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SDS-POLICIA MILITAR DE PERNAMBUCO CURSO DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS DE SAÚDE APOSTILA DA DISCIPLINA GESTÃO ESTRATÉGICA DE PESSOAS INSTRUTOR: CAP PM OZEAS FERREIRA DE LIMA GESTÃO DE PESSOAS Carga Horária: 20 horas EMENTA: Gestão de pessoas e Recursos Humanos; Visão estratégica de RH; Gestão por Competências; Gestão do Desempenho; Motivação; Delegação; Administração de Conflitos. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: 1. Gestão de Pessoas X Gestão de Recursos Humanos 1.1. Definição de Gestão de Pessoas É o conjunto de políticas e práticas utilizadas pela gerência de uma determinada instituição pública ou privada, relacionadas com “pessoas” ou Recursos Humanos, incluindo Recrutamento, Seleção, Treinamento, Recompensas e Avaliação de Desempenho. (Idalberto Chiavenato, adaptado) 1.2. Definição de Recursos Humanos É chamado recursos humanos ao conjunto dos empregados ou dos colaboradores de uma organização. Mas o mais freqüente deve chamar- se assim à função que ocupa para adquirir, desenvolver, usar e reter os colaboradores da organização. O objetivo básico que persegue a função de Recursos Humanos (RH) é alinhar as políticas de RH com a estratégia da organização.(Wikipédia) 2. Visão Estratégica de RH Visão Estratégica de Recursos Humanos se refere ao conjunto de objetivos desejados por uma organização relacionados às pessoas que nela servem. A Visão Estratégica de RH proporciona o foco no futuro e oferece as bases para a definição dos objetivos organizacionais a serem alcançados a tendendo a seis critérios: 1)SER FOCADO EM RESULTADO 2)SER CONSISTENTES 3)SER ESPECÍFICOS 4)SER MENSURÁVEIS 5)SER RELACIONADO COM UM DETERMINADO PERÍODO 6)SER ALCANÇÁVEIS A razão de ser de uma instituição é servir seus objetivos e por isso é necessário entender para que servem os objetivos organizacionais de uma instituição. São elas; - Apresentar uma situação futura, indicando uma orientação e as linhas mestras aos participantes; - fonte de legitimidade que justifiquem as atividades e sua existência; - servir como padrão para que sejam avaliados eficiência e rendimento; - e servem como medida para comparar a produtividade da organização e dos seus participantes. 3. Cultura e Comportamento Organizacional A cultura organizacional é o conjunto de hábitos e crenças, estabelecidos por normas, valores, atitudes e expectativas compartilhadas por todos os membros de uma organização. Constitui o modelo de pensar e agir de uma organização representa as percepções dos dirigentes e colaboradores e reflete a mentalidade que predomina na organização. A cultura organizacional condiciona a Gestão de Pessoas. O comportamento organizacional se baseia na reação de aceitação mútua entre a organização, as pessoas (funcionários) e clientes, com base na cultura inerente de cada um desses entes envolvidos. Aspectos da cultura organizacionais a)Aspectos Formais – Abertos e Facilmente Adaptáveis. -Estrutura da Empresa -Cargos, funções, práticas operacionais, tecnologias, métodos -Políticas de pessoal, metas, estratégias, objetivos. b)Aspectos Informais – Ocultos e Difíceis de Adaptação -Padrão de influência poder -Percepções e atitudes das pessoas -Sentimentos, normas de grupos, valores, expectativas -Normas grupais e relações afetivas 4. Marketing Estratégico O Marketing Estratégico relaciona-se com o processo por intermédio do qual as várias áreas funcionais da empresa irão usar seus recursos para a implementação das estratégias empresariais, de modo a conquistar vantagem competitiva, contribuir para o crescimento da organização e consequentemente a positivação da sua imagem na sociedade. Assim, por exemplo, em cada unidade de ação, a área funcional de marketing irá desenvolver o processo de planeamento tendo em vista a formulação de estratégias competitivas e a consecução dos objectivos da unidade de ação em alvos específicos. No plano de marketing, devem ser identificadas as unidades operacionais e os gestores responsáveis pela realização das várias actividades previstas no programa de ações. Os gestores deverão participar do processo por constituírem os agentes facilitadores do mecanismo de consecução das ações contidas no plano de marketing. Como elementos comportamentais desejáveis nesses gestores, destacam-se: • Habilidade de entender os outros e saber negociar; • Força para ser justo, a fim de colocar as pessoas e alocar os recursos onde serão mais eficientes; • Eficiência sobre os aspectos críticos do desempenho ao gerir as tarefas de marketing; • Habilidade de criar uma ambiente informal propício para enfrentar cada problema com o qual se defronte. 5. Gestão por Competências Gestão por competências é um programa sistematizado e desenvolvido no sentido de definir perfis profissionais que proporcionem maior produtividade e adequação ao negócio, identificando os pontos de excelência e os pontos de carência, suprindo lacunas e agregando conhecimento, tendo por base certos critérios objetivamente mensuráveis. A definição de Competência está baseada no CHA, que são os conhecimentos (C) e as habilidades (H), competências técnicas, e as atitudes (A), competências comportamentais, que uma pessoa possui. O conhecimento tem relação com a formação acadêmica, o conhecimento teórico. A habilidade está ligada ao prático, a vivência e ao domínio do conhecimento. Já a Atitude representa as emoções, os valores e sentimentos das pessoas, isto é, o comportamento humano. A gestão por competências figura como alternativa aos modelos gerenciais tradicionalmente utilizados pelas organizações. Propõe-se a orientar esforços para planejar, captar, desenvolver e avaliar, nos diferentes níveis da organização (individual, grupal e organizacional), as competências necessárias à consecução de seus objetivos. A proposta da Gestão por Competências é compreender quais são as competências organizacionais críticas para o sucesso empresarial, desdobrá- las em termos de competências profissionais e desenvolvê-las junto ao quadro de funcionários internos. A idéia é aproximar ao máximo as competências existentes na organização daquelas necessárias para a consecução dos objetivos organizacionais. Sob essa perspectiva, minimizar eventuais lacunas de competências significa orientar e estimular os profissionais a eliminar as discrepâncias entre o que eles são capazes de fazer (competências atuais) e o que a organização espera que eles façam (competências necessárias). 6. Gestão Estratégica de Pessoas. A Gestão Estratégica de Pessoas refere-se à maneira como a função de Gestão de Pessoas pode contribuir para o alcance dos objetivos organizacionais e, simultaneamente, favorecer e incentivar o alcance dos objetivos individuais dos funcionários. Trata-se de definir antecipadamente qual a força de trabalho e os talentos humanos necessários para a realização da ação organizacional futura. O planejamento estratégico de pessoas deve ser holístico, ou seja, ter visão geral dos objetivos da empresa e de seus funcionários, saber exatamente o que todos almejam. 7. Gestão do Desempenho É a administração, identificação e mensuração do desempenho humano nas organizações. A administração do desempenho deve ser mais do que uma ferramenta de análise de dados e aptidões do passado da pessoa e sim, deve servir de orientação para o futuro para poder alcançar todo o potencial humano da organização. Avaliação do Desempenho – é uma apreciação sistemática dodesempenho de cada pessoa, em função das atividades que ela desempenha, das metas e resultados a serem alcançados, das Objetivos e estratégias organizacionais Objetivos Estratégicos da Gestão de Pessoas Desenvolver planos de adequação do capital humano Prever as necessidades do capital humano Avaliar o nível do capital humano competências que ela oferece e do seu potencial de desenvolvimento. Qual o propósito de avaliar o desempenho humano? 1-Recompensar pessoas (aumentos, promoções, transferências, demissões) 2-Manter pessoas (como está sendo visto, os resultados alcançados) 3-Desenvolver pessoas (pontos fortes e fracos) 4-Aplicar pessoas (indica a aplicação, identificação e integração das pessoas ao cargo) 5-Agregar pessoas (inventário de habilidades e indicação ás atividades adequadas) 6-Monitorar pessoas (sucessão, carreira, T & D) 8. Ética, Responsabilidade Social e Imagem Corporativa. A ética empresarial pode ser entendida como um valor da organização que assegura sua sobrevivência, sua reputação e, conseqüentemente, seus bons resultados. Para Moreira, a ética empresarial