Prévia do material em texto
APRESENTAÇÃO Olá, tudo joia? Aqui é a Angela Sezini, professora dos cursos de Nutrição do Estratégia Concursos. Você que se prepara para concursos públicos na área de Nutrição, preparei um material muito bacana e bem completo sobre Indicadores de Avaliação do Estado Nutricional para Coletividades. A ideia é que você possa, com este conteúdo, conhecer os tópicos mais importantes referentes ao tema. É importante considerar que se trata de uma visão geral, pois como sabemos o assunto é amplo e pode ser abordado de diversas formas. Quando pensamos na Avaliação do Estado Nutricional dos indivíduos/Coletividades, o conhecimento acerca dos indicadores mais utilizados na prática ou citado pela literatura podem ser objeto de cobrança nas provas. Precisamos estar atentos e, através de uma boa leitura, reter o máximo de informações possível. Abraço, Prof. Angela Sezini Redes Sociais IG: @profangelasezini Facebook: Angela Sezini EBOOK – INDICADORES PARA AVALIAÇÃO NUTRICIONAL INDIVIDUAL E DE COLETIVIDADES – UMA ABORDAGEM PRÁTICA A avaliação nutricional favorece a identificação das alterações no estado nutricional do indivíduo e a orientação para o estabelecimento da conduta nutricional. Possibilita, 1 ainda, a verificação da adequação da proposta dietética instituída e os ajustes necessários durante o acompanhamento dos indivíduos assistidos. Estudaremos os aspectos mais relevantes no processo de avaliação nutricional considerando as técnicas, aplicações e interpretações dos resultados obtidos tendo em vista a produção do diagnóstico nutricional detalhado e fundamentado nas referências científicas. 1 – Indicadores Antropométricos PESO CORPORAL a) Peso corporal (PC) O peso corporal representa a soma de todos os compartimentos corporais e reflete o equilíbrio protéico-energético do indivíduo. É uma medida simples, fácil de ser obtida, de baixo custo. Não deve ser utilizado como único parâmetro de avaliação, principalmente em condições de retenção de líquidos (edema e ascite), doença renal crônica, doença cardíaca e desidratação. b) Peso atual (PA) O peso atual é o peso verificado no momento da avaliação . Deve ser obtido através de uma balança calibrada plataforma ou eletrônica. O indivíduo deve ser posicionado de pé, no centro de base da balança, sem sapatos, adornos, usando roupas leves. c) Peso ideal ou desejável ou teórico (PI ou PT) O peso ideal para ser obtido é necessário considerar os seguintes parâmetros: idade , biotipo, gênero e altura . A variação esperada, para indivíduos adultos, é de aproximadamente 10% para mais ou menos do peso ideal. O peso ideal pode ser obtido facilmente utilizando-se o índice de massa corporal (IMC): PI = IMC desejado* × estatura (m)² * Os valores de referência para o IMC desejado em adultos nos homens é de 22 kg/m² e nas mulheres, 21 kg/m². Os pesos atual e ideal podem ser utilizados para a determinação da “adequação do peso”. Essa, por sua vez, pode ser determinada através da equação: Adequação do peso (%) = PA/PI x 100 2 A interpretação do resultado obtido é observada a seguir: Adequação do peso (%) Estado nutricional ≤ 70 Desnutrição grave 70,1 a 80 Desnutrição moderada 80,1 a 90 Desnutrição leve 90,1 a 110 Eutrofia 110,1 a 120 Sobrepeso > 120 Obesidade d) Peso usual ou peso habitual O peso usual é definido como o peso apresentado pelo paciente anterior a procedimentos ou doenças ; habitualmente é o peso que se mantém estável por mais tempo. Usado como referência na avaliação das mudanças de peso (perda de peso) na impossibilidade do uso do peso atual. É o peso subjetivo relatado pelo paciente e/ou pelo acompanhante. e) Mudança de peso (perda de peso) A avaliação da perda de peso é muito significativa considerando-se que em situações de doença essa perda correlaciona-se não só com a gravidade do problema, mas também, com maior mortalidade. As perdas superiores a 10% resultam em prejuízo na imunidade e risco cirúrgico. Podemos determinar a variação do peso através da seguinte equação: Perda de peso (%) = (peso usual – peso atual) × 100/peso usual Observe como podemos interpretar os resultados obtidos: Tempo Perda significativa de peso (%) Perda grave de peso (%) 1 semana 1 a 2 > 2 1 mês 5 > 5 3 meses 7,5 > 7,5 3 6 meses 10 > 10 f) Estimativa de peso Em determinadas circunstâncias não se pode mensurar diretamente o peso do paciente. Situações de traumatismos, sepse, doenças neurológicas são exemplos dessas circunstâncias. Sendo assim, o peso pode ser estimado utilizando-se as equações abaixo: Chumlea et al (1985) – estimativa de peso em idosos Homem : [(0,98 × CP) + (1,16 × AJ) + (1,73 × CB) + (0,37 × DCSE) – 81,69] Mulher : [(1,27 × CP) + (0,87 × AJ) + (0,98 × CB) + (0,4 × DCSE) – 62,35] Em que: CP: circunferência da panturrilha; AJ: altura do joelho; CB: circunferência do braço; DCSE: dobra cutânea subescapular. g) Peso ajustado O peso ajustado é o peso ideal corrigido para o cálculo da necessidade energética e de nutrientes quando a adequação do peso for inferior a 95% ou superior a 115%. Esse peso é obtido através da equação: Peso ajustado = (peso ideal – peso atual) x 0,25 + peso atual h) Peso para amputados Indivíduos amputados precisam ter seu peso corrigido. Para tanto, deve-se subtrair o peso da extremidade amputada do peso ideal calculado. A figura abaixo ilustra as porcentagens do peso correspondente a cada seguimento do corpo: 4 Esquematizando ... Estudamos todos os "pesos", bem como, as diversas formas de análise e interpretação dos dados obtidos. Agora, precisamos estudar a estatura. Permaneça atento às informações que se seguem! ALTURA Tão importante quanto o peso a medida da altura é essencial para a avaliação do estado nutricional (EN). A altura é uma medida simples, bastante utilizada para a avaliação antropométrica. Pode ser medida através de um estadiômetro de haste móvel ou fixa, um antropômetro ou antropômetro portátil. Para a aferição da altura é necessário que o indivíduo esteja de pé, descalço, com os calcanhares juntos, as costas retas e os braços estendidos ao lado do corpo. 5 Para situações nas quais não se pode aferir a estatura, como por exemplo, pacientes acamados, em situação crítica, com paralisia cerebral, com limitações físicas, a estatura pode ser estimada por meio de equações. Vejamos as mais utilizadas. Atenção para as técnicas de aferição! a) Altura do joelho O indivíduo deve estar em posição supina ou sentado o mais próximo possível da extremidade da cadeira, com o joelho esquerdo flexionado em ângulo de 90°.O comprimento entre o calcanhar e a superfície anterior da perna na altura do joelho pode ser medido utilizando uma régua de medir crianças ou com um calibrador específico. Utiliza-se está técnica em especial para pessoas idosas. A altura é obtida considerando-se o gênero, e o emprego da equação de Chumlea: Homens = [64,19 – (0,04 x idade) + 2,02 x altura do joelho em cm)] Mulher = [84,88 – (0,24 x idade) + (1,83 x altura do joelho em cm)] b) Extensão dos braços Os braços devem ficar estendidos formando um ângulo de 90° com o corpo. Mede-se a distância entre os dedos médios das mãos utilizando-se uma fita métrica flexível. A medida obtida corresponde à estimativa de estatura do indivíduo. E, finalmente, a última forma de aferição: c) Estatura recumbente O indivíduo deve estar em posição supina e com leito horizontal completo. Marca-se o lençol na altura da extremidade da cabeça e da base do pé no lado direito do indivíduo com o auxílio de um triângulo e mede-se a distância entre as marcas utilizando uma fita métrica flexível. A estatura recumbente é destinada aos pacientes acamados. Aferidos o peso e a estatura, o Índice de Massa Corporal pode ser determinado e avaliado. Trata-se de um importante indicador do estado nutricional. A partir do seu cálculo e interpretação conseguimos diagnosticar o EN do indivíduo que está sendo avaliado! ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC) 6 Esse indicador é o mais apreciado pelas bancas. É importante decorar os pontos de corte! O IMC , ou índice de Quetelet, é o indicador mais simples para a avaliação do estado nutricional. Pode ser calculado a partir da equação: IMC = Peso atual (kg) Altura² O IMC é uma medida muito utilizada na prática clínica. Possui validade científica; prediz a composição corporal total ; é de fácil aplicação e pode ser reproduzido pela equipe de saúde; apresenta, ainda, associação positiva com a estimativa de mortalidade. Para a utilização desse indicador é importante considerar algumas limitações: não distingue o peso da massa muscular do peso da massa gordurosa. A avaliação da composição corporal deve ser associada, principalmente, quando os valores encontrados estão próximos aos limites ou fora da normalidade (≤ 18,5 a ≥ 24,99 kg/m²). Considere, ainda, a associação do IMC com o risco de co-morbidades para doenças crônicas como diabetes mellitus , hipertensão arterial, dislipidemias, etc. Assim, a associação pode ser estabelecida para valores elevados de IMC. A classificação do IMC varia com a faixa etária e o ciclo da vida. Vejamos: a) Adultos Classificação IMC Risco Magreza grau III < 16 kg/m² - Magreza grau II 16 a 16,9 kg/m² - Magreza grau I 17 a 18,4 kg/m² - Eutrofia 18,5 a 24,9 kg/m² - Sobrepeso 25 a 29,9 kg/m² Aumentado Obesidade grau I 30 a 34,9 kg/m² Moderado Obesidade grau II 35 a 40 kg/m² Grave Obesidade grau III ≥ 40 kg/m² Muito grave 7 b) Idosos Para os idosos não existe consenso sobre o valor adequado para o IMC. O valor mais utilizado foi aquele proposto por Lipschitz (1994): 22 a 27 kg/m². Valores inferiores são classificados como magreza e superiores sobrepeso. c) Crianças e adolescentes O propósito desse indicador para crianças e adolescentes é o de diagnosticar excesso de peso e magreza. As vantagens e desvantagens são basicamente as mesmas observadas no uso para adultos e idosos. Para essa população – crianças e adolescentes – além das tabelas de classificação precisamos usar também os gráficos propostos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). d) Gestantes Para a avaliação do IMC das gestantes, o gráfico proposto por Atalah (1997) e atualmente adotado pelo Ministério da Saúde (MS) deve ser o instrumento utilizado. De acordo com o gráfico, o IMC é avaliado considerando-se a semana gestacional. CIRCUNFERÊNCIAS As circunferências quando avaliadas de modo isolado ou associadas a outras medidas constituem ferramentas importantes para o estabelecimento do diagnóstico nutricional. São muito úteis na determinação dos compartimentos corporais auxiliando na determinação da gordura corporal e da massa magra . Além de indicarem crescimento são também muito interessantes para avaliar o acúmulo de gordura na região abdominal. Quais são as técnicas para a medida da circunferência? Para a aferição das circunferências corporais alguns cuidados devem ser tomados. De acordo com Rossi (2015) esses cuidados são: ✔ O plano da fita deve estar adjacente à pele, e suas bordas, perpendiculares em relação ao eixo do segmento que se quer medir (com exceção da medida do perímetro da cabeça e do pescoço). ✔ O perímetro deve ser medido em sua extensão máxima, com o zero da fita estando por baixo do valor da leitura. 8 ✔ Realizar as medidas exercendo leve pressão sobre a pele; evitar apertar excessivamente a fita. ✔ Para manter constante a pressão exercida sobre a pele, é interessante prender um elástico na extremidade do instrumento; durante a realização da medida, procurar mantê-lo expendido. ✔ Não deixar o dedo entre a fita e a pele e, sempre que possível, medir sobre a pele nua. ✔ Para medidas de circunferência do tronco, cintura e abdome, realizar a leitura na fase final da expiração normal. A seguir estudaremos alguns detalhamentos sobre a utilização, aplicações e interpretações das medidas das circunferências corporais. a) Utilização das circunferências na distribuição da gordura corporal A deposição de gordura na região abdominal é de bastante interesse na prática clínica, uma vez que, está diretamente relacionada ao diabetes mellitus tipo 2, resistência à insulina , doenças cardiovasculares – hipertensão arterial e dislipidemias, e acidente vascular encefálico . b) Circunferência da cintura para adultos e idosos A medida da circunferência da cintura tem sido utilizada isoladamente porque apresenta uma forte correlação com o IMC e reflete bem o acúmulo do tecido adiposo visceral . Porém, a OMS recomenda o uso com cautela desse indicador. A medida deve ser feita com o paciente em pé, através da utilização de uma fita métrica não extensível. A fita deve contornar o indivíduo no ponto médio entre a última costela e a crista ilíaca. A leitura deve ser feita durante a expiração. Como avaliar o resultado obtido? Riscos de complicações metabólicas associada à obesidade Elevado Muito elevado Homem ≥ 94 cm ≥ 102 cm Mulher ≥ 80 cm ≥ 88 cm 9 c) Circunferência do quadril/ Razão cintura-quadril Outra media utilizada para complementação da avaliação da adiposidade corporal é a circunferência do quadril. Através dessa medida é possível calcular a relaçãocintura-quadril (RCQ). A técnica de aferição consiste na utilização de uma fita métrica que contorna o quadril entre a cintura e a coxa. É importante que o indivíduo esteja utilizando roupas finas. A relação é dada por: RCQ = circunferência da cintura circunferência do quadril A avaliação do resultado obtido é muito simples: valores superiores a 1,0 para homens e 0,85 para mulheres indicam risco para o desenvolvimento de doenças metabólicas . d) Circunferência do braço A circunferência do braço (CB) faz referência à soma das áreas constituídas pelos tecidos ósseo , muscular e gorduroso do braço. A técnica de aferição requer que o braço a ser avaliado (preferencialmente o direito) deve estar flexionado em direção ao tórax, formando um ângulo de 90 °. A seguir, o ponto médio entre o acrômio e o olécrano deve ser identificado e marcado. O braço deve permanecer estendido ao longo do corpo com a palma da mão voltada para a coxa e contornado com a fita flexível no ponto marcado de forma ajustada evitando compressão da pele ou folga. Para a avaliação da adequação dos resultados obtidos são utilizados os valores de referência encontrados no National Health and Nutrition Examination Suervey (NHANES I) demonstrados em tabelas de percentis por Frisancho (1990). A avaliação da adequação da CB pode ser determinada pela equação: Adequação da CB (%) = CB obtida (cm) x 100 CB percentil 50 10 A partir do cálculo anterior podemos classificar o estado nutricional da seguinte forma: Desnutrição grave Desnutrição moderada Desnutrição leve Eutrofia Sobrepeso