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PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DA VONTADE Contrato

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O direito contratual rege-se por diversos princípios, alguns tradicionais e outros modernos. Os mais 
importantes são os: da autonomia da vontade, da supremacia da ordem pública, do consensualismo, da 
relatividade dos efeitos, da obrigatoriedade, da revisão ou onerosidade excessiva e da boa-fé. 
Tradicionalmente, desde o direito romano, as pessoas são livres para contratar. Essa liberdade abrange o 
direito de contratar se quiserem, com quem quiserem e sobre o que quiserem, ou seja, o direito de contratar e 
de não contratar, de escolher a pessoa com quem fazê-lo e de estabelecer o conteúdo do contrato.
O princípio da autonomia da vontade se alicerça exatamente na ampla liberdade contratual, no poder dos 
contratantes de disciplinar os seus interesses mediante acordo de vontades, suscitando efeitos tutelados pela 
ordem jurídica. Têm as partes a faculdade de celebrar ou não contratos, sem qualquer interferência do Estado. 
Podem celebrar contratos nominados ou fazer combinações, dando origem a contratos inominados. Esse 
princípio teve o seu apogeu após a Revolução Francesa, com a predominância do individualismo e a pregação 
da liberdade em todos os campos, inclusive no contratual. Como a vontade manifestada deve ser respeitada, a 
avença faz lei entre as partes, assegurando a qualquer delas o direito de exigir o seu cumprimento. 
O princípio da autonomia da vontade serve de fundamento para a celebração dos contratos atípicos
Contrato atípico é o que resulta não de um acordo de vontades regulado no ordenamento jurídico, mas gerado 
pelas necessidades e interesses das partes. A liberdade contratual é prevista no art. 421 do novo Código Civil, 
nestes termos: “A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato”. É 
lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste Código”. 
Têm aumentado consideravelmente as limitações à liberdade de contratar, em seus três aspectos. Assim: 
A faculdade de contratar e de não contratar (de contratar se quiser) mostra-se, atualmente, relativa, pois a vida 
em sociedade obriga as pessoas a realizar, frequentemente, contratos de toda espécie, como o de transporte, 
de compra de alimentos, de aquisição de jornais e de fornecimento de bens e serviços públicos (energia 
elétrica, água, telefone etc.). O licenciamento de um veículo, por exemplo, é condicionado à celebração do 
seguro obrigatório. O Código de Defesa do Consumidor dispõe que o fornecedor de produtos e serviços não 
pode recusar atendimento às demandas dos consumidores, na medida de suas disponibilidades de estoque e 
em conformidade com os usos e costumes (art. 39, II).Também a liberdade de escolha do outro contraente (de 
contratar com quem quiser) sofre, hoje, restrições, como nos casos de serviços públicos concedidos sob regime 
de monopólio e nos contratos submetidos ao Código do Consumidor. E, em terceiro lugar, o poder de 
estabelecer o conteúdo do contrato (de contratar sobre o que quiser) sofre também, hodiernamente, 
limitações determinadas pelas cláusulas gerais, especialmente as que tratam da função social do contrato e da 
boa-fé objetiva, do Código de Defesa do Consumidor e, principalmente, pelas exigências e supremacia da 
ordem pública.
PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DA VONTADE - Contrato
sexta-feira, 29 de abril de 2016 18:52
 Página 1 de faculdade

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