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Página - 1 Volume 4 • Número 4 • julho/agosto de 2012 movimento & saúde • REVISTAINSPIRAR Revista Eletrônica Inspirar [recurso eletrônico] - Curitiba: R454 Faculdade Inspirar, 2012- Bimestral, v. 4, n. 4, jul/ago 2012- ISSN 2175-537X Modo de acesso: www.inspirar.com.br 1. Saúde - Periódicos. CDD 610 CDU 614 Página - 2 REVISTAINSPIRAR • movimento & saúde Volume 4 • Número 4 • julho/agosto de 2012 A REVISTA A Revista Eletrônica da Inspirar é um periódico de acesso aberto, gratuito e bimestral, destinado à divulgação arbitrada da produção científi ca na área de Ciências da Saúde, de autores brasileiros e de outros, contribuindo, desta forma, para o crescimento e desenvolvimento da produção científi ca. MISSÃO Publicação de artigos científi cos que contribuam para a expansão do conhecimento da área da saúde, baseados em princípios éticos. OBJETIVO Propiciar meios de socialização do conhecimento construído, tendo em vista o estimulo à investigação científi ca e ao debate acadêmico. Página - 3 Volume 4 • Número 4 • julho/agosto de 2012 movimento & saúde • REVISTAINSPIRAR CONSELHO EDITORIAL Alexandre Ricardo Pepe Ambrozin – SP Alonso Romero Fuentes Filho – SC Álvaro Luiz Perseke Wolf – PR Ana Francisca Kleiner-SP Ana Maria Cardoso Cepeda - PR Ana Paula Rodrigues - PR Andrea Cristiane Janz Moreira - RS César Antonio Luchesa – PR Dulce Satori-SP Eduardo Ferro - SP Eliana Portella Carzino – PR Evelise Guimarães da Silva – SP Fabiana Carvalho-PR Fernando Henrique de Sousa - SP Gilian Fernanda Dias Erzinger - PR Janaina Medeiros de Souza – SC Janaina Vall - PR Juliana Viana Paris -S P Karina Brongholi – SC Lidiane Isabel Filippin – RS Marcelo Zager – SC Maria Aparecida Rapozo Araldi – PR Maria de Fátima Fernandes Sípoli – PR Marcos Claudio Signorelli- PR Nelson Francisco Serrão Junior – SP Patricia Hommerding-RS Paulo José Oliveira Cortez - SP Rafael Vercelino - SP Renata Campos - SC Sheila Schneiberg - CE Sibele Melo – PR Silvio Assis de Oliveira Junior – MS Telma Cerqueira - SE Vanessa Fogaça -PR EDITORES Prof. Dr. Esperidião Elias Aquim - PR Prof. MSc. Marcelo Márcio Xavier - PR COORDENAÇÃO EDITORIAL Prof. Dra. Angélica Lodovico - revistacientifi ca@faculdadeinspirar.com.br EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Herison Mafra - marketing@inspirar.com.br INFORMAÇÕES PARA PUBLICAÇÃO DE ARTIGOS Todo o material a ser publicado deve ser submetido online através do site: www.inspirar.com.br/revista I.P. (Informação Publicitária): As informações são de responsabilidade dos anunciantes. © Faculdade Inspirar - Nenhuma parte dessa publicação pode ser reproduzida, arquivada ou distribuída por qualquer meio, eletrônico, mecânico, fotocópia ou outro, sem a permissão escrita do proprietário do copyright Inspirar. O editor não assume qualquer responsabilidade por eventual prejuízo a pessoas ou propriedades ligado à confi abilidade dos produtos, métodos, instruções ou idéias expostas no material publicado. Apesar de todo o material publicitário estar em conformidade com os padrões de ética da saúde, sua inserção na revista não é uma garantia ou endosso da qualidade ou valor do produto ou das asserções de seu fabricante. Página - 4 REVISTAINSPIRAR • movimento & saúde Volume 4 • Número 4 • julho/agosto de 2012 SUMÁRIO EDITORIAL .....................................................................................................................5 Efi cácia do microdermoabrasão na hipercromia facial: revisão de literatura ...........6 Effi cacy of microdermabrasion on facial hyperpigmentation: literature review Carolina da Silveira de Almeida1, Gabriela Natália Ferracini2 Benefícios das Técnicas de Fisioterapia Respiratória em Pacientes com Dreno Pleural Vitimizados por Trauma Torácico ..................................................................................9 Benefi ts Of Physical Therapy Techniques In Patients With Respiratory Drain Pleural Victimized By Thoracic Trauma Tarso Waltrick1, Suelen Karina Cunen2 Avaliação do VO2máx, Espirometria e Bioimpedância Após Seis Meses de Reabilita- ção Cardiopulmonar e Metabólica ...............................................................................16 Evaluation Of VO2máx, And BiaSpirometry After Six Months Of Cardiopulmonary Rehabilitation and Metabo- lic Tarso Waltrick1,PatriciaParizotto2, Patrícia Santos3, Letícia dos Santos Coutinho4 Avaliação Eletromiográfi ca e Clínica da Técnica de Liberação Posicional em Pontos- -Gatilho do Trapézio ......................................................................................................21 Electromyographic and Clinical Assessment of Positional Release Therapy in Trapezius Trigger Points Danilo de Almeida Vasconcelos1, José Diego Sales do Nascimento2, Estélio Henrique Martin Dantas3,João Guilher- me Bezerra Alves4, Myrella dos Santos Vitorino5 Existe Correlação Entre Força Muscular com Teste de Caminhada de Seis Minutos em Idosos Institucionalizados? .....................................................................................26 Are there correlation between muscle strength and six minute walking test in elderly institutionalized? Flora Isabel Ramalho Leite Reis1, Marcelo Tavella Navega2,3, Robison José Quitério2,3, Alexandre Ricardo Pepe Ambrozin2 Analise das Estruturas Articulares do Joelho de Ratos Submetidos à Imobilização por Diferentes Períodos .................................................................................................32 Assessment of knee joints of rats submitted to immobilization for different periods. Sônia Maria Marques Gomes Bertolini1, Amanda da Silva Ribeiro2 Infl uência do Método Reequilíbrio Tóraco-Abdominal em Recém-Nascidos Pré-Ter- mos Pós-Síndrome do Desconforto Respiratório, Internados Na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal- Estudo de Casos. ..........................................................................38 Infl uence of Thoracoabdominal Rebalancing Method in Newborns Preterm after Respiratory Distress Syndro- me, Hospitalized the Neonatal Intensive Care Unit- Case studies.tion warn Cadi Caroline da Rocha Tassinari1, Lucas Koop2, Sabrina Felin Nunes3, Vivian da Pieve Antunes4 Perfi l do Paciente Asmático Atendido no Ambulatório da Rede Pública de Saúde da Região de Joinville .........................................................................................................42 Asthmatic patients profi le treated in the outpatient net of public health region of Joinville Crislaine Teixeira Ribeiro1; Priscilla Gomes Prazeres1; Eduardo Lafaiette de Oliveira2; Fabiano Luis Schwingel3 Página - 5 Volume 4 • Número 4 • julho/agosto de 2012 movimento & saúde • REVISTAINSPIRAR EDITORIAL Periódicos Capes e Revista Inspirar Movimento & Saúde Todo pesquisador que acessa o Portal de Periódicos Capes para buscar artigos científi cos, está auto- maticamente pesquisando no acervo da Revista Inspirar. O Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) é uma biblioteca virtual que reúne e disponibiliza a instituições de ensino e pesquisa no Brasil o melhor da produção científi ca internacional. Ele conta com um acervo de mais de 30 mil títulos com texto completo. A inclusão de um título no Portal Capes é feita através de uma rigorosa seleção que leva em consideração critérios como a área do conhecimento da nova coleção e sua relação com o cenário da pós-graduação no Brasil e o fator de impacto das publicações. A seleção da Revista Inspirar pelo Portal Capes além de atestar a qualidade do nosso conteúdo am- plia imensamente a visibilidade da Revista e dos pesquisadores que publicam na revista. Mais uma prova de que nossos esforços estão no caminho certo, excelência e qualidade acadêmica. Para acessar o conteúdo da Biblioteca virtual Periódicos Capes acesse: http://www.periodicos.capes.gov.brBoa leitura, Profa. Dra. Angélica Lodovico Coordenação Editorial revistacientifi ca@faculdadeinspirar.com.br Página - 6 REVISTAINSPIRAR • movimento & saúde Volume 4 • Número 4 • julho/agosto de 2012 Efi cácia do microdermoabrasão na hipercromia facial: revisão de literatura Effi cacy of microdermabrasion on facial hyperpigmentation: literature review RESUMO A hipercromia facial é uma desordem de hiperpigmenta- ção da pele caracterizada por machas e mácula marrom escuro e claro, que ocorrem nas áreas que são expostas ao sol. O mi- crodermoabrasão (MDA), ou peeling de crytal, é uma técnica de esfoliação não cirúrgica, tem inúmeras indicações que têm por base o incremento da mitose celular fi siológica. Este estu- do realizou uma revisão de literatura observando a efi cácia do peeling de cristal (microdermoabrasão) na hipercromia facial. Foi conduzida uma busca em banco de dados computadorizado para identifi car artigos científi cos relevantes para o estudo. Os artigos foram selecionados entre 2006 e 2009 e obtidos no Pubmed (National Library of Medicine) e LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde). O levantamento de dados bibliográfi cos resultou no total de 95 artigos científi cos. Destes, 21 foram selecionados como artigos em potencial para o estudo, baseado em seu resumo. 