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Patologia Especial - Digestório (Livro Patologia Veterinária de Renato Lima)

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Patologia Especial dos Animais Domésticos - Sistema Digestório 
Trato Digestório 
 Anteriores: Cavidade Bucal até a porção final do esôfago; 
 Posteriores: Do estômago até a ampola retal. 
 
Divisão Estrutural/Órgãos Tubulares 
 Túnica Mucosa: Epitélio, Lâmina Própria e Muscular da Mucosa; 
 Túnica Submucosa; 
 Túnica Muscular; 
 Túnica Serosa ou Adventícia; 
CAVIDADE BUCAL E MUCOSA ORAL 
Alterações Congênitas 
Queilosquise e Palatosquise: Lábio Leporino e Fenda Palatina respectivamente, são 
alterações comuns ao trato respiratório e digestório, com grande incidência em 
rebanhos endogâmicos e que acomete principalmente leitões e bezerros. Outras 
causas são a ingestão de plantas tóxicas por matrizes suínas e ovelhas gestantes e pelo 
uso do antifúngico Griseofulvina em gatas gestantes. 
Bragnatismo: Malformações da maxila e/ou mandíbula. Trata-se do 
subdesenvolvimento ou hipoplasia das estruturas. O Bragnatismo Superior (maxila) é 
frequente em cães e suínos, enquanto o Bragnatismo Inferior (mandíbula) é frequente 
em bovinos e equinos. 
Prognatismo: Crescimento acima do normal da mandíbula, frequente em ovinos. 
Alimentos e Corpos Estranhos: A presença de alimentos na boca durante uma necropsia 
sugere doenças com paralisia da deglutição e semiinconsciência, nesses casos o alimento 
encontra-se mal mastigado. Ossos e corpos estranhos na cavidade oral de bovinos sugere 
alotriofagia por deficiência de fósforo. Corpos estranhos podem ainda causar traumas da 
mucosa, predispondo a inflamação e necrose. 
Alterações Inflamatórias: Quando difusos são denominados Estomatites, nos processos 
localizados a denominação é feita de acordo com a região acometida como Faringite (Faringe), 
Glossite (Língua), Gengivite (Gengivas), Tonsilite (Tonsilas), Angina (Orofaringe) e Queilite 
(Lábios). Quando as lesões se limitam as mucosas são Estomatites Superficiais, quando 
atingem o tecido conjuntivo oral (geralmente como sequelas das estomatites superficiais) são 
denominadas Estomatites Profundas. 
Estomatites Superficiais: São associadas a ingestão de químicos irritantes, viremias ou 
traumas diretos por alimentos muito fibrosos ou corpos estranhos. Pode ocorrer também 
em desequilíbrios entre os mecanismos de defesa na cavidade oral (Lisozimas, Anticorpos, 
Leucócitos) e a flora bacteriana local, esse desequilíbrio é associado a doenças sistêmicas 
ou autoimunes, imunossupressão, alterações na saliva e desequilíbrios nutricionais ou 
hormonais. 
 Estomatite Catarral: Inflamação superficial acompanhada por discreta gengivite, 
hiperemia, edema na submucosa e hiperplasia de tecidos linfoides no palato, tonsila e 
mucosa faríngea. Em casos de baixas na imunidade a Candida (fungo oportunista) 
desenvolve-se provocando uma estomatite caracterizada por placas irregulares 
brancas e pseudomembranosas; 
 Estomatite Vesicular: Caracteriza-se pela formação de vesículas nas camadas 
superficiais contendo liquido seroso derivado de degeneração hidrópica da célula 
epitelial e de edema inter e intracelular. Duas ou mais vesículas adjacentes se fundem 
formando bolhas que ao se romperem causam erosões. Essa estomatite é típica de 
doenças como Febre Aftosa, Diarreia Viral Bovina, Estomatite Vesicular Equina e Suína, 
Febre Catarral Maligna, Exantema Vesicular dos Suínos e Calicivírus Felino; 
 Estomatite Erosiva e Ulcerativa: Caracterizada por perdas locais de epitélio. A erosiva 
é mais superficial e sua consequência é uma forma ulcerativa que é mais profunda. 