Obesidade CB < 70% 70-80% 80-90% 90-110% 110-120% > 120% e) Circunferência muscular do braço A circunferência muscular do braço (CMB) avalia a reserva de tecido muscular (sem correção da massa óssea). Para a sua determinação são necessárias duas medidas: a CB e a DCT. Observe a equação utilizada para o cálculo da CMB: CMB (cm) = CB (cm) - ¶ x [PCT (mm)/10] A adequação da CMB pode ser definida pela fórmula que se segue: Adequação da CMB (%) = CMB obtida (cm) x 100 CMB percentil 50 A interpretação dos resultados é mostrada abaixo: Desnutrição grave Desnutrição moderada Desnutrição leve Eutrofia CMB < 70% 70-80% 80-90% 90% f) Área muscular do braço corrigida A área muscular do braço corrigida (AMBc) também avalia a massa muscular, porém essa medida corrige a massa óssea . É uma medida mais adequada para avaliar a intensidade das alterações da massa corporal magra quando comparada a CMB. Confira as equações propostas para o cálculo da AMBc: Homem: AMBc (cm²) = [CB (cm) - ¶ x PCT (mm) / 10]² - 10 4 ¶ 11 Mulher: AMBc (cm²) = [CB (cm) - ¶ x PCT (mm) / 10]² - 6,5 4 ¶ Interpretando o resultado obtido, de acordo com Frisancho (1990), temos: Normal Desnutrição leve/moderada Desnutrição grave AMBc Percentil > 15 Percentil entre 5 e 15 Percentil < 5 g) Área gordurosa do braço O estoque de tecido adiposo no indivíduo adulto pode ser estimado a partir dos parâmetros de área da gordura do braço (AGB) e das dobras cutâneas. Obtêm-se a AGB a partir da equação apresentada abaixo: AGB (cm²) = CMB (cm) x [PCT (mm)/10] - ¶ x [PCT (mm)/10]² 2 4 A obesidade é classificada com valores acima do percentil 90. No que se refere a antropometria temos, ainda, a aferição das dobras cutâneas. Antigamente essas medidas eram chamadas de "pregas" cutâneas, porém esse termo foi descontinuado! Usamos as dobras cutâneas para determinar a adiposidade corporal. DOBRAS CUTÂNEAS Sempre que pensarmos em composição corporal devemos considerar as dobras cutâneas. As dobras cutâneas são medidas muito interessantes para a avaliação da composição corporal. Possuem a finalidade de expressar a quantidade de tecido adiposo corporal e, assim, as reservas de energia e o estado nutricional atual do indivíduo avaliado. Apresentam como fator limitante a capacidade de refletir apenas a disposição da gordura armazenada na região subcutânea. Vamos estudar as quatro dobras mais utilizadas na avaliação da composição corporal e mais recorrentes em questões de prova: dobra cutânea tricipital (DCT), dobra 12 cutânea bicipital (DCB), dobra cutânea subescapular (DCSE) e dobra cutânea suprailíaca (DCSI). Orientações gerais para a aferição das dobras cutâneas Identificar e marcar o local a ser medido. Segurar a dobra formada pela pele e pelo tecido adiposo com os dedos polegar e indicador da mão esquerda a 1 cm do ponto marcado. Pinçar a dobra com o calibrador exatamente no local marcado. Manter a dobra entre os dedos até o término da aferição. A leitura deverá ser realizada no milímetro mais próximo em cerca de dois a três segundos. Utilizar a média de três medidas. Locais e técnicas de aferição Não é fácil! Mas procure memorizar as técnicas de aferição. Algumas questões pedem que o candidato saiba como a dobra é aferida. a) Dobra cutânea tricipital A dobra cutânea tricipital (DCT) é a dobra mais utilizada na prática clínica com a finalidade de verificação da gordura subcutânea . Para a sua determinação é necessário localizar, com o auxílio de uma fita graduada, o ponto médio entre o acrômio e o olecrânio com o braço flexionado junto ao corpo, formando um ângulo de 90°. A dobra deve ser aferida, na parte posterior do braço não-dominante, com os braços relaxados e estendidos ao longo do corpo. O valor encontrado é dado em milímetros e deve ser comparado com o padrão estabelecido por Frisancho (1981), de acordo com o gênero e a idade. Um modo mais prático e fácil que auxilia na interpretação dos resultados é a comparação com os padrões propostos por Jellife (1996): Masculino Feminino 12,5 mm 16,5 mm 13 Considerando-se que a DCT é dobra mais importante, destaco a avaliação da sua adequação (em percentual). Primeiro vamos conhecer a equação e em seguida a interpretação do resultado obtido. Acompanhe! Adequação da DCT (%) = PCT obtida (mm)/PCT percentil 50 x 100 Interpretando... Desnutriçã o grave Desnutriçã o moderada Desnutriçã o leve Eutrofia Sobrepeso Obesidade DCT < 70% 70-80% 80-90% 90-110% 110-120% > 120% b) Dobra cutânea bicipital A dobra cutânea bicipital (DCB) deve ser aferida no mesmo nível da DCT e circunferência braquial, na parte anterior do braço (a palma da mão deve estar voltada para fora do corpo). Essa dobra é utilizada em fórmulas de predição de gordura corporal total . c) Dobra cutânea subescapular A dobra cutânea subescapular (DCSE) é a medidada pele e do tecido adiposo subcutâneo no lado posterior do dorso. É também uma dobra importante para a avaliação do estado nutricional e quando associada a outras dobras contribui para a predição da gordura corporal total. Para a aferição da DCSE é necessário que o avaliador apalpe a escápula até a localização do ângulo inferior, neste ponto, a dobra deve ser destacada na diagonal em um ângulo de 45 ° com a coluna vertebral. d) Dobra cutânea suprailíaca A dobra cutânea suprailíaca (DCSI) também é utilizada como indicador do percentual de gordura corporal quando em associação a outras dobras cutâneas. Essa medida pode ser realizada com o indivíduo de pé (posição supina). A dobra deve ser 14 destacada, na direção oblíqua, sobre a linha média axilar no ponto em que esta se encontra 2 cm da crista ilíaca. Apesar de muito úteis para a avaliação da composição corporal, as dobras cutâneas devem ser avaliadas com cautela. Considere que um avaliador treinado é indispensável, pois o domínio das técnicas de aferição garante resultados mais confiáveis. Em condições de obesidade, por exemplo, podem ocorrer estimativas incorretas do tecido adiposo e magro. Após a aferição das quatro dobras é possível calcular a densidade corporal (DC) através da equação de Durnin e Wormersley (1974): DC = (A – B) x log Σ 4 dobras sendo: A e B coeficientes elaborados de acordo com a idade e gênero para o cálculo da DC. A partir da determinação da DC. A porcentagem de gordura corporal total é determinada utilizando a fórmula de Siri (1961)²: Gordura corporal (%) = 4,95 – 4,50 x 100 DC Nota importante: as questões de prova não exigem do candidato a realização dos cálculos, mas sim, a compreensão da aplicabilidade desses conceitos. É preciso saber que existe a “densidade corporal” e que a partir da sua obtenção e, através da “equação de Siri”, pode-se determinar o “percentual da gordura corporal”. Isso é importante! Os valores de referência de gordura corporal para homens até 25% e para mulheres até 30% do peso corporal. A massa magra é obtida subtraindo-se a gordura corporal do peso total do indivíduo. O último destaque para a avaliação da composição corporal são dois métodos muito discutidos, porem de uso limitado em função do alto custo: bioimpedância e DXA. Vamos conhecer as características mais importantes de ambos. BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA (BIA) E DUPLA EMISSÃO DE RAIOS X (DXA) 15 O método da bioimpedância é baseado na condutividade elétrica para a estimativa dos compartimentos