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Aula 08 – OS Objetivos, O Programa e o Plano de Aula

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FORMAÇÃO DE INSTRUTORES
Aula 08 – OS Objetivos, O Programa e o Plano de Aula
Introdução
Nesta aula você aprenderá como definir um Objetivo de Treinamento e ainda identificará os elementos componentes de um Plano de Aula.
OBJETIVOS DE ENSINO EM TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO
Significam a descrição das condutas finais a serem demonstradas pelos participantes dos processos de Treinamento e Desenvolvimento, como comprovação de que foram bem sucedidos no processo pelo qual passaram. Os objetivos devem se referir ao processo como um todo e a cada uma de suas etapas específicas.
Um objetivo é a descrição de um desempenho que você deseja que seus alunos sejam capazes de exibir, antes de considerá-los competentes. Um objetivo descreve um resultado que se pretende alcançar com o ensino, de preferência ao processo de ensino propriamente dito.
Objetivos educacionais devem referir-se à expectativa das mudanças de pensamento, comportamento e ações após o treinamento.
Eles são o centro do processo. É com base neles que se definem os melhores caminhos, meios e recursos para atingi-los.
Para Bastos (1994), “(...) todo programa de Treinamento e Desenvolvimento deve basear-se no diagnóstico de necessidades que, em última análise, tem de responder à pergunta: para que treinar ou com que objetivo treinar? Isto é, devem estar bem claros os objetivos ou os resultados esperados”.
Os Objetivos devem ser estabelecidos e redigidos de tal maneira que se disponha de referenciais para verificar se, ao longo do processo, estão sendo atingidos e, em que intensidade/velocidade.
SÃO DIVIDIDOS EM TRÊS NÍVEIS:
Gerais - amplos, abrangentes e observáveis a longo prazo;
Específicos - concretos e delimitados. Observáveis a médio e curto prazo;
Operacionais - São específicos mais detalhados, facilitando a sua compreensão, busca e avaliação, não sendo citados em grande parte da literatura especializada. Estabelecem claramente os comportamentos a atingir, os critérios quantificados e as condições para alcançá-los.
A EXECUÇÃO DO PROGRAMA DE TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO
Identificadas às necessidades e programadas as ações de treinamento, cabe a área de treinamento executar as ações programadas.
Seleção dos treinamentos internos e externos.
Escolha de entidades de T&D: identifica e seleciona entidades; discute alternativas sobre os programas; define orçamentos.
Organização dos treinamentos internos: define os instrutores.
Contatos com os participantes: agenda; instruções.
Inscrições, passagens e hospedagens.
Infraestrutura para os eventos internos.
Nessa fase do processo de treinamento, o profissional deverá comunicar às chefias dos treinandos e convidar os próprios treinandos para realizar os treinamentos. Nesse momento, são preparados os recursos instrucionais (apostilas, filmes etc.).
Nessa fase é que o profissional de treinamento entra em contato com os profissionais e com as entidades que irão realizar os treinamentos. Aqui também cabe a tarefa de providenciar as inscrições dos treinandos em eventos (cursos, congressos), reservar hotéis, providenciar passagens, providenciar os recursos financeiros etc.
PLANEJAMENTO DE ENSINO
O plano de ensino organiza as ações do instrutor, pois representa uma estruturação sequencial de decisões sobre sua atuação, evitando a improvisação e a rotina, com a finalidade de tornar o processo ensino-aprendizagem mais eficiente e eficaz.
Planejar é racionalizar a ação educativa, antecipando o delineamento dos acontecimentos que vão ocorrer durante o processo. O planejamento é a etapa intermediária entre o conhecimento teórico construído e refletido nas diversas experiências dos Instrutores e a ação docente. É um trabalho personalizado, pois cada instrutor tem características próprias de atuação em sala de aula e contextualizado, pois cada turma tem características próprias, peculiares àquele grupo de pessoas.
Para planejar é essencial saber: 
Por quê? A necessidade real, a causa.
A razão da existência daquele treinamento (Diagnóstico).
Para quem? O público a quem se destina.
O participante é o elemento central de um curso e devemos atuar para atender às suas necessidades.
Para quê? Os objetivos a serem atingidos.
O objetivo deve direcionar todo o curso. Ele determina o conteúdo a ser trabalhado, bem como a metodologia e a avaliação a serem utilizadas.
Onde? Local onde o curso será realizado.
É importante que o instrutor tenha conhecimento, também, dos recursos materiais que ele poderá contar.
Quando? Período e duração do curso.
A carga horária e o período de realização são informações fundamentais para o planejamento do curso, no que se refere à seleção das informações e das estratégias a serem planejadas.
Ter Início, Meio e Fim.
Toda fala, seja simples conversa ou numa apresentação para uma grande platéia, precisa ter esta sequência.
INICIO
No início procure conquistar os ouvintes desarmando suas resistências e conquistando seu interesse e atenção. Para isso poderá usar algumas das seguintes "dicas":
• Conte uma pequena história que tenha estreita relação com o conteúdo da sua mensagem. Histórias normalmente despertam o interesse.
• Elogie sinceramente os ouvintes.
• Use uma frase que provoque impacto.
• Diga que não irá consumir muito tempo.
• Faça uma citação de autor respeitado pelos ouvintes.
• Use um fato bem humorado. Entretanto, evite piadas.
• Levante uma reflexão.
• Demonstre sutilmente que conhece o assunto e possui experiência.
• Aproveite uma circunstância fazendo um comentário sobre alguém presente ou que tenha falado há pouco, ou ainda sobre um acontecimento conhecido dos ouvintes.
MEIO
Na primeira parte do meio, prepare o tema a ser abordado:
 
• Conte numa única frase sobre a matéria que irá abordar. Por exemplo: “Vou falar sobre o lazer do homem moderno”. 
• Em seguida, faça um relato histórico do tema, ou levante um problema para o qual dará solução.
• Fale sobre as etapas do assunto que irá desenvolver. Por exemplo: se o tema fosse lazer, as etapas poderiam ser: o lazer no campo, o lazer na praia e o lazer no clube.
Na segunda parte, desenvolva o assunto principal atendendo ao que foi preparado:
• Se fez um relato histórico, fale do presente; se levantou um problema, dê a solução. Se dividiu o tema, agora cumpra as etapas prometidas. Use comparações, exemplos, estatísticas, testemunho, enfim, tudo que puder para confirmar o conteúdo da sua exposição.
• Se pressentir alguma objeção às suas afirmações, este é o momento de refutá-la.
FIM
No final, faça uma breve recapitulação. Em apenas uma ou duas frases, faça um resumo do que apresentou. Em seguida, para encerrar, use os mesmos recursos sugeridos para iniciar: elogiar o auditório, fazer uma citação, aproveitar uma circunstância, um fato bem-humorado, levantar uma reflexão etc. Além disso, poderá pedir que ajam de acordo com suas propostas.
 
Não encerre dizendo “era isso que eu tinha para falar” ou outras formas vazias, sem objetividade.
PLANO DE AULA
O planejamento do instrutor não pode se ater a uma relação de slides, onde todos os conteúdos abordados estão escritos, planejar não é só elaborar os slides do curso. A apresentação do instrutor não pode se limitar a uma mera leitura de slides ou transparências. É importante que o instrutor elabore o Plano de Aula, onde estão descritos: objetivo, o conteúdo a ser abordado, as estratégias que serão utilizadas, os recursos, o tempo previsto e como se dará a avaliação. Não existe um modelo padrão, cada docente deve usar o mais adequado para o seu trabalho. Segue um exemplo:
Vale observar que cada campo deste formulário, possui um papel específico dentro da representatividade do Plano de Aula para o instrutor.
Curso - Neste campo deve-se registrar o nome do curso que será ministrado, identificando o Treinamento de maneira a servir de referência para o próprio Instrutor, para a turma e, principalmente, para as possíveis fiscalizações dos órgãos reguladores(se houver), ou auditorias para o sistema de Qualidade e Certificação, evidenciando de maneira concreta o evento em questão.
Unidade - Alguns autores costumam considerar este campo através do termo Aula. 
Na verdade, a denominação não é tão importante quanto a informação que deverá ser registrada nele, principalmente se estivermos tratando de um curso com duração longa e, em face desta realidade, precise ser dividido em diversas aulas.
Ou ainda, quando temos um curso que pela natureza do conteúdo que precisa ser transmitido, e a obrigatoriedade da aplicação imediata do que foi aprendido, exija uma divisão do assunto em Módulos, criando até pré-requisitos (exigências para participação), obrigando o treinando a realizar o módulos inicial – e ser aprovado – para continuar a ser convocado para os demais. 
Portanto, neste campo, deve-se registrar o número da aula (ou Módulo, se for o caso), especificando – quando necessário – o título daquele conteúdo que será tratado dentro daquela experiência de ensino-aprendizagem a ser realizada.
Objetivo - Como já tratado em aula específica, deve-se registrar neste campo, os Objetivos do Treinamento (ou Aula, Módulo ou Unidade), lembrando que a premissa para a redação destes termos, deve pressupor uma ação do Treinando, após a experiência de aprendizagem a qual será submetido.
Se este for o sentido, a redação deverá ser produzida como no exemplo: Ao final do treinamento o Aluno será capaz de executar as tarefas, corretamente, como previstas no Manual... 
Vale registrar também que alguns autores optam por considerar a possibilidade da redação, registrar o objetivo contido no trabalho de instrutoria que será realizado, permitindo que o Instrutor/Professor, assuma a responsabilidade pelo alcance aquilo a que está se propondo, como por exemplo: “Instruir o treinando acerca das corretas operações, conforme descrito no Manual...”
Tempo - É essencial que o Instrutor esteja atento à duração do programa, já que o item carga-horária é muito bem observado em auditorias e/ou fiscalizações.
E, obrigatoriamente, esta preocupação está vinculada à quantidade de conteúdo que precisa ser tratado, ao tipo de grupo que será treinado, ao ambiente físico onde ocorrerá o treinamento e ainda, aos recursos que forem disponibilizados – de fato – para que o trabalho aconteça.
Portanto, é fundamental que o Instrutor busque planejar de maneira inteligente, o uso do tempo em consonância com os outros aspectos já mencionados no parágrafo anterior.
Isto quer dizer que o Instrutor precisa distribuir o conteúdo, através das estratégias e recursos, de forma a cumprir satisfatoriamente, o tempo previsto para o Treinamento, procurando respeitar os horários de intervalos, mas, principalmente, o do encerramento!
Sabemos que, iniciar no horário é uma tarefa difícil a ser – rigorosamente – cumprida, embora todas as literaturas sobre o assunto recomendem a importância de criar a imagem da pontualidade e ser reconhecido por isso. Mas, o encerramento deve ser “religiosamente” respeitado pelo Instrutor, caracterizando-se pela preocupação com a agenda extraclasse que o treinando possa ter.
 
