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Pontos essenciais: - Fatores de risco; - Classificação de Lauren; Câncer gástri Quadro 1-Fatores envolvidos no câncer gástrico Meio ambiente - Definição de câncer gástrico precoce; - Classificação de Borrmann; - Sinais clínicos característicos; - Falta de refrigeração; - Alimentos malpreparados; - Água não-tratada (poço, nitratos); - Tabagismo; - Fatores ocupacionais (mineradores de carvão, vulcanizadores); - Baixa condição socioeconômica; - Infecção pelo Helicobacter pylori. Nutricional - Tratamento indicado. 1. Epidemiologia o câncer gástrico é a 3ª neoplasia com maior incidência no Brasil (22.330 casos em 2001). A incidência em homens é de 18,29 casos por 100.000 habitantes e, em mulheres, 8,14 por 100.000 habitantes. É o tumor do trato gastrintestinal mais freqüente no mundo. Embora a mortalidade por esses tumores venha diminuindo, ainda é a 2ª causa de óbito por câncer. A incidência do câncer gástrico aumenta com a ida- de, é maior em homens e em níveis socioeconômicos mais baixos. A incidência do câncer gástrico diminuiu, principalmente, nos países desenvolvidos. Isso se deve à melhoria das condi- ções alimentares, ao aumento do uso de geladeira, à dimi- nuição na ingestão de defumados e ao aumento na ingesta de vitaminas. 2. Fatores de risco o desenvolvimento do câncer gástrico é multifatorial e envolve aspectos ambientais e genéticos: - Baixo consumo de proteínas; - Peixes ou carnes salgadas; - Alta concentração de nitratos; - Baixo consumo de vegetais frescos e frutas; - Baixo consumo de vitaminas A e C; - Operações gástricas prévias; - Gastrite atrófica. Em relação à genética, há a denominada síndrome do câncer gástrico difuso hereditário, autossômica dominante com franca predisposição familiar. Essasíndrome tem os seguintes critérios: 2 ou mais parentes de 1º ou 2º graus com, pelo menos, 1 diag- nosticado antes dos 50 anos; 3 parentes de 1º ou 2º graus, in- dependentemente da idade ao diagnóstico. Tais pacientes apre- sentam uma mutação que altera a e-caderina, molécula que age inibindo o crescimento tumoral, invasão e metástases. Quando tal molécula é inativada, a célula cancerosa aumenta a sua moti- lidade e o seu potencial de invasão e de gerar metástases. 3. Alterações histológicas pré-malignas A - Pólipos epiteliais e adenomas a) Pólipos hiperplásicos: são os mais comuns. Formados por lesões regenerativas. Muito baixo risco de transformação maligna «2%). MEDCEL - PRINCIPAIS TEMAS EM GASTROENTEROLOGIA b) Pólipos adenomatosos: maior risco de transformação maligna. Lesões planas têm risco de 6 a 21%, e lesões polipóides de 20 a 75%. O risco de transformação maligna aumenta de acordo com o tamanho. c) Pólipos hamartomatosos: é muito raro o câncer. d) Pólipos inflamatórios: sem potencial maligno. e) Pólipos heterotópicos: por exemplo, no tecido pancre- ático. É raro o câncer. B - Gastropatia hiperplásica Hipertrofia de camada mucosa do estômago - hiperplasia epitelial. Existem 3 tipos: I) Hiperplasia glandular com hiperacidez devido à síndro- me de Zollinger-Ellison. Não induz ao câncer gástrico. li) Hiperplasia das células mucosas superficiais com per- da de proteína (doença de Ménétrier), risco de câncer em 5 a 10%. Ocorre mais no antro. 111) Hiperplasia do tipo misto: aumento de todos os tipos de glândulas. Maior risco de câncer, em mulheres jovens. Os tumores são geralmente difusos e infiltrativos. c -Metaplasia intestinal Essaé uma condição pré-maligna que acompanha a gastri- te crônica atrófica e se caracteriza por substituição, em uma área do estômago, do epitélio gástrico pelo epitélio intestinal. Constitui um fator de risco para câncer do tipo intestinal, ou seja, bem diferenciado. A metaplasia pode ser: a) Completa: epitélio semelhante ao do intestino delgado. b) Incompleta: epitélio semelhante ao colônico. Quando a área de metaplasia apresenta células produto- ras de mucina, há risco muito aumentado para