Todas as causas da Estomatite Vesicular estão associadas a Erosiva e Ulcerativa, com o 
acréscimo do Complexo Granuloma Eosinofílico Felino, Uremia Crônica em Cães e 
Gatos, Rinotraqueite Viral Felina, Glossite Ulcerativa dos Suínos e Gatos, Granuloma 
Linear dos Cães. 
Estomatites Profundas: Geralmente são sequelas das estomatites superficiais, onde ocorre 
invasão microbiana no tecido conjuntivo da boca, geralmente da própria flora oral. 
 Estomatite Purulenta: Ocorre quando a invasão é por microrganismos piogênicos, 
geralmente há formação de abscessos ou fistulas; 
 Estomatite Necrótica: Conhecida também como Necrobacilose Oral, aparece nas 
infecções por bactérias do gênero Fusobacterium ou outras anaeróbias produtoras de 
toxinas celulares. É caracterizada por necrose de coagulação que forma ulceras com 
extravasamento de fibrina que a recobre formando uma membrana (placa diftérica ou 
pseudomembrana); 
 Estomatite Gangrenosa: Inflamação pseudomembranosa de odor intensamente 
fétido, as lesões são semelhantes a estomatite necrótica, tendo apenas aspecto mais 
sujo, destrutivo e agudo. As lesões acontecem devido a traumas e debilidade da 
mucosa que predispõem a ação de Espiroquetas e Fusiformes presentes na flora oral; 
 Estomatite Granulamatosa: Pode ocorrer na Tuberculose ou Actinobacilose, onde há a 
formação de piogranulomas com infiltrado de neutrófilos e macrófagos. 
Tonsilites: Devido a sua localização cranial no tubo digestivo, as tonsilas sofrem exposição 
e estimulação antigênica frequentes e alguns microrganismos a utilizam como porta de 
entrada ou sitio de persistência e multiplicação no animal como as bactérias Erisipela, 
Salmonella, Streptococcus e Haemophilus (todas nos suínos) e os vírus da Panleucopenia 
Felina, Doença de Aujeszky, Parvovirose Canina, Cinomose, Diarreia Viral Bovina, Doença 
Vesicular dos Suínos e Peste Clássica Suína. Em algumas vezes a proliferação exacerbada 
desses microrganismos causam tonsilites. 
Neoplasias 
Papilomas: Tumor epitelial benigno das células da camada espinhosa, sendo induzido 
por vírus. É caracterizado por crescimento verrugoso e elevações papilares múltiplas, 
principalmente nas junções mucocutâneas de cães e bovinos. 
Epúlide: Tumor benigno do epitélio periodontal de cães e gatos. Desenvolve-se massas 
firmas ou duras nos espaços interdentários dos molares e caninos principalmente, ou 
na superfície palatina da gengiva. 
Ameloblastoma Acantomatoso: Tumor maligno do epitélio odontogênico que ocorre 
somente em cães. Possui comportamento agressivo e infiltrativo com invasão de osso 
alveolar e perda do dente. Não ocorrem metástases. 
Carcinoma de Células Escamosas (Espinocelular): Tumor maligno de queratinócitos da 
camada espinhosa. É a neoplasia de cavidade oral mais comum em gatos, a segunda 
em cães, acometendo bastante os bovinos. É um tumor extremamente invasivo e 
destrutivo, com crescimento rápido e metástases para linfonodos regionais. Acomete 
principalmente as tonsilas, gengivas e língua. 
Melanoma: Na cavidade oral são sempre malignos, sendo os mais frequentes em cães 
onde atingem gengivas, mucosa bucal, lábios e palato. As massas nodulares podem ser 
pigmentadas ou amelanóticas, seu crescimento é rápido, formando áreas de necrose e 
ulceração. Metástases ocