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Questões sobre Direito Coletivo do Trabalho 2 - Corrigido

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Professor Eduardo Fornazari
Direito Coletivo do Trabalho – 1º BI/2016 - 2º SEMINÁRIO EM SALA
R E S P O S T A S
1. Quais são hoje as fontes de recursos dos Sindicatos? O que o chamado “direito de oposição” tem a ver com isso? 
São fontes de recurso dos sindicatos: a Contribuição Sindical Compulsória (imposto sindical – art. 8º, IV, CF/88, e arts. 578/610, da CLT); a Mensalidade Sindical (art. 548, “b”, da CLT); a Contribuição ou Taxa Assistencial (art. 513, “e”, da CLT); e a Contribuição Confederativa (art. 8º, IV, CF/88). O direito de oposição é o direito que detém o empregado não-sindicalizado (não associado) de se opor aos descontos das contribuições assistencial e confederativa, nos termos da Súmula Vinculante nº 40 do STF (conversão da Súmula 666) e do Precedente Normativo nº 119 da SDC/TST. 
2. Com base nos acórdãos a seguir reproduzidos e nos conhecimentos adquiridos em sala de aula, responda às seguintes perguntas: (a) a contribuição sindical obrigatória é devida apenas pelo empregado ou o é também pelo empregador? Dê o fundamento; (b) em que termos é devida a contribuição sindical patronal? (c) essa contribuição é devida mesmo na hipótese da empresa não possuir nenhum empregado? Justifique sua resposta.
Acórdão : 20110685436 Turma: 09 Data Julg.: 19/05/2011 Data Pub.: 06/06/2011 
Processo : 20100774517 Relator: RITA MARIA SILVESTRE 
RECURSO ORDINÁRIO - CONTRIBUIÇÃO SINDICAL PATRONAL - INTERPRETAÇÃO SISTEMÁTICA - CLT -OBRIGAÇÃO RESTRITA A EMPREGADOR. A interpretação sistemática dos dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho (artigos 579; 580, III; 586, parágrafo 2º, e 587) leva à conclusão de que o inciso III, do artigo 580 da CLT se refere a empregador, na exata definição do artigo 2º da do mesmo diploma legal, não sendo devida a contribuição sindical patronal por empresa que não mantém empregados, e que obviamente, empregador não é. Recurso Ordinário do Sindicato Autor a que se nega provimento.
Acórdão : 20120269974 Turma: 08 Data Julg.: 14/03/2012 Data Pub.: 19/03/2012 
Processo : 20110588422 Relator: SIDNEI ALVES TEIXEIRA 
CONTRIBUIÇÃO SINDICAL PATRONAL. EMPREGADOS. DESNECESSIDADE. O preceito incerto no artigo 580, III, da CLT, refere-se a empregadores, em abstrato, como, em regra, acontece nas normas que cuidam das relações coletivas de trabalho. Assim, não há necessidade de a empresa possuir empregados no momento em que se exige a contribuição. Basta que ela possa ter empregados. Tanto que a base de cálculo é o capital social e não o número de empregados. Ademais, tal dispositivo legal deve ser lido à luz da disposição contida no artigo 579, da CLT, que lhe antecede e estabelece a obrigatoriedade do recolhimento da contribuição sindical a "todos aqueles que participarem de uma determinada categoria econômica ou profissional". Recurso Ordinário do sindicato réu ao qual se dá provimento parcial.
(a) A Contribuição Sindical obrigatória, também chamada de imposto sindical, é devida tanto pelo empregado, quanto pela empresa/empregador (arts. 578 e 579 da CLT). (b) O valor devido pela empresa/empregadora é estabelecido pelo artigo 580, III, da CLT, aplicando-se a tabela regressiva prevista no referido dispositivo legal (percentuais que vão de 0,8% a 0,02%) sobre o valor do Capital Social da empresa e deve ser recolhido no mês de janeiro de cada ano. (c) embora os art. 578 e 579 da CLT se referiam à compulsoriedade da contribuição sindical por todos aqueles que participem de uma determinada categoria econômica, o que sugere – considerando uma interpretação sistemática – a obrigatoriedade tanto para as empresas que têm empregado, quanto para aquelas que não têm empregados, o art. 580, III, da CLT, utiliza literalmente a expressão “empregadores”, o que dá margem para uma interpretação (literal) de que somente aqueles que possuem empregados e que, portanto, são empregadores, estão sujeitos ao desconto. Como quer que seja, o não recolhimento da contribuição sindical por uma empresa apenas pelo fato de não possuir em determinado momento empregados parece-nos frágil, já que ela poderá a qualquer momento vir a ter empregados, muito embora não se possa negar que há entendimentos divergentes na jurisprudência sobre o tema, conforme consta dos próprios arestos aqui comentados. 
3. Analise o aresto abaixo e diga do que trata o assunto nele referido e se o grupo está ou não de acordo com a decisão, dando os fundamentos jurídicos pertinentes.
Acórdão : 20111482989 Turma: 03 Data Julg.: 08/11/2011 Data Pub.: 18/11/2011 
Processo : 20110433941 Relator: MERCIA TOMAZINHO 
CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL PATRONAL. FILIAÇÃO NÃO COMPROVADA. IMPOSSIBILIDADE DE COBRANÇA. A Constituição Federal garantiu o direito à livre associação sindical, a teor do disposto no inciso XX, do artigo 5º e do inciso V, do artigo 8º. Sendo assim, incabível a cobrança de contribuições assistenciais de empresas não sindicalizadas que, conseqüentemente, não participaram de nenhuma das fases de elaboração do instrumento coletivo. Aplica-se por analogia o Precedente Jurisprudencial nº 119 do C. TST.
O julgado acima transcrito trata da contribuição/taxa assistencial devida também pelas empresas em favor do sindicato patronal. Não há como discordar da decisão, mormente porque ela está de acordo com o Precedente Normativo nº 119, da SDC/TST que garante àqueles não-associados ao sindicato de se oporem ao desconto das contribuições assistenciais e confederativas. O fato de ser uma empresa, ou seja, um ente da categoria econômica, não altera a previsão do Precedente feito originariamente para proteger o desconto de empregado não-associado ao sindicato, que é um ente da categoria profissional. A regra, a nosso ver, deve ser a mesma, seja para a empresa que não é associada ao sindicato, seja para o empregado que também não é associado ao sindicato.
4. Quais os órgãos que compõem um sindicato? Há alguma estabilidade para os membros eleitos para representação dos trabalhadores no sindicato, tais como:
(i) diretor do sindicato (titular): 		(X) S ( ) N : FL: art.8º,VIII,CLT+art.543,CLT+S.369, TST
(iI) diretor do sindicato (suplente): 	(X) S ( ) N : FL: art.8º,VIII,CLT+art.543,CLT+S.369, TST
(iii) diretor delegado do sindicato: 		( ) S (X) N : FL: O.J. 369 – SBDI-1/TST
(iv) membro do conselho fiscal (titular): 	( ) S (X) N : FL: O.J. 365 – SBDI-1/TST
(v) membro do conselho fiscal (suplente):( ) S (X) N : FL: O.J. 365 – SBDI-1/TST
E.T.: Há algum tipo de limite/restrição para estabilidade sindical? Explique.
Sim. Há. Nos termos da Súmula 369 do TST, a limitação do número de dirigentes sindicais prevista no artigo 522, da CLT é constitucional, sendo que a estabilidade sindical fica limitada a 07 dirigentes titulares e sete dirigentes suplentes. Se o sindicato tiver mais do que 14 dirigentes, os excedentes não detém estabilidade.
5. É possível haver uma cisão ou desmembramento/dissociação de um sindicato em outros dois sindicatos mais específicos? E a junção ou fusão/associação de dois sindicatos específicos em um só mais abrangente também é possível? Dê exemplos e justificativas para sua resposta.
Em razão da liberdade e da autonomia sindical de que desfrutam as entidades sindicais após a Constituição de 1988 (art. 8º, caput), é certo que pode haver fusões entre sindicatos e também cisões de sindicatos, o que é perfeitamente lícito, desde que seja respeitada a unicidade sindical também prevista na Constituição (art. 8º, II) e desde que seja essa a vontade dos filiados. Por exemplo: o Sindicato de Trabalhadores em Restaurantes e Bares pode ser cindido e formar 2 Sindicatos, um específico para Restaurantes e outro específico para Bares. Da mesma forma, a fusão entre o Sindicato de Analistas de Sistemas e o Sindicato de Técnicos em informática pode gerar um único Sindicato, por exemplo, de Trabalhadores em Tecnologiada Informação, o que seria perfeitamente válido.
6. É possível a representação não sindical dos trabalhadores na empresa para negociar melhores condições de trabalho junto ao empregador? Em que termos? Nesse caso, eventual representante dos trabalhadores eleito por estes últimos detém algum tipo de garantia de emprego?
Sim, desde a Constituição de 1988 a representação não sindical numa empresa é possível e é permitida, desde que a empresa possua mais de 200 funcionários. É o que dispõe o artigo 11 da Constituição Federal. Nesse caso, o representante dos trabalhadores terá a mesma garantia de emprego do dirigente sindical (desde a candidatura e, se eleito, até 1 ano após o término do seu mandato – art. 543, CLT), consoante previsão do Precedente Normativo nº 86 da SDC/TST, além da Convenção 135 da OIT (ratificada pelo Brasil).
7. Todos os membros que compõem a CIPA, sejam os titulares, sejam os suplentes, sejam os representantes dos trabalhadores, sejam ainda os representantes da empresa, possuem estabilidade no emprego? Em que termos?
Não. Consoante os termos do artigo 10, II, “a” do ADCT, somente serão detentores de estabilidade os cipeiros eleitos pelos empregados como seus representantes, assim como os seus suplentes, segundo entendimento da Súmula 339, do TST. Não possuem, portanto, estabilidade, nem os representantes indicados/nomeados pelo empregador e nem os suplentes destes.

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