que depende de valores , contextos, 
momentos históricos, estando subordinada igualmente a política e 
 
 
ideologia, o gosto por sua vez remete a questão da definição de belo, 
uma discussão filosófica que se arrasta desde a antiguidade. 
 
 
 
Palavras-chave: estética, história , desenvolvimento . 
 
• INTRODUÇÃO 
 Nem tudo que é belo pode ser considerado arte, por outro lado, o 
repugnante ou feio pode ser artístico. O que demonstra que a arte está localizada em 
uma esfera para além do belo, a questão da beleza , embora envolva uma grande 
relatividade, com respostas diferentes para cada indivíduo, instigou os filósofos ao 
longo da história, fundando algumas tradições que influenciam a conceituação em 
torno do belo até hoje. Segundo a corrente platônica, o belo existiria em si, a partir 
de uma essência ideal, objetiva, independente do gosto. 
Está tendência compôs o ideal universal de beleza, dominando a arte da 
antiguidade até o século XVII, em oposição os empiristas originaram outra 
tradição, o belo tornou-se relativo, subjetivo, circunscrito eu ao gosto de cada um, 
a maneira como cada sujeito percebe o objeto. O que criou uma oposição que seria 
resolvida parcialmente por Kant, no século XVIII para quem a objetividade está 
no objeto e a subjetividade no sujeito, portanto, o belo existe em si , no objeto, mas 
nem sempre é percebido por aquele que não foi educado para apreciar a beleza , 
tal como um crítico de arte. No século XIX Hegel introduziu o contexto histórico 
na concepção de beleza, para qual as mudanças se refletem no gosto. Este por sua 
vez, sofre a interferência da cultura, construindo uma visão de mundo, a partir 
dessas tradições uma concepção diferente surgiu no século XIX, vinculada a 
 
 
fenomenologia, principalmente aplicado a arte, quando o belo passou a ser aquilo 
que possui significado, independente de sua correspondência com a realidade. O 
belo é mensurado pela sensibilidade, o que contemporâneamente , remete a 
psicologia, ciência que atribui a beleza uma resposta narcisista ao que gostamos ou 
gostaria de ver em nós mesmos, porém, uma resposta mais filosófica diria que 
apreciamos o que se identifica com nossa visão particular de mundo, definição que 
atende a questão do belo em linhas gerais, mas que não responde porque 
consideramos determinado objeto que não é belo como arte. Nem tudo que é belo 
pode ser considerado arte, a arte pode ser definida como instrumento cultural, 
educativa e cognoscivel de manutenção das permanências ou de transformação 
impondo valores de um grupo sobre o conjunto da sociedade ou rompendo com 
valores estabelecidos. 
Para a filosofia a arte faz parte do questionamento do mundo, colaborando para 
fomentar questões existenciais em torno do “eu” e do nós, levando a pensar e 
questionar o que está oculto por trás das aparências. Por sua vez , não é possível 
falar em estética antes do século VI A.C uma vez que nas sociedades tribais , embora 
houvesse manifestações artísticas e parâmetros para definir o belo, não existia uma 
preocupação em discutir de forma sistemática as chamadas questões estéticas. Na 
pré-historia, antes da invenção da escrita, os objetos que poderíamos classificar 
como dentro da amplitude da estética eram produzidos com uma função puramente 
pragmática, tentando reproduzir a realidade, referenciando a transmissão do 
conhecimento e ao mesmo tempo significando uma visão particular. É quando está 
representação da realidade assumiu um significado religioso, espiritual que os 
objetos estéticos transcendental ao mitológico, misturando razão e tentativas do 
mundo através do simbólico e não concreto. 
 
 
 
 
 
 
• -ESTETICA AO LONGO DO TEMPO 
 
 Ainda no mesmo momento que a passagem do mítico para o racional foi iniciada 
pela filosofia , o teatro grego conduziu a estética para a racionalidade a despeito do 
termo estética ainda não existir . No século VI A.C, a tragédia começou a retratar na 
saga dos heróis, discutindo os mitos colocando em primeiro plano a questão envolta do 
que é arte e de sua relação com o real fomentando discussões estéticas, seguindo está 
tendência os pré – socráticos iniciaram a sistematização das discussões estéticas, 
estabelecendo um questionamento de ordem lógica e especulativa, investigando por 
exemplo, a natureza do belo e a definição de arte. 
 Para Heráclito, dentro da concepção de fluxo constante, onde nada persiste 
transformando-se o belo estava na harmonia, a qual é alcançado através dos opostos. O 
filósofo afirma que “ o contrário é convergente e dos divergentes nasce a harmonia “. 
Enquanto para Demócrito, criador do atomismo, a arte se origina da tendência humana de 
imitar a natureza, um conceito retomado por Platão, para quem a arte , sendo a imitação 
do mundo sensível, visto o inteligível ser o real, não passa de cópia da cópia. 
 Portanto, a arte seria desprovida de valor, menos digna de figurar como problema 
do que a ética ou a metafísica, pois representaria uma ilusão, visão oposta de Aristóteles, 
que trata da estética na obra poética, onde a arte é definida como “poesis”, palavra que 
pode ser traduzida do grego como disposição para produzir. Segundo Aristóteles, embora a 
arte seja imitação do que é possível por probabilidade, ela vai além da imitação, cria o que 
 