é "o comportamento da empresa - entidade lucrativa - quando ela age de conformidade com os princípios morais e as regras do bem proceder aceitas pela coletividade (regras éticas)." A ética profissional e conseqüentemente das organizações é considerada um fator importantíssimo para a sobrevivência delas,tanto das pequenas quanto das grandes empresas. As organizações estão percebendo a necessidade de utilizar a ética, para que o "público" tenha uma melhor imagem do seu "slogan", que permitirá, ou não, um crescimento da relação entre funcionários e clientes. Desse modo, é relevante ter consciência de que toda a sociedade vai se beneficiar através da ética aplicada dentro da empresa, bem como os clientes, os fornecedores, os sócios, os funcionários, o governo… Se a empresa agir dentro dos padrões éticos, ela só tende a crescer, desde a sua estrutura em si, como aqueles que a compõem. Responsabilidade Social diz respeito ao cumprimento dos deveres e obrigações dos indivíduos e empresas para com a sociedade em geral. Alguns sociólogos entendem como sendo responsabilidade social a forma de retribuir a alguém, por algo alcançado ou permitido, modificando hábitos e costumes ou perfil do sujeito ou local que recebe o impacto. A responsabilidade social como estratégia de marketing institucional: O foco está na melhoria da imagem institucional da empresa. São os ganhos institucionais da condição de empresa-cidadã que justificam os investimentos em ações sociais encetadas pela empresa. A responsabilidade social de uma empresa é um indicador de sua positividade social. A imagem corporativa define como sendo uma empresa se parece, como ela é percebida, ao contrário da identidade corporativa que define quem a empresa é. 9. A Gestão de Pessoas no Sistema de Defesa Social de Pernambuco 9.1. Na PMPE (como está estruturado e como funciona) O Sistema de Gestão de Pessoas na PMPE foi modificado recentemente através do decreto Governamental abaixo com a finalidade de adequação à realidade da política de administração pública empregada na atualidade, que é administração por resultados. DECRETO Nº 32.313, DE 12 DE SETEMBRO DE 2008. Altera a denominação da Diretoria de Pessoal da Polícia Militar de Pernambuco, e dá outras providências. O GOVERNADOR DO ESTADO, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo artigo 37, incisos II e IV, da Constituição do Estado de Pernambuco e, tendo em vista o disposto no artigo 77, incisos I e II, da Lei Complementar nº 49, de 31 de janeiro de 2003, CONSIDERANDO a necessidade de adequar o sistema de controle, desenvolvimento e gestão de pessoas da Polícia Militar de Pernambuco - PMPE à forma adotada pela atual Administração Pública Estadual; CONSIDERANDO que a Diretoria de Pessoal da PMPE, integrante desse sistema, não possui estrutura compatível com a política de gestão e desenvolvimento de pessoas em vigor na Corporação, DECRETA: Art. 1º A Diretoria de Pessoal - DP da Polícia Militar de Pernambuco, criada pela Lei nº 11.328, de 16 de janeiro de 1996, e alterações, passa a denominar-se Diretoria de Gestão de Pessoas - DGP, com a seguinte organização: I – Diretor; II – Diretor-adjunto; III – Seção de Cadastro e Avaliação - DGP-1; IV – Seção de Movimentação e Promoção - DGP-2; V – Seção de Direitos - DGP-3; VI – Seção de Inativos e Pensionistas - DGP-4; VII – Seção de Pessoal Civil - DGP-5; VIII – Gabinete da Diretoria - DGP-6; IX – Seção de Arquivo Geral - DGP-7; X – Seção de Justiça e Disciplina - DGP-8; XI – Seção de Transferência para a Inatividade - DGP-9; XII – Seção de Recrutamento e Seleção de Pessoal - DGP-10; e XIII – Gabinete de Identificação - GI. Art. 2º Compete à Diretoria de Gestão de Pessoas - DGP, no desenvolvimento da política de gestão de pessoas, o planejamento, execução, controle e fiscalização das atividades relacionadas com: I – cadastro e avaliação; II – classificação e movimentação do efetivo; III – direitos, deveres e incentivos; IV – atendimento a inativos e pensionistas; V – servidores civis da Corporação; VI – documentação e arquivo geral; VII – justiça e disciplina; VIII – transferência para a inatividade; IX – recrutamento e seleção de pessoal; X – administração financeira de pessoal ativo e inativo; e XI – identificação de pessoal. Art. 3º. Ficam extintos a