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79 
 
DISCIPLINA: DIREITO CIVIL I – PARTE GERAL 
PROFESSOR Msc.: ERIVERTON RESENDE MONTE 
DATA: 13/10/2013 
 
DIREITO CIVIL – PARTE GERAL 
 
BENS: 
 
O direito tem um objeto sobre o qual repousa. Após o estudo dos sujeitos 
de direito (pessoas naturais e jurídicas), passa-se a estudar o objeto do direito. 
Este objeto pode ser muito amplo, pode ser a existência mesma da pessoa, como 
seus atributos da personalidade (dignidade, honra, liberdade), denominados 
imateriais e quando violados serão ressarcidos com indenização (vale relembrar 
que o Superior Tribunal de Justiça menciona que o dano moral tem natureza 
patrimonial). 
 
O objeto do direito também pode envolver a atividade de uma pessoa, 
como na prestação de dar, fazer ou não fazer alguma coisa (relacionados com o 
direito obrigacional – Direito Civil II do nosso curso). Ainda pode recair sobre 
coisas corpóreas (casa, terreno, carro) ou coisas incorpóreas (produção 
intelectual). 
 
Alguns autores conceituam coisa como tudo o que pode satisfazer uma 
necessidade do homem. Já bem é designado para a conceituação de coisa 
material útil ao homem enquanto economicamente valorável e suscetível de 
apropriação. 
 
Desta forma coisa seria o gênero (tudo que existe na natureza) e bem 
a espécie (que proporciona ao homem uma utilidade, sendo suscetível de 
apropriação). 
 
Os bens são coisas, porém nem todas as coisas podem ser consideradas 
como bens. No entanto outros autores fornecem conceitos completamente 
inversos de bem e coisa. E ainda há quem diga que mesmo atualmente, as 
expressões “coisa” e “bem” sejam sinônimas. 
 
Segundo Sílvio Venosa a coisa corpórea é uma coisa material percebida 
pelos sentidos, que se pode tocar. É incorpóreo o que os sentidos não podem 
perceber, como um crédito, por exemplo; são coisas que consistem num direito. 
Essa divisão era desconhecida dos primitivos romanos, que apenas conhecia as 
coisas corpóreas. 
 
Ainda de acordo com o mencionado autor, entende-se por bem tudo o que pode 
proporcionar utilidade aos homens. Não deve o termo ser confundido com 
coisas, apesar de divergências doutrinárias. Bem, numa acepção ampla, é tudo o 
que corresponde a nossos desejos, nosso afeto em uma visão não jurídica. No 
campo jurídico, bem deve ser considerado aquilo que tem valor, abstraindo-se daí 
a noção pecuniária do termo. Para o direito, bem é uma utilidade econômica ou 
não econômica. 
 
80 
 
Certo é que o Código Civil anterior não fazia a distinção entre bem e 
coisa, usando ora um, ora outro termo, como sinônimos. Já Código atual utiliza 
apenas o termo BEM. 
 
Portanto, o que nos interessa é o termo Bem. Desta forma, podemos 
fornecer o seguinte conceito inicial, sob o ponto de vista do Direito: 
 
“bens são valores materiais ou imateriais que podem ser objeto de 
uma relação de direito. De qualquer maneira, toda relação jurídica entre dois 
sujeitos tem por objeto um bem sobre o qual recaem direitos e obrigações”. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA: 
 
A primeira classificação que é realizada sobre os bens não está prevista 
expressamente no Código Civil. É a doutrina quem faz esta importante 
classificação. Assim, inicialmente, podemos classificar os Bens em: 
 
► Corpóreos, Materiais, Tangíveis ou Concretos: são aqueles que 
possuem existência física; são os percebidos pelos sentidos. Exemplos: imóveis, 
jóias, carro, dinheiro, etc. 
 
 
► Incorpóreos, Imateriais, Intangíveis ou Abstratos: são aqueles que 
possuem existência abstrata e que não podem ser percebidos pelos sentidos. 
Exemplos: propriedade literária, o direito do autor (autorais), a propriedade 
industrial (marcas e patentes). 
 
Ambos, corpóreo ou incorpóreo, integram o patrimônio de uma pessoa. 
 
Os bens incorpóreos diferem também dos corpóreos, porque não podem 
ser objeto de usucapião. 
 
CLASSIFICAÇÃO LEGAL DOS BENS: 
 
De acordo com o Código Civil, os bens podem ser divididos em diferentes 
classes, visando facilitar o estudo, aproximando os que apresentam um elemento 
comum: 
 
Bens considerados em si mesmos 
Bens reciprocamente considerados 
Bens considerados em relação ao titular do domínio 
 
Cada um desses itens possui uma vasta subclassificação. Vejamos cada 
uma delas de forma minuciosa. 
 
BENS CONSIDERADOS EM SI MESMOS: 
 
Quanto a essa primeira classificação os bens se dividem em: móveis ou 
imóveis; infungíveis ou fungíveis; inconsumíveis ou consumíveis; indivisíveis ou 
divisíveis e singulares ou coletivos. 
 
81 
 
Vamos à primeira delas: 
 
BENS QUANTO À MOBILIDADE: 
 
Segundo essa classificação os bens se dividem em móveis e imóveis. 
 
BENS IMÓVEIS (ARTS. 79/81 CC): 
 
São aqueles que não podem ser removidos, transportados, de um lugar 
para o outro, sem a sua destruição. Podem ser divididos em: 
 
Por natureza: é o solo e tudo quanto se lhe incorporar naturalmente 
(árvores, frutos pendentes), mais adjacências (espaço aéreo, subsolo). A 
propriedade do solo abrange o espaço aéreo e o subsolo. 
 
Pesquisa: o dono do solo será, também, o dono do subsolo? 
 
Resposta: para o Direito Civil: sim. O dono do solo é também o dono do 
subsolo, especialmente para construção de passagens, garagens subterrâneas, 
porões, adegas, etc. 
 
No entanto esta regra pode sofrer algumas limitações. Pelo artigo 176 da 
Constituição Federal/88: “As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais 
e os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, 
para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao 
concessionário a propriedade do produto da lavra”. 
 
Vale ressaltar que é difícil comprar um terreno e nele “achar” uma mina de 
ouro ou de diamantes ou um lençol petrolífero. Entretanto, se isso ocorrer, você 
não será dono deste recurso mineral. A pesquisa e a lavra de recursos minerais e 
o aproveitamento dos potenciais somente poderão ser efetuados mediante 
autorização ou concessão da União. 
 
Todavia a própria Constituição garante ao dono do solo a participação nos 
resultados da lavra. Portanto, como regra, o dono do solo será também o do 
subsolo. Mas se for encontrado algum recurso mineral, o subsolo será destacado 
do solo e a União será a proprietária deste recurso mineral. 
 
Por acessão física, industrial ou artificial (acessão quer dizer aumento, 
acréscimo de uma coisa a outra) tudo quanto o homem incorporar 
permanentemente ao solo, não podendo removê-lo sem destruição, modificação 
ou dano (ex: sementes plantadas, edifícios, construções – pontes, viadutos, etc.). 
 
Não perdem o caráter de imóvel (ou seja, continuam sendo imóveis): 
 
a) edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, 
forem removidas para outro local. 
 
b) materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se 
reempregarem. 
 
82 
 
Por acessão intelectual o que foi empregado intencionalmente para a 
exploração industrial, aformoseamento e comodidade. São bens móveis que 
foram imobilizados pelo proprietário. É uma ficção jurídica. Exemplos: um trator 
destinado a uma melhor exploração de propriedade agrícola, máquinas de uma 
fábrica têxtil, para aumentar a produtividade da empresa, veículos, animais e até 
objetos de decoração de uma residência. 
 
O Código Civil atual não acolhe mais essa classificação em relação a 
bens imóveis. Seguindo a doutrina moderna sobre o tema, o Código qualifica 
esses bens como pertenças, onde a coisa deve ser colocada a serviço do imóvel 
e não da pessoa, constituindo, portanto, a categoria de bens acessórios. 
 
A pertença pode ocorrer também na hipoteca, que abrange os bens 
móveis dentro de um imóvel (ex: hipotecar uma fazenda juntamente com os bois). 
Vejam que a imobilização não é definitiva nestecaso; o bem poderá voltar a ser 
móvel, por mera declaração de vontade. 
 
Por disposição legal tais bens são considerados como imóveis, para que 
possam receber melhor proteção jurídica: 
 
- os direitos reais sobre os imóveis (exemplo: direito de propriedade, de 
usufruto, uso, a habitação, a servidão, a enfiteuse). 
 
- o penhor agrícola e as ações que o asseguram. 
 
- o direito a sucessão aberta, ainda que a herança seja formada apenas 
por bens móveis. É considerada aberta a sucessão no instante da morte de uma 
pessoa natural (de cujus); a partir de então, seus herdeiros poderão ceder seus 
direitos hereditários, considerados como imóveis. 
 
- as jazidas e as quedas d’água com aproveitamento para energia 
hidráulica são considerados bens distintos do solo onde se encontram (artigos 20, 
inciso IX e 176 da Constituição Federal). 
 
BENS MÓVEIS (arts. 82/84 CC): 
 
São aqueles que podem ser removidos, transportados, de um lugar para 
outro, por força própria ou estranha, sem alteração da substância ou da 
destinação econômico-social. 
 
Podemos classificá-los em: 
 
Por natureza - coisas corpóreas são aquelas que podem ser 
transportadas sem a sua destruição, por força própria ou alheia. Força alheia – 
móveis propriamente ditos - carro, cadeira, livro, jóias, etc. Força própria – 
semoventes – bois, cavalos, carneiros, animais em geral. 
 
Observações: 
 
- Os materiais de construção enquanto não forem nela empregados são 
bens móveis. 
83 
 
 
- As árvores enquanto ligadas ao solo são bens imóveis por natureza, 
exceto se se destinam ao corte (convertem-se, neste caso, em móveis por 
antecipação). 
 
Por antecipação a vontade humana pode mobilizar bens imóveis em 
função da finalidade econômica; inicialmente o bem é imóvel, mas pode ser 
mobilizado por uma intervenção humana. Exemplo: uma árvore é um bem imóvel; 
no entanto se ela for cortada e transformada em lenha, se transforma em móvel 
(outros exemplos: frutos, pedras e metais aderentes ao imóvel também são bens 
imóveis; separados para fins humanos, tornam-se móveis). A mudança da 
natureza dispensa os requisitos para a transmissão da propriedade; não são mais 
exigidos os requisitos rígidos da propriedade imóvel para sua transmissão. 
 
Por determinação legal direitos reais sobre bens móveis e as ações 
correspondentes (ex: propriedade, usufruto, etc.). 
 
- direitos e obrigações e as ações respectivas. 
 
- energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico (prevista 
também no artigo 155, § 3º do Código Penal); da mesma forma o gás canalizado. 
 
- direito autoral – este é um dos exemplos mais importantes, pois além de 
ser classificado como bem móvel, é também considerado como um bem 
incorpóreo. 
 
- propriedade industrial – direitos oriundos do poder de criação e invenção 
(patentes de invenção, marcas de indústria, etc.). 
 
- quotas e ações de sociedades. 
 
Observação Importante: 
 
Pesquisa: os navios e aeronaves são bens móveis ou imóveis? 
 
Parte da doutrina diz que eles são bens móveis sui generis. Sempre que 
doutrina não consegue definir algo com exatidão, utiliza essa expressão em latim: 
sui generis. 
 
No caso dos navios (e também das aeronaves) realmente não há uma 
resposta objetiva para eles. Apesar de serem fisicamente bens móveis - pois 
podem ser transportados de um local para outro; encaixam, portanto, no conceito 
de bens móveis - são tratados pela lei como imóveis necessitando de registro 
especial e admitindo hipoteca. 
 
O navio tem nome e o avião marca. Ambos têm nacionalidade. Podem ter 
projeção territorial no mar e no ar (território ficto). 
 
 
 
 
84 
 
Conseqüência prática da distinção: Imóveis/Móveis. 
 
A classificação dos bens em imóveis ou móveis tem uma razão de ser. E 
essa classificação é de suma relevância, principalmente em relação à Parte 
Especial do Código (que será estudado no Direito das Coisas). 
 
Assim, os bens imóveis se distinguem dos móveis pela: forma de 
aquisição, necessidade de outorga, prazos de usucapião e os direitos reais. 
Todos estes temas são muito importantes. 
 
- Formas de aquisição da propriedade: 
 
A principal forma de se adquirir a propriedade dos bens móveis é com a 
tradição (essa palavra vem do latim tradere, que significa entregar; traditio = 
entrega do bem), ou seja, somente com a entrega do bem, adquire-se a 
propriedade dos bens móveis. Outras modalidades: usucapião, achado de 
tesouro, ocupação (que é o assenhoramento do bem, como a caça, a pesca, a 
invenção, etc). 
 
Já os bens imóveis são adquiridos com o Registro ou transcrição do título 
da escritura pública no Registro de Imóveis. Vale ressaltar que a alienação de 
imóveis com valor superior a 30 salários mínimos exigem escritura pública, 
conforme veremos em breve - o art. 108, CC. 
 
- Outorga: 
 
Os bens imóveis não podem ser vendidos, doados ou hipotecados por 
pessoa casada sem a outorga (uma espécie de autorização ou anuência ou 
mesmo ciência) do outro cônjuge, exceto na separação absoluta de bens. 
 
Já os bens móveis não necessitam dessa outorga. Assim, a mulher (ou o 
marido) pode vender um carro, jóias, ações de uma sociedade anônima sem 
autorização de seu cônjuge. Estudo no Direito de Família. 
 
- Usucapião 
 
O estudo sobre usucapião faz parte do direito das coisas. Tanto os bens 
imóveis quanto os móveis podem ser objeto de usucapião. O que vai diferenciar é 
o prazo para que isso ocorra. Os prazos para se adquirir a propriedade imóvel por 
usucapião são, em regra, maiores. Constitui estudo do Direito das Coisas. 
 
- Direitos Reais 
Para bens imóveis regra hipoteca. 
Para bens móveis regra penhor. 
 
BENS QUANTO À FUNGIBILIDADE (art. 85 CC) 
 
Essa classificação resulta da individualização do bem, ou seja, de sua 
quantidade e da sua qualidade. 
 
85 
 
Pergunta-se: um bem pode ser substituído por outro? Se eu tomar um 
bem emprestado posso devolver outro? 
 
Resposta – Depende. Por isso classificamos os bens em infungíveis ou 
fungíveis. 
 
INFUNGÍVEIS 
 
São os que não podem ser substituídos por outros do mesmo gênero, 
qualidade e quantidade. São bens personalizados, individualizados (exemplos: 
imóveis; carro; um quadro famoso). 
 
FUNGÍVEIS 
 
São os que podem ser substituídos por outros do mesmo gênero, 
qualidade e quantidade (exemplos: uma saca de arroz, uma resma de papel, 
dinheiro). 
 
Para facilitar: 
 
- Os bens imóveis só podem ser infungíveis. 
 
- Os bens móveis podem ser fungíveis ou infungíveis. 
 
- As obrigações de fazer podem ser fungíveis (o devedor pode ser 
substituído) e infungíveis (o devedor não pode ser substituído – o cantor). 
 
Explicando melhor: todos os bens imóveis são personalizados (pois há um 
número, possuem um registro), daí serem todos infungíveis, pois estão totalmente 
individualizados. Porém, excepcionalmente, é possível que sejam tratados como 
fungíveis. Exemplo: devedor se obriga a fazer o pagamento por meio de três lotes 
de terreno, sem que haja a precisa individualização deles; o imóvel nesse caso 
não integra o negócio pela sua essência, mas pelo seu valor econômico. 
 
Os bens móveis, como regra, são também bens fungíveis. Mas em alguns 
casos podem ser considerados como infungíveis. Exemplo: um selo de carta. Ele 
é um bem fungível, pode ser substituído por outro. Mas o selo “olho de boi” é 
infungível, pois são raros e caríssimos, para colecionadores. Da mesma forma 
uma moeda, que, para colecionares se torna infungível. Outros exemplos: o 
cavalo de corrida Furacão ou o cavalo de passeio Sossego; um quadro pintado 
por Renoir. 
 
