Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Bárbara Matos DOENÇAS ARTERIAIS CORONARIANAS Introdução A circulação coronariana é importante para gerar a pressão arterial necessária para perfundir a circulação sistêmica e ainda, ao mesmo tempo, ter sua própria perfusão impedida durante a fase sistólica do ciclo cardíaco. Como a contração miocárdica está intimamente ligada ao fluxo coronariano e à entrega de oxigênio, o equilíbrio entre o suprimento de oxigênio e a demanda constitui determinante fundamental para a função de batimento normal do coração. Quando essa relação é rompida de maneira aguda por distúrbios que afetam o fluxo sanguíneo coronariano, o desequilíbrio resultante pode precipitar imediatamente um círculo vicioso, em que disfunção contrátil induzida pela isquemia leva à hipotensão e isquemia miocárdica adicional. Controle do fluxo sanguíneo das coronárias Os vasos sanguíneos do coração compreendem as artérias coronárias e as veias cardíacas, que conduzem sangue para e proveniente da maior parte do miocárdio. O endocárdio, tecido mais interno, recebem oxigênio e nutrientes por meio de difusão e da microvasculatura, diretamente das câmeras do coração. Os vasos sanguíneos do coração recebem tanto inervação simpática quanto parassimpática. A contração sistólica aumenta a pressão tecidual, redistribui a perfusão da camada subendocárdica para a subepicárdica e impede o influxo (entrada) arterial coronariano, que atinge um nadir (ponto mais baixo). Também reduz o diâmetro dos vasos microcirculatórios intramiocárdicos (arteríolas, capilares e vênulas) e aumenta o efluxo (saída) venoso coronariano, que atinge o máximo durante a sístole. Na diástole, o influxo arterial coronariano eleva-se, com gradiente que favorece a perfusão para os vasos subendocárdicos, enquanto o efluxo venoso coronariano diminui. Bárbara Matos A extração de O2 miocárdica aproxima-se do nível máximo em repouso (75% do O2 arterial). Essa extração aumenta em situações de ativação simpática e de isquemia subendocárdica aguda. Os principais determinantes do consumo de oxigênio miocárdico incluem frequência cardíaca, pressão sistólica (ou estresse da parede miocárdica) e contratilidade do ventrículo esquerdo (VE). O aumento duplicado em qualquer um desses determinantes individuais requer incremento de aprox. 50% no fluxo coronariano. Quando ocorre uma oclusão total coronariana, a perfusão residual para o miocárdio persiste através de canais naturais de colaterais coronarianas que se abrem quando um gradiente de pressão intercoronariano entre o vaso de origem e o receptor se desenvolve. SINDROMES CORONARIANAS AGUDAS Insuficiência Coronariana Desproporção entre a oferta e o consumo de O2 pela fibra miocárdica. Nesse caso, podem ter ocorrido duas situações: 1) aumento da demanda de O2; 2) diminuição da oferta → geralmente pela redução da luz da artéria coronariana, que é progressiva e assintomática até que a luz arterial atinja 75% de obstrução. Aterosclerose Causa mais comum da isquemia miocárdica É um acometimento de artérias de grande e médio calibre, caracterizado por lesões com aspecto de placas. Essas placas são conhecidas como ateromas. As placas de ateromas são lesões espessas e endurecidas, ricas em lipídios. Ocorrem primariamente dentro da camada íntima. É um processo multifatorial e, quanto maior o número de fatores de risco, maior o grau e gravidade da doença. Tronco → morte súbita CD: Coronária Direita DA: descendente anterior Diagonais (partindo da DA) Bárbara Matos Fatores de risco: Dislipidemia DM Tabagismo → quantificar carga tabágica HAS Sexo masculino Idade (homens > 45 anos; mulheres > 55 anos) Negros História familiar Uso de anticoncepcional Fases das lesões aterotrombóticas coronarianas Fase 1: pequenas lesões encontradas comumente em pessoas com menos de 30 anos e podem evoluir por anos. Nessa fase, existem 3 tipos de lesões: Tipo I: células espumosas derivadas de macrófagos que contem gotículas lipídicas Tipo II: macrófagos e células musculares lisas com depósitos de lipídios extracelulares leves Tipo III: células musculares lisas rodeadas por tecido conjuntivo extracelular, fibrilas e lipídios. Fase 2: placas vulneráveis ou de alto risco, não necessariamente estenóticas, que podem ser suscetíveis à ruptura devido ao alto conteúdo lipídico, inflamação aumentada e capa fibrosa fina. Lesões tipo IV: grande quantidade de lipídio extracelular misturado à intima normal Tipo V: ponto lipídico extracelular coberto por capa fibrosa fina Fase 3 e Fase 4: lesões do tipo VI agudamente complicadas na forma de trombose mural repetitiva não obstrutiva (fase 3) ou obstrutiva (fase 4). Fase 5: placas de fase 3 ou 4 que evoluem para lesões fibróticas, com ou sem calcificação predominante. Fase 6: ruptura ou erosão da placa podem dar origem à trombose arterial oclusiva das síndromes coronarianas. A doença aterosclerótica começa com uma angina de esforço. Quando o aumento dessa placa é súbito, havendo formação de um trombo na placa que rompe e oclui subitamente o vaso, isso se manifesta como um evento agudo: Angina Instável, Infarto, Morte Coronária, AVC, Isquemia MMII. Na fase 5, as lesões estenóticas ou oclusivas fibróticas causam angina, mas, ao originar uma circulação colateral protetora, essas lesões são clinicamente silenciosas. Carga Tabágica → anos-maço O número de cigarros consumidos por dia, dividido por 20 (1 maço = 20 cigarros) e multiplicado pelo número de anos em que o paciente fumou. Exemplo: O paciente fumou 30 cigarros por dia durante 15 anos - 30/20 x 15 = 22,5 anos- maço. Bárbara Matos Observação – Placa aterosclerótica Placa estável → possui um grau de obstrução menor e é caracterizada por possuir um núcleo lipídico relativamente duro e uma placa fibróticas espessa. Placa instável → possui um grau de obstrução maior e núcleo lipídico mole, espesso e uma capa fibrótica fina, muito susceptível à ruptura e risco de gerar uma trombose. Observação – Insuficiência coronariana Crônica → ocorre por uma restrição mecânica ao fluxo de sangue em um determinado território miocárdico Relacionada a Síndrome da angina estável e a Miocardiopatia isquêmica – IC Aguda → ocorre por uma oclusão total ou subtotal do vaso, gerando sintomas agudos. Relacionada as Síndromes Isquêmicas Miocárdicas Instáveis (IAM / Angina Instável / Morte súbita) INSUFICIENCIA CORONARIANA Isquemia silenciosa – sem sintomas; Angina estável – placa que restringe o fluxo, provocando dor quando é exigido uma maior demanda e melhorando com o repouso. Angina instável (aterotrombótica ou vasoespástica) – crescimento da placa estável, sem ocorrer necrose, que gera dor em repouso súbita. Infarto Agudo do Miocárdio – placa começa a ocluir o fluxo, gerando necrose muscular. Miocardiopatia isquêmica – possui perda da função muscular do coração, seja por infarto, seja por uma isquemia crônica. A manifestação é de insuficiência cardíaca, podendo haver morte súbita. Morte súbita Obs.: Em pacientes com risco de isquemia silenciosa, a sociedade brasileira de cardiologia preconiza que não se deve rastrear pacientes assintomáticos, pois os malefícios a estes são maiores do que as mortes que evitaríamos. Nesses, a placa de ateroma reduz ou se estabiliza.ESCORE DE RISCO DE FRAMINGHAM Mede o risco de uma pessoa assintomática apresentar angina, infarto do miocárdio ou morrer de doença cardíaca em 10 anos, com base na identificação dos fatores de risco. O risco é considerado baixo quando o escore é inferior a 10%, intermediário quando está entre 10 e 20% e alto quando é superior a 20%. No entanto, o escore mais utilizado atualmente é o Pooled Cohort Equations. → ASCVD Risk Estimator Bárbara Matos APRESENTAÇÃO CLÍNICA Dor torácica (angina pectoris) – desconforto na região torácica, desencadeado aos esforços, podendo irradiar para dorso, pescoço e braços. → Angina típica Características: dor em aperto ou em queimação; duração de 5 a 15 minutos; localização geralmente hemiesternal, podendo irradiar para pescoço, ombro esquerdo, braço esquerdo, mandíbula, dentes, braço direito, costas, epigástrio (imagem abaixo); intensidade leve à intensa; sinal de Levigne (punho fechado apertando sobre o esterno enquanto descreve a dor) é clássico; dor que melhora ao repouso ou com uso de nitroglicerina e piora ao esforço. Sudorese, náuseas, tontura, fadiga, sintomas gastrointestinais e sensação de morte eminente frequentemente acompanham. Quando esses sintomas ocorrem em resposta ao exercício ou outro tipo de estresse, o pct deve ser avaliado quanto uma possível isquemia miocárdica. Equivalente isquêmico: Pct que não relata dor, mas possui um sintoma específico que ocorre sempre que ele está fazendo exercício ou sob situação de estresse. Por exemplo: Pct sobe ladeira e diz que sente uma agonia no peito (mas não é dor); ou dispneia desproporcional ao esforço, dor epigástrica, na mandíbula, no ombro, vômito, náuseas, sudorese, taquicardia, sincope, hipotensão, mal-estar (sensação de morte), sensação de gases. Exame físico Na maioria das vezes se apresenta normal. Quando está alterado: Fácies de sofrimento Pressão arterial e frequência cardíaca – pct pode estar estável ou em choque cardiogênico. Padrão respiratório e frequência respiratória – pct pode estar estável ou em edema agudo de pulmão Pressão arterial em ambos os braços – dissecção de aorta que pode alterar a pressão em um dos braços. Frequência cardíaca > 100 bpm – possível falência cardíaca. PA sistólica < 100 mmHg ou choque cardiogênico – indica possível falência cardíaca. Ritmo regular (se o ritmo for irregular do tipo fibrilação atrial, indica maior gravidade), Presença de B3 (ICC) ou B4 (é comum), sopros (Se for um sopro novo, pode indicar: insuficiência mitral ou aórtica, dissecção de aorta) Congestão pulmonar (crepitação em mais da metade dos campos pulmonares) Falência de ventrículo direito (B3 de VD) Exames complementares Eletrocardiograma anormal (mesmo sem supra ou infra) Marcadores de lesão miocárdica (mas também pode haver normalidade nos marcadores e o paciente pode estar com SCA) Obs.: Embora a recomendação atual seja não rastrear no paciente assintomático, os exames que podem ser feitos são cintilografia e o teste de esforço. ANGINA ESTÁVEL x INSTÁVEL A distinção é baseada no padrão da angina: frequência, desencadeadores, gravidade, duração, manifestações concomitantes e melhora ao repouso ou ao uso de nitroglicerina. Bárbara Matos Estável: quando os sintomas não se modificaram recentemente e são precipitadas por um grau de esforço relativamente previsível nos hábitos diários e são aliviados com repouso ou com nitroglicerina Instável: limiar baixo para a dor e progressão em frequência, intensidade ou duração (por exemplo, passa a ter dor em repouso ou aos mínimos esforços). Ou então é um paciente que nunca sentia dor e passou a ter com o esforço (até 2 meses é considerado instável). Ou um paciente que teve um infarto e, após uns 15 dias, volta a ter dor. Para confirmar que a dor é anginosa: teste de esforço! Faz também cintilografia miocárdica de repouso e com estresse farmacológico (com dobutamina). Para pacientes mais graves, pode pedir também a cineangiocoronariografia (CAT). Classificação de Braunwald Classificação de GRACE A classificação de Grace promove uma estimativa de risco de mortalidade em 6 meses de admissão em pacientes com síndrome coronariana aguda. Ou seja, prevê a evolução de uma angina estável para um IAM, morte subida, etc. Classificação de TIMI (TIMI RISK) Mais utilizada atualmente Bárbara Matos Quando o paciente chega na emergência com angina, deve-se fazer em, no máximo 10min, um ECG nesse paciente, em busca de infarto sem supra de ST ou com supra de ST. Obs.: Nos pacientes com angina estável, o tratamento clínico é tão eficaz quanto o cirúrgico, que custa 2 vezes mais e é mais invasivo. Quando o paciente tem lesão de tronco, aí sim é necessário um procedimento mais invasivo. INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO Infarto com supra de ST Apresenta supra de ST em duas derivações consecutivas com mais ou menos 2 cm. Transmural – acomete toda parede do miocárdio. Saber o horário de início da dor é importante para a conduta terapêutica Janela de início da dor até 12h → TROMBOLISAR Pode ser com TROMBÓLISE ou com ANGIOPLASTIA PRIMÁRIA. O ideal é trombolisar nas primeiras 3h. Obs.: Em caso de dor torácica e supra, não espera o resultado de enzimas para confirmar infarto → Trombolisar imediatamente! Drogas trombolíticas para IAM COM SUPRA: 1. Alteplase ou RT-PA 2. Estreptoquinase ou Streptase 3. Metalyse ou Tenecteplase Contraindicações uso de trombolíticos: Absolutas Doença terminal; História prévia de coagulopatia hemorrágica; Acidente vascular cerebral nos últimos 3 meses; Sangramento digestivo ou urinário nos últimos 3 meses; Cirurgia de grande porte abdominal, torácica ou craniana e oftalmológica nos últimos 3 meses; Biópsia de estruturas não compressíveis nos últimos 30 dias; Outras afecções graves (coma, septicemia, etc.); Reanimação cardiopulmonar traumática; Dissecção aguda de aorta; Gravidez; úlcera péptica ativa. Relativas Idade funcional >75 anos (pela própria mortalidade maior nesta faixa etária, o fibrinolítico chega a salvar mais vidas do que o obtido em populações mais jovens. Por outro lado, a idade aumenta o risco do Bárbara Matos tratamento, recomendando-se uma avaliação, especialmente cuidadosa, dos pacientes nesta faixa etária); Punção de veia não compressível; Hipertensão arterial (175mmhg de máxima e/ou 120mmhg de mínima) não responsiva às medidas terapêuticas habituais. O QUE FAZER? Se o paciente estiver no TEMPO PORTA-BALÃO (<90 MIN) deve-se fazer, de preferência, a ANGIOPLASTIA (colocar o CAT e o balão). O tempo porta-balão consiste no intervalo de tempo médio decorrido entre a entrada do paciente com sintomas de infarto agudo do miocárdio, no pronto socorro, até o início do cateterismo de emergência, feita por meio de um cateter-balão para desobstrução da artéria afetada. É considerado o tratamento mais eficiente para crises de infarto. Caso não dê tempo de realizar o porta-balão, e estiver no TEMPO PORTA AGULHA (< 30 MIN), se faz TROMBÓLISE (uso de trombolítico). No entanto, o paciente que passa da janela de 12 horas e ainda está com dor, não trombolisa, pois o risco- benefício não compensa. Obs.: Pacientes que chegam com sintomas de síndrome coronariana aguda são pacientes graves, e o melhor lugar para monitorá-los, depois dos procedimentos realizados, é na UTI. Caso o ECG não apresente supra e opct ainda está com dor: O paciente pode estar com IAM sem supra ou com angina instável. O que diferencia é a presença de enzimas cardíacas (marcadores de necrose miocárdica) como Troponina e CK-MB massa, que aumentam na presença de infarto. Classificação de Killip e taxa de mortalidade hospitalar Serve para estratificar de forma clínica a mortalidade do paciente. Usa-se mais frequentemente a classificação de TIMI (mostrado acima) ¸ que se apresenta como um escore de risco de rápida aferência; fácil memorização; sem dependência de exames complementares e/ou invasivos; visa prognosticar a evolução de pacientes que sofreram IAM com supra de ST quanto ao óbito em um período de 30 dias. Mostra os benefícios do uso do trombolítico. (Pedro pediu para estudar o TIMI, então acho que tem que gravar) Bárbara Matos MEDIDAS FARMACOLÓGICAS NO PACIENTE SEM SUPRA AAS (anti-agregante plaquetário) – dose de ataque de 2 ou 3 comprimidos (200-300 mg), onde paciente mastiga e engole. Clopidrogel ou Prasuguel (anti-agregante plaquetário) – dose de ataque de 8 comprimidos (600 mg). Para dor: Nitrato (Isordil – Dinitrato de Isossorbida) – funciona bem se o paciente tiver muito vasoespasmo. Cuidado: se o paciente chegar com IAM de VD (aparece com supra ou com infra → aparece imagem em Espelho, se tiver um infra atrás aparece uma supra na frente. Faz V3 e V4 R), o Isordil piora a hipotensão desse paciente. Morfina – se a dor não melhorar → Paciente com dor gera maior consumo de oxigênio pelo miocárdio. NA SINDROME CORONARIANA AGUDA Duplo produto é uma medição estimativa de esforço cardíaco e de consumo de oxigênio pelo miocárdio. É dado por: Quanto menor a frequência cardíaca, menos o coração vai consumir oxigênio do miocárdio, e quanto menor a pressão arterial, menor vai ser a pós-carga → menor lesão do coração. Betabloqueadores: atenolol, carvedilol (os dois mais usados), propranolol (menos usado por ter meia-vida curta). Anti-hipertensivos: losartana (BRA), captopril, Enalapril (IECAS), etc. Os estudos evidenciam que o uso dos IECAS é melhor, mas eles dão tosse e a sua meia-vida é menor. Logo, a comodidade posológica dos BRAs (Losartana) é melhor. Estatinas Heparania de baixo peso molecular – Enoxaparina. (Anti-coagulante) RESUMINDO TRATAMENTO: Duplo agregante plaquetário Heparina de baixo peso molecular Beta bloqueador Controlar HAS Estatina – maior dose possível Nitrato – caso paciente responda ABORDAGEM DO PACIENTE RENAL CRÔNICO: Não podemos usar a heparina de baixo peso molecular – usamos a heparina não fracionada (dificuldade grande – tem que ficar ajustando a dose pela TTPA). Faz trombolise! Não deve usar IECA (retentor de K+). Faz Troponina alta sem ser IAM (dificuldade no manejo). Bárbara Matos PRESCRIÇÃO DE ANGINA INSTÁVEL: 1) Repouso absoluto com monitorização multiparamétrica → SaO2, FC, PA. 2) Dieta hipossódica (depois que a dor melhora, antes disso, dieta zero). 3) Acesso venoso – cateter sonolisado → caso precise em algum momento de adrenalina 4) O2 sob cateter nasal 2L/min se houver dispneia. 5) AAS 200mg VO às 14h. 6) Clopidrogel 70-25mg VO 1 X dia 7) Sinvastatina 40mg VO às 19h (Cuidado com Rabdomiólise) 8) β-bloqueador: Metoprolol 50mg VO 1 X dia 9) Losartana 100mg VO 1 X dia (se o pct for branco) Paciente negro: Hidrolazina 25mg 8/8h; ou Anlodipina; ou Hidrocloratiazida 10) Isordil 10mg VO às 8, 14 e 20h (paciente que responde a nitrato). 