Subseção de Administração Financeira de Pessoal -SSAFP, da Diretoria de Finanças, o Centro de Recrutamento e Seleção de Pessoal - CRESEP e a Pagadoria de Inativos e Pensionistas - PIP, passando as suas respectivas atribuições para as Seções da Diretoria de Gestão de Pessoas. Parágrafo único. Os cargos existentes nos órgãos ora extintos, ficam remanejados para a Diretoria de Gestão de Pessoas. Art. 4º O Centro de Assistência Social - CAS e o Colégio da Policia Militar - CPM, Órgãos de Apoio de Pessoal, ficam classificados como Órgãos de Apoio de Gestão de Pessoas. Art. 5º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Art. 6º Revogam-se as disposições em contrário. PALÁCIO DO CAMPO DAS PRINCESAS, em 12 de setembro de 2008. EDUARDO HENRIQUE ACCIOLY CAMPOS-Governador do Estado 9.2. Problemas e soluções Apesar dos avanços ocasionados na mudança da estrutura organizacional das Gestão de Pessoas no âmbito da PMPE verificam-se problemas que ao longo do tempo poderão ser corrigidos e adequados às necessidades da corporação. São eles: -Ausência da informatização no controle do efetivo nas sub-seções de pessoas das unidades da PMPE. O serviço ainda é feito via documentos, excesso de burocracia, retrabalhos e lentidão nas certidões. -Carência na capacitação e especificidade no pessoal encarregado dos serviços de Gestão de Pessoas. -Precariedade de meios materiais. -Pouca abrangência da política de capacitação, treinamentos, reciclagem, orientação e programas de incentivos. -Ineficiência na abrangência dos Programas Sociais para os policiais. -Promoções, salários e gratificações como alvos de muitas críticas do efetivo. -Pouca abrangência nas Ausências de assistência médicas e jurídicas nas atividades policiais. -Soluções a discutir em sala de aula. 10. Planejamento de Metas Metas são resultados esperados. São os fins, propósitos, intenções ou estados futuros que as pessoas e as organizações pretendem alcançar, por meio da aplicação de recursos. As metas são as partes mais importantes da gestão. As metas podem ser de vários tipos, como: uma situação, um resultado ou estado futuro esperado, a realização de um produto, físico ou conceitual,ou a realização de um evento. As metas se desdobram em outras metas, sendo que para realizar uma é preciso realizar outro. O conjunto de metas forma um Plano, mas pode acontecer de um Plano possui apenas uma meta. O sucesso de um Plano Estratégico passa pelo acesso de todos os entes envolvidos no conhecimento das metas pré- estabelecidas, pois todas as pessoas envolvidas no objetivo da organização devem ter a mesma conscientização das metas a serem alcançadas. 11. Motivação Motivação para o trabalho é um estado psicológico de disposição, interesse ou vontade de perseguir ou realizar uma tarefa ou meta. A palavra motivação deriva do latim motivus, movere, que significa mover. A motivação para o trabalho é resultante de uma interação complexa entre os motivos internos das pessoas e os estímulos da situação ou ambiente. -Motivos internos são as necessidades, aptidões, interesses, valores e habilidades das pessoas. -Motivos externos são estímulos ou incentivos que o ambiente oferece ou objetivos que a pessoa persegue. As necessidades humanas fornecem importante explicação nas motivações internas, pois o estado de carência, que é nato do ser humano influencia bastante os aspectos motivacionais pelos estímulos interiores. A Teoria de Maslow, que coloca as necessidades humanas numa hierarquia ou ordem, desempenha um importante estudo sobre as motivações internas. Teoria dos Dois Fatores (Frederick Herzberg) Fatores motivacionais Intrínsecos Fatores Motivacionais ou extrínsecos -Trabalho em si -Realização de algo importante -Exercício da responsabilidade -Possibilidade de aprendizagem e crescimento -Estilo de liderança -Relações pessoais -Salário -Políticas de administração de RH -Condições físicas e segurança no trabalho. Para Frederick , o que satisfaz não é o oposto do que não satisfaz, ele afirma que os fatores de satisfação não são necessariamente antagônicos aos fatores aos fatores de insatisfação. A satisfação e a insatisfação não são extremos opostos. Somente os fatores intrínsecos produzem satisfação para o trabalho e os extrínsecos não fazem as pessoas sentirem satisfeitas para o