 
a natureza não foi capaz de criar. Neste sentido, determinadas artes , como a tragédia, 
possuem uma finalidade elevada a “catarse”, a purificação dos excessos emocionais, 
instaurando a harmonia, a cartase, termo que em grego significa purificação, evacuação ou 
purgação, corresponderia a uma descarga emocional provocada pela imitação, libertando o 
homem de substâncias estranhas a sua essência racional, purificando está essência dos 
elementos que corrompem a racionalidade, tal como o sentimento de medo e piedade. Ao 
viver através do outro assistindo uma representação o homem viveria sentimentos nocivos 
a razão, aprendendo a lidar com eles, fazendo uma cartase, expulsando-os de seu ser. No 
período romano, obviamente a valorização da arte retórica conduziu a inúmeras discussões 
estéticas, com implicações que explicam o surgimento da palavra latina arte. Nsssa época 
passou a existir uma grande valorização da poesia, além de um resgate de concepções 
gregas ligadas a arquitetura e escultura. Compondo um padrão de enaltecimento do belo 
como reafirmação da dominação política da forma sobre o mundo dito civilizado.A 
discussão fomentada por está tendência foi colocada de lado na Idade Média, quando a 
visão platônica da arte foi absorvida pela igreja católica, porém , a questão do belo ganhou 
uma concepção religiosa, revelada pelo simbolismo da atribuição da beleza Divina, 
suprema a Deus, em outras palavras, o belo passou a ser aquilo que fosse capaz de 
aproximar de Deus, falar ou significar a espiritualidade. A arte passou a servir a está 
concepção enaltecendo o culto a Deus através da perfeição das proporções e medidas, da 
busca pela luminosidade, da solidez expressando o eterno. É a época das catedrais e do 
estilo gótico carregado de luz e cores, revelando um simbolismo espiritual. 
 As discussões estéticas, por isto mesmo ficaram mescladas a metafísica, servindo 
a exegese, decifração dos textos sagrados, a questão central passa a ser como representar 
entre os homens a beleza divina dos céus e de Deus. Uma visão que começou no século 
XIV, quando o progresso da ciência conduziu ao humanismo, deslocando o centro estético 
de Deus para o homem, marcado pelo princípio de resgate de valores da antiguidade e a 
tentativa de alcançar a perfeição ao no imitar a natureza por meio da arte, este princípio 
fez ressurgir a discussão sobre o belo, considerando o fruto da harmonia numérica, entre 
 
 
o todo e as partes e com a natureza. Uma tendência que ganhou prosseguimento pelo 
racionalismo cartesiano, inaugurando um novo período. O classicismo adotou critérios da 
razão para discutir a estética, ainda chamada de poética, momento em que os elementos 
irracionais presentes nas artes começaram a ser questionados como parte da separação 
entre a fé e ciência. 
 A palavra estética só surgiu no século XVIII foi empregada pela primeira vez em 
1759 por Alexander Baumgarten , como sinônimo do estudo da arte e do belo, construída 
a partir da palavra grega “aisthesis”. Embora a discussão estética existisse desde a 
antiguidade, nomeada como política, somente neste momento surgiu como ramo 
específico da filosofia, antes a estética estava dentro da metafísica, da ética, da moral, da 
política e da lógica a partir do século XVIII passou a estudar os objetos da faculdade do 
sentir, enquanto a razão ficou restrita a lógica e a vontade circunscrita a ética. Portanto 
estética se constituiu como parte específica da filosofia e gradualmente tornou-se uma 
ciência autônoma e independente, a este foi se constituindo como ciência tendo por objeto 
a contemplação da beleza efetuada plenamente na criação de obras de arte. 
 No entanto Baumgarten considera a estética como gnosiologia inferior, 
composta por imagens confusas em comparação a gnosiologia superior circunscrita a 
lógica. Foi Kant que notou que a estética vai além da faculdade de julgar ou sentir, 
possibilitando um juízo reflexivo, levando o homem a repensar conceitos através da 
transformação de objetos. Embora não aparente, o juízo estetico reflete sobre o tempo e 
espaço adentrando a capacidade criativa e o desenvolvimento matemático contido no 
domínio da técnica, repleta de relações de quantidade e proporção. Conceito 
complementado pelo holandês Baruch Espinosa, por meio da transposição de seu 
pensamento por Goethe, segundo o qual a arte imita a natureza, mas também cria o novo. 
Neste sentido a estética pode ser definida como ciência, pois sistematiza o conhecimento 
criado apartir do entendimento da realidade contida na arte e em discussões conceituais 
contidas inerentes ao juízo dos sentidos sendo a estética a ciência que transforma o belo 
 
 
em mais belo , permitindo ao ser humano modificar e melhorar o aspecto físico de tudo 
em seu próprio corpo. 
 