o desenvolvi- mento de câncer gástrico. o - Displasia Trata-se de perda parcial funcional e estrutural do tecido que se assemelha ao epitélio de origem. É um fenômeno re- generativo ou uma alteração neoplásica inicial. Displasia de alto grau tem alto risco de câncer, e deve-se fazer vigilância com endoscopia. E - Úlcera péptica gástrica Tem baixa associação com câncer (cerca de 0,68%). O ris- co aumenta, provavelmente, com a presença de H. py/ori e de metaplasia intestinal. Pacientes submetidos a gastrectomia prévia por doença benigna com reconstrução à Billroth 11 tem iMedcel maior risco de câncer, especialmente em pós-operatório de 20 anos ou mais. 4. Biologia molecular A constante renovação do epitélio gastrintestinal, com proliferação e diferenciação celular adequada sem transfor- mação maligna, ocorre por meio de processo regulado pelos genes supressores tumorais e pela não-ativação dos proto- oncogenes. Assim, o adequado envelhecimento celular gera apoptose (morte programada) e a sua substituição. A ativação dos proto-oncogenes formando os oncogenes e a inativação dos genes supressores tumorais podem alterar a apoptose e desencadear o aparecimento de tumores. A - Exemplo de genes supressores tumorais a) p53: presente no braço curto do cromossomo 17. Induz apoptose, evitando a replicação de DNA mutante. No câncer gástrico, ocorre inativação do p53 por deleção ou mutação em 60% dos casos no tumor do tipo intestinal e em 76% dos casos no tumor do tipo difuso. A inativação do p53 também tem relação com o prognóstico da doença. b) APC (Ausente na Poli pose Colônica): localiza-se no cromossomo 21. A perda do alelo do gene APC é a alteração genética mais comum relacionada ao câncer gástrico. Ocorre em 87% dos pacientes com câncer gástrico. c) DCC (Depletado no Câncer de Cólon): localiza-se no braço longo do cromossomo 18. Sua alteração está presente em 30 a 60% dos pacientes com câncer gástrico. B - Exemplos de oncogenes: C-MET, K-SAM, C-ERB B2, C-MYC, BCL-2. 5. Classificação de acordo com o tipo histológico Das múltiplas classificações histológicas propostas para o câncer gástrico, como as de Nakamura e de Iriya, a mais utili- zada na prática é a de Lauren. Nela, o adenocarcinoma pode ser classificado nos tipos intestinal ou difuso. A - Tipo intestinal de Lauren Tem padrão glandular e se caracteriza pela presença de células neoplásicas coesas formando estruturas tubulares e uma massa discreta. A partir do epitélio normal, ocorre ins- tabilidade gênica, levando inicialmente a metaplasia intesti- nal, de modo a substituir o epitélio gástrico por elementos histológicos que reproduzem o epitélio duodenal, levando a displasia ou adenoma, câncer precoce, câncer avançado e metástases, seqüencialmente. iMedcel CÂNCER GÁSTRICO Normalmente, acomete indivíduos idosos. É bem ou mo- deradamente diferenciado, tem melhor prognóstico que o tipo difuso e localiza-se mais no antro e pequena curvatura. B - Tipo difuso de Lauren Do epitélio norma" sem processo de metaplasia, ocorre instabilidade gênica que pode levar a câncer precoce, câncer avançado e metástases. As células cancerosas infiltram-se difusamente na parede do estômago. É um tumor produtor de mucina e composto por células separadas ou por pequenos agrupamentos de cé- lulas com secreção mucinosa distribuída por todo o citoplas- ma das células, ou dispersa no estroma. Acomete indivíduos mais jovens, é indiferenciado e tem pior prognóstico que o tipo intestinal. Outra forma de classificação é a descrita por Broders, que subdivide conforme o grau de diferenciação das células tu- morais, em 3 tipos: bem diferenciados (GiL moderadamente diferenciados (G2) e indiferenciados (G3). 