trabalho. PRÁTICAS MOTIVACIONAIS EM UMA ORGANIZAÇÃO -Enriquecimento de cargos ( aumentar o poder do funcionário pelo aumento de responsabilidades – empowerment.) -Programas de incentivos (premiar o desempenho) -Participação nos lucros e resultados -Programa de capacitação corporativa 12. Delegação A delegação representa a transferência de determinado nível de autoridade de um superior para um subordinado ou conjunto de subordinados. Saber delegar com eficácia significa dar a tarefa certa à pessoa certa, concedendo-lhe o grau certo de liberdade, para que o trabalho se desenvolva de forma mais eficiente e produtiva. Saber delegar permite ao superior e a toda a sua equipa darem o seu melhor e aperfeiçoarem-se progressivamente, de modo a poder enfrentar novos desafios. Com uma fraca capacidade de delegação, a equipe fica constantemente ocupada a “apagar fogos” e perde tempo precioso. Vantagens da Delegação: - Rentabilização do tempo do gestor - Maior rapidez nas ações e na tomada de decisões - Permite o treino e desenvolvimento pessoal - Aumenta o nível de motivação - Conduz a melhores decisões e maior qualidade do trabalho - Permite desempenhar tarefas mais complexas Desvantagens da Delegação: - Probabilidade de perda de controle - Pode ser desastrosa se a pessoa ou equipa a quem se delega não tiver capacidades suficientes 13. Aconselhamento Aconselhar funcionários é uma competência que o gestor precisa dominar e exercer em muitas situações no ambiente de trabalho. Esse processo deve ter início não só quando a produtividade começar a ser prejudicada por algum desvio de comportamento ou atitude, mas também quando o gestor percebe uma queda no estado de humor e motivação do funcionário. Basta prestar atenção no estado de ânimo, interesse, grau de relacionamento e comunicação do funcionário. Algumas regras básicas que facilitam o processo de aconselhamento pessoal são: ter o propósito certo (a entrevista de aconselhamento deve ser usada apenas quando existirem objetivos bem claros e um propósito específico.); o momento certo e a abordagem certa. Alguns gestores sentem medo em usar a técnica do aconselhamento pessoal. Pode-se destacar os seguintes motivos: medo de dizer coisas impróprias, comprometendo todo o processo;medo de invadir a privacidade; medo de descobrir o que realmente está por detrás de tudo emedo de perder a apreciação por parte dos funcionários. Existem, basicamente, dois tipos de entrevista de aconselhamento: a direta e a indireta. -Entrevista direta. Nesse tipo de entrevista, o funcionário logo perceberá que um conselho, instrução ou mesmo advertência está sendo dado. Geralmente nesse tipo de entrevista, o gestor conversa a maior parte do tempo e toma uma abordagem firme no processo da entrevista. Essa abordagem deve ser utilizada nas seguintes situações: quando existir violação das regras e políticas; quando erros precisam ser corrigidos e quando a hostilidade do funcionário atingiu níveis intoleráveis. -Entrevista indireta. Durante a entrevista indireta, o supervisor conversa menos e o subordinado se comunica mais. Pode-se dizer que essa abordagem é menos agressiva e incisiva. É a abordagem mais utilizada para trazer à tona problemas escondidos e criar um clima de discussão franca e aberta de qualquer problema. Vale ressaltar que para a entrevista indireta deve-se evitar mencionar muito os problemas pessoais do subordinado pois, caso isso ocorra, o rumo da conversa pode mudar. 14. Administração de Conflitos Os conflitos surgem por razões tipo competição entre as pessoas, por recursos disponíveis, mas escassos; pela divergência de alvos entre as partes; e pelas tentativas de autonomia ou libertação de uma pessoa em relação a outra, assim como podem ser atendidos como fontes de conflito: direitos não atendidos ou não conquistados; mudanças externas acompanhadas por tensões, ansiedades e medo; luta pelo poder; necessidade de status, desejo de êxito econômico; exploração de terceiros ( manipulação); necessidades individuais não atendidas; expectativas não atendidas; carências de informação, tempo e tecnologia; escassez de recursos; marcadas diferenças culturais e individuais; divergência e metas; tentativa de autonomia; emoções não expressas/ inadequadas; obrigatoriedade de consenso; meio-ambiente