 
 
 
 
 
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
 
 A proposta desse trabalho foi relatar a evolução da estética desde a pré-história até 
os tempos atuais, nos primórdios, o intuito que mais se notava era manter a pele 
visivelmente bela e não tratá-la, isso se dava devido ao limitado conhecimento sobre pele 
e o foco estar ligados a estudos filosóficos do belo, a partir dos anos 1930 se multiplicaram 
imagens de laboratório com microscópios e aparelhos cromados , com isso surgiram 
novas matérias - primas para cosméticos, vitaminas e tratamentos revolucionários. A 
idade média é marcada pelo rigor do cristianismo o que significou anos de repressão ao 
uso de cosméticos, a higiene e a exaltação a beleza, qualquer preocupação com o corpo 
era proibida, após esse período iniciou o renascimento que trouxe novamente a busca por 
embelezamento e o uso dos cosméticos, mas percorrendo a história nos deparamos com 
mais uma época de repressão a beleza. No final de 1970 o parlamento inglês decretou 
que qualquer mulher que seduzisse ou traísse através do uso de cosméticos, produtos de 
higiene, sapatos de salto etc, seria condenada assim como as bruxas. 
 Observou-se que a estética e o uso de cosméticos começou a alçar vôo, no século 
XX, pois nos anos 30 multiplicaram-se os laboratórios e a criação de novos ativos, nessa 
mesma década a publicidade destacava o exercício físico e a exaltação do corpo, corpos 
masculinos e femininos começaram a ser trabalhados , o mesmo interesse é notado na 
década de 80 onde as mulheres malharam para manter o cor po, o culto a magreza 
 
 
existente no século XX com o auge a partir dos anos de 1980,fez com que se multipicasse 
os regimes e a atividade física , mulheres que não gostavam de exercícios começaram a 
se interessar pelas cirurgias plásticas, que nesse ponto iniciava sua expansão, entraram 
também na moda as terapias alternativas como shiatsu e a reflexologia, aromaterapia e 
SPAs. Atualmente vemos crescendo cada dia mais essa ramificação e o crescente interesse 
em terapias alternativas. 
 
 
 
 
 
 
 
4 CONCLUSÃO 
 É uma revisão que abrange desde a pré -historia até os tempos atuais. 
 Mensurar a utilidade da estética é um assunto tão complexo como perguntar para 
que serve o conhecimento de forma geral, não obstante, no âmbito da filosofia a estética 
está entrelaçada com outras sub áreas como a metafísica, a lógica, a estética é a própria 
teoria do conhecimento, a estética é imensamente abrangente possibilitando discutir 
questões que dizem respeito a essência do que se entende por filosofia, penetrando no 
questionamento dos valores que conferem parâmetros ao gosto, interpretando o que está 
por trás das aparências. Ao entender a formação dos juízos pelos sentidos, podemos 
contornar conceitos pré -concebidos que falseiam opiniões, a estética, neste sentido pode 
ser libertadora, liberando o homem de julgamentos precipitados, os quais parecem 
espontâneos, mas que não passam de uma herança adquirida através dos séculos. No 
mundo globalizado , na sociedade de consumo onde a construção de pressupostos 
estéticos se tornou ferramenta de manipulação mercadológica, social e ideológica, a 
 
 
estética assumiu uma importância ainda maior. A estética ajuda a desmontar a pseudo- 
realidade para auxiliar o sujeito em sua tentativa de sair da caverna da alienação. 
 Nos tempos atuais a estética tem evoluído cada vez mais através de novas 
tecnologias na descoberta cada dia mais de ativos, substâncias e aparelhos e temos maior 
aprofundamento no conhecimento anatomofisiologico da pela. Atualmente existe um 
aumento expressivos na área de pesquisa, criação de novas teorias e novos ativos. Não e 
difícil observar a importância desde fenómeno, já que é um dos ramos da atividade 
humana que mais se desenvolve, buscando cada vez mais a enaltação do que é belo. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
FERREIRA, Francisco Romão, Corpo feminino e beleza o, século XX. Alceu v.11 N. 
21 o. 186-201 jul. Dez. 2010. 
 
ADORNO, T. teoria estética, Lisboa , Martins Fontes, 1970 
 
BAYER, R. História da estética, Lisboa, estampa , 1978.

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