6. Quadro clínico Pacientes com lesões pequenas podem ser assintomáticos. Nesses casos, apenas 30 a 40%apresentam sintomas, como dor epigástrica, emagrecimento, anorexia, anemia e náusea. Nos casos avançados, os sintomas são mais prevalentes. Além dos sintomas já mencionados, podem apresentar, também, vômitos, hematêmese e/ou melena. Esta última é pouco freqüente, pois o sangramento geralmente é peque- no e crônico. Além disso, podem apresentar ainda disfagia precoce, no caso de obstrução próximo à cárdia, ou tardia, quando a obstrução é próxima ao piloro. A icterícia pode estar presente em casos avançados que apresentam metástases hepáticas com compressão de via bi- liar ou comprometimento linfonodal no hilo hepático. O exame físico pode demonstrar anemia; sinais de erna- grecimento; massa abdominal palpável no epigástrio, que é sugestivo de irressecabilidade; ascite, que pode estar asso- ciada à disseminação peritoneal; gânglio de Virchow (ou sinal de Troisler), que é um gânglio endurecido, na fossa supracla- vicular esquerda; sinal de Sister Mary Joseph, um nódulo na região umbilical, que indica implante peritoneal nessa região, além de ser sinal de doença disseminada; prateleira de Blum- mer, que consiste na irregularidade ao toque retal no fundo de saco de Douglas, e também indica implantes peritoneais. A disseminação peritoneal do câncer gástrico (assim como de qualquer outro tumor do trato gastrintestinal) para o ová- rio recebe o nome de tumor de Krukenberg. 7. Marcadores séricos inespecíficos Não há marcador tumoral específico com benefício com- provado na utilização clínica para os pacientes com câncer gástrico. Dentre as muitas opções, destacamos: - CA 19.9: aumenta no câncer de pâncreas, colorretal e de estômago; - CA 72.4: presente em cerca de 50% nos pacientes com câncer gástrico, principalmente nos estadios 111 e IV; - CEA: está aumentado em 10 a 30% dos pacientes com câncer gástrico. Associado a pior prognóstico. 8. Diagnóstico A endoscopia é o método diagnóstico de escolha. Além de fazer o diagnóstico, já possibilita o início do estadiamento, in- dicando se o tumor é precoce ou avançado, seu tamanho e sua localização. A radiologia convencional contrastada praticamente não é mais utilizada nos dias atuais como método diagnóstico. Figura 1-Câncer gástrico - visão endoscópica Borrmann I O câncer gástrico é definido como precoce quando, em profundidade, limita-se à mucosa e à submucosa, indepen- dentemente de sua extensão no estômago e da presença ou ausência de metástases. Todos os demais são classificados como câncer gástrico avançado. A compreensão desses 2 conceitos é essencial, porque há grande confusão entre os conceitos de câncer gás- trico avançado, que ultrapassou a submucosa, e metastático, em que há presença de metástases a distância. Por meio do aspecto macroscópico desses 2 tipos de le- são, geralmente observado durante o exame endoscópico ou anatomopatológico, podemos classificar os tumores preco- ces ou avançados. A - Classificação macroscópica do câncer gástrico precoce (segundo a Sociedade Japonesa de En- doscopia Gastroenterológica) Tipo I: Lesão protrusa; Tipo 11: Superficial; a) Plana levemente elevada; b) Plana; c) Levemente deprimida. Tipo 111: Escavada. Tipo misto: II c + 111. •• MEDCEL - PRINCIPAIS TEMAS EM GASTROENTEROLOGIA iMedcel Tipo básico { a. Tipo elevado b. Tipo plano c. Tipo deprimido Tipo I - Tipo protruso Tipo 11- Tipo superficial Tipo 111- Tipo escavado Figura 2 - Classificação endoscópica do câncer gástrico precoce B - Classificação macroscópica para câncer gástri- co avançado (Borrmann) Tipo I: Polipóide; Tipo 11:Ulcerado; Tipo 111:Úlcero-infiltrativo; Tipo IV: Infiltrativo. Classificação de Borrmann Tipo 1 _Tipo Protruso Tipo 2 _Tipo Deprimido Tipo 3 Tipo 4 :sveet!lt!fS - Figura 3 - Classificação de Borrmann Figura 4 - Exemplo de tumor úlcero-infiltrativo de antro: Borrmann 11I,o tipo mais comum 9. Estadiamento o estadiamento dos pacientes com câncer gástrico tem início com a história clínica em busca de sinais e de sintomas •• de doença avançada ou metastática, como perda de peso, au- mento do volume abdominal, icterícia, dor abdominal, vômi- tos, disfagia, hemorragia digestiva etc. No exame físico, há sinais específicos de doença metas- tática, tais quais, os nódulos de Irish (axilar E) e de Virchow (supraclavicular E), relacionados a metástases lifonodais; o sinal de Sister Mary Joseph (nódulo umbilical), a prateleira de Blummer (implantes no fundo de saco ao toque retal) e o tumor de Krukemberg (implantes ovarianos), relacionados à carcinomatose peritoneal e à hepatomegalia nodular, su- gestiva de metástases hepáticas. A massa abdominal palpável é um fator de mau prognóstico, pois, geralmente, denota o tumor invasivo de grandes proporções, na maioria das vezes metastático. Depois de anamnese e exame físico cuidadosos, devemos solicitar exames complementares, de acordo com a disponi- bilidade de cada instituição, a fim de prosseguirmos com o estadiamento que só estará completo depois das fases intra- operatória e anatomopatológica. A - USG de abdome É um bom método para a detecção de metástases hepá- ticas, mas ruim para avaliar invasão loco-regional do tumor gástrico. Em casos de lesões pequenas à endoscopia, o USG pode ser um bom método para o estadiamento abdominal, junta- mente com a endoscopia (ver item E). B - Tomografia de abdome Figura 5 - Tomografia de abdome evidenciando espessamento da parede gástrica Esse é um método muito eficaz, tanto para tumores me- nores, e ainda mais para tumores gástricos avançados. Pos- sibilita a avaliação de metástases hepáticas, a presença de linfonodos aumentados, dando idéia de seu acometimento e estadiamento loco-regional, avaliando invasão de estruturas adjacentes. - ~- ---- - CÂNCER GÁSTRICO O tumor pode apresentar-se como um espessamento da parede gástrica, e a tomografia pode sugerir disseminação peritoneal quando mostrar irregularidade peritoneal, que pode vir acompanhada de ascite. c - Ressonância magnética de abdome Trata-se de um bom método, com as mesmas vantagens da tomografia. o - Raio x o estadiamento do tórax pode ser realizado com radio- grafia simples de tórax nas posições ântero-posterior e perfil. As radiografias contrastadas podem ser úteis na avaliação da extensão do tumor para outros órgãos como o esôfago e o duodeno, principalmente quando o tumor é infiltrativo, e a mucosa é normal à endoscopia. E - Ecoendoscopia Possibilita estadiamento loco-regional do tumor. No caso de câncer gástrico precoce, a ecoendoscopia dá uma idéia mais precisa da profundidade da invasão tumoral, tornando- se indispensável quando se pensa em tratamentos não-cirúr- gicos. Porém, é pouco disponível em nosso meio. F - Laparoscopia diagnóstica Pode ajudar no estadiamento abdominal, principalmente em caso de suspeita de implantes peritoneais que não foram confir- mados pela tomografia ou paracentese, nos casos de ascite. Pode avaliar também a localização do tumor, a invasão da serosa gástrica, metástases hepáticas que afioram na super- fície (70 a 90%), o comprometimento linfonodal e dos epí- plons, a fixação do tumor a estruturas adjacentes e, como já descrito, a disseminação peritoneal. Figura 6 - Estadiamento por laparoscopia com múltiplas metástases hepáticas 10. Estadiamento TNM o estadiamento final do tumor só pode ser concluído após a cirurgia e a análise anatomopatológica da peça resseca da. É avaliada, então, a profundidade de invasão na parede gás- trica (T), o acometimento ganglionar (N), e a presença de metás- tases hematogênicas (M), que, geralmente, são para o fígado. Para isso, devem fazer parte da peça ressecada, no mínimo, 15 linfonodos; caso contrário, o N não é classificável. A classificação utilizada é a da AJCC (American Joint Committee on Cancer). Quantoà profundidade de invasão na parede gástrica, pode ser: -T1: Invasão até a submucosa; - T2: Invasão até a muscular; - 2a: restrito à camada muscular; - 2b: até subserosa. - T3: Invasão até a serosa; - T4: Invasão de estruturas adjacentes. CA Precoce CAavançado 8M PM 88 8M 8erosa Muscular Própria Muscular da mucosa Figura 7 - Estadiamento local do tumor gástrico Quanto à invasão ganglionar: - Nl: 1 a 6 linfonodos metastáticos; - N2: 7 a 15 linfonodos metastáticos; - N3: Mais de 15 linfonodos metastáticos; A ausência ou não de metástases hematogênicas, que normalmente são para o fígado, é classificada como MO (au- sente) e M1 (presente). Os estadios são classificados, então, de acordo com essas 3 categorias - TNM: Quadro 2 - estadiamento do câncer gástrico Estadio IA TlNOMO Estadio IB TlNiMO T2NOMO _ Estadio II TlN2MO T2NiMO T3NOMO T2N2MO T3NiMO T4NOMO Estadio IIIA Estadio 11I8 , T3NM02 Estadio IV T4Ni T4N2 T4N3 qualquer T ou N com Mi O prognóstico é tanto melhor quanto menor o estadio. 11. Tratamento Cirúrgico: para ter o melhor índice de cura, a cirurgia pa- drão é gastrectomia + linfadenectomia D2, que significa uma linfadenectomia estendida determinada sempre pela loca- lização do tumor. Portanto, uma linfadenectomia D2 de um tumor de fundo gástrico não retira os mesmos linfonodos de uma linfadenectomia D2 de um tumor de antro. Deve-se deixar margem cirúrgica proximal da lesão maior que 2cm no câncer gástrico precoce, maior que Sem no cân- cer gástrico avançado bem diferenciado, e maior que 8cm no câncer gástrico avançado indiferenciado. A margem distal sempre deve ser de 4cm do duodeno, exceto nas gastrecto- mias em cunha. O tipo de gastrectomia, total ou subtotal (retirada de 4/5 do estômago, devendo restar apenas 1ou 2 vasos curtos), dependerá da localização do tumor e da margem cirúrgica desejada. Tumores proximais normalmente necessitam de gastrectomia total, e tumores distais bem diferenciados pos- sibilitam gastrectomia subtotal, especialmente se bem dife- renciados. ".. ~.,., Gastrectomiatotal " Gastrectomia subtotal Figura 8-Ressecções gástricas iMedcel A ressecção endoscópica pode ser realizada apenas em tumores restritos à mucosa, bem diferenciados, sem ulcera- ção e menores que 2cm. A laparoscopia é um bom método, principalmente para câncer gástrico precoce. Também é possível fazer gastrecto- mia e linfadenectomia D2; contudo, é necessário um cirurgião experiente no método e não traz grandes vantagens. Pode ser útil nas cirurgias paliativas. A reconstrução pode ser realizada pelas técnicas (Figura 9): - Billroth I: Mais no câncer gástrico precoce, pois não pos- sibilita a retirada de grandes margens; - Billroth 11: Não é muito realizada, pois provoca mais complicações tardias; - Y-de-Roux: É a técnica mais utilizada. Figura 9 - Reconstruções pós-gastrectomias -'-' ) ., { Ausência de metástases Iinfonodais . Preenche critérios para ressecção endoscópica Metástases perigástricas ou IL.---,..---...J L__ -t-r-__ .....J I ausência de critérios para ressecção local Ressecçãolocalou gastrectomia com ou sem linfadenectomia Diagnóstico de câncer gástrico: Realização de estadiamento completo (clínico e intra-operatório) Boas condições clínicas, ausência de carcinomatose M ás condições clínicas, carci nomatose C irurgia paliativa: derivação intema ou extema Figura 10 - Conduta cirúrgica sugerido no câncer gástrico Gastrectomia paliativa Tratamento oncológico e/ou jejunostomia CÂNCER GÁSTRICOMedcel A químio e a radioterapia não trazem grande melhora na sobrevida. Podem ser utilizadas nos casos de dor e sangra- ento para a melhora dos sintomas. No pós-operatório, a uimioterapia pode ser usada, nos casos em que a cirurgia ão tiver sido oncologicamente radical. 12. Prognóstico o principal fator prognóstico é o estadio TNM. A diferen- iação também é um desses fatores; quanto mais indiferen- iado, pior o prognóstico. Além disso, tumores mais proximais tendem a ter pior rognóstico. E pacientes com marcadores tumorais elevados (CEA, CA19.9, CA72) têm pior sobrevida. Tabela 1-Percentual de sobrevida em 5 anos I EUA I Alemanha I Japão I Brasil Geral 17,5 36,S 63,S 89 IA 59 85,2 69,2 80 IB 44 69,2 89,9 72 II 29 43,7 71,2 47 IIIA 15 28,6 47,9 IIIB 9 17,7 28,8 IV 3 8,7 11,5
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