14 artigos preencheram todos os critérios de seleção, mas 9 artigos foram encontrados em mais de um banco de dados, assim 4 artigos foram incluídos. Essa revisão mostra que existe a necessidade de mais estudos histológicos que demonstrem os efeitos que esta técnica causa no tecido cutâneo. Assim, apesar de alguns benefícios encontrados com a utilização do peeling de cristal na hipercromia facial, ela deve ser utilizada de maneira cuidadosa, segura e com acompanhamento profi ssional. tem por base = linguagem coloquial Palavras-chave: Microdermoabrasão. Hipercromia fa- cial. Pele. Tratamento. ABSTRACT The facial hyperpigmentation is a disorder characterized by skin hyperpigmentation and machas stain brown and dark, that occur in areas that are exposed to the sun. The microderma- brasion (MDA), or crytal peeling, exfoliation is a non-surgical technique has a number of indications that are based on the physiological growth of cellular mitosis. This study performed a literature review of the effectiveness of crystal peel (micro- dermabrasion) in hyperpigmentation facial. We conducted a search in a computerized database to identify papers relevant to the study. The articles were selected between 2006 and 2009 and obtained in searches of bibliographic database, including PubMed (National Library of Medicine) and LILACS (Latin American and Caribbean Health Sciences). The bibliographi- cal data resulted in a total of 95 scientifi c papers. Of these, 21 articles were selected as potential for the study, based on your resume. 14 articles met all selection criteria, but nine papers were found in more than one database, and four articles were included. This review shows that there is a need for further his- tological studies that demonstrate the effects that this technique causes the skin tissue. Thus, despite some benefi ts found with the use of crystal peeling hyperpigmentation on the face, it must be used carefully, safe and professional monitoring. Keywords: microdermabrasion. Facial hyperpigmenta- tion. Skin. Treatment. 1 - Fisioterapeuta, especialista em Fisioterapia Dermatofuncional 2 - Fisioterapeuta, mestranda pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP/USP) Carolina da Silveira de Almeida1, Gabriela Natália Ferracini2 Recebido: 03/2011 Aceito: 03/2012 Autor para correspondência: Carolina da Silveira de Almeida Endereço: Capitão porfírio pimentel, 32, CEP: 15015-000, Monte Aprazível - SP Email: ca_fi sioterapia@ig.com.br Página - 7 Volume 4 • Número 4 • julho/agosto de 2012 movimento & saúde • REVISTAINSPIRAR INTRODUÇÃO A hipercromia facial é uma desordem de hiperpigmen- tação da pele caracterizada por mácula marrom escuro e claro, que ocorrem nas áreas que são expostas ao sol. A hiperpigmen- tação da epiderme acontece através do aumento de melanócitos epidérmicos. Alguns pacientes tem melanina dérmica, mas sua distribuição não é muito heterogênea na pele com lesão1. A patogênese da hipercromia ainda não é totalmente entendida, mas parece haver um aumento da vascularização na lesão, com consequente aumento do número de vasos alargados no desenvolvimento da doença. E estímulos endógenos e exó- genos, tais como, hormônios sexuais e irradiação ultravioleta podem estimular o microambiente levando-o a liberação de vários mediadores que causam ativação de melanócitos e/ou estímulos podem ativar diretamente os melanócitos1. O microdermoabrasão (MDA), ou peeling de crytal, foi recentemente introduzido no campo da dermatologia e cos- metologia como um método não invasivo para a revitalização e rejuvenescimento da pele. O MDA foi desenvolvido na Itália por Marini e Lo Brutto em 1985, mas introduzida no Brasil somente em 1994. O MDA é classifi cado pelo Food and Drug Administration (FDA) como um dispositivo do tipo I, que isenta o fabricante de estabelecer padrões de desempenho2. O MDA é uma técnica de esfoliação não cirúrgica, tem inúmeras indicações que se baseia no incremento da mitose celular fi siológica, efeitos como atenuação de rugas superfi ciais, afi namento do tecido epitelial preparando-o para tratamentos de revitalização e proporcionando uma textura fi na e saudável atra- vés do incremento de proteínas de colágeno, elastina e reticulina, sequelas de acne, clareamento das camadas mais superfi ciais da epiderme, foliculite e estrias, sendo contraindicada nas lesões tegumentares acompanhadas de processo infl amatório3. O procedimento consiste de um equipamento mecânico gerador de pressão negativa e pressão positiva simultâneas, utilizados microgrânulos de óxido de alumínio (100 a 140 micras), quimicamente inertes, jateados pela pressão positiva e aplicada diretamente na pele, numa velocidade passível de controle, provocando erosão nas camadas da epiderme, sendo ao mesmo tempo sugados pela pressão negativa os resquícios dos microcristais e células córneas em disjunção3. A MDA causa uma remoção parcial da pele, assim o procedimento necessita ser repetido algumas vezes a fi m de obter um resultado signifi cativo. Porém deve-se ter cautela, pois se os procedimentos são repetidos em um tempo curto, sem que a pele tenha recuperado sua função normal, a derme pode ser afetada. Alguns fabricantes recomendam a repetição do procedimento em um intervalo de 7-10 dias. Deve-se também observar a região a ser tratada, pois diferentes regiões do corpo apresentam diferenças estruturais e fi siológica em relação ao tecido (pele)4. Desta forma, foi realizada uma revisão de literatura observando a efi cácia do microdermoabrasão na hipercromia facial. METODOLOGIA Foi conduzida uma busca em banco de dados compu- tadorizado para identifi car artigos científi cos relevantes para o estudo. Os artigos foram selecionados entre 2006 e 2009 e obtidos em buscas em banco de dados bibliográfi cos, incluindo Pubmed (National Library of Medicine) e LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde). Foram incluídos os estudos clínicos, de coorte e casos controlados com dados epidemiológicos das amostras. Os critérios de inclusão foram idade entre 18 e 50 anos, presença de hipercromia facial. Excluíram-se os relatos de casos e opinião de expert. Os artigos foram selecionados a partir dos dados contidos no resumo ou, nos casos em que o resumo não estava disponível, por meio das informações contidas em seu título. Os dados relevantes foram: o tipo de estudo, o perfi l da amostra e a utilização do micro- dermoabrasão (peeling de cristal) na hipercromia facial. Após a leitura do resumo, os artigos que preenchessem os critériosde inclusão e exclusão, eram lidos na íntegra. RESULTADOS O levantamento de dados bibliográfi cos resultou no total de 95 artigos científi cos. Destes, 21 foram selecionados como artigos em potencial para o estudo, baseado em seu resumo. 14 artigos preencheram todos os critérios de seleção, mas 9 artigos foram encontrados em mais de um banco de dados, assim 4 artigos foram incluídos, totalizando 118 indivíduos, sendo 85 do gênero feminino, de 25 a 83 anos de idade, que apresentaram hipercromia facial e que receberam tratamento pelo método de microdermoabrasão (peeling de cristal). Dentre os artigos selecionados para o estudo, 16 foram descartados. O principal motivo para a exclusão foi: não obje- tivaram analisar a efi cácia do método de microdermoabrasão (peeling de cristal) em indivíduos com hipercromia facial. Os estudos incluídos avaliaram o tipo de pele (mista, seca, oleosa, normal), fototipo pela classifi cação de FitzPatri- ck, a sensibilidade (normal, sensível, muito sensível e pouco sensível), envelhecimento observando a textura, coloração, discromias, rugas superfi ciais e profundas. DISCUSSÃO Na análise dos estudos em relação aos resultados favoráveis a técnica, verifi cou-se que o método apresentou-se efi caz quanto a aumento da hidratação e da perda de água da pele e diminuição do eritema da pele, porém são resultados momentâneos, obtidos logo após o tratamento e mantidos à apenas um dia após o mesmo. Assim, não se pode afi rmar, até o momento, que o tratamento por microdermoabrasão é totalmente efetivo e duradouro3-5 . O MDA tem sido popularmente usado no tratamento cosmético devido a ser um procedimento seguro e simples. Porém seu mecanismo de ação sob a pele ainda não é bem conhecido, pois poucos estudos investigaram as mudanças histológicas ocasionadas na pele após o seu uso2. As vantagens do método parece ser a sua simplicidade e a recuperação rápida. Porém em relação a sua efi cácia e segurança, existe a necessidade de estudos clínicos controlados randomizados multicêntricos3. Mesmo sendo um método seguro, algumas medidas são necessárias, pois podem ocorrer complicações oculares, como irritação nos olhos e a adesão de cristais de óxido de alumínio, caso os óculos de proteção não sejam utilizados. As partículas de cristais são pequenas (100mm) com riscos de inalação, com complicações pulmonares2. KIM e colaboradores em 20094 selecionaram vinte e oito indivíduos, sendo treze mulheres, com média de 27,5 anos de idade, e avaliaram a perda de água trans epidérmica, a hidra- Página - 8 REVISTAINSPIRAR • movimento & saúde Volume 4 • Número 4 • julho/agosto de 2012 tação do estrato córneo e o eritema da pele. Ao fi nal do estudo, encontraram uma melhora da hidratação, da perda de água e do eritema, porém nenhum dos resultados foi mantido por mais do que um dia após as aplicações do microdermoabrasão. Já, em relação à área de aplicação do método, dois es- tudos6,7 utilizaram o microdermoabrasão na pele do antebraço e da face e, como resultados obtiveram resultados diferentes em cada região, acredita-se que isto ocorre devido a diferença na espessura do estrato córneo, como outras propriedades inatas específi cas do local. Spencer e Kartz em 20065 investigaram a melhora da pele, através de instrumentos como a fotografi a polarizada e a colorimetria, antes e após o tratamento por peeling de cristal, as quais têm ajudado na análise das alterações da pele. Estes autores obtiveram resultados signifi cantes no fi nal do estudo, com me- lhora das rugas fi nas, hiperpigmentação e manchas. Os resultados apresentados suportam os benefícios de vários tratamentos por microdermoabrasão. CONSIDERAÇÕES FINAIS Essa revisão mostra que devido à escassez de estudos não se pode concluir se o peeling de cristal é efi caz no tratamento da hipercromia facial. Existe a necessidade de mais estudos histológicos que de- monstrem os efeitos que esta técnica causa no tecido cutâneo. As- sim, apesar de alguns benefícios encontrados com a utilização do peeling de cristal na hipercromia facial, ela deve ser utilizada de maneira cuidadosa, segura e com acompanhamento profi ssional. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 3. KANG HY, ORTONNE, JP. What Should Be Consi- dered in Treatment of Melasma: Reviw article. Ann Dermatol Vol. 22, No. 4, 2010 4. BHALLA M, THAMI GP . Microdermabrasion: Rea- ppraisal and Brief Review of Literature. Dermatologic Surgical, 32:809–814, 2006. 5. BARBA J, RIBEIRO, ER. Efeito da Microdermoabra- são no Envelhecimento Facial. Revista Inspirar, 1(1):5-8, 2009. 6. KIM HS, LIM SH, SONG JY, KIM MY, LEE JH, PARK JG, KIM HO, PARK, YM. Skin barrier function recovery after diamond microdermabrasion. Journal of Dermatology, 36: 529–533, 2009. 7. SPENCER, James M.; KURTZ, Ellen S.. Approaches to Document the Effi cacy and Safety of Microdermabrasion Procedure. Dermatologic Surgery. United States, 32:1353 – 1357, 2006. 8. KOBAYASHI H, TAGAMI H. Distinct locational di- fferences observable in biophysical functions of the facial skin: with special emphasis on the poor functional properties on the stratum corneum of the perioral region. Int J Cosmet Sci 2004; 26: 91–101. 9. SONG JY,KANGHA, KIMMY, PARK YM,KIMHO. Damage and recovery of skin barrier function after glycolic acid chemical peeling and crystal microdermabraion. Dermatol Surg 2004; 30: 390–394 Página - 9 Volume 4 • Número 4 • julho/agosto de 2012 movimento & saúde • REVISTAINSPIRAR 1 - Professor do curso de Fisioterapia, Especialista em Fisioterapia Cardiorrespiratória - Mestrando em Ciência do Movimento. 2 - Graduada em Fisioterapia pela Universidade Alto Vale do Rio do Peixe – UNIARP Benefícios das Técnicas de Fisioterapia Respiratória em Pacientes com Dreno Pleural Vitimizados por Trauma Torácico Benefi ts Of Physical Therapy Techniques In Patients With Respiratory Drain Pleural Victimized By Thoracic Trauma RESUMO O sistema respiratório tem a função de promover as trocas gasosas que o organismo necessita para manter a homeostase, do corpo. O trauma torácico é uma das principais causas de óbitos, sendo responsável por 25% das mortes, principalmente os traumas penetrantes, que causa choque e falência respiratória. A fi sioterapia é uma ciência complexa, que atua em diversos setores da saúde, dentre eles, possui um papel fundamental e de grande importância dentro das unidades de terapia intensiva, no tratamento e na prevenção de síndromes respiratórias. O presente estudo tem como objetivo analisar os benefícios das técnicas de fi sioterapia respiratória em pacientes com dreno pleural vitimizados por trauma torácico. Foram avaliados 05 pacientes que deram entrada na CTI do Hospital Maicê vítimas de trauma torácico, onde foram realizadas 05 sessões de fi sio- terapia respiratória utilizando as técnicas de higiene brônquica, estímulo diafragmático, posicionamento no leito e expansão reexpanção, foi analisada a ausculta pulmonar, a oximetria e a gasometria arterial como parâmetro de melhora antes e após os tratamentos destes pacientes. Após o tratamento os pacientes apresentaram melhora na ausculta pulmonar, na saturação de oxigênio de 20%, PaO2 de 17%, PaCO2 de 21% e pH de 09%. Os resultados obtidos neste estudo concordam com a literatura e demonstram que a Fisioterapia respiratória realizada em pa- cientes com trauma torácico dentro da CTI traz benefícios na ausculta pulmonar, saturação de Oxigênio, PaO2, PaCO2 e pH de destes pacientes. Palavras-Chave: Fisioterapia respiratória; Unidades de Terapia Intensiva; Drenagem Pleural; Trauma Torácico; Ausculta Pulmonar; Gasometria. ABSTRACT The respiratory system has the task of promoting the gas exchange that the body needs to maintain homeostasis, body. Thoracic trauma is a major cause of deaths, accounting for 25% of deaths, especially penetrating trauma, causing shock and respiratory failure. Physiotherapyis a complex science, that operates in various sectors of health, among them, has a fun- damental role and of great importance within the intensive care units, in the treatment and prevention of respiratory syndromes. The present study aims to analyze the benefi ts of respiratory physiotherapy techniques in patients with pleural drain thoracic trauma by victimised at times. Were evaluated 05 patients who have been admitted in Hospital CTI Maicê thoracic trauma victims, where they were held 05 respiratory physiotherapy sessions using the techniques of bronchial hygiene, stimulus diaphragmatic apnea, positioning in bed and reexpanção ex- pansion, was analyzed the pulmonary l’auscultation oximetry and blood gas analysis improves parameter as before and after the treatment of these patients. After treatment patients showed improvement in pulmonary l’auscultation in oxygen saturation of 202 %, PaO of 172 %, PaCO of 21% and pH 09%. The results obtained in this study agree with the literature and demonstrate that physiotherapy performed in patients with thoracic trauma within the CTI brings benefi ts in pulmonary oxygen saturation l’auscultation, PaO2 and PaCO pH of these patients. Keywords: respiratory physiotherapy; Intensive care units; Pleural Drainage; Thoracic Trauma; Pulmonary L’auscultation; Arterial Blood Gas. Tarso Waltrick1, Suelen Karina Cunen2 Recebido: 12/2011 Aceito: 08/2012 Autor para correspondência: Tarso Waltrick - Universidade Alto Vale do Rio Do Peixe - Uniarp Endereço: Rua: Victor Baptista Adami, 800 – Centro – CEP: 8500 000 – Caçador/ SC E-mail: tarsow@hotmail.com Página - 10 REVISTAINSPIRAR • movimento & saúde Volume 4 • Número 4 • julho/agosto de 2012 INTRODUÇÃO O sistema respiratório é considerado é um dos siste- mas mais complexos do organismo humano. Todo processo respiratório envolve variações de pressão que ocorrem em diversas estruturas desse sistema, de uma forma sincroniza- da e harmoniosa. Assim, desde as vias aéreas até os alvéolos, ocorrem diversos processos que tornam possível a ventila- ção pulmonar, a difusão e a percussão (COSTANZO,2006). Esse sistema tem a função de promover as trocas de gases que o organismo necessita para manter a homeostase, absorvendo o oxigênio do meio externo e eliminado o gás carbônico do organismo. É uma forma que nosso corpo utiliza para filtrar o ar que inspiramos e eliminar impurezas causadoras de doenças. Muitas vezes podem ocorrer falhas, ocasionando problemas no sistema respiratório e compro- metendo a função de trocas gasosas, levando a um quadro de insuficiência respiratória (PERFLINE, 2011). As enfermidades do aparelho respiratório são muito frequentes, e em muitas doenças podemos citar diversas manifestações clínicas. Dentre elas pode ocorrer o derrame pleural, caracterizado pelo acúmulo de líquido em excesso entre as pleuras que precisa ser tratado rapidamente, pois pode levar o paciente a uma falta de ar grave, a dispnéia, podendo ocasionar até a morte (WEST, 2002). Dessa forma é preciso buscar por tratamento urgente. É aí que entra a fisioterapia, que atua em diversos setores da saúde, dentre eles, possui um papel fundamental e de grande importância dentro das unidades de terapia intensiva, no tratamento e na prevenção de síndromes respiratórias (RUBIN, 1999). O profissional que pretende atuar nesta área precisa ter um grande conhecimento sobre a fisiologia do organismo e principalmente do sistema respiratório, precisa reconhecer a origem do problema, dando ao paciente um tratamento que deverá ser empregadas para melhorar as condições clínicas do paciente (VALEZAN, 2004). Uma das grandes causas do derrame pleural é a ocorrência de lesões traumáticas de tórax, ocasionado por acidentes automobilísticos. Infelizmente por imprudência de motoristas descuidados, pelas péssimas condições das estradas e rodovias do país, por causa de um setor sem infra-estrutura adequada é que a cada dia são maiores os índices de mortes no transito. As estradas brasileiras batem recorde em acidentes de trânsito e infelizmente o número de mortes por traumatismo do sistema respiratório só aumenta (LARA, 2005). Nesse sentido observa-se a importância do cuidado que o doente vitimado pelo trauma torácico precisa receber. Sendo assim, se faz necessário um estudo detalhado que responda ao seguinte questionamento: Quais os benefícios das técnicas de fisioterapia respiratória em pacientes com dreno pleural vitimados por trauma torácico? O presente estudo tem como objetivo geral analisar os benefícios das técnicas de fisioterapia respiratória em pacientes com dreno pleural vitimados por trauma torácico, estudar a fisiologia e a anatomia do sistema respiratório, estudar as patologias decorrentes dos traumas torácicos, as causas do derrame pleural e pneumotórax, verificar a incidência de óbitos em traumas torácicos e as técnicas da fisioterapia respiratória, além de analisar os benefícios das técnicas da fisioterapia respiratória. Como metodologia para o desenvolvimento do estudo utilizou-se a pesquisa qualitativa, realizando um relato de caso. O trabalho está organizado em capítulos, seguidos de conclusão e referências. O primeiro deles se restringe à Introdução do trabalho. No segundo capítulo, que diz respeito ao referencial teórico, realiza-se uma explanação referente ao sistema respiratório, assim como sua anatomia. Discutimos também acerca da fisiologia respiratória, dos acidentes automobilís- ticos, assim como os fatores predominantes no desenvolvi- mento de traumas, apontando as lesões decorrentes desse tipo de acidente. Neste mesmo capítulo fazem-se também alguns enca- minhamentos teóricos que contribuam para entendimento do conceito de Derrame Pleural, sua fisiologia, fisiopatia e diagnóstico dessa patologia. Além disso, elencamos os tipos de tratamento mais indicados no Derrame Pleural. O capítulo terceiro diz respeito à metodologia utilizada para a realização da pesquisa, o cenário da pesquisa, seu tipo e sua natureza, a população participante, protocolo de avaliação e a coleta dos dados. Por fim, o quarto capítulo, denominado: faz-se a exposição dos resultados e discussão dos dados coletados na pesquisa Enfim, com as reflexões e análises aqui expostas, objetivamos aprofundar a respeito de conceitos que podem subsidiar teórica e metodologicamente a nossa prática peda- gógica em relação á Fisioterapia e a melhoria na qualidade de vida de acidentados, respondendo, assim, a algumas das muitas questões que perpassam essa etapa do estudo e, também de futuras pesquisas. MÉTODOS CENÁRIO DA PESQUISA Este trabalho caracteriza-se como um estudo do tipo relato de caso. O cenário da Pesquisa foi o Centro de Terapia Intensiva – CTI do Hospital Maicê localizado na cidade de Caçador-SC. NATUREZA E TIPO DA PESQUISA A pesquisa desenvolvida tratou-se de pesquisa qualitativa, que segundo Minayo (2000) o pesquisador procura reduzir a dis- tancia entre a teoria e os dados, entre o contexto e a ação, usando a lógica da analise fenomenológica, isto é, da compreensão dos fenômenos pela sua descrição e interpretação. As experiências pessoais do pesquisador são elementos importantes na análise e compreensão dos fenômenos estudados. Este tipo de pesquisa também é caracterizada como uma pesquisa explicativa, Minayo (2000, p.47) relata que “pesquisas explicativas, são aquelas que têm como preocupação central identifi car os fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência dos fenômenos”. E para análise do grau de melhora nos resultados dos exames, foi utilizada a pesquisa de variável quantitativa que se- gundo Fachin (2001, p. 57) qualquer quantidade ou característica que pode possuir diferentes valores numéricos. “É determinada em relação aos dados ou proporção numérica [...] a atribuição numérica não deve ser ao acaso, porque a variação de uma pro- Página - 11Volume 4 • Número 4 • julho/agosto de 2012 movimento & saúde • REVISTAINSPIRAR priedade não é quantifi cada cientifi camente”. Na pesquisa do tipo quantitativa, os resultados foram analisados e classifi cados em estatística pelo método de porcentagem e gráfi cos. A pesquisa delineada neste estudo se caracteriza ainda como uma pesquisa descritiva, uma vez que o interesse maior está no levantamento de dados, fazendo-se uso, mais especifi - camente, de pesquisa documental. De acordo com Minayo (2000), nas pesquisas descritivas os fatos são observados, registrados, analisados, classifi cados e interpretados, sem interferência do pesquisador. O design da pesquisa é do tipo levantamento, onde é selecionada uma amostra signifi cativa de todo o universo, que é tomada como objeto de investigação. As conclusões obtidas a partir desta amostra são projetadas para a totalidade do universo. POPULAÇÃO E AMOSTRA O presente estudo foi aplicado com 05 pacientes que de- ram entrada no Hospital Maicê com história de trauma torácico e diagnóstico de derrame pleural. Os critérios de inclusão para pesquisa foram: • Pacientes que deram entrada ao Hospital com história de trauma torácico e diagnóstico de derrame pleural; • Estar internado na CTI; • O acompanhante/responsável assinar o termo de con- sentimento livre e esclarecido; • Ter indicação do Médico para realizar os procedimen- tos fi sioterápicos; Os critérios de exclusão da pesquisa foram: • Voluntários que não se encaixassem nos critérios de inclusão. • Por solicitação do pesquisador responsável; • Caso a pesquisa ofereça algum risco para o paciente; • Caso o responsável pelo paciente se recuse a assinar o termo de consentimento livre e esclarecido. PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO Os dados para o presente estudo foram levantados através de análise de prontuários, avaliação fi sioterapêutica e informa- ções colhidas da evolução dos tratamentos dos pacientes, dando ênfase ao exame de gasometria arterial, sendo os dados coletados no inicio do tratamento e ao fi nal do tratamento fi sioterapêutico. Após a autorização dos familiares os pacientes recebe- ram atendimento fi sioterapêutico respiratório uma vez por dia (em torno de 50 minutos), cinco dias na semana, foi incluído no tratamento todas as etapas da higiene brônquica, aspiração traqueal estéril e manobras de expansão e reexpansão. Para realizar as sessões de fi sioterapia foi utilizado em cada atendimento luvas estéreis, máscara e óculos de proteção. Em todos os atendimentos foram controlados os sinais vitais do paciente, a pressão arterial (PA), a frequência cardíaca (FC) e a frequência respiratória (FR). Para manter o paciente sempre com a saturação periférica de oxigênio (SpO2) estável durante toda a sessão fi sioterapêutica foi utilizado um Oxímetro de pulso. Avaliação da ausculta Antes de iniciar a ausculta pulmonar, o estetoscópio da marca Premmiun utilizado para o procedimento foi esterilizado. A ausculta pulmonar foi realizada com o paciente em decúbito dorsal, seguindo o protocolo de Carvalho et al (1996, p. 228 e 229) onde o paciente deve estar com “[...] a região auscultada totalmente despida”. Primeiro foi auscultado a parte anterior do tórax, aus- cultando um hemitórax de cada vez, começando pela base, seguindo-se para o ápice, seguindo o ciclo da ventilação me- cânica, da inspiração e expiração. Logo após o paciente foi colocado em decúbito lateral, auscultando cada face lateral do tórax. Consecutivamente, foi auscultada a região posterior do tórax, também iniciado em base e depois em ápice, um lobo de cada vez a fi m de se auscultar todos os lobos nos respectivos campos pulmonares, simétrica e comparativamente. Avaliação da gasometria A avaliação gasométrica foi realizada juntamente com os outros exames laboratoriais, a coleta do material, neste caso, o sangue, foi realizada logo após o paciente ter recebido o aten- dimento de urgência. O enfermeiro retirou dos pacientes em um método inva- sivo com agulha de calibre 21 com 0,5 mL de uma solução de heparina, cerca de 5 ml de sangue da artéria radial. Seguindo protocolo de Zagelbaum e Paré (1983 p. 25) [...] com o braço amparado na cama, estendido e dorsifl etido cerca de 30º, palpando a artéria radial próximo à prega do pulso, limpou a pele da área com algodão embebido em álcool, avançou a agulha até o sangue aparecer na seringa retirando a quantidade necessária de material, retirou a agulha e aplicou pressão direta no local. Segundo Presto e Damázio (2009, p. 43) com este proce- dimento obtemos dados importantes dos pacientes: avaliação da pressão arterial de oxigênio (PaO2), a pressão arterial de dióxido de carbono (PaCO2), o equilíbrio ácido-base do plasma sanguíneo. A gasometria também ofereceu outros parâmetros: bicarbonato [HCO3-], excesso de base [base excess, BE] e a saturação arterial de oxigênio [SaO2]. Tratamento Fisioterápico O tratamento foi baseado segundo Presto e Damázio (2009) com uma sessão que durava em média 50 minutos, onde foram realizadas primeiramente as técnicas de higiene brônquica e logo após as técnicas de expansão e reexpansão. A sessão de fi sioterapia respiratória foi composta das seguintes condutas: Manobras de higiene brônquica, com vibro- compressão, vibração manual, TEMP, AFE, posicionamento no leito, aspiração de tubo traqueal (quando necessário). COLETA DE DADOS Em um primeiro momento, entrou-se em contato com o hospital onde foi solicitada a permissão para realização da pesquisa e foi feita a explanação dos objetivos da mesma. Para a coleta de dados, teve-se acesso ao exame de Gasometria Ar- terial de cada paciente. Para se ter uma comparação dos resultados, os exames Página - 12 REVISTAINSPIRAR • movimento & saúde Volume 4 • Número 4 • julho/agosto de 2012 foram examinados logo após o paciente dar entrada no hospital e depois da realização de toda abordagem médica e fi siotera- pêutica. ANÁLISE DE DADOS A partir das informações coletadas do exame de Gaso- metria, os dados foram analisados pelos resultados de antes das sessões de fi sioterapia e depois das mesmas, através de análise qualitativa juntamente com uma discussão teórica, uma revisão da literatura criticamente articulada. Para Thiollent apud Valesan (2004) “o papel da teoria consiste em gerar idéias, hipóteses ou diretrizes para orientar a pesquisa e as interpretações” (p.55). Através dos dados obtidos, foi realizada a exploração do material, análise dos resultados e interpretação, a qual estabele- ceu as relações entre os dados gerados pela pesquisa de campo e os referenciais teóricos da