corporais. Deve-se considerar que a massa muscular – massa magra, em função do teor de água e eletrólitos – é forte condutora da corrente elétrica; ao contrário, o tecido adiposo – massa gorda e os ossos são condutores fracos. A bioimpedância pode, portanto, ser definida como a passagem de uma corrente elétrica de baixa intensidade (800 NA) e frequência fixa (50 KHz) pelo corpo do indivíduo, determinando valores de impedância (Z), resistência (R) e reactância (Xc). Quanto à técnica aplicada para a realização da bioimpedância é necessário que: o indivíduo esteja deitado com as pernas afastadas e os braços em paralelo afastados do tronco. Os eletrodos devem ser colocados nas mãos e nos pés do lado dominante. Uma corrente elétrica imperceptível é inserida nos eletrodos distais e captada pelos eletrodos proximais. Valores conhecidos como resistência e reactância são obtidos e utilizados para a determinação dos percentuais de água corporal, massa magra e gordura corporal através de softwares específicos. Apesar de ser um método bastante aceito pela comunidade científica, os resultados podem ser afetados por diversos fatores como alimentação, ingestão de líquidos, desidratação ou retenção hídrica, utilização de diuréticos e ciclo menstrual. Protocolo para realização da BIA Jejum de pelo menos 4 h. Não fazer exercícios antes de 12 h do teste. Urinar pelo menos 30 minutos antes do teste. Não consumir álcool antes de 48 h antes do teste. 16 Não tomar medicamentos diuréticos antes de 7 dias do teste (a menos que sob prescrição médica). Manter-se pelo menos 10 minutos em posição de decúbito dorsal em repouso absoluto. Antes de efetuar o exame. Mulheres que percebam que estão retendo água durante estágio de seu ciclo menstrual não devem realizar o teste. E, finalmente, o último método da avaliação da composição corporal que é bastante comentado - DXA. Por esse método, o indivíduo é exposto a uma dupla emissão de Raios X em frequências diferentes. Quando as duas radiações passam pelo corpo, separam-se por diferentes capacidades de atenuação dos raios nos diferentes tecidos. O DXA não é adequado para pessoas muito obesas. Para crianças menores de sete anos falta padrões de referência que possibilitem uma adequada interpretação dos resultados. Para adolescentes e adultos constitui-se um dos métodos mais precisos de análise da composição corporal. 2 – Indicadores Clínicos – Semiologia Nutricional Semiologia: do grego Semeion, sinal e Logos, estudo. EXAME FÍSICO Locais para realização do exame físico Todo o corpo pode ser inspecionado em busca de alterações sugestivas de carências nutricionais. Porém, alguns locais são habitualmente objeto de avaliação devido à correlação com a desnutrição. São eles: ✔ Gordura subcutânea: suborbital, tríceps, bíceps e região clavicular. ✔ Massa muscular: regiões temporal, clavicular, deltoide, trapézio, interósseo, escápula, arcos costais, panturrilha e músculo adutor do polegar. 17 A presença da atrofia bitemporal indica que o paciente parou de mastigar ou deixou de usar esse mecanismo como fonte principal de ingestão alimentar podendo levá-lo a desnutrição e a imunocompetência. A intensificação da atrofia passa a ser acompanhada da perda da bola gordurosa de Bichart, que reflete uma redução prolongada da reserva calórica. ✔ Edema: verificar a presença do sinal de cacifo no tornozelo, joelho e região sacral. ✔ Abdome: plano, distendido, escavado e presença de ascite. ✔ Coloração: alterações da coloração de mucosas, pele e conjuntiva. Roteiro para a realização do exame físico Verificar o estado geral do paciente Sinais vitais: estabilidade clínica Peso/altura: depleção de tecidos Pele: hidratação/feridas/pigmentação Crânio: Simetria do crânio, cabelo (alopecia), couro cabeludo e face Depleção tecidual, coloração da pele Olho: nariz, língua, seios da face, boca (queilose) e pescoço Tórax Edema, caquexia (magreza extrema) Abdome 18Feridas, cicatrizes, ostomias, ascite, temperatura, sondas, drenos e forma do abdome (distendido, plano ou escavado) Membros inferiores e superiores Edema, feridas, pele ressecada, perda de massa muscular Enchimento capilar, formato, coloração, fragilidade das unhas As carências nutricionais habituais manifestam-se principalmente na pele . As manifestações mais recorrentes são o edema e a xerose (pele seca); as ocasionais são marcadas pelo prurido, acrocianose (distúrbio circulatório) e distrofia das unhas; mais raramente encontramos a pelagra (deficiência de tiamina), o escorbuto (deficiência de vitamina C), e a acrodermatite êntero-hepática (deficiência de zinco). Condições patológicas como a anorexia e a bulimia nervosa também podem produzir alterações do estado nutricional em especial xerose, alopecia, queilose e unhas quebradiças. Tome nota das principais manifestações das diversas carências nutricionais e os principais sinais/sintomas observados: Local Sinais associados à desnutrição Possível deficiência ou doença Cabelo Perda do brilho natural, seco, fino e esparso; despigmentado; sinal de bandeira; fácil de arrancar sem dor Kwashiorkor e, menos comum, marasmo Olhos Cegueira noturna Vitamina A, zinco Manchas de Bitot, xerose conjuntival e córnea Ceratomalácia Vitamina A Inflamação conjuntival Riboflavina, vitamina A Vermelhidão e fissuras nos epicantos Riboflavina, piridoxina Defeito no campo da retina Vitamina E Boca Estomatite angular, queilose Riboflavina, piridoxina, niacina 19 Língua inflamada Ácido nicotínico, ácido fólico, riboflavina, vitamina B12, piridoxina e ferro Língua magenta (púrpura) Riboflavina Fissura na língua Niacina Atrofia das papilas Riboflavina, niacina, ferro Redução da sensibilidade ao sabor Zinco Hemorragia gengival Vitamina C, riboflavina Perda do esmalte do dente Flúor, zinco Glândulas Aumento da tireoide Iodo Aumento da paratireoide Inanição Pele Xerose, hiperqueratose folicular Vitamina A Petéquias (pequenas hemorragias) Vitamina C Hiperpigmentação Niacina Palidez Ferro, vitamina B12, folato Seborreia nasolabial Riboflavina, ácidos graxos essenciais Dermatose vulvar e escrotal Riboflavina Dermatose descamativa Kwashiorkor Pelagra Ácido nicotínico Machuca-se facilmente Vitamina K ou C Unhas Quebradiças, rugosas; coiliníquia Ferro Tecido subcutâneo Edema Kwashiorkor Gordura abaixo do normal Inanição, marasmo Tórax Fraqueza do músculo respiratório Proteína, fósforo Sistema gastrintestina l Hepatoesplenomegalia Kwashiorkor 20 Sistema músculo-esqu elético Desgaste muscular Inanição, marasmo Ossos do crânio frágeis, bossa frontoparietal Kwashiorkor Alargamento epifisário, persistência da abertura da fontanela anterior e pena em X Vitamina D Rosário raquítico Vitamina D ou C Frouxidão das panturrilhas Tiamina Sistema nervoso Alteração psicomotora Kwashiorkor Perda de senso vibratório, do senso de posição e capacidade de contração do punho; fraqueza motora; parestesia Tiamina, vitamina B12 Demência Niacina, vitamina B12, tiamina Neuropatia periférica Tiamina, piridoxina, vitamina E Tetania Cálcio, magnésio Desorientação aguda Fósforo, niacina Sistema cardiovascula r Aumento do coração, taquicardia Tiamina 3 – Indicadores Bioquímicos PROTEÍNA DE MASSA VISCERAL Proteína total No plasma circulam muitas proteínas. A avaliação que se refere a “proteínas totais” engloba a albumina somada às globulinas. A hipoproteinemia pode resultar da redução da síntese proteica em função de desnutrição ou hepatopatia, por perda da proteína devido à síndrome nefrótica e estados catabólicos, ou ainda por hipoalbuminemia decorrente do aumento da permeabilidade capilar, como ocorre nos casos de septicemia. No soro, a referência é de 6,4 a 8,3 g/dL. 21 Albumina A albumina é mais importante indicador bioquímico do estado nutricional. Saiba tudo sobre ela, inclusive o valor de referência. A albumina é uma proteína de produção hepática encontrada em grandes concentrações no meio extracelular, responsável pela pressão oncótica do plasma, bem como pelo transporte de algumas substâncias no sangue , como por exemplo, os ácidos graxos de cadeia longa e os esteroides. Na diminuição da albumina ocorre extravasamento de líquido plasmático para o meio intersticial causando o edema. A hipoalbuminemia pode estar associada à desnutrição, sendo a sua dosagem, útil na avaliação do estado nutricional. Apesar da meia-vida longa – 18 a 20 dias – o que compromete a sua sensibilidade, é muito usada na prática clínica em função do baixo custo. A albumina tem-se mostrado mais útil na avaliação do prognóstico nutricional e risco para complicações durante à internação. Pacientes com valores séricos de albumina inferiores a 3 g/dL e proteínas totais inferiores a 5 g/dL possuem maior risco de complicações no pós-operatório. É muito importante a memorização dos valores de referência para a albumina sérica. A cobrança desse valor, bem como a sua interpretação são comuns nas provas! 22 Normal = > 3,5 g/dL Depleção leve = 3 a 3,5 g/dL Depleção moderada = 2,4 a 2,9 g/dL Depleção grave = < 2,4 g/dL As principais condições para a hipoalbuminemia são a desnutrição e a ingestão proteico-calórica, porém alterações na função hepática comprometem a capacidade de síntese proteica contribuindo também para a redução da albumina plasmática. Em condições de doenças graves, a necessidade de produção das proteínas de fase aguda desvia a síntese da albumina favorecendo um quadro permanente de hipoalbuminemia. Pré-albumina A pré-albumina possui uma meia-vida curta de aproximadamente dois dias e reserva corporal pequena, trata-se de um indicador prévio do déficit nutricional, sendo, portanto, muito útil no monitoramento do estado nutricional. Em condições de doenças renais, a pré-albumina pode ter sua excreção afetada o que pode indicar valores falsamente aumentados, dificultando a utilização desse indicador. Processos inflamatórios e infecciosos também limitam a sua utilização como marcador do estado nutricional. Os valores de referência para a pré-albumina são: Normal = 19 a 38 mg/dL Deficiência leve = 10 a 15 mg/dL Deficiência moderada = 5 a 10 mg/dL Deficiência grave = 0 a 5 mg/dL Transferrina ou siderofilina A transferrina é uma proteína plasmática de síntese hepática responsável pelo transporte do ferro. É especialmente útil na avaliação do metabolismo desse mineral, especialmente na apuração das anemias microcíticas (talassemia, sideroblástica e deficiência de ferro). 23 A meia-vida dessa proteína é de oito dias o que a torna um parâmetro mais confiável que a albumina (meia-vida de 20 dias), entretanto pode estar alterada pelas reservas de ferro e por doença hepática grave, neoplasia, inflamações, doença renal e síndrome nefrótica. A dosagem propriamente dita da transferrinanão é muito comum em função do custo elevado. A determinação indireta através do cálculo da capacidade total de ligação do ferro (CTLF) é bastante utilizada: Transferrina = (0,9 Γ CTLF - 43) Γ - gama O resultado pode ser interpretado da seguinte forma: Depleção leve = 150 a 200 mg% Depleção moderada = 100 a 150 mg% Depleção grave = < 100 mg% Proteína transportadora de retinol O transporte da vitamina A (retinol) no plasma é feito por uma proteína chamada de proteína ligadora do retinol (RBP, retinol-binding proteín). O complexo RBP é associado a uma molécula de pré-albumina; a sua meia-vida biológica é cerca de 10 a 12 horas e a sua redução acontece de 48 a 72 horas após o começo de um quadro de desnutrição proteico-energética, o que afeta também a pré-albumina. Na deficiência de vitamina A e zinco, e RBP sérica também está diminuída. O zinco é essencial para a liberação da RBP do fígado. Em pacientes gravemente doentes, cuja função renal está comprometida, a RBP não ligada à pré-albumina pode estar diminuída no sangue em função de uma excreção 24 aumentada na urina. Os valores de referência no soro são de 30 a 60 mg/dL e na urina até 0,4 mg/dL. MASSA PROTEICA SOMÁTICA Índice creatinina-altura (ICA) Nas condições de desnutrição e nos estados de hipercatabolismo, a degradação acentuada da massa magra corporal pode ser mensurada a partir da dosagem da creatinina urinária aumentada . A síntese de creatinina diária é constante sendo o coeficiente de creatinina para homens de 23 mg/kg de peso corporal nas 24 horas, e para mulheres de 18 mg/kg de peso corporal nas 24 horas. A equação que define o Índice de Creatinina-Altura é baseada na excreção urinária de creatinina em 24 horas dividida pelo coeficiente de creatinina urinário para cada gênero. Observe abaixo a apresentação da equação seguida da avaliação do resultado obtido: ICA (%) = creatinina urinária (24 horas) x 100 creatinina urinária ideal (mg) A avaliação do resultado obtido por esta razão é dada pela seguinte referência: 80% a 90% = depleção leve 60% a 80% = depleção moderada < 60% = depleção grave Algumas condições comprometem a avaliação do ICA como, por exemplo, a nefropatia, situação em que há aumento da creatinina pela dificuldade de excreção renal. Nos idosos, em função da diminuição da massa corporal magra ocorre a diminuição da produção da creatinina. Assim, a excreção da creatinina urinária é diferenciada para estes pacientes. 25 Indivíduos vegetarianos estritos podem apresentar alteração na medida desse índice. A proteína de origem animal afeta a excreção de creatinina urinária. É recomendado que os pacientes, de modo geral, façam restrição de carne e derivados para evitar alterações nos valores finais. Nas condições de trauma, especificamente, na fase aguda a excreção da creatinina está muito aumentada. A avaliação do ICA pode ficar comprometida tornando esse parâmetro inadequado para a avaliação do estado nutricional. Balanço nitrogenado (BN) Depois de estabelecido o diagnóstico nutricional, a intervenção precisa ser avaliada com frequência. Uma das possibilidades para esse monitoramento é o acompanhamento da excreção urinária de nitrogênio sob a forma de nitrogênio ureico. Esse indicador auxilia na avaliação da reposição proteica em indivíduos que estão recebendo terapia nutricional. O BN neutro acontece quando o nitrogênio diário total excretado na urina como ureia e amônia, junto com as perdas de nitrogênio nas fezes e na pele (aproximadamente 4 g), é igual ao nitrogênio liberado durante o metabolismo das proteínas exógenas e endógenas. Para as condições em que a ingestão de nitrogênio é maior que a excreção, o indivíduo é considerado em balanço positivo, ou seja, as reações anabólicas superam as catabólicas. Encontramos o BN positivo nos períodos de crescimento, na gestação e quando estão sendo formados tecidos novos, como ocorre após lesões, cirurgias ou desnutrição prolongada. E, finalmente, indivíduos que consomem menos nitrogênio do que a excreção se encontra em balanço negativo. As reações catabólicas superam as reações anabólicas. Habitualmente essa condição se dá quando o consumo de proteína ou energia da dieta é insatisfatório para atender as necessidades do indivíduo. Para calcular o BN utilizamos a equação: Ingestão proteica 24 horas (g) ÷ 6,25 – nitrogênio ureico 24 horas (g) + 4 g 26 Nas doenças renais ou naquelas cujas perdas de nitrogênio é anormal como, por exemplo, as fístulas gastrointestinais, diarreia, entre outras, não se deve utilizar o BN. Balanço energético (BE) De maneira simples, é possível entender o peso corporal como o resultado da relação entre a ingestão de energia e o gasto energético, que caracteriza balanço energético , o qual pode ser negativo (implicando perda ponderal), positivo (originando ganho ponderal) ou neutro (implicando manutenção do peso corporal). A eficiência com que cada organismo converte a energia potencial disponível nos alimentos em reserva de energia corporal está sujeita a variações individuais, o que pode explicar a predisposição ou a resistência a ganho ou perda de peso. Teste de função muscular A avaliação da força muscular pode ser feita através de teste da força da preensão palmar . É o método mais prático e o mais utilizado. Essa avaliação requer um instrumento chamado de dinamômetro. Para realizar o teste, solicita-se ao avaliado que faça uma contração muscular máxima durante alguns segundos. O teste geralmente é realizado com a mão não dominante , e a contração máxima é obtida a partir de três ou quatro tentativas. Os valores considerados apropriados são associados ao gênero, idade e, muitas vezes, ao índice de massa corporal (IMC). Em estudos populacionais específicos, a normalidade é estipulada com base no percentil 25 dessa população. A perda visível da musculatura do pinçamento do polegar não está relacionada com a doença, mas ocorre progressivamente à medida que as atividades diárias são reduzidas, principalmente pela apatia associada à desnutrição ou simplesmente pelo desuso. Esta atrofia demonstra menor força de apreensão e consequentemente menor competência para ingerir alimentos. 27 Avaliação da competência imunológica A associação do estado nutricional e a atividade do sistema imunológico já é conhecida e confirmada. A redução da ingestão alimentar limita ossubstratos necessários para a produção de imunoglobulinas e células de defesa provocando um estado de anergia. A avaliação da competência imunológica é importante para a verificação do estado nutricional do indivíduo. Quais são os testes que precisamos conhecer? Contagem total de linfócitos (CTL) ou linfocitometria A medida das reservas imunológicas que indicam as condições momentâneas de defesa celular do organismo pode ser feita a partir da contagem total de linfócitos (CTL). O cálculo pode ser feito a partir do leucograma. Utilizamos o percentual de linfócitos e a contagem total de linfócitos: CTL = % de linfócitos x leucócitos 100 O resultado encontrado pode ser avaliado da seguinte forma: Depleção leve = 1200 a 2000/mm³ Depleção moderada = 800 a 1199/mm³ Depleção grave = < 800/mm³ Testes cutâneos O estado nutricional também pode ser avaliado a partir de testes cutâneos, pois eles avaliam a imunidade celular por meio da sensibilidade cutânea tardia a antígenos específicos. Os antígenos mais utilizados para essa finalidade são: candidina, tricofitina, estreptoquinase, varidase e tuberculina. Essas substâncias são aplicadas de modo intradérmico e, após 24 a 72 horas, o diâmetro da induração formada deve ser medido. Os resultados podem ser interpretados como se segue: Depleção moderada = 5 a 10 mm de induração Depleção grave = < 5 mm de induração 28 O indivíduo é considerado reativo quando apresenta duas ou mais respostas positivas; relativamente anérgico o que apresenta uma resposta positiva; e anérgico o que não apresenta resposta positiva. Cuidado especial deve ser dado à interpretação da linfocitometria e dos testes cutâneos podem sofrer influência de fatores não nutricionais como infecções, doenças (cirrose, hepatite, queimaduras, etc) e medicações. 4 – Indicadores Dietéticos INQUÉRITOS ALIMENTARES A investigação da ingestão alimentar é muito importante na avaliação do estado nutricional do indivíduo. Este por sua vez, reflete a adequada ingestão de nutrientes de acordo com as necessidades nutricionais. A partir dos inquéritos alimentares obtemos informações qualitativas e quantitativas acerca da ingestão alimentar e, assim, podemos avaliar o consumo alimentar de indivíduos e populações em um determinado período de tempo previamente definido. Estudaremos várias formas de avaliação do consumo alimentar, porém é importante lembrar que não existe um método ideal. Não se deve usar um parâmetro isolado para determinar o estado nutricional. Os métodos de avaliação dietética podem ser retrospectivos ou prospectivos. No primeiro grupo enquadram-se o recordatório de 24 horas, o questionário de frequência alimentar e a história alimentar. Os principais métodos prospectivos são o registro alimentar estimado e o pesado. Métodos para avaliação quantitativa da ingestão de nutrientes 29 Apresentam como principal objetivo o conhecimento do consumo em calorias, macro e micronutrientes. A avaliação deve ser feita como base em tabelas de composição de alimentos. É importante considerar a ingestão de suplementos alimentares e complexos multivitamínicos. Assim, temos: Recordatório de 24 horas (R24h) O R24h é um método simples, fácil e que necessita de pouco tempo para ser aplicado. É utilizado para conhecer o consumo de alimentos das últimas 24 horas, a partir de uma entrevista guiada por profissional treinado, com finalidade de obter informações que possibilitem a quantificação dos alimentos consumidos no período de referência. As quantidades consumidas são registradas normalmente em medidas caseiras; modelos de alimentos também podem ser utilizados para ajudar o indivíduo a recordar o tamanho das porções dos alimentos consumidos. A seguir são apresentadas as vantagens e desvantagens do R24h: ❖ Vantagens: ● fácil e rápido de ser administrado, ● baixo custo, ● se repetido várias vezes, fornece estimativas da ingestão usual do indivíduo, ● não modifica a dieta habitual, ● pode ser aplicado para grupos ou indivíduo com baixo nível de instrução, ● pode ser usado para determinar o valor energético total da dieta e a ingestão de macronutrientes. ❖ Desvantagens: ● depende da memória (lembrança) do entrevistado, ● necessita preparo do investigador para evitar a indução nas respostas, ● consumo anterior das últimas 24 horas pode ser diferente do habitual, ● pequenas ingestões como bebidas e lanches tendem a ser omitidos, ● não se obtém dados quantitativos claros acerca da ingestão de nutrientes, ● não distingue a ingestão de dias de semana e o final de semana, ● passível de sub ou superestimação. 30 Precauções na coleta de informações Evitar perguntas sobre alimentos específicos. Não demonstrar sinal de surpresa, aprovação ou desaprovação em relação ao hábito alimentar do indivíduo. Buscar o maior número de detalhes possível, sem induzir as respostas. A forma de preparo dos alimentos deve ser extensamente pesquisada. Lembrar-se de perguntar sobre a ingestão de bebidas alcoólicas, guloseimas, café, suplementos de vitaminas e a ingestão alimentar noturna. Observar se a ingestão do dia avaliado não foi muito diferente do consumo habitual. Não permitir que o indivíduo saiba da avaliação com antecedência. O entrevistador deve ser treinado. Registro alimentar ou diário alimentar a) Estimado No momento da ingestão dos alimentos e/ou bebidas, o indivíduo faz o registro – em medidas caseiras – por escrito . O tempo de coleta das informações varia de um dia até uma semana. Normalmente são solicitados dois dias da semana e um dia de final de semana. Por fim, as quantidades que foram descritas em medidas caseiras são convertidas a gramatura para a análise quantitativa . As principais vantagens desse método são: ● independe da memória, ● oferece maior exatidão na quantidade consumida, ● discrimina os tipos de alimentos e preparações consumidas e os horários das refeições. Como desvantagens podemos observar: ● pode influenciar no padrão alimentar, 31 ● exige mais tempo, ● é necessário que o indivíduo saiba ler e escrever, ● a subestimação é frequente, ● demanda muito comprometimento do indivíduo, ● apresenta dificuldade para determinar a quantidade consumida. b) Pesado O indivíduo pesa e registra todos os alimentos ou bebidas antes de serem consumidos, sendo que as sobras também devem ser pesadas e registradas. As vantagens desse método são a maior exatidão na medida do tamanho das porções e consequentemente dos nutrientes ingeridos. Como desvantagens podemos observar: ● pode limitar a escolha dos alimentos, ● demanda tempo, ● pode influenciar o consumo dos alimentos nos dias de registro, ● custo elevado, ● difícil aplicabilidade na rotina. Na análise da duplicata das porções, os indivíduos coletam em umavasilha uma porção idêntica aos alimentos por eles ingeridos, durante determinado período de tempo. Esses alimentos são então armazenados na geladeira até serem analisados quimicamente em um laboratório específico. Este método fornece resultados bastante fidedignos da ingestão de nutrientes dos indivíduos, porém uma grande desvantagem é o custo muito alto. Métodos para avaliação do consumo de alimentos ou grupos alimentares Questionário de frequência alimentar (QFA) 32 Identifica alimentos muito específicos, como por exemplo, aqueles ricos em colesterol, em períodos de tempo mais prolongados. A técnica consiste em apresentar ao indivíduo uma lista contendo alimentos e/ou bebidas e perguntar qual é a frequência de consumo, sendo as opções: diariamente, semanalmente ou mensalmente. O resultado da aplicação desse método é uma avaliação qualitativa , pois não há nenhum registro de quantidade dos alimentos consumidos. Os QFAs podem variar o número de alimentos investigados de acordo com o objetivo da avaliação. Nota-se que não é possível incluir todos os alimentos que podem ser ingeridos pelo indivíduo. É uma técnica de fácil padronização, de rápida aplicação e de baixo custo; bastante importante em função da possibilidade de avaliação do risco de exposição das pessoas às doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Das limitações do método podemos destacar: é limitado para avaliar a ingestão de indivíduos ou grupos com padrões alimentares bem diferentes dos alimentos listados, como por exemplo, os vegetarianos; e a confiabilidade é menor para alimentos do que para grupos de alimentos. Métodos para avaliação do padrão alimentar História alimentar (HA) A HA refere-se à associação de métodos em que obrigatoriamente o QFA deve estar presente. Habitualmente encontramos a associado ao QFA, ao R24h ou, ainda, ao registro alimentar para a verificação e validação dos dados coletados inicialmente. O método oferece uma boa estimativa da ingestão alimentar habitual, mas não é recomendado para estudos populacionais, pois o tempo e o custo para a sua aplicação são muito altos. São vantagens do método: a) contempla mudanças sazonais, b) oferece um detalhamento exaustivo sobre a ingestão qualitativa e quantitativa de alimentos, c) reduz variações diárias, d) fornece uma boa descrição da ingestão usual. São desvantagens do método: 33 a) requer um profissional bastante treinado (nutricionista), b) depende da memória, c) requer muito tempo para a coleta dos dados (cerca de 60 a 90 minutos). d) O esquema abaixo resume as informações detalhadas anteriormente. Modos de administração dos inquéritos A avaliação do consumo alimentar pode ser executada de várias formas buscando, sempre que possível, reduzir as possibilidades de erro. Vejamos as formas mais comuns: a) entrevista pessoal: podem ser realizadas nos mais diferentes tipos de ambiente (domicílio, consultório, unidades de saúde, escolas e no próprio trabalho); adequadas para todos os tipos de inquéritos. b) questionário autoaplicado: usado para o registro alimentar e para o QFA. Pode ser enviado por correio, porém é necessário um contato verbal para o repasse das orientações necessárias ao correto preenchimento. c) telefone: usado para o R24h ou para a investigação do consumo de alguns alimentos ou preferências alimentares. Erros na medida da ingestão alimentar 34 Segundo Cuppari (2014) as principais razões para os erros cometidos na aplicação dos métodos de investigação do consumo alimentar são referentes: a) Ao entrevistado: ● falta de entendimento quanto ao que está sendo perguntado, ● sub ou superestimação da ingestão, ● erro na estimativa do tamanho da porção, ● omissão (ou esquecimento) do uso de suplementos alimentares, ● falha de memória . b) Ao entrevistador: ● anotação errada das respostas, ● omissão voluntária, ● descrição incompleta de alimentos, ● local inapropriado para a entrevista (distrações), ● erro na transformação das medidas caseiras em gramatura. c) A tabelas e softwares de composição de alimentos: ● as tabelas (e fonte de dados) nacionais são desatualizadas, por vezes incompletas e pouco confiáveis em relação aos nutrientes, em especial, aos micronutrientes, ● as tabelas (e fontes de dados) internacionais não são adequadas para os alimentos consumidos no Brasil em função de fatores ambientais, a forma de preparo e processamentos dos alimentos. Estratégias para minimizar os erros de medida Os erros na aplicação dos inquéritos alimentares podem ser minimizados a partir de algumas estratégias: a) Motivação do entrevistado: O entrevistado deve ser motivado a participar. Para tanto é necessário despertar seu interesse revelando a importância dos dados coletados no contexto da terapia a ser 35 instituída. O estabelecimento de uma relação cordial e respeitosa, a utilização de recursos audiovisuais é essencial para o sucesso da entrevista. b) Treinamento do entrevistador: O conhecimento do método aplicado na investigação do consumo alimentar é fundamental para a coleta dos dados. O profissional deve ser capacitado e conhecer, além do método, as ferramentas de apoio como o tamanho das porções de alimentos, recursos visuais, hábitos alimentares e preparações culinárias da região na qual o levantamento está sendo realizado. As perguntas devem simples e diretas, os inquéritos devem ser revisados para minimizar possíveis esquecimentos ou omissões. O indivíduo ou paciente deve ser orientado, quando necessário, para o adequado preenchimento do formulário de avaliação. c) Quantificação da ingestão: Para a aplicação desse instrumento é necessária a utilização de tabelas de composição centensimal de alimentos, bem como a utilização de softwares confiáveis e atualizados. O responsável pela coleta dos dados deve acompanhar todo o processo – obtenção e análise dos dados. 