Ser pontual é estar atento à seriedade que o trabalho recomenda sem, entretanto, agir de forma inflexível e insensível. Há que se ter um equilíbrio entre os dois aspectos.
Conteúdo - Neste campo, especificamente, deverão ser registradas todas as informações, assuntos e temas que serão tratados ao longo do treinamento, atendendo ao que foi identificado durante a realização do Levantamento das Necessidades de Treinamento (ou Diagnóstico), e a análise precisa do público-alvo e do contexto de atuação.
Os assuntos, temas e informações, precisam ser dispostos em ordem lógica, num crescente de dificuldade, procurando iniciar de maneira simples e abrangente, tornando-se gradativamente mais complexo ao longo do desenvolvimento do programa.
Neste campo, pode-se usar o recurso da Itemização (disposição dos assuntos através de itens/tópicos), facilitando ao Instrutor a identificação da sequência que precisa adotar, dispensando o uso de textos.
Estratégias - Este é o campo onde o Instrutor irá registrar as ações planejadas para que o(s) Objetivo(s) possa(m) ser alcançado(s).
 
Isto significa dizer que é neste espaço, onde deverão ser registradas as atividades lúdicas que poderão ser usadas, os vídeos e/ou músicas que serão utilizados, os exercícios que serão feitos... procurando associar cada circunstância desta natureza, com os temas que serão tratados, procurando criar uma ligação entre o conteúdo e a forma como será aplicado aos treinando participantes.
Recursos - É importante lembrar que, para que as estratégias possam ser implementadas e os assuntos chegarem até aos treinandos de maneira compreensível – foco maior – alguns recursos precisarão fazer parte desta experiência.
 
E, é neste campo em que eles devem ser registrados, de maneira que possam ser percebidos como instrumentos de viabilização das estratégias para a transmissão do Conteúdo.
 
Portanto, este é o campo onde devem estar contidos os equipamentos necessários (laptop, datashow, retroprojetor, quadro branco, flipchart, canetas, blocos, canetas para uso no quadro/flip, apostilas, material extra para atividades lúdicas, garrafas de café, água, copos, carteiras universitárias...)
 
Tudo deve ser previsto e, registrado neste espaço.
Avaliação - Este é o campo em que devem estar mencionadas, as formas de avaliação de aprendizagem que serão adotadas naquela aula/unidade/módulo.
 
Isto quer dizer que, mesmo sendo um trabalho cujo foco possa ser comportamental, ainda assim, o Instrutor deve preocupar-se em registrar qual o tipo de avaliação será adotada, procurando alimentar a consciência acerca da seriedade do trabalho, do grau de expectativa da empresa com o “investimento” naquele programa e, principalmente, a responsabilidade que ambos os personagens da história (tanto o Treinando quanto o Instrutor), precisam reconhecer que possuem na busca pelos resultados necessários.
 
Afinal, enquanto o retorno do resultado não aparecer, não é possível reconhecer que houve investimento, e durante este período, o treinamento é considerado como um custo, apenas isto.
 
Portanto, sugiro a sua atenção para o tema “Avaliação”, objeto que ainda será tratado neste curso, para poder identificar qual o tipo que pode/deve ser registrado neste campo, dependendo do trabalho que será realizado.

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