Questão interessante: os veículos automotores são fungíveis ou 
infungíveis? 
 
Como regra sãoinfungíveis, pois possuem número de chassis, de motor, 
que os personalizam, os individualizam e os diferenciam dos demais, nada 
impede que por ajuste entre as partes se torne fungível (empréstimo de um carro 
para devolver outro), mas esta situação é pouco aplicada, apesar juridicamente 
admitida. 
 
86 
 
Assim, a fungibilidade pode ser da própria natureza do bem ou da 
vontade manifestada pelas partes. 
 
Exemplo: uma cesta de frutas é fungível, mas pode se tornar infungível 
se ela for emprestada apenas para ornamento de uma festa, chama-se, neste 
caso, comodatum ad pompam, para ser devolvida posteriormente, intacta. 
 
Como afirmado acima, uma obrigação de fazer pode ser infungível 
(exemplo: contrato “Z”, pintor famoso, para pintar um quadro; a atuação de “Z” é 
personalíssima – no caso de recusa, transforma-se em perdas e danos) ou 
fungível, podendo ser realizada por qualquer pessoa (exemplo: engraxar sapato, 
pintar uma parede). 
 
Conseqüências práticas 
 
A locação, o comodato e o mútuo são contratos de empréstimo (estudo 
dos contratos – Direito Civil III). 
 
O mútuo é um contrato que se refere ao empréstimo apenas de coisas 
fungíveis, ou seja, o devedor pode devolver outra coisa, desde que seja igual 
(exemplo: empréstimo de R$ 500,00). 
 
O comodato é um contrato de empréstimo gratuito de coisas infungíveis 
(exemplo: empréstimo de 01 kg de arroz) 
 
A locação é um empréstimo oneroso de bens infungíveis (exemplo: A 
aluga seu imóvel para B, este terá que devolver o mesmo bem) 
 
Nestes dois últimos contratos a pessoa deve devolver o mesmo bem. 
 
QUANTO À CONSUNTIBILIDADE (art. 86 do CC) 
 
Tal classificação decorre da destinação que será dada aos bens, sendo 
que a vontade do homem pode influir. 
 
Dividem-se em consumíveis ou inconsumíveis. 
 
CONSUMÍVEIS 
 
São bens móveis, cujo uso importa na destruição imediata da própria 
coisa. Admitem um uso apenas (exemplos: gêneros alimentícios, um maço de 
cigarros, dinheiro, gasolina). 
 
Observação – Há bens que são consumíveis, conforme a destinação. 
Exemplo: os livros, em princípio, são bens inconsumíveis, pois permitem usos 
reiterados. Mas expostos numa livraria são considerados como consumíveis, pois 
a destinação é a venda (contrato que envolve relação consumeirista – Código de 
Defesa do Consumidor – CDC). Sob o ponto de vista do vendedor são 
considerados como bens consumíveis (assim como outros bens considerados em 
princípio como inconsumíveis). 
 
87 
 
INCONSUMÍVEIS 
 
São os que proporcionam reiterados usos, permitindo que se retire toda a 
sua utilidade, sem atingir sua integridade (exemplos: roupas de uma forma geral, 
automóvel, casa, sofá), ainda que haja possibilidade de sua destruição em 
decorrência do tempo, ou mesmo depreciação. 
 
Quando alguém empresta algo (por exemplo as frutas) para uma exibição, 
devendo restituir o objeto, o bem permanece inconsumível até a sua devolução (a 
doutrina chama-se: ad pompam). A consuntibilidade não decorre da natureza do 
bem, mas da destinação econômico-jurídica. 
 
PARA FICAR ATENTO: 
 
- O sapato: é um bem consumível ou inconsumível? 
 
Pelos conceitos fornecidos é um bem inconsumível, pois permite usos 
reiterados. Mas alguém pode perguntar: mas o sapato não gasta? Como disse 
acima, não é o fato de se gastar ou não o bem. A rigor tudo gasta. Mas não é isso 
que é importante. O importante é se eu posso ou não usá-lo por diversas vezes. E 
o sapato permite usos reiterados, portanto é um bem inconsumível. 
 
- Não confundir fungibilidade com consuntibilidade. Estas qualidades 
podem estar combinadas em um mesmo bem. Um bem pode ser consumível e ao 
mesmo tempo infungível (exemplo: partitura de um compositor famoso colocada à 
venda). O bem pode ser também inconsumível e fungível (exemplo: uma 
picareta). 
 
QUANTO À DIVISIBILIDADE (arts. 87/88 do CC) 
 
Refere-se a possibilidade ou não de se fracionar um bem em partes 
homogêneas e distintas, sem alteração das qualidades essenciais do todo: 
divisíveis ou indivisíveis. 
 
DIVISÍVEIS 
 
São os que podem se partir em porções reais e distintas, formando cada 
qual um todo perfeito (exemplo: papel, quantidade de arroz, milho). Se 
repartirmos uma saca de arroz, cada metade conservará as qualidades do 
produto. 
 
O lápis: é divisível ou indivisível? 
 
Em tese é um bem divisível, pois podemos fracioná-lo e em cada um dos 
pedaços podemos fazer “uma ponta” e, portanto, teremos dois lápis (lógico que 
menores). 
 
 
 
 
 
88 
 
INDIVISÍVEIS 
 
São os que não podem ser partidos em porções, pois deixariam de formar 
um todo perfeito (exemplo: uma jóia, um anel, um par de óculos ou sapatos, uma 
casa, um carro). 
 
No entanto a indivisibilidade pode ser subclassificada: 
 
por natureza: um cavalo vivo, um quadro. 
 
por determinação legal: lotes urbanos (125 metros quadrados – Lei n. 
6.766/1976), condomínios de unidades autônomas (200 metros q uadrados – Lei 
n. Lei nº 673, de 04.11.2002 - plano diretor da cidade de Manaus. 
 
por vontade das partes: o bem era divisível e se tornou indivisível por 
contrato. Exemplo: entregar 100 sacas de café. Em tese é divisível (A e B podem 
entregar 50 hoje e 50 na semana que vem), mas pode ser ajustada a 
indivisibilidade: as 100 sacas devem ser entregues todas hoje. 
 
Observações 
 
As obrigações podem ser divisíveis ou indivisíveis segundo a natureza 
das respectivas prestações. Estas podem ser pactuadas pelas partes. O 
condômino de coisa divisível poderá alienar sua parcela a quem quiser; se o bem 
for indivisível não poderá vendê-lo a estranho, se o outro ‘comunheiro’ (ou 
condômino) quiser o bem para si. Isto porque neste caso ele tem o chamado 
‘direito de preferência’. 
 
Se o bem for divisível, na extinção de condomínio, cada comunheiro 
receberá o seu quinhão; se indivisível, ante a recusa dos condôminos de 
adjudicá-lo a um só deles (indenizando os demais), o bem será vendido e o preço 
repartido entre eles. 
 
QUANTO À INDIVIDUALIDADE (arts. 89/91) 
 
Nesta classificação os bens podem ser singulares ou coletivos. 
 
SINGULARES 
 
São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, 
ou seja, independentemente dos demais (exemplos: um cavalo, uma casa, um 
carro, uma jóia, um livro). São consideradas em sua individualidade. 
 
As coisas singulares podem ser simples ou compostas. 
 
Simples: as coisas cujas partes formam um todo homogêneo (exemplo: 
pedra, cavalo). 
 
Compostas: as que têm suas partes ligadas artificialmente pelo homem 
(exemplos: o navio, o avião, o relógio, a janela, a porta). 
 
89 
 
COLETIVOS OU UNIVERSAIS 
 
São as coisas que se encerram agregadas em um todo. São constituídas 
por várias coisas singulares, consideradas em seu conjunto, formando um todo 
único (universitas rerum). As universalidades podem se apresentar: 
 
Universalidade de Fato: conjunto de bens singulares, corpóreos e 
homogêneos, ligados entre si pela vontade humana. Exemplos: alcatéia (lobos), 
cáfila (camelos), biblioteca (livros), pinacoteca (quadros), hemeroteca (jornais e 
revistas), dentre vários outros. 
 
Acrescenta o Código Civil que esses bens devem ser pertinentes à 
mesma pessoa e tenham destinação unitária. 
 
Universalidade de Direito: conjunto de bens singulares, corpóreos e 
heterogêneos ou até incorpóreos, a que a norma jurídica, com o intuito de 
produzir certos efeitos, dá unidade. Exemplos: patrimônio (conjunto de relações 
da pessoa incluindo posse, direitos reais, obrigações e ações correspondentes), 
espólio (é a herança, o patrimônio - direitos e deveres - deixado pelo falecido que 
se transmite aos herdeiros), estabelecimento comercial, massa falida. 
 
Com isso terminamosa primeira classificação (Bens Considerados em 
Relação a si Mesmos). 
 
Vejamos agora as demais classificações. 
 
BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS (arts. 92/97 do CC) 
 
Esta forma de classificação é feita a partir de uma comparação entre os 
bens. 
 
ANÁLISE DA SEGUINTE FORMA: o quê um bem é em relação a outro 
bem? 
 
Segundo ela os bens podem ser Principais ou Acessórios. 
 
Pergunta-se: uma casa. É um bem principal ou acessório? 
 
Resposta: depende em relação a quê!!!. 
 
A casa em relação a quê? A casa em relação ao terreno! Neste caso a 
casa é acessória; o terreno é o principal. Mas, e se for a casa em relação aos 
bens móveis que guarnecem a casa, ou a casa em relação a uma piscina? Neste 
caso a casa será o principal e os demais serão acessórios. 
 
Uma árvore é um bem principal ou acessório? Depende! A árvore em 
relação aos frutos é o bem principal. Mas em relação ao solo é acessório. 
 
Acompanhe então a classificação completa: 
 
 
90 
 
PRINCIPAIS – ART 92, CC 
 
São os que existem por si, abstrata ou concretamente, independente de 
outros (exemplos: o solo, um crédito, uma jóia, uma árvore). Exercem função e 
finalidade independentemente de outra coisa. 
 
ACESSÓRIOS – ART. 92, CC 
 
São aqueles cuja existência pressupõe a existência de um bem principal 
(exemplos: uma árvore em relação ao solo, um prédio em relação ao solo, a 
cláusula penal, o contrato de fiança em relação ao contrato de locação, os juros, 
os frutos). 
 
Regra - o bem acessório segue o principal. 
 
Por essa razão, quem for o proprietário do principal, em regra, será 
também o do acessório; a natureza do principal será a do acessório. Trata-se do 
princípio da gravitação jurídica: um bem atrai o outro para a sua órbita, 
comunicando-lhe seu próprio regime jurídico. 
 
Isto também se aplica aos contratos: se o contrato principal for nulo, nula 
também será a fiança, que é cláusula acessória (já o contrário não é verdadeiro – 
se nula a fiança o contrato principal pode ser válido). O credor que tem direito de 
receber uma coisa pode reclamar os seus acessórios. 
 
São Bens Acessórios: 
 
1) Frutos (ART. 95, CC): são as utilidades que a coisa produz 
periodicamente; nascem e renascem da coisa e cuja percepção mantém intacta a 
substância do bem que as gera. 
 
Os frutos podem ser classificados em: 
 
a) Naturais: própria força orgânica da coisa (exemplos: frutas, crias de 
animais, ovos). 
 
b) Industriais: trabalho humano (exemplo: produção de uma fábrica, 
produção de laticínios). 
 
c) Civis: oriundos de um direito (exemplo: juros de caderneta de 
poupança, aluguéis, bonificações de ações). 
 
Além disso, ainda podem ser: 
 
Pendentes: ligados à coisa que os produziu, ainda junto ao bem principal. 
 
Percebidos: já separados, não mais unidos ao bem principal. 
 
Exemplos: em um contrato de compra e venda de uma fazenda, os frutos 
da plantação de mamão que ainda estão não foram colhidos (junto ao bem 
principal) são denominados pendentes e pertencem ao comprador; já os frutos 
91 
 
que foram colhidos (não mais junto ao bem principal) são denominados 
percebidos e pertencem ao vendedor. Vale ressaltar que as partes podem ajustar 
o contrário (exceção). Outro exemplo ocorre com os animais e sua cria (prenhez), 
aplica-se a mesma regra. 
 
2) Produtos (ART. 95, CC): são as utilidades que se extraem da coisa, 
alteram a substância da coisa, com a diminuição da quantidade até o seu 
esgotamento, porque não se reproduzem (exemplos: pedras de uma pedreira, 
minerais de uma jazida, carvão mineral, lençol petrolífero). 
 
3) Pertenças (ARTS. 93/94, CC): atenção para essa novidade do 
código atual. São os bens que, não constituindo partes integrantes (como os 
frutos, produtos e benfeitorias), se destinam de modo duradouro, ao uso, ao 
serviço ou ao aformoseamento de outro. 
 
Exemplos: a moldura de um quadro, acessórios de um veículo, um trator 
destinado a uma melhor exploração de propriedade agrícola. 
 
Trata-se de um bem acessório, pois depende economicamente de outro 
bem principal. É necessário, para caracterizá-lo, o vínculo intencional (material ou 
ideal), duradouro, estabelecido por quem faz uso da coisa e colocado a serviço da 
utilidade do principal. 
 
MUITA ATENÇÃO PARA NÃO CONFUNDIR!!!!!!!!!!!!!!! 
 
O ACESSÓRIO SEGUE O PRINCIPAL, SALVO SE ESTE ACESSÓRIO 
FOR PERTENÇA, PORÉM A PERTENÇA SEGUE O PRINCIPAL SE A LEI 
DETERMINAR, SE MANIFESTAÇÃO DE VONTADE (ACORDO ENTRE AS 
PARTES) OU DA CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO. 
 
Assim determina o art. 94 CC/2002: os negócios jurídicos que dizem 
respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário 
resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso. 
 
Portanto, em relação às pertenças, nem sempre pode se usar o adágio de 
que “o acessório segue o principal”. Quando se tratar de negócio que envolva 
transferência de propriedade que contenha uma pertença é conveniente que as 
partes se manifestem expressamente sobre os acessórios (se eles acompanham 
ou não o bem principal), evitando situações dúbias posteriores. 
 
Exemplo: quando se vende um carro deve o vendedor mencionar se o 
equipamento de som está incluso ou não no negócio. Só são pertenças os bens 
que não forem partes integrantes, isto é, aqueles que, se forem retirados do 
principal não afetam a sua estrutura. 
Exemplo: Uma casa é composta por diversas partes integrantes. 
 
Uma porta ou uma janela são fundamentais para a existência desta casa, 
portanto são consideradas como partes integrantes. Já o ar condicionado ou um 
quadro desta casa podem ser considerados como pertenças (eles pertencem à 
casa, mas não são parte integrantes). 
 
92 
 
Quando se vende uma casa, a porta, a janela (partes integrantes) 
acompanham a venda. Já o ar condicionado e o quadro (pertenças) podem ser 
vendidos junto ou podem ser retirados da casa pelo vendedor, não fazendo parte 
do negócio. Tudo vai depender do que estiver escrito no contrato. Da mesma 
forma os instrumentos agrícolas e os animais em relação a uma fazenda. 
 
Há duas situações que a lei (CC/2002) determina que a pertença deva 
seguir o bem principal, conforme se observa abaixo: 
 
Art. 566. O locador é obrigado: 
 
I - a entregar ao locatário a coisa alugada, com suas pertenças, em 
estado de servir ao uso a que se destina, e a mantê-la nesse estado, pelo tempo 
do contrato, salvo cláusula expressa em contrário. 
 
Art. 1.712. O bem de família consistirá em prédio residencial urbano ou 
rural, com suas pertenças e acessórios, destinando-se em ambos os casos a 
domicílio familiar, e poderá abranger valores mobiliários, cuja renda será aplicada 
na conservação do imóvel e no sustento da família. 
 