11) Clexane (Enoxaparina) 80mg de 12/12h, SC 12) Dimorf 4mg IV 4/4h se houver dor 13) Plasil solução 2:8 mL em água destilada IV 8/8h se necessário Obs.: o Isordil tem que ser administrado em horários assimétricos devido ao efeito receptor. ENZIMAS A CK-MB massa é mais precoce e a troponina é mais demorada, aparece mais tardiamente. As enzimas devem ser seriadas, pois no início da dor, os marcadores podem ainda estar baixos. As enzimas servem para ver reinfarto também, principalmente a troponina. As curvas das enzimas são mais importantes no infarto sem supra, pois na angina não se alteram e no IAM com supra, a conduta segue independente das enzimas (trombolise é a prioridade). No IAM com supra a curva das enzimas é maior Quanto maior a troponina, maior a mortalidade. A dosagem das enzimas é muito importante principalmente para o TIMI RISK, pois apesar das condutas farmacológicas para angina instável e IAM sem supra serem a mesma, é mais indicado fazer cateterismo no IAM sem supra. CATETERISMO Quando 70% ou mais da coronária está obstruída, geralmente são recomendados dois procedimentos: a cirurgia de ponte de safena ou a angioplastia. Três artérias obstruídas e o paciente é diabético ou ICC ou acometimento de artérias mais distais → ponte de safena é melhor. Se for só uma artéria obstruída e for algo mais proximal → angioplastia (STENT) é melhor. ANGIOPLASTIA O cateter leva na ponta um balão de borracha que infla no local obstruído, dilatando a artéria e esmagando a gordura. Em alguns casos é necessário também implantar uma espécie de mola, chamada "stent", dentro da artéria coronária após dilatar a obstrução. No entanto, a angioplastia não é definitiva: a obstrução invariavelmente volta dias, meses ou anos mais tarde. Bárbara Matos PONTE DE SAFENA Para evitar que o coração fique sem a oxigenação necessária, é preciso encontrar um novo caminho para a circulação voltar ao normal. Então, um pedaço de uma veia da perna chamada safena é extraído e enxertado no coração. Com ele, é feita uma ponte, ou seja, uma nova ligação entre a aorta e uma região da coronária que fica depois da parte obstruída pelas placas de gordura. O sangue passa a utilizar este novo caminho e a oxigenação do coração está garantida. Obs.: Paciente com angina estável, que infarta e estabiliza depois de infartar, o tratamento clinico pode ser tão eficaz quanto o tratamento de revascularização mecânica, seja angioplastia ou ponte de safena. O tratamento clínico consiste em tratamento farmacológico e em mudanças dos hábitos de vida: se alimentar melhor, perder peso, fazer atividade física → aumento da sobrevida do paciente. CAUSAS DE DOR TORÁCICA QUE NÃO SÃO CORONARIANAS: Gases. (Mas lembrar que SAC também pode se apresentar com gases) Costocondrite – diagnóstico dado com dor a palpação. Doenças do esôfago – refluxo, espasmos. Pericardite (principalmente viral ou por tuberculose) TEP. Aneurisma de aorta. Dor ventilatória dependente decorrente de derrame pleural. Herpes Zoster. Síndrome do pânico. Observação – diagnóstico diferencial D. Arte. Coronariana Ponte miocárdica: anomalia congênita das artérias coronárias em que feixes de miocárdio envolvem um segmento de artéria coronária epicárdica, levando a compressão de um segmento na sístole ventricular, se revertendo na diástole. Pode se manifestar como dor torácica, infarto agudo do miocárdio ou morte súbita, mas na maioria das vezes é assintomática. Seu diagnóstico clínico deve ser considerado em pacientes com dor no peito e sem fatores de risco para doenças cardiovasculares. INSUFICIENCIA CORONARIANA CRÔNICA O grau de fibrose vai aumentando, mesmo com a expansão compensatória chamada de fenômeno de Glagov. Quando o vaso faz uma suplantação da expansão, o lúmen estreita e faz uma restrição ao fluxo. BárbaraMatos Fenômeno de Glagov: alargamento compensatório do vaso concomitante ao desenvolvimento da placa. Calcula-se que a placa possa crescer até cerca de 40% da área transversal do vaso, sem afetar o lúmen da parede vascular devido a esse remodelamento vascular expansivo.
Compartilhar