adverso e preconceitos. No dia-a-dia das organizações e até mesmo de nossas vidas pessoal vivemos o conflito de diferentes maneiras: quantas vezes as pessoas não atravessam nosso caminho, dificultando ou mesmo impedindo o atingimento de nossos objetivos? Assim, o conflito não deve ser visto apenas como impulsionador de agressões, disputas ou ataques físicos, mas como um processo que começa na nossa percepção e terminam com a adoção de uma ação adequada e positiva, os conflitos surgem e nosso dever é estarem situados quanto às causas dos mesmos normalmente estes se dão, por muitos aspectos, logo abaixo estaremos citando alguns: • Pela experiência de frustração de uma ou ambas as partes, ou seja, a incapacidade de atingir uma ou mais metas ou realizar os seus desejos, por algum tipo de interferência ou limitação pessoal, técnica ou comportamental. • Diferenças de personalidades, que são invocadas como explicação para as desavenças tanto no ambiente familiar como no ambiente de trabalho, e reveladas no relacionamentodiário através de algumas características indesejáveis na outra parte envolvida; • Metas diferentes, pois é comum estabelecermos ou recebermos metas a serem atingidas e que podem ser diferentes dos de outras pessoas e de outros departamentos, o que nos leva à geração de tensões em busca de seu alcance; • Diferenças em termos de informações e percepções, costumeiramente tendemos a obter informações e analisá-las à luz dos nossos conhecimentos e referenciais, sem levar em conta que isto ocorre também com o outro lado com quem temos de conversar ou apresentar nossas idéias, e que este outro lado pode ter uma forma diferente de ver as coisas. A seguir, é possível acompanhar a evolução dos conflitos e suas características: Nível 1 - Discussão: é o estágio inicial do conflito; caracteriza-se normalmente por ser racional, aberta e objetiva; Nível 2 - Debate: neste estágio, as pessoas fazem generalizações e buscam demonstrar alguns padrões de comportamento. O grau de objetividade existente no nível 1 começa a diminuir; Nível 3 - Façanhas: as partes envolvidas no conflito começam a mostrar grande falta de confiança no caminho ou alternativa escolhidos pela outra parte envolvida; Nível 4 - Imagens fixas: são estabelecidas imagens preconcebidas com relação à outra parte, fruto de experiências anteriores ou de preconceitos que trazemos, fazendo com que as pessoas assumam posições fixas e rígidas; Nível 5 - Loss of face (.ficar com a cara no chão.): trata-se da postura de .continuo neste conflito custe o que custar e lutarei até o fim., o que acaba por gerar dificuldades para que uma das partes envolvidas se retire; Nível 6 - Estratégias: neste nível começam a surgir ameaças e as punições ficam mais evidentes. O processo de comunicação, uma das peças fundamentais para a solução de conflitos, fica cada vez mais restrito; Nível 7 - Falta de humanidade: no nível anterior evidenciam-se as ameaças e punições. Neste, aparecem com muita freqüência os primeiros comportamentos destrutivos e as pessoas passam a se sentir cada vez mais desprovidas de sentimentos; Nível 8 - Ataque de nervos: nesta fase, a necessidade de se Auto-preservar e se proteger passam a ser a única preocupação. A principal motivação é a preparação para atacar e ser atacado; Nível 9 - Ataques generalizados: neste nível chega-se às vias de fato e não há alternativa a não ser a retirada de um dos dois lados envolvidos ou a derrota de um deles. Um conflito, como já se viu, freqüentemente pode surgir de uma pequena diferença de opiniões, podendo se agravar e atingir um nível de hostilidade que chamamos de conflito destrutivo, para lidar com estes é importante conhecê-los, saber qual é sua amplitude e como estamos preparados para trabalhar com eles; Existem inúmeros tipos de conflitos e sua identificação pode auxiliar a detectar a estratégia mais adequada e talvez possamos a partir destas informações, saber como superá-los ou utilizá-lo como um auxilio de crescimento na organização. • Conflito latente: não é declarado e não há, mesmo por parte dos elementos envolvidos, uma clara consciência de sua existência. Eventualmente nem precisam ser trabalhados. • Conflito percebido: os elementos envolvidos percebem, racionalmente, a existência do conflito, embora não haja ainda manifestações abertas do mesmo; • Conflito sentido: é aquele que já atinge ambas as partes, e em que há emoção e forma consciente; • Conflito manifesto: trata-se de conflito que já atingiu ambas as partes, já é percebido por terceiros e pode interferir na dinâmica da organização. Os conflitos interpessoais se dão entre duas ou mais pessoas e podem ocorrer por vários motivos: diferenças de idade, sexo, valores, crenças, por falta de recursos materiais, financeiros, e por diferenças de papeis, podemos dividir este tipo de conflitos em dois: • Hierárquicos: colocam em jogo as relações com a autoridade existente. Ocorre quando a pessoa é responsável por algum grupo, não encontrando apoio junto aos seus subordinados e vice-versa. Neste caso, as dificuldades encontradas no dia-a-dia deixam a maior parte das pessoas envolvidas desamparada quanto à decisão a ser tomada. • Pessoais: dizem respeito ao indivíduo, à sua maneira de ser, agir, falar e tomar decisões. As “rixas pessoais” fazem com que as pessoas não se entendam e, portanto, não se falem. Em geral esses conflitos surgem a partir de pequenas coisas ou situações nunca abordadas entre os interessados. O resultado é um confronto tácito que reduz em muito a eficiência das relações. Todos os conflitos podem ser resolvidos, mas nem todos os conflitos irão ser resolvidos". A afirmação paradoxal é de George Kohlrieser, psicólogo especializado em comportamento organizacional. Desta forma, ele quer demonstrar que não há limites para quem está disposto a se esforçar para atingir seus objetivos. Conseqüências do conflito. Podemos identificar em algumas situações, vários aspectos do conflito que podem ser considerados como negativos e aparecem com freqüência dentro das organizações. • Quando desviam a atenção dos reais objetivos, colocando em perspectiva os objetivos dos grupos envolvidos no conflito e mobilizando os recursos e os esforços para a sua solução; • Quando tornam a vida uma eterna derrota para os grupos de “perdedores habituais”, interferindo na sua percepção e na socialização daqueles que entram na organização; • Quando favorecem a percepção estereotipada a respeito dos envolvidos, como ocorre freqüentemente em organizações. Se por um lado existem os estereótipos genéricos referentes às categorias profissionais, dentro de cada organização, além dos tipos que fazem parte de sua cultura individual, como seus heróis, mitos, tipos ideais, começam a surgirem seus “perdedores”, “ganhadores”, “culpados” e “inimigos”. No entanto temos potenciais de efeitos benéficos dos conflitos, a saber: • São bons elementos de socialização, pois oferecem aos novos participantes de um grupo a sensação de envolvimento com alguma causa; • Ajudam a equilibrar as relações de poder dentro da organização, pois qualquer episódio de conflito pode haver diferente ganhador (independentemente das percepções anteriores); • Propiciam a formação de alianças com o objetivo de ganhar num conflito específico, mas também de garantir mais poder. Mas para que a administração de conflitos possa ocorrer com sucesso, é necessário que ambas as partes saibam se comunicar, ouvir, e perguntar, pois sem diálogo, não há comunicação nem solução possível para os problemas, a maioria dos erros, omissões, irritações, atrasos e conflitos são causados por uma comunicação inadequada. Sejam eles positivos ou negativos, os conflitos podem ser considerados úteis pelo papel que desempenham na vida das pessoas, portanto é possível constatar que nenhuma organização está livre de conflitos, pois praticamente toda a empresa sofre e se beneficia com eles. Os conflitos são responsáveis por sérias ameaças à estabilidade da organização, mas também podem agir de maneira construtiva estimulando o potencial de inovação. O manejo de situações de conflito é essencial para as pessoas e as organizações como fonte geradora de mudanças, pois das tensões conflitivas, dos diferentes interesses das partes envolvidas é que nascem oportunidades de crescimento mútuo. A administração moderna deve encarar o conflito como uma força constante dentro da organização e procurar administrá-la para que estes atuem de maneira construtiva através das técnicas da administração de conflitos.
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