4) Benfeitorias (ART. 96, CC): são obras ou despesas que se fazem em 
um bem móvel ou imóvel, para conservá-lo, melhorá-lo ou embelezá-lo. Quanto 
às benfeitorias precisamos saber: quais são elas, qual o conceito e exemplos de 
cada uma delas e o efeito que elas podem ter no direito possessório que já iremos 
adiantar uma pouco aqui. Dividem-se as benfeitorias em: 
 
a) Voluptuárias (§ 1°): são as de mero embelezamento, recreio ou 
deleite, que não aumentam o uso da coisa (ex: uma pintura artística, 
ajardinamento, piscina, churrasqueira). 
 
b) Úteis (§ 2°): são as que aumentam ou facilitam o uso da coisa 
(exemplo: garagem, edículas, construção de uma área para melhor ventilação). 
 
c) Necessárias (§ 3°): são as que têm por fim conservar ou evitar que o 
bem se deteriore (exemplo: reforços em alicerces, restauração de assoalhos, 
reforma de telhados, substituição de vigamento podre, desinfecção de pomar). 
 
Relevância jurídica da distinção das benfeitoriasNa posse – O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das 
benfeitorias necessárias e úteis. Caso não indenizadas, o possuidor tem o direito 
de retenção pelo valor das mesmas, isto é, pode reter o bem até que seja 
indenizado pela benfeitoria feita. Quanto às voluptuárias não serão indenizadas, 
mas elas podem ser levantadas (isto é, retiradas), desde que não haja danificação 
do bem principal. 
 
Por outro lado, ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as 
benfeitorias necessárias. Veja o resumo no quadro: 
 
 
93 
 
BENFEITORIAS 
 
BOA-FÉ MÁ-FE 
NECESSÁRIAS SIM* SIM 
ÚTEIS SIM NÃO** 
VOLUPTUÁRIAS NÃO***, RETIRA NÃO 
 
* Sim: indenização (recebe as despesas) 
** Não: não há indenização (não recebe as despesas) 
*** Não indeniza, mas podem ser retiradas. 
 
Assim a lei 8.245/91 (sobre locações), dispõe: 
 
 
Art. 35. Salvo expressa disposição contratual em contrário, as 
benfeitorias necessárias introduzidas pelo locatário, ainda que não autorizadas 
pelo locador, bem como as úteis, desde que autorizadas, serão indenizáveis e 
permitem o exercício do direito de retenção. 
 
Art. 36. As benfeitorias voluptuárias não serão indenizáveis, podendo ser 
levantadas pelo locatário, finda a locação, desde que sua retirada não afete a 
estrutura e a substância do imóvel. 
 
 
 
Deixam de ser bens acessórios e passam a ser principais os seguintes 
bens: 
a) a pintura em relação à tela; 
b) a escultura em relação à matéria-prima; 
c) a escritura ou qualquer trabalho gráfico em relação à matéria prima. 
 
 
BENS CONSIDERADOS EM RELAÇÃO AO TITULAR DO DOMÍNIO 
 
Tal classificação se refere aos sujeitos a que pertencem os bens. 
 
Pergunta-se: de quem são os bens? 
 
Eles podem ser divididos em: 
 
BENS PARTICULARES 
 
 São os que pertencem às pessoas físicas ou pessoas jurídicas de direito 
privado. 
 
RES NULLIUS: são coisas de ninguém, coisas sem dono. Exemplo: um 
bem deixado pelo seu proprietário com intenção de não mais ser dono (coisas 
abandonas), animais selvagens em liberdade, pérolas no fundo do mar, peixes no 
mar, conchas na praia, tesouros escondidos. 
94 
 
BENS PÚBLICOS 
 
Vale ressaltar, inicialmente, que faz parte do estudo de Direito 
Administrativo. 
 
São os que pertencem a uma entidade de direito público interno: União, 
Estados, Distrito Federal, Territórios, Municípios, Autarquias. Os bens públicos 
possuem uma classificação legal. 
 
Classificação dos Bens Públicos (art. 99 CC) 
 
A) Uso Comum do Povo 
 
Destinados à utilização do público em geral; podem ser usados sem 
restrições por todos, sem necessidade de permissão especial (exemplo: praças, 
jardins, ruas, estradas, mares, rios, praias). 
 
Não perdem a característica de uso comum se o Estado regulamentar seu 
uso, ou torná-lo oneroso (exemplo: pedágio nas rodovias, fechamento de uma 
praça à noite por questão de segurança). Assim será possível juridicamente a 
cobrança de pedágio na ponte ora construída de Manaus - Iranduba. 
 
 
 
B) Uso Especial 
 
Imóveis (edifícios ou terrenos) utilizados pelo próprio poder público para a 
execução de serviço público (exemplos: prédios onde funcionam tribunais, 
escolas públicas, hospitais públicos, secretarias, ministérios, etc.). Eles têm uma 
destinação especial. O Direito Administrativo se refere a eles como bens públicos 
afetados. Afetação quer dizer que há a imposição de um encargo, um ônus a um 
bem público. Indica ou determina o fim a que ele se destina ou para o qual será 
destinado. 
 
C) Dominicais (ou dominiais) 
 
São os bens que constituem o patrimônio disponível da pessoa jurídica de 
direito público. Abrange os bens móveis e imóveis. Na verdade são os outros 
bens públicos, por exclusão (pois eles não são de uso comum do povo e nem têm 
uma destinação especial). 
 
São eles (apenas exemplificativamente): terrenos de marinha (e 
acrescidos) terrenos banhados por mar, lagoas e rios (públicos) onde se faça 
sentir a influência das marés. Estão compreendidos na faixa de 33 metros para 
dentro da terra medidos à linha de preamar média. Pertencem à União. mar 
territorial compreende a faixa de 12 milhas marítimas de largura, de propriedade 
da União. Além disso, há a zona econômica exclusiva - de 12 a 200 milhas - onde 
95 
 
o Brasil tem direitos de soberania exclusivos, para fins de exploração econômica, 
preservação ambiental e investigação científica. 
 
Terras devolutas são terras que, embora não destinadas a um uso público 
específico, ainda se encontram sob o domínio público. São terras não 
aproveitadas. Como regra pertencem aos Estados, que podem passá-las aos 
Municípios; serão da União se indispensáveis à segurança nacional. 
 
Os bens públicos dominicais podem, por determinação legal, ser 
convertidos em bens públicos de uso comum ou especial. 
 
Características dos Bens Públicos: 
 
Inalienabilidade: os bens públicos não podem ser vendidos, doados ou 
trocados, desde que destinados ao uso comum do povo e uso especial, ou seja, 
enquanto tiverem afetação pública (art. 100 CC). 
 
Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as 
exigências legais. Exemplo: uma praça pública não poderá ser vendida enquanto 
tiver esta destinação (uso comum do povo). Caso contrário, o Município poderá, 
por lei, alienar o terreno, desde que o faça em hasta pública ou por meio de 
concorrência administrativa. 
 
Impenhorabilidade: impede que o bem passe do devedor ao credor por 
força de execução judicial (adjudicação ou arrematação). Também não pode 
recair hipoteca sobre esses bens. 
 
Imprescritibilidade (usucapião): a Constituição Federal proíbe a 
aquisição, por usucapião, de bens públicos, bem como o Código Civil. 
 
Os bens públicos dominicais podem ser convertidos em bens de uso 
comum ou especial. Por meio da afetação o bem passa da categoria de bem do 
domínio privado do Estado para a categoria de bem do domínio público. 
 
COISAS FORA DO COMÉRCIO 
 
Expressão não contida no atual código. Os bens que se acham no 
comércio podem ser alienados e adquiridos livremente. Já os que estão fora do 
comércio não podem ser transferidas de um acervo patrimonial a outro. 
 
Comércio sentido técnico = possibilidade de compra e venda, doação, ou 
seja, liberdade de circulação (qualquer contrato) 
 
São considerados coisas fora do comércio, os bens: 
 
- Insuscetíveis de apropriação são bens de uso inexaurível (ex: ar, luz 
solar, água do alto-mar, etc.). São chamados de coisas comuns. 
 
- Personalíssimos: vida, honra, liberdade, nome, etc. 
 
- bens públicos (uso comum do povo e especial – art. 100 CC-regra). 
96 
 
 
- bens das fundações (arts. 62 a 69 CC). 
 
- terras ocupadas pelos índios (art. 231, §4º CF). 
 
- terreno onde foi construído um edifício de condomínio por andares, 
enquanto persistir o regime condominial (art.1.331, § 2º). 
 
- bens de família. 
 
- bens gravados com cláusula de inalienabilidade. 
 
 
JURISPRUDÊNCIA 
 
1) STF: EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. BEM DE FAMÍLIA. 
PENHORA. DECORRÊNCIA DE DESPESAS CONDOMINIAIS. 1. A relação 
condominial é, tipicamente, relação de comunhão de escopo. O pagamento da 
contribuição condominial [obrigação propter rem] é essencial à conservação da 
propriedade, vale dizer, à garantia da subsistência individual e familiar --- a 
dignidade da pessoa humana. 2. Não há razão para, no caso, cogitar-se de 
impenhorabilidade. 3. Recurso extraordinário a que se nega provimento. (RE 
439003 / SP - SÃO PAULO RECURSO EXTRAORDINÁRIO Relator(a): Min. 
EROS GRAU Julgamento: 06/02/2007 Órgão Julgador: Segunda Turma). 
 
2) STF: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. 
PENHORA. FIADOR. BEM DE FAMÍLIA. LEGITIMIDADE. 1. O Plenáriodo 
Supremo Tribunal Federal, ao julgar o RE n. 407.688, decidiu pela possibilidade 
de penhora do bem de família de fiador, sem violação do art. 6º da Constituição 
do Brasil. Agravo regimental a que se nega provimento. ( RE-AgR 477953 / SP - 
SÃO PAULO AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO Relator(a): Min. EROS 
GRAU Julgamento: 28/11/2006 Órgão Julgador: Segunda Turma). 
 
3) STJ: AGRAVO INTERNO. LOCAÇÃO. FIANÇA. BEM DE FAMÍLIA. 
PENHORA. POSSIBILIDADE (PRECEDENTES). Este Superior Tribunal de 
Justiça, na linha do entendimento do Supremo Tribunal Federal, firmou 
jurisprudência no sentido da possibilidade de se penhorar, em contrato de 
locação, o bem de família do fiador, ante o que dispõe o art. 3º, VII da Lei 
8.009/90. 2. Agravo ao qual se nega provimento. (AgRg no Ag 923.763/RJ, Rel. 
Ministro CELSO LIMONGI (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SP), 
SEXTA TURMA, julgado em 02/06/2009, DJe 22/06/2009). 
 
4) STJ: Lavadora, secadora de roupas e aparelho de ar-condicionado são 
impenhoráveis Lavadora, secadora de roupas e aparelhos de ar-condicionado 
não podem ser objetos de penhora. Com essa conclusão, a ministra Nancy 
Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), deu ganho de causa a uma 
devedora que teve penhorados bens móveis que guarnecem sua residência. 
 
 
 
 
97 
 
EXERCÍCIO 4 
 
1. (TRF) Assinale a alternativa incorreta: 
a) os bens móveis se adquirem pela transcrição. 
b) os direitos do autor são considerados bens móveis por força de lei. 
c) o mútuo é um contrato de empréstimo de coisas fungíveis. 
d) o módulo rural é um bem indivisível. 
e) o comodato é um contrato de empréstimo gratuito de bens infungíveis. 
 
2. Pela regra “o acessório segue o principal”, podemos afirmar: 
a) o principal não existe sem o acessório. 
b) principal e acessório formam sempre um único bem que não poderá ser 
desmembrado. 
c) a propriedade do principal pertencerá como regra à mesma pessoa que tem a 
propriedade do acessório. 
d) sendo considerado nulo o acessório (nos contratos), nulo será também o 
principal. 
e) frutos são considerados como benfeitorias úteis. 
 
3. Assinale a alternativa incorreta: 
a) as árvores, os frutos pendentes e o espaço aéreo são considerados como 
sendo bens imóveis. 
b) os prédios de apartamentos podem sem classificados como sendo bens 
imóveis por acessão física. 
c) os materiais provisoriamente separados de um prédio para nele se 
reempregarem são considerados como bens imóveis. 
d) os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem nela 
empregados, conservam sua qualidade de bens móveis. 
e) são considerados bens imóveis: os direitos reais sobre imóveis e as ações que 
os asseguram, bem como a hipoteca e o penhor. 
 
4. João comprou um relógio e inclusive efetuou parte de seu pagamento. Ocorre 
que o vendedor ainda não fez a entrega do bem. Nesse caso podemos dizer que: 
a) João é o proprietário do relógio e pode exigir a sua entrega imediata. 
b) João ainda não é o proprietário do relógio, mas o contrato de compra e venda 
está perfeito. 
c) João somente será o proprietário quando tiver pago a totalidade do valor do 
relógio. 
d) João apesar de já ser o proprietário, deve exigir a posse para que o contrato 
seja reputado perfeito. 
e) João somente será reputado proprietário quando houver a transcrição do bem, 
ou seja, com a entrega. 
 
5. São benfeitorias: voluptuária, necessária e útil, na respectiva ordem: 
a) a construção de uma edícula nos fundos da casa, a instalação de uma piscina 
na casa e uma pintura artística. 
b) a pintura do imóvel para sua impermeabilização, o conserto de um 
encanamento rompido e a instalação de uma antena parabólica. 
c) o ajardinamento de uma residência, o conserto do telhado da casa e a 
construção de uma garagem. 
98 
 
d) a colocação de piso de mármore na casa, a pintura interna do apartamento e a 
instalação de uma sauna nos fundos da casa. 
e) a construção de uma piscina, o conserto do piso da casa que ameaça ceder e 
uma pintura de um mural na casa, com finalidade artística. 
 
6. Os bens que o Estado pode dispor são os: 
a) inalienáveis. 
b) infungíveis. 
c) dominicais. 
d) direitos reais. 
e) prescricionais. 
 
7. São respectivamente bens fungíveis e infungíveis: 
a) um terreno; uma cadeira escolar. 
b) um quadro de um pintor famoso; uma motocicleta. 
c) certa porção de dinheiro; um automóvel. 
d) o cavalo de corrida furacão; um relógio de pulso. 
e) um par de sapatos novos produzido em série; uma caneta comum. 
 
8. Antônio financiou a compra de um terreno. Apenas edificou um muro neste 
terreno, mas não quis construir nada no terreno, pois sua intenção era esperar 
valorizar e vendê-lo posteriormente. Foi pagando aos poucos e quitou a dívida. 
Finalmente foi lavrada a respectiva escritura pública de compra e venda. Neste 
caso: 
a) Antônio é o verdadeiro proprietário do terreno por já ter sido lavrada a escritura 
pública. 
b) Antônio não é o proprietário ainda, pois não entrou na posse efetiva do terreno. 
c) Antônio tornou-se proprietário do terreno no momento em que quitou a dívida, 
independentemente da posse. 
d) Antônio não é o proprietário, pois lhe falta o registro da escritura pública. 
e) Antônio ainda não é proprietário, pois necessita da comprovação da tradição e 
do pagamento de eventuais impostos: Imposto de Transmissão Causa Mortis e 
Doação ou o Inter Vivos (ITCMD) ou Imposto de Transmissão de Bens Imóveis 
(ITBI). 
 
9. Em relação aos bens imóveis, assinale a alternativa correta: 
a) os frutos pendentes e as árvores não são bens imóveis. 
b) os direitos reais sobre os imóveis não podem ser tidos como imóveis para 
efeitos legais. 
c) o direito abstrato à sucessão é considerado bem imóvel mesmo que os bens 
deixados pelo de cujus sejam todos móveis. 
d) todo bem móvel é fungível. 
e) os direitos autorais são considerados como bens imóveis. 
 
10. Não são considerados bens móveis: 
a) o direito à sucessão aberta. 
b) as energias que tenham valor econômico. 
c) os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem 
empregados. 
d) os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. 
e) os direitos autorais. 
99 
 
11. Marque a alternativa FALSA: 
a) a energia eólica que tenha valor econômico, é considerada como um bem 
móvel para efeitos legais. 
b) as características identificadoras dos bens fungíveis são a espécie, a qualidade 
e quantidade. 
c) são divisíveis os bens cujo uso importa destruição imediata da própria 
substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação. 
d) universalidade de direito é o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, 
dotadas de valor econômico. 
e) Universalidade de fato é a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à 
mesma pessoa, tenham destinação unitária. 
 
12. Sobre as pertenças, tendo em vista o Código Civil de 2.002, é correto afirmar 
que: 
a) são bens acessórios e por isso sempre seguem a sorte do principal. 
b) constituem parte integrante do bem principal e se destinam ao seu 
aformoseamento. 
c) são consideradas benfeitorias úteis, pois ampliam o uso da coisa. 
d) apesar de serem consideradas como bens acessórios, nem sempre seguem a 
sorte do principal. 
e) são bens acessórios e equiparados aos frutos e aos produtos. 
 
13. (ESAF – Procurador do DF – 2004) Assinale a opção correta. 
a) as pertenças não seguem necessariamente a lei geral de gravitação jurídica, 
por meio da qual o acessório sempre seguirá a sorte do principal, razão pela qual, 
se uma propriedade rural for vendida, desde que não haja cláusula que aponte 
em sentido contrário, o vendedor não está obrigado a entregar as máquinas, 
tratores e equipamentos agrícolas nela utilizados. 
b) Uma construção nova em terreno público invadido pode ser considerada como 
uma benfeitoria útil. 
c) O bem de família legal (Lei 8.009/90)é coisa fora do comércio. 
d) Entende-se como entidade familiar, para fins de aplicação do instituto do bem 
de família legal, tão somente o núcleo familiar advindo do casamento com efeitos 
civis. 
e) Os prédios das universidades públicas são classificados como bens públicos 
de uso comum. 
 
14. Uma empreiteira mantém contrato com um Município para a construção de 
casas populares. Para cumprir tal contrato, adquiriu toda a argila existente no 
subsolo de uma propriedade particular, até então inexplorada pelo dono do 
imóvel, realizando tal negócio através de contrato de compra e venda. Neste 
caso, o contrato da empreiteira com o particular é considerado: 
a) perfeitamente válido, mas somente se ele for celebrado por instrumento 
público. 
b) nulo, porque os minerais do subsolo teriam de ser adquiridos pelo município, 
mediante desapropriação para atender a empreiteira. 
c) válido, porque a causa do contrato atende um interesse público, que é a 
construção de casas populares. 
d) anulável, na hipótese de ter sido celebrado por instrumento particular. 
e) nulo, porque o proprietário do imóvel não é o proprietário dos minerais 
encontrados no subsolo. 
100 
 
15. Magistratura do Trabalho – Rio de Janeiro – 2.004) Aponte a proposição 
correta quanto à alienação de bens públicos: 
a) podem ser objeto de alienação se perderem a natureza de uso comum ou 
especial. 
b) a natureza de tais bens impede definitivamente sua alienação. 
c) os bens de uso comum não podem jamais ser alienados, o que não ocorre 
quanto aos de uso especial, desde que sejam objeto de licitação. 
d) dentre os bens públicos, só podem ser objeto de alienação os dominicais e os 
de uso especial quando sejam objeto de licitação. 
e) os bens de uso comum não podem ser alienados jamais, porque servem 
diretamente ao público, mas os de uso especial poderão ser alienados, desde que 
passem por processo especial que os coloque na categoria de bens dominicais. 
 
16. (CESPE-2009-Defensor Público) Ao realizar uma reforma de seu imóvel, o 
proprietário demoliu algumas paredes de sua casa e conservou as portas e 
janelas que estavam ali instaladas, pensando em revendê-las, já que eram muito 
antigas e bastante valiosas. 
Nesse caso, as referidas portas e janelas são consideradas: 
a) bens móveis, porque são decorrentes de demolição. 
b) bens imóveis, porque foram apenas provisoriamente retiradas para serem 
empregadas em um bem da mesma natureza. 
c) pertenças, porque, de modo ideal, sempre estarão agregadas a um bem 
imóvel. 
d) bens imóveis por força de ficção legal, em função do seu alto valor em relação 
ao bem principal. 
e) bens móveis por antecipação, porque, apesar de ligadas ao imóvel, passaram 
a ser objeto de negócio separado. 
 
17. A respeito dos bens, assinale a alternativa correta. 
a) Os bens reciprocamente considerados são classificados como singulares e 
coletivos. 
b) São pertenças as telhas que servem de cobertura de um imóvel residencial. 
c) Consideram-se benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao 
bem sem a intervenção do proprietário, possuidor ou detentor. 
d) Os direitos reais sobre bens imóveis e as ações que o asseguram são 
considerados bens imóveis. 
e) Por determinação legal, a propriedade industrial constitui exemplo de bem 
imóvel. 
 
18. (FCC-2010-TRE-RS-Analista Judiciário) Considere: 
I. Direitos autorais. 
II. Energia com valor econômico. 
III. Direito pessoais de caráter patrimonial. 
IV. Direito à sucessão aberta. 
De acordo com o Código Civil, considera-se bem móvel, seja para efeitos legais 
ou propriamente ditos, os indicados SOMENTE em 
a) I, II e III. 
b) II, III e IV. 
c) I e III. 
d) II e III. 
e) I, II e IV. 
101 
 
 
19. Considerados em si mesmos, os bens podem ser: 
a) públicos e particulares. 
b) principais e acessórios. 
c) imóveis pela própria natureza, benfeitorias e pertenças. 
d) móveis e imóveis. 
 
20. A propósito das diferentes classes de bens, é correto afirmar que: 
a) as pertenças são bens acessórios que se destinam, de modo duradouro, ao 
uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. 
b) os considerados em si mesmos podem ser principais ou acessórios. 
c) os reciprocamente considerados podem ser móveis ou imóveis. 
d) os bens naturalmente divisíveis não podem ser considerados indivisíveis por 
declaração de vontade das partes, nem por testamento. 
e) os bens fungíveis são aqueles cujo uso importa destruição imediata da própria 
substância. 
 
21. Considere as seguintes proposições: 
I. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação 
da lei ou por vontade das partes. 
II. São benfeitorias voluptuárias as que aumentam ou facilitam o uso do bem. 
III. Os bens públicos e os privados estão sujeitos ao usucapião. 
IV. São bens públicos de uso comum, os edifícios ou terrenos destinados a 
serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial e 
municipal, e as autarquias. 
V. Os bens públicos dominicais nunca podem ser alienados. 
Assinale a alternativa correta: 
a) apenas a I e a II estão corretas 
b) apenas a II e a III estão incorretas 
c) apenas a I está correta 
d) apenas as alternativas II, III e V estão incorretas 
e) todas estão incorretas 
 
22. Marque a alternativa correta: 
I - São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por 
força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social. 
II - Consideram-se móveis para os efeitos legais: as energias que tenham valor 
econômico; os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; os 
direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. 
III - Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem 
empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os 
provenientes da demolição de algum prédio. 
IV - São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma 
espécie, qualidade e quantidade. 
V - Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua 
substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se 
destinam. 
a) Todas as alternativas estão corretas. 
b) Somente as alternativas II e III estão erradas. 
c) Somente as alternativas III, IV e V estão certas. 
d) As alternativas I, II e III estão erradas. 
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e) A única alternativa correta é a IV. 
 
23. (ESAF-2004-MPU) Serviços realizados em casa alugada num alicerce, que 
cedeu, são tidos como: 
a) benfeitorias necessárias. 
b) benfeitorias úteis. 
c) acessões artificiais. 
d) construções. 
e) benfeitorias voluptuárias. 
 
24. Dentre outros, considera-se bem imóvel para os efeitos legais: 
a) o direito à sucessão aberta. 
b) a energia que tenha valor econômico. 
c) o direito real sobre objetos móveis. 
d) o direito pessoal de caráter patrimonial. 
e) a ação correspondente a direitos pessoais de caráter patrimonial. 
 
25. (FCC-2006-TRE-Analista Judiciário) Dentre outros, considera-se bem imóvel 
para os efeitos legais: 
a) o direito à sucessão aberta. 
b) a energia que tenha valor econômico. 
c) o direito real sobre objetos móveis. 
d) o direito pessoal de caráter patrimonial. 
e) a ação correspondente a direitos pessoais de caráter patrimonial. 
 
26. (FCC-2006-TRF) Mário possui direito real sobre imóvel; João direito à 
sucessão aberta e Maria direito pessoal de caráter patrimonial. Neste caso, de 
acordo com o Código Civil brasileiro, os direitos de Mário, João e Maria são 
considerados, para os efeitos legais, respectivamente, bem 
a) imóvel, imóvel e móvel. 
b) móvel, imóvel e imóvel. 
c) imóvel, móvel e imóvel. 
d) imóvel, móvel e móvel. 
e) móvel, móvel e imóvel. 
 
27. (FGV-2008-Procurador) A respeito dos bens públicos, é correto afirmar que: 
a) são inalienáveis, exceto quando desafetados, autorizandoa lei ordinária sua 
venda. 
b) são inalienáveis, exceto se lei complementar autorizar sua alienação. 
c) são sempre inalienáveis. 
d) são inalienáveis, se forem de uso especial. 
e) são inalienáveis, se forem de uso comum. 
 
28. Sobre as pertenças, é correto afirmar que: 
a) são bens acessórios e por isso seguem o principal. 
b) constituem parte integrante do bem principal e destinam-se ao seu 
aformoseamento. 
c) são benfeitorias úteis. 
d) apesar de consideradas bens acessórios, não seguem a sorte do principal. 
 
 
103 
 
29. Considere: 
I. Para os efeitos legais, são imóveis, dentre outros, as energias que tenham valor 
econômico e os direitos pessoais de caráter patrimonial e res pectivas ações. 
II. São coletivos os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, 
independentemente dos demais. 
III. Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem 
ser objeto de negócio jurídico. 
IV. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, 
de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. 
De acordo com o Código Civil brasileiro está correto o que se afirma APENAS em 
a) III e IV. 
b) I, II e III. 
c) I e IV. 
d) II e III. 
e) II, III e IV. 
 
Responda com C para Certo e E para errado. 
30. 
A - No Código Civil de 2002, no capítulo da parte geral dedicado aos bens 
reciprocamente considerados, introduziu-se a figura das pertenças, verdadeira 
novidade legislativa no âmbito do direito privado brasileiro. A respeito destes 
bens, julgue os dois itens seguintes: 
São pertenças os bens que, constituindo partes integrantes, destinam-se, de 
modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
B - Em regra, os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não 
abrangem as pertenças. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
Responda as questões subjetivas com fundamentação. 
 
31. José Alves comprou um terreno, com 400 metros quadrados, para construir a 
residência de seus sonhos; durante a construção ele obteve do órgão responsável 
autorização para a perfuração de um poço artesiano. Ocorre que durante as 
escavações foram encontrados vários recursos minerais de alto valor econômico, 
fato este que o deixou super feliz, por entender que seria a grande oportunidade 
de adquirir a propriedade de tais minerais e ficar com uma boa conta bancária. 
Assim sendo, explique se José Alves é o proprietário do solo com a compra do 
terreno e, consequentemente, do subsolo e dos recursos minerais. 
 
32. Marcos da Silva, 28 anos de idade, casado com a Sra. Maria de Lurdes, 27 
anos, ambos possuíam os seguintes bens adquirido durante o casamento: um 
carro, um terreno, depósito em conta poupança no valor de R$ 20.000,00 (vinte 
mil reais), duas residências, dois semoventes, um avião e telhas para serem 
empregadas no telhado de uma das residências. Vale afirmar que Marcos da 
Silva faleceu em 13.10.2011, deixando dois filhos, Lucas Silva e Ana Silva, e que 
a partilha dos bens ocorrerá em 01.12.2011. Faça a classificação dos bens 
mencionados, com justificativa, nas seguintes situações: 
a) Classificação individual dos bens antes da morte de Marcos da Silva. 
b) Durante o período de 13.10.2011 até 30.11.2011. 
104 
 
c) A partir de 01.12.2011. 
 
33. Marta tem uma residência localizada nesta Capital do Amazonas com as 
seguintes características: 03 quartos, 02 salas, 02 banheiros, 01 piscina, 02 
garagens, 01 edícula, 01 ar-condicionado, ferramentas de jardinagem, armários 
de cozinha, 02 sofás, portas e janelas de cerejeira, 01 sauna. Explique, de acordo 
com a classificação dos bens reciprocamente considerados, o que seguirá a coisa 
principal em caso de venda deste imóvel analisando conforme a regra geral. 
 
34. Explique: o acessório segue o principal, desde que este acessório não seja 
uma pertença. 
 
35. João locou sua casa para Marcos durante 10 meses por R$ 500,00 
(quinhentos reais) mensais. Na casa tem um sofá, um ar-condicionado e uma 
estante de madeira. Explique se os objetos mencionados seguirão a coisa 
principal. 
 
36. Ana possui uma casa de madeira que pode ser retirada de seus alicerces para 
ser fixada em local diverso do original. Neste caso, classifique, com justificativa, o 
referido bem quanto a sua mobilidade. 
 
37. A Prefeitura Municipal de Manacapuru é proprietária da praça “Do povo e para 
o povo”, localizada no centro da cidade, local que população regulamente 
frequenta para seu lazer. Com base neste enunciado, responda com justificativa: 
a) O ente público acima citado pode ser dono do mencionado bem? 
b) Qual a classificação quanto ao titular do domínio? 
c) A praça pode ser alienada? 
 
38. Analise a seguinte hipótese: o prédio onde está localizado o UNINORTE é de 
sua propriedade e necessita de reforma no telhado e nas janelas para melhor 
segurança e acomodação de seus alunos e empregados. A construtora “Timão 
Ltda.” foi contratada pela universidade para realizar a reforma que começou há 
dez dias. Responda com fundamentação: 
a) A classificação do prédio quanto a sua mobilidade. 
b) A classificação das janelas e telhas no momento da reforma quanto sua 
mobilidade. 
c) Há possibilidade dos bens do item anterior mudar de classificação? 
 
39. Maria e Lúcia estão devendo para Marta um cachorro da raça labrador e a 
quantia de R$ 500,00, com data de entrega no dia 30.09.2010. Explique a 
classificação dos bens relacionados quanto à divisibilidade. 
 
40. Michelangelo foi um famoso pintor italiano, autor de vários quadros valiosos 
de sua época (século XV). O Sr. Ronaldo Nazário adquiriu em 01.10.2010 uma 
dessas obras para entrega em 12.10.2010; ocorre que o vendedor no dia 
11.10.2010 ligou para o adquirente e disse que estava enviando um quadro de 
Emiliano Di Cavalcanti. Responda com fundamentação a classificação do bem 
comprado quanto à fungibilidade. 
 
41. Maíra, vizinha e amiga de Luana, emprestou seu carro para sua amiga no dia 
10.10.2010 para devolvê-lo nesta data. Explique a classificação do bem quanto à 
105 
 
mobilidade e quanto à fungibilidade, indicando se Luana poderá devolver outro 
carro. 
 
42. João alugou seu imóvel comercial para a Empresa Faz Tudo, com data de 
vigência do contrato por 12 meses e pagamento mensais de R$ 2.000,00. 
Explique o motivo pelo qual a empresa está obrigada a devolver o mesmo imóvel 
ao proprietário. 
 
43. Marla possui os seguintes bens: uma casa, um sofá, um carro, R$ 10.000,00, 
50 resmas de papel, um livro de direito civil parte geral e neste instante está 
comprando frutas para seu regime alimentar. Sendo assim, descreva a 
classificação dos bens listados quanto à consuntibilidade. 
 
44. A Floresta Amazônica é uma floresta tropical situada na região norte da 
América do Sul. Ocupa territórios do Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, 
Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. É a floresta equatorial que 
ocupa a maior extensão do território amazônico. Indique e justifique a 
classificação do mencionado bem quanto à sua individualidade. 
 
45. O prédio da administração da Prefeitura Municipal de Manaus está localizado 
na Av. Brasil nesta Capital. Faça a classificação deste bem quanto ao titular do 
domínio. 
 
 
 
Bom estudo e sucesso...

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