5 – Indicadores de Triagem Nutricional A triagem nutricional é o procedimento através do qual é possível identificar pacientes que devem ser encaminhados para a avaliação nutricional mais completa. A finalidade básica da triagem é conhecer, o mais rápido possível, as alterações do estado nutricional que possam ser beneficiadas com a intervenção alimentar através das vias oral, enteral ou parenteral, visando à reabilitação. São características ideais para um método de triagem nutricional: a) fácil aplicação, b) baixo custo, c) boa reprodutibilidade, d) alta sensibilidade e especificidade, e) validação. 36 AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL (ASG) A ASG é um método simples, de custo mínimo, com boa reprodutibilidade e confiabilidade. Por ser facilmente aplicada à beirado leito é bastante utilizada pelos profissionais de saúde . O método foi, inicialmente, desenvolvido e validado para ser utilizado em pacientes cirúrgicos, sendo depois adaptado para outras situações clínicas. Tem sido considerado um método de triagem nutricional com boa reprodutibilidade e capacidade de prever complicações relacionadas com a desnutrição. A perda de peso de até 5% em relação ao peso habitual é considerada pequena. De 5% a 10% é considerada potencialmente significativa. Acima de 10% é classificada como importante! Para a realização da ASG os seguintes passos devem ser percorridos: a) verificação da alteração do peso corporal, com enfoque para a perda de peso – em relação ao habitual – nas últimas duas semanas; b) verificação de alterações no padrão de ingestão alimentar. É importante considerar modificações voluntárias – dietas para emagrecimento, ou prescrições dietéticas para condições específicas – diabetes, hipertensão arterial, entre outras; c) verificação da presença de sintomas gastrintestinais significativos: diarreia (três evacuações ou mais de material fecal líquido); hiporexia (menos apetite que o normal) ou anorexia (ausência de apetite); náuseas, vômitos, disfagia também devem ser considerados. É importante destacar que esses sintomas somente serão considerados significativos quando persistirem por mais de duas semanas; 37 d) verificação da capacidade funcional. Item de extrema relevância! A partir da avaliação das modificações funcionais que acontecem juntamente com as alterações antropométricas e dietéticas é possível considerar um melhor ou pior prognóstico nutricional. As modificações na capacidade funcional podem ser consideradas leves, moderadas e graves. Nas condições graves o paciente permanece a maior parte do tempo acamado; e) verificação das condições físicas através do “exame físico”. A avaliação física deve ser conduzida de modo objetivo, utilizando-se a palpação e a inspeção na busca de sinais de carências nutricionais específicas. Observa-se com maior ênfase a perda da gordura corporal, massa muscular e a presença de líquido no espaço extravascular (edema). A perda de gordura subcutânea pode ser avaliação nas seguintes regiões Tríceps : a visualização dos tendões do músculo tricipital representa importante perda de gordura subcutânea. Atenção especial deve ser dada a sobra de pele, comum em idosos, para que não seja confundida com gordura corporal. Linha média axilar no nível das costelas: a visualização dos arcos costais, bem como a inspeção da dobra cutânea nesta região auxilia na percepção da perda da gordura subcutânea. Áreas interósseas e palmares das mãos: a visualização dos tendões nesta região representa perda significativa de gordura subcutânea. Ombros : a perda da gordura subcutânea e da massa muscular dessa região altera a sua aparência. O formato retangular dos ombros, em função da visualização das clavículas, é sinal de perda grave de tecidos corporais em especial a gordura. 38 Observamos que as inspeções citadas se referem à gordura corporal. Vejamos o que é considerado quando precisamos avaliar a perda da massa corporal magra (massa muscular). A perda da massa muscular é mais bem avaliada com a apalpação da musculatura do deltóide (músculo que recobre o ombro) e do quadríceps (músculo da coxa). Deve-se considerar o volume da massa muscular e também o seu tônus (estado de contração natural dos músculos). Atenção as doenças neurológicas que podem resultar em perda do tônus da musculatura e em função da atrofia muscular. A retenção de líquido corporal – edema e ascite – deve fazer parte da inspeção física, pois contribui para aumentar o peso corporal e pode mascarar a perda da gordura e da massa corporal magra. Paciente desnutridos que apresentam hipoalbuminemia, no entanto, são passíveis da retenção de fluídos: manifestação comum no Kwashiorkor. Cuidado com processos de doença que podem estar associados à retenção de líquidos: cardiopatias descompensadas, hepatopatias crônicas, varizes em membros inferiores etc. Em pacientes com hepatopatias crônicas – cirrose - pode ocorrer alterações nos critérios objetivos normalmente utilizados na avaliação nutricional como, por exemplo, a contagem total de linfócitos periféricos – CTLP, a dosagem sérica de proteínas como a albumina, transferrina, entre outras. A conclusão da ASG classifica o paciente em: “A” – bem nutrido; “B” – moderadamente desnutrido ou com suspeita de desnutrição; “C” – gravemente desnutrido. A ASG é um teste de alta especificidade: um paciente classificado como desnutrido grave tem poucas chances de ser nutrido ou moderadamente desnutrido. 39 6 – Considerações Finais Finalizamos nosso Ebook! Os indicadores aqui apresentados podem ser utilizados tanto para a avaliação do indivíduo, assim como de coletividades. Precisamos compreender, entretanto, que nem sempre é possível aplicar todos os métodos de avaliação para a coletividade (e nem mesmo para o indivíduo!). O custo e a necessidade de avaliadores treinados são os principais desafios na utilização de indicadores, como por exemplo, a bioimpedância. As informações repassadas são muito úteis para a resolução das questões de prova relacionadas a Avaliação Nutricional. Certamente, a banca examinadora do seu concurso formulará uma ou mais de uma questão acerca desse tema! Referências ROSSI, L; CARUSO, L; GALANTE, AP (Org.). Avaliação nutricional: novas perspectivas. 2.ed. São Paulo: Roca, ©2015. xii, 399 p. CUPPARI, L (Coord.). Guia de nutrição: clínica no adulto. 3.ed. Barueri: Manole, 2014. xviii, 578 p. (Guias de medicina ambulatorial e hospitalar da EPM-UNIFESP) MUSSOI, TD. Nutrição: curso prático. 1 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 436 p. DUARTE, AC. Avaliação nutricional: aspectos clínicos e laboratoriais. São Paulo: Atheneu, 2007. 607 p. SILVA, SMCS da; MURA, JD'ArcP. Tratado de alimentação, nutrição e dietoterapia. São Paulo: Roca, 2007. 1122 p. DIAS, MCG; van AANHOLT DPJ; CATALANI LA et al. Triagem e avaliação do estado nutricional. Projeto Diretrizes. Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (SBNPE); 2011. RIBEIRO, SML; MELO, CMde; TIRAPEGUI,J. Avaliação Nutricional – Teoria e Prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. 340 p. 40 Página em branco