pesquisa, respondendo aos objetivos propostos no início do trabalho. Análise descritiva (média ± desvio padrão) e a estatís- tica foram utilizadas. Feito uso do programa Statistica® para obtenção de médias dos resultados dos pacientes e o programa GraphPad Instat® para demonstrar os dados em gráfi cos. Uti- lizou-se ainda do Teste “T” para medidas repetidas. O nível de signifi cância adotado para todas as comparações foi de p<0,05. Os dados foram avaliados através do programa Statistica Prism 5.0. para demonstrar os dados em gráfi cos. Para compa- ração dos resultados utilizou-se o teste “T” pareado e o nível de signifi cância adotado para todas as comparações foi de p<0,05. RESULTADOS Avaliação da Saturação de Oxigênio No gráfi co 01, a primeira coluna demonstra a saturação de oxigênio antes do início do tratamento Fisioterapêutico dos pacientes que sofreram trauma torácico, dos pacientes interna- dos que sofreram trauma torácico, a segunda coluna refere-se a saturação de oxigênio dos pacientes após realizar a sessão de Fisioterapia. Os resultados demonstraram uma melhora signifi cativa de 20% na saturação de oxigênio após o trabalho da fi sioterapia (P < 0.05). Gráfi co 01: Comparativo entre os resultados da saturação de oxigênio antes e após atendimentofi sioterapeutico em pacientes pós trauma torácico Fonte: (CUNEN, 2011) O sangue de acordo com Marski (1998) é constituído por duas partes: uma parte líquida, o plasma sanguíneo e outra parte sólida. Dentre os componentes da parte sólida, temos as hemácias, uma célula especializada em fazer o transporte do oxigênio até as outras células do nosso corpo. As hemácias estão ligadas a uma molécula chamada hemo- globina. Além de carrear o oxigênio é responsável também por trazer o CO2 do organismo. Quando o oxigênio passa dos pulmões para o sangue, segundo Almeida (2011) uma pequena proporção fica em solução nos líquidos do plasma sanguíneo e nas hemácias e uma quantidade de oxigênio cerca de 60x maior combina-se imediatamente com a hemoglobina presente nas hemácias, essa combinação de O2 + hemoglobina é denominada oxi- -hemoglobina. Ela é levada então para os capilares dos tecidos do corpo. Andrade e Felicetti (2011) quando o sangue é oxige- nado até o nível arterial normal de 97% de saturação, cerca de 19 ml de oxigênio estarão fixados à hemoglobina. Então, conforme o sangue perde oxigênio para os tecidos e a satu- ração da hemoglobina cai a 70%, a quantidade de oxigênio que permanece fixada ao sangue ainda é da ordem de 14 ml para cada 100 ml de sangue. Ou seja, cada 100 ml de sangue que passam pelos tecidos, normalmente, libertam cerca de 5 ml de oxigênio para as células. De acordo com Marski (1998) para obter os dados da SpO2 (saturação de oxigênio no sangue) é utilizado um aparelho chamado Oxímetro de Dedo, este é conectado ao dedo indicador do paciente. Assim, nos casos em que a oxigenação do sangue do paciente é instável, como após uma operação ou numa situação que exija um tratamento intensivo, como em trauma torácico, o Oxímetro é impres- cindível e se torna um equipamento importante. A dosagem de hemoglobina é de acordo com Andrade e Felicetti (2011) importante para o acompanhamento dos pacientes que evoluem com perda volêmica significativa, enquanto a gasometria arterial fornece informações úteis sobre a qualidade da ventilação, auxiliando na indicação de ventilação mecânica. Lara (2005) descreve que em pacientes com trauma torácico tratados cirurgicamente, pode ser necessário a aplicação de ventilação pulmonar, para manter a oxigenação alveolar e a proteção seletiva da via aérea. Com relação à eficácia da fisioterapia em pacientes na unidade de terapia intensiva, Luiz, Silva e Machado apud Valezan (2004) com diminuição da SpO2, vários artigos abordando este tema foram encontrados; como um estudo realizado com 38 pacientes submetidos à drenagem pleural, sendo que, 20 deles receberam fisioterapia respiratória e 18 não receberam esse tratamento. O estudo demonstrou redução significativa no tempo de internação, no aumento do SpO2, nas ocorrências de atelectasia e também redução nos custos nos pacientes que receberam a fisioterapia. Mediante a esses dados e com a análise das literaturas comparadas há concordância com os resultados apresentados pelos pacientes aqui avaliados, onde mostram que o valor do SpO2 melhorou consideravelmente após o tratamento fisioterápico. Observou-se que depois de 10 minutos após a realização das manobras aumentou significativamente a SpO2, mostrando que, a curto prazo, estas técnicas são Página - 13 Volume 4 • Número 4 • julho/agosto de 2012 movimento & saúde • REVISTAINSPIRAR benéficas para a oxigenação. Avaliação da Pressão Parcial Arterial de Oxigênio (PaO2) No gráfico 02, a primeira coluna demonstra a pressão parcial arterial de oxigênio (PaO2) antes do início do trata- mento fisioterapêutico dos pacientes internados que sofreram trauma torácico, a segunda coluna refere-se a pressão par- cial arterial de oxigênio (PaO2) dos pacientes após realizar sessão de Fisioterapia. Os resultados demonstraram uma melhora significativa de 17% na pressão parcial arterial de oxigênio após o trabalho da fisioterapia (P < 0.02). Gráfi co 02: Comparativo entre os resultados da pressão parcial arterial de oxigênio (PaO2) antes e após atendimento fi sioterapeutico em pacientes pós trauma torácico. Fonte: (CUNEN, 2011) De acordo com Valesan (2004) a PaO2 exprime a eficácia das trocas gasosas de oxigênio entre os alvéolos e os capilares pulmonares, e depende diretamente da pressão parcial de oxigênio no alvéolo, da capacidade de difusão pulmonar desse gás, da existência de shunt anatômicos e da reação ventilação/perfusão pulmonar. Alterações desses fatores constituem causas de variação de PaO2. Os valores normais da PaO2 de acordo com Angeli (2011) ficam em torno de 90 a 100mmhHg. Mudanças nesses valores devem ser analisados, pois indicam trocas gasosas ineficientes. Mendes et al (2004) relatam que aplicaram a manobra reexpansiva de compressão-descompressão torácica em 40 indivíduos sadios, e através do monitoramento durante a téc- nica, houve aumento significativo dos volumes pulmonares. No estudo de caso feito por Simon et al (2004), pa- ciente com história de derrame pleural, sendo submetido a fisioterapia. Foi realizado recursos de expansão pulmonar como padrões ventilatórios seletivos e incentivadores ins- piratórios, manobra de compressão-descompressão, com objetivo de proporcionar melhora da mobilidade torácica e ventilação pulmonar. Como resultados, após 12 sessões, houve melhora da capacidade vital e consequentemente, o valor da PaO2 que estava abaixo se normalizou. A partir dos dados levantados por meio do estudo em questão, concluiu-se que o protocolo de tratamento escolhido para realizar nos pacientes internados foi eficaz em 100%, pois todos os pacientes obtiveram uma significativa melhora no aumento da PaO2. A experiência prática aqui descrita teve concordância com todos os autores citados neste estudo. Avaliação da Pressão Parcial Arterial de Gás Carbô- nico (PaCO2) No gráfico 03, a primeira coluna demonstra a pressão parcial arterial de gás carbônico (PaCO2) antes do início do tratamento fisioterapêutico dos pacientes internados que so- freram trauma torácico, a segunda coluna refere-se a pressão parcial arterial de gás carbônico (PaCO2) dos pacientes após realizar sessão de Fisioterapia. Os resultados demonstraram uma melhora significativa de 21% na pressão parcial arterial de gás carbônico após o trabalho da fisioterapia (P < 0.04). Gráfi co 03: Comparativo entre os resultados da pressão parcial arterial de gás carbônico (PaCO2) antes e após atendimento fi sioterapêutico em pacientes pós trauma torácico. Fonte: (CUNEN, 2011) O dióxido de carbono (CO2) para Almeida (2011) é o produto final do metabolismo aeróbico. O pulmão tem uma grande capacidade de eliminar o CO2 do sangue, devido às membranas onde ocorrem as trocas gasosas, por isso, é um importante regulador do equilíbrio ácido-básico do orga- nismo. O mecanismo regulador respiratório pode manter o pH na faixa normal, variando a quantidade de dióxido de carbono eliminada nos alvéolos. O dióxido de carbono para Almeida (2011) formado no organismo difunde-se para os líquidos intersticiais e destes para o sangue. O dióxido de carbono (CO2) combina-se com a água (H2O), para formar o ácido carbônico (H2CO3); uma pequena parte se dissocia nos íons bicarbonato (HCO3-) e hidrogênio. A maior parte do ácido carbônico existe no sangue como CO2 dissolvido e água, em equilíbrio. O CO2 alcança o líquido extracelular e logo após vai para o sangue para eliminação nos alvéolos. A quantidade de CO2 no sangue é expressa pela sua pressão parcial (PCO2). Quando o CO2 deixa o sangue, diminui a quantidade de ácido carbônico e em conseqüência o pH se eleva. Se, a eli- minação do CO2 for reduzida, haverá um acúmulo de ácido carbônico no sangue, ocorrendo a redução do pH. Quando o pH do sangue está ácido o centro respiratório aumenta a freqüência respiratória, para eliminar o CO2. Quando o pH do sangue se eleva, ocorrendo uma alcalose,o centro respiratório diminui reduzindo a eliminação de CO2. Segundo Almeida (2011) a pressão parcial de CO2 do sangue arterial exprime a eficácia da ventilação alveolar. Se a PaCO2 estiver menor que 35 mmHg, o paciente está hiperventilando, se a PCO2 estiver maior que 45 mmHg, o paciente está hipoventilando. Página - 14 REVISTAINSPIRAR • movimento & saúde Volume 4 • Número 4 • julho/agosto de 2012 Como mostra em estudos analisados, para Lara (2005) na maioria dos traumas torácicos, o PCO2 se eleva, pois ocorre a diminuição da eliminação de CO2 por redução da ventilação alveolar e insuficiência respiratória aguda, a hipoventilação. Nestes casos, o tratamento fisioterapêutico é a normalização da ventilação alveolar. Moraes, Yamaguti e Pitta (2002) estudaram a aplicação de manobras fisioterapêuticas reexpansivas e desobstrutivas em um paciente com diagnóstico de pneumonia associada a derrame pleural e constataram que após 15 dias de evolução a atuação fisioterapêutica foi eficaz na resolução do derrame pleural, melhorando a ventilação e restaurando a mecânica pulmonar normal. No presente estudo, os pacientes avaliados apresen- taram derrame pleural ocasionado por trauma torácico, e por consequência houve aumento do PCO2, todos foram diagnosticados com hipoventilação. De acordo com os dados obtidos da literatura e compa- radas com os resultados apresentados pelos pacientes trata- dos, há concordância de resultados. O tratamento escolhido para realizar nos pacientes internados foi eficaz em 100%, pois todos os pacientes obtiveram uma significativa melhora na redução do PCO2. A experiência prática aqui descrita teve concordância com todos os autores citados neste estudo. Avaliação do Potencial Hidrogeniônico (pH) No gráfico 04, a primeira coluna demonstra o potencial hidrogeniônico (pH) antes do início do tratamento fisiotera- pêutico dos pacientes internados que sofreram trauma torá- cico, a segunda coluna refere-se ao potencial hidrogeniônico (pH) dos pacientes após realizar as sessões de Fisioterapia. Os resultados demonstraram uma melhora significativa de 09% no potencial hidrogeniônico (pH) após o trabalho da fisioterapia (P < 0.05). Gráfi co 04: Comparativo entre os resultados do potencial hidrogeniônico (pH) antes e após atendimento fi sioterapeutico em pacientes pós trauma torácico. Fonte: (CUNEN, 2011) A regulação dos líquidos do organismo de acordo com Valesan (2004) inclui a regulação da concentração do íon hidrogênio, estes, asseguram um ambiente propício para as funções celulares. A concentração dos íons hidrogênio nos lí- quidos do organismo é medida pela unidade denominada pH. De acordo com Valesan (2004) os ácidos são as subs- tâncias que podem ceder íons hidrogênio para uma solução; bases são as substâncias que podem receber íons hidrogênio em uma solução. A alteração do pH de acordo com Almeida (2011) sugere um desequilíbrio no sistema respiratório ou meta- bólico. Quando ocorre uma redução no pH, denomina-se acidose, o aumento do mesmo é denominado alcalose. O desequilíbrio ácido-básico é atribuído a distúrbios ou do sistema respiratório (PaCO2) ou metabólico. Dias apud Valesan (2004) esclarece que o organismo produz ácidos que tem como finalidade preservar o pH em níveis estáveis, isso quer dizer, manter estável a concen- tração do íon hidrogênio e o principal íon é o bicarbonato, produzido a partir da combinação do dióxido de carbono e água. O bicarbonato juntamente com outras bases existentes no organismo formam substâncias chamadas de sistema tampão. A água também é de acordo com Valesan (2004) uma grande responsável por manter o pH equilibrado por ser uma substância neutra, com pH 7. A escala do pH vai de 0 a 14 e o 7 ocupa o ponto neutro. As soluções com pH inferior a 7 são ácidas e as soluções com pH superiores a 7 são con- sideradas básicas. O pH normal do sangue para Mota e Queiroz apud Lara (2005) varia entre 7,35 e 7,45. Quando o pH do sangue está abaixo de 7,35 dizemos que existe acidose, quando o pH do sangue fica superior a 7,45, dizemos que há alcalose. Mota e Queiroz apud Lara (2005) acresce que a acidose respiratória é causada pela ventilação inadequada decor- rentes de alterações nas relações pressóricas intratorácicas, por isso é tão comum em acidentes de alta velocidade. A decorrência de uma súbita aplicação de força às estruturas intratorácicas comprimem as mesmas no interior do tórax, especialmente os pulmões dificultando a ventilação, por isso a acidose é resultado frequente de um trauma torácico. No presente estudo, os pacientes avaliados apresen- taram redução do pH, e todos foram diagnosticados com acidose respiratória. A literatura de Azeredo (1994) traz como tratamento para a acidose respiratória, manter a oxigenação e a venti- lação em níveis normais com a manutenção das vias aéreas livres, correção da hipóxia e/ou hipercapnia e remoção de secreções. Mendes et al (2004) aplicaram a manobra reexpansiva de compressão- descompressão torácica em 40 indivíduos sadios, e através do monitoramento durante a técnica, houve aumento significativo dos volumes pulmonares. A partir dos dados levantados por meio do estudo em questão, concluiu-se que o protocolo de tratamento escolhido para realizar nos pacientes internados foi eficaz em 100%, pois todos os pacientes obtiveram uma significativa melhora na redução do pH. A experiência prática aqui descrita teve concordância com todos os autores citados neste estudo. CONSIDERAÇÕES FINAIS A importância que a fisioterapia ocupa hoje na área da saúde está cada vez mais evidente, principalmente nas Unidades de Terapia Intensiva. Existem estudos que com- provam a eficácia da fisioterapia respiratória nos Centros de Terapias Intensivas, principalmente quando bem empre- gada, trazendo resultados satisfatórios que contribuem para a recuperação do paciente. Página - 15 Volume 4 • Número 4 • julho/agosto de 2012 movimento & saúde • REVISTAINSPIRAR A incidência de óbitos ocorridos por processos trau- máticos relacionados a trauma de tórax é elevado, por isso, observa-se a importância do cuidado que o doente vitimizado pelo trauma torácico precisa receber. Os resultados obtidos neste estudo concordam com a literatura e demonstram que a Fisioterapia respiratória rea- lizada em pacientes com trauma torácico dentro da CTI traz benefícios na ausculta pulmonar, na saturação de Oxigênio e na gasometria: PaO2, PaCO2 e pH destes pacientes. A presença do fisioterapeuta é uma das recomendações básicas de toda Unidade de Terapia Intensiva, pois com o seu trabalho, diminui o risco de complicações respiratórias, reduz o sofrimento dos pacientes e permite a liberação mais rápida dos leitos hospitalares, diminuiu os riscos de infecção hospitalar e das vias respiratórias, proporcionando uma economia nos recursos. Diante disso, a presença de um fisioterapeuta na Unidade de Terapia Intensiva implica em benefícios não somente para os pacientes, mas também para o hospital, diminuindo os custos consideravelmente. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, Maria de Lourdes Leite de. Gasometria. 2011. Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/ABA- AAAplsAF/gasometria. Acesso em: 16 de agosto de 2011. ANDRADE, C. F. FELICETTI, J. C. Traumatismo to- rácico. 2011. Disponível: <www.cirurgiatoracica.net/TRAU- MA_TORACICO.pdf>. Acesso em: 19 de agosto de 2011. ANGELI, M. Costa. Oxigenoterapia. 2011. Disponível em: <http://www.chirurgiatoracica.org/per_fi sioterapisti/os- sigenoterapia1.htm>. Acesso em: 12 de novembro de 2011. AZEREDO, C. A. C. Ventilação Mecânica – Invasiva e Não Invasiva. Rio de Janeiro: Revinter, 1994. FACHIN, O. Fundamentos da metodologia. São Paulo: Saraiva, 2001. LARA, Simone. Asistência fi sioterapêutica á pacientes politraumatizados, internados na unidade de terapia intensiva (UTI), do hospital nossa senhora daconceição de Tubarão/SC, decorrentes de acidentes de trânsito. 2005. Disponível em: <http://www.fi sio-tb.unisul.br/Tccs/SimoneLara/tcc.pdf>. Acesso em: 21 de agosto de 2011. MARSKI. Saturação de oxigênio na hemoglobina. 1988. Disponível em: <http://www.marski.org/artigos/interesse- -geral/123-saturacao-de-oxigenio-na-hemoglobina>. Acesso em: 12 de novembro de 2011. MENDES, F.; et.al. Alterações fi siológicas durante a manobra de compressão e descompressão torácica. Revista Brasileira de Fisioterapia suplemento, São Carlos, set. 2004. MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafi o do conhe- cimento: pesquisa qualitativa em saúde. 10. Ed. São Paulo: Hicitec, 2000. MORAES M.P; YAMAGUTI, W.P; PITTA, F.O. Fisio- terapia respiratória e RPPI no tratamento de derrame pleural sem dreno torácico: relato de caso. Rev Bras Fisioterapia. 2002 PERFLINE. Fisiologia. Disponível em: <http://perfl ine. com/cursos/cursos/acbas/acbas04.htm>. Acesso em: 11 de outubro de 2011. PRESTO, Bruno. Fisioterapia respiratória. 4. Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. DAMÁZIO, Luciana. Fisioterapia na UTI. 2. Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. Página - 16 REVISTAINSPIRAR • movimento & saúde Volume 4 • Número 4 • julho/agosto de 2012 RESUMO A reabilitação cardiopulmonar e metabólica para portado- res de insufi ciência cardíaca decorrente de hipertensão arterial sistêmica estase difundindo em todo mundo e demonstrando seus benefícios na melhora da qualidade de vida das pessoas. O objetivo desse trabalho foi avaliar a efi ciência da reabilitação cardiopulmonar e metabólica em portadores de insufi ciência car- díaca decorrente de Hipertensão Arterial Sistêmica(HAS). Foi realizado uma avaliação inicial e após seis meses de reabilitação foi repetida a mesma avaliaçãoonde foi coletado os parâmetros VO2máx, espirometria consideradas as variáveis VEF e CVF e bioimpedância.A amostra foi composta por dez voluntários, porém a análise foi realizada em apenas nove pacientes, devido à ocorrência do falecimento de um indivíduo antes de sua rea- valiação. Os pacientes selecionados apresentavam diagnóstico de Insufi ciência Cardíaca decorrente de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) diagnosticada pelo médico, todos do sexo masculino, com idade entre 45 a 70 anos e participantes de um programa de reabilitação cardiopulmonar e metabólica do Instituto do Coração – INCOR – do Município de Lages/SC há pelo menos seis meses. Os resultados demonstraram que a reabilitação em pacientes com insufi ciência cardíaca visando melhorias a nível cardiopulmonar e metabólica demonstrou- resultados positivos, com melhorias em todas as variáveis analisadas. Diante disso podemos concluir que a inclusão de paciente cardíacos em um programa de reabilitação proporciona benefícios na aptidão física, na capacidade funcional, metabólica e respiratória. Palavras-chaves: Coração.Reabilitação.Fisioterapia. ABSTRACT Thecardiopulmonary and metabolic rehabilitationfor patients withheart failure due tohypertensionisspreadingand sho- wingtheir benefi ts inimproving quality ofl ife for these patients. The aim of thisstudy was to evaluatethe effi ciency of thecar- diopulmonary and metabolic rehabilitationin patients withheart failure due tosystemic hypertension(SH), performing aninitial reviewafter six monthsandentered into thisprogram,there weresospecifi esparametersVO2maxandconsideredas spirome- tryvariablesandFVC andFEVbioimpedanceevaluatingvisceral fat andbody mass index. The populationsample consisted often volunteers, but the analysis was performedin ninepatients dueto the occurrence ofadeathof individuals prior totheir revaluation. Those selectedwere diagnosed withheart failuredue tosystemic arterial hypertension (SAH) diagnosedby a physician, male, aged45-70years andparticipating in aprogram ofcardiopulmo- nary and metabolic rehabilitationofthe Heart Institute- InCor-the City ofLages/ BSAfor at least sixmonths.The results showedthat rehabilitationin patientswith heart failureaimed atimprovements incardiopulmonary andmetaboliccauseshigh benefi ts, with im- provements in all variables. Given thiswe can concludethat the inclusionof a patientin acardiacrehabilitation programprovides benefi tsin physical fi tness, functional capacityand respira- toryandmetabolicfi nding thatsupervised physical activityis safe andbenefi cial. Keywords: Heart. Rehabilitation. Physiotherapy. 1. Farmacêutica Homeopata e Mestranda em Farmácia; Professora da Universidade Nove de Julho. 2. Mestrando em Gestão Integrada de Saúde do Trabalho e Meio Ambiente, Professor da Universidade UniRadial Estácio. 3. Professor Doutor de Farmácia da Universidade Bandeirantes. 4. Professora Doutora de Farmácia da Universidade Bandeirantes. Recebido: maio de 2009 Aceito: setembro de 2009 Autor para correspondência: Patricia Nancy Iser Bem E-mail: sepia.sepia@hotmail.com Tarso Waltrick1,PatriciaParizotto2, Patrícia Santos3, Letícia dos SantosCoutinho4 Avaliação do VO2máx, Espirometria e Bioimpedância Após Seis Meses de Reabilitação Cardiopulmonar e Metabólica 1 - Coordenadordo curso de Fisioterapia, Especialista em Fisioterapia Cardiorrespiratória-Mestrando em Ciênciado 2 - Graduada em Fisioterapia pela Universidade Alto Vale do Rio do Peixe – UNIARP 3 - Farmacêutica. Doutora em Neurociência UFSC. Professora de Farmacologia UNIARP 4 - Fisioterapêuta. Especialista em Fisiologia. Mestrado em Ciência do Movimento. Universidade do Planalto Catarinense - UNIPLAC Recebido: 04/2012 Aceito: 08/2012 Autor para correspondência: Tarso Waltrick - Universidade Alto Vale do Rio Do Peixe - Uniarp Endereço: Rua: Victor Baptista Adami, 800 – Centro – CEP: 8500 000 – Caçador/ SC E-mail: tarsow@hotmail.com Evaluation Of VO2máx, And BiaSpirometry After Six Months Of Cardio- pulmonary Rehabilitation and Metabolic Página - 17 Volume 4 • Número 4 • julho/agosto de 2012 movimento & saúde • REVISTAINSPIRAR INTRODUÇÃO A partir do momento que ocorre uma diminuição do bom- beamento de sangue pelo coraçãodecorrentea qualquer condição, ocorre o que podemos chamar de insufi ciência cardíaca (IC). A causa em geral, é a redução da contratilidade do músculo car- díaco, sendo esta, decorrente da diminuição do fl uxo sanguíneo coronário (GUYTON e HALL, 2002). Os programas de reabilitação cardíaca apresentam como propósito reinserir pacientes portadores de doenças cardíacas às suas atividades diárias habituais, e tendo como ênfase a prática do exercício físico, juntamente com ações educacionais desti- nadas a mudanças no estilo de vida. Com isso ocorre a melhora não apenas na qualidade de vida como na capacidade funcional, constatando que o treinamento físico supervisionado é seguro e reduz a mortalidade em casos de internação por insufi ciência cardíaca descompensada (MORAES;COLS., 2005). O objetivo desse trabalho foi avaliar a efi ciência de um programa de reabilitação cardiopulmonar e metabólica em portadores de insufi ciência cardíaca decorrente de Hipertensão Arterial Sistêmica(HAS), realizando uma análise inicial e após seis meses inseridos neste programa, verifi caram-se de forma especifi ca os parâmetros VO2máx, bem como a espirometria consideradas as variáveis VEF e CVF e bioimpedância avaliando a gordura visceral e índice de massa corporal. MÉTODOS População e Amostra Este estudo foi aplicado em uma população composta de dez voluntários, selecionados com o diagnóstico de Insufi ciência Cardíaca decorrente de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), confi rmada em diagnóstico clínico, indivíduos do sexo masculino, com idade entre 45 e 70anos e participantes de um programa de reabilitação cardiopulmonar e metabólica do Instituto do Cora- ção – INCOR – do Município de Lages/SC o programa durou seis meses.A coleta de dados, com duração de seis meses, foi conduzida por meio da análise de resultados de testes ergométrico simples e o VO2máx obtido de forma direta,espirometrias e bio- impedância, realizados pelo corpo clínico do local da pesquisa. Esta análise foi realizada em apenas nove pacientes, devido à ocorrência de falecimento a um dos indivíduos antes de sua reavaliação. Todos os pacientes incluídos leram e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Avaliação do VO2máx O Protocolo de Bruce é o protocolo mais conhecido e di- fundido para realização de testes ergométricos simples e avaliação do VO2máxde forma direta. Este apresenta estágios irregulares, que variam a velocidade e a inclinação da esteira e que acaba por difi cultar a adaptação do paciente, requer dessa forma o aumento de aproximadamente 1 MET por cada minuto de exercício. Avaliação da Capacidade Vital Forçada e Volume Expi- ratório Forçado A espirometria é uma técnica que mede a entrada e a saída de ar nos pulmões, utilizando como explanação dos resultados com registros gráfi cos devido aos valores pulmonares apresen- tarem-se de forma numérica (COSTA, 1999). Pode ser realizada durante uma respiração lenta ou paralelamente a manobras ex- piratórias forçadas, devendo haver a compreensão e colaboração do avaliado. Os valores obtidos devem ser comparados com os valores previstos para o individuo avaliado, desta forma a espiro- metria auxilia assim na prevenção, diagnóstico e quantifi cação de distúrbios ventilatórios (PEREIRA, 2002). Durante a realização do teste optou-se por uma posição sentada, foi utilizado clipe nasal para evitar o vazamento de ar pelo nariz. O avaliado não teve acesso aos dados obtidos no teste até sua fi nalização, a fi m de não interferir nos resultados intermédios (COSTA, 1999). Os dados da espirometria foram obtidos através de um aparelho da marca OneFlow FVC. Avaliação da Gordura Visceral e Índice de Massa Corporal Foi utilizado uma balança de Bioimpedância da marca Omron, que não utiliza eletrodos fi xados no corpo. De acordo com o manual de instruções (2006) do próprio aparelho, este descreve sua composição: no monitor presente na balança exibe o valor calculado, em forma de porcentagem, da gordura corporal e visceral; porcentagem da musculatura esquelética; metabo- lismo em repouso e índice de massa corporal (IMC). A forma de utilização desta balança consiste em pressionar o botão para iniciar a medição, selecionar o perfi l pessoal e subir na balança, que contem eletrodos na base para os pés e onde o paciente irá segurar com as mãos para elevar o cabo da balança na altura de seus ombros em um ângulo de 90° (Omron, 2006). Programa de Reabilitação Cardiopulmonar e Metabólica A duração do programa foi um período de seis meses, ocorrendo cinco vezes semanais com duração aproximada de uma hora cada sessão. Em cada sessão os pacientes efetuaram quinze minutos de alongamentos, seguido de quarenta minutos de uma atividade aeróbia (esteira ou bicicleta ergométrica) mantendo sua freqüência cardíaca de reserva entre 60 – 70% da freqüência cardíaca máxima do teste ergométrico. Ao fi nal os pacientes realizaram cinco minutos de relaxamento. Tratamento Estatístico Para análise descritiva (média ± erro padrão da média) e a estatística foram utilizados o programa Statistica® para obten- ção de médias dos resultados e o programa GraphPadInstat® para explanar os dados em forma de tabelas e gráfi cos. O Teste “T” também foi empregado para medidas repetidas. O nível de signifi cância adotado para todas as comparações foi de p<0,05. RESULTADOS Tabela 1:Correlaciona informações coletadas inicialmente e posterior a um período de seis meses com pacientes portado- res de IC decorrente de HAS em um programa de reabilitação cardiopulmonar e metabólica. Os resultados são comparativos da variável VO2máx, indicando um aumento aproximadamente comum, ocorrendo em apenas dois pacientes a permanência no mesmo nível conceituado inicialmente. Em média a efi cácia da reabilitação foi de 3,84 ml O2/Kg/min na variante citada acima. Página - 18 REVISTAINSPIRAR • movimento & saúde Volume 4 • Número 4 • julho/agosto de 2012 A tabela 3: apresenta valores relacionados ao teste da es- pirometria inicial e após seis meses de programa de reabilitação, consistindo esta variante o Volume Expiratório Forçado (VEF1). De maneira genérica a efi ciência da reabilitação cardiopulmonar e metabólica obteve nesta análise a melhor média de caráter po- sitivo para todos os resultados. Com base nisto demonstra-se os benefícios da reabilitação não só no sistema cardíaco como nos componentes respiratórios. De acordo com estudo realizado por Junior et al. (2007) que avaliou a função pulmonar juntamente com a força muscular de doze pacientes portadores de IC, em classe II e III segundo a NYHA. Os resultados demonstraram que em total as variáveis analisadas, entre elas a CVF e o VEF, houve diferença signifi ca- tiva entre os grupos, com o grupo de classe II obtendo melhores resultados. Porém os autores citados acima ainda descrevem que em outro estudo realizado com portadores de IC, incluindo todas as classes funcionais determinada pela NYHA, observou-se uma redução signifi cativa de seus volumes pulmonares, principalmente nos valores da CVF e VEF1 mostrando a alteração gerada por esta patologia e sua resposta na intolerância desses pacientes a atividade física. Devido a isso os autores descrevem a importân- cia de exercícios designados a melhora da função pulmonar, por meio de atividade aeróbia com o uso de incentivadores orientada pelo fi sioterapeuta. De acordo com analise de Duarte; Pereira e Rodrigues (2007) onde validaram novos valores da espirometria forçada em brasileiros de raça branca no ano de 2006 através de avaliação de 643 indivíduos não fumantes, sendo 373 do sexo feminino acima de vinte anos e 270 do sexo masculino acima de vinte e cinco anos. Com relação aos valores da capacidade vital forçada e volume expiratório forçado obtiveram os seguintes dados referenciais: CVF (4,86L ± 0,84 e 3,39L ± 0,62 respectivamente para homens e mulheres) e VEF1 (3,94L ± 0,73 no sexo masculino e 2,78L ± 0,52 no sexo feminino). Para Santos; Plewka e Brofman (2009) que realizaram uma avaliação, derivada de análise multivariada, na qualidade de vida e nos indicadores clínicos da insufi ciência cardíaca, em 101 pacientes ambulatoriais brasileiros, concluíram que os resultados atingidos demonstram independência com relação à qualidade de vida desses indivíduos. Os valores previstos no artigo citado para CVF (83,30% ± 27,05) e para o VEF1 (80,79% ± 25,03) correlacionados com os dados obtidos neste presente estudo evidenciam a efi cácia da reabilitação na obtenção dos valores previstos a esses indivíduos. Considerando os dados obtidos nas tabelas acima, relacio- nados com os valores referentes à espirometria, paralelamente com os parâmetros das demais literaturas verifi ca-se um pro- De acordo com Thompson e Braith (2004) o VO2 max pode sofrer alterações induzidas pela pratica do exercício físico em pacientes portadores de insufi ciência cardíaca crônica, esta variação pode ocorrem em uma média de 1,4 a 7 ml/kg/min. Segundo descrição de Sullivanet al apud Thompson e Brai- th (2004) após um período de quatro meses realizando exercício físico monitorado por quatro horas semanais com portadores de insufi ciência cardíaca crônica, observaram um aumento de 23% nos níveis do VO2 max (16,8 versus 20,6 ml/kg/min). Para Martins et al. (2004) em sua pesquisa bibliográfi ca com relação a prescrição de atividade física na insufi ciência car- díaca relata que, em demais estudos, o consumo de oxigênio de pico (VO2pico), valor máximo obtido durante o exercício físico, evidenciado em pacientes com IC apresenta valores entre 8 e 21 ml/kg/min comparado a valores de portadores de função cardíaca normal. Estes autores ainda relatam que dados do VO2pico entre 20 e 40 ml/kg/min são relacionados ao sedentarismo. De uma maneira geral as publicações reconhecem uma melhor datolerância à atividade física em portadores de IC com a reabilitação cardíaca, ocorrendo não só um aumento no VO2pico, mas também uma melhora com classifi cação desta patologia na NYHA, entre outras (MARTINS et al., 2004). Analisando os estudos comparativos há concordância com os resultados positivos apresentados pelos pacientes aqui avaliados, porém, estes apresentaram maior progresso nesta variável discutida com relação à média identifi cada na maioria das literaturas. Na tabela 2 verifi camos os valores obtidos em uma das variáveis retirada do teste de espirometria, a capacidade vital forçada (CVF), sendo também considerada antes e apóshá seis meses em reabilitação. Página - 19 Volume 4 • Número 4 • julho/agosto de 2012 movimento & saúde • REVISTAINSPIRAR porcional consentimento nos resultados, constatando em ambas, melhorias nesta variável Na tabela 4 proporciona uma conexão de informações com relação à gordura visceral nos portadores de IC que freqüentam semanalmente a reabilitação cardiopulmonar e metabólica (antes e após seis meses). De acordo com a análise está variável foi a que apresentou a menor média (1,7%) apresentada neste estudo, apesar do resultado este permaneceu de forma positiva com diminuição dos valores em superioridade. De acordo com estudo de Rocca et al. (2008) sobre o efeito do exercício físico para os fatores de risco de doenças crônicas em mulheres obesas, onde vinte e duas pacientes foram subme- tidas a um programa de exercícios físicos durante três meses, três vezes por semana com duração de uma hora (trinta minutos de exercício aeróbio e trinta minutos de exercício resistido). Os resultados foram benéfi cos com relação aos valores da gordura visceral em suas medidas de circunferência da cintura, circun- ferência do quadril e relação entre elas. Para os valores iniciais de circunferência de cintura: 103,17cm (± 9,98) houve redução para 99,38cm (± 9,68) após o período de atividade física regular. Na tabela 5 apresenta os dados do Índice de Massa Cor- poral (IMC) verifi cado antes e após os seis meses realizando um programa de reabilitação cardiopulmonar e metabólica. Em con- seqüência desta os resultados apontam uma diminuição na maior parte dos pacientes avaliados, porém houve uma permanência e uma elevação de nível. De modo geral a média de 2,62% foi novamente positiva igualmente as demais variáveis. Ainda citando artigo de Roccaet al. (2008) nos valores do índice de massa corporal também houve redução entretanto com média menos signifi cativa. Inicialmente as pacientes obtiveram valores de 36,04 ± 3,97kg/m2 e após os três meses com a prática semanal de exercício físico os dados reavaliados foram de 35,78 kg/m2 (± 4,05). De acordo com Rebelo et al. (2007) em sua apresentação do resultado clínico e econômico de um programa de reabilitação cardiopulmonar e metabólica identifi cou através de uma amostra de noventa e seis indivíduos participantes de um programa de reabilitação cardiopulmonar e metabólica por vinte e dois (±3) meses. Uma das variáveis analisada foi o índice de massa cor- poral, inicialmente de 29,17 (± 5,14) e posterior a esse período para 27,88 (± 4,83) para os homens. Realizando uma média com os valores identifi cado por Rebelo et al. houve uma redução de aproximadamente 1,29 kg/ m2. Em nosso estudo esta média adquiriu valor superior revelando desta forma que há possibilidades de uma diminuição ainda maior caso esses indivíduos permaneçam em programas de reabilitação. Segundo estudo elaborado por Lavouras et al. (2010) através de uma amostra com vinte e cinco voluntários cardiopa- tas com idade aproximada de 63,89 anos (± 8,35), onde foram iniciados em uma programa de reabilitação cardiopulmonar e metabólica após 3 meses do evento agudo coronariano. A discus- são dos resultados baseou-se em dados obtidos após doze meses participando, três vezes semanais, da reabilitação. Com relação à variante IMC foram adquiridos os seguintes resultados: medida inicial 28,18 kg/m2 (± 5,76) e posteriormente ao período inserido no programa de reabilitação cardiopulmonar e metabólica, seu valor fi nal foi 26,02 kg/m2 (± 2,76) demonstrando um percentual de benefi cio de -4,39%. Correlacionando os efeitos fi nais deste presente estudo com as consequências expressadas nas demais literaturas, iden- tifi camos de maneira objetiva que os valores da gordura visceral e do IMC em indivíduos cardiopatas podem gerar maiores be- nefícios diante da permanência destes indivíduos no programa de reabilitação cardiopulmonar e metabólica, visando melhorias progressivas e constantes. CONCLUSÃO Diante disso podemos concluir que a inclusão de paciente cardíacos em um programa de reabilitação propor- ciona benefícios na aptidão física, na capacidade funcional metabólica e respiratória e constatando que a atividade física supervisionada é segura e benéfica. REFERÊNCIAS AZEREDO, C. A. C. Fisioterapia respiratória moder- na. 4° ed. São Paulo: Manole, 2002. BICKLEY, L. S. Bates: propedêutica médica. 8ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. BOCCHI & COLS. Sociedade Brasileira de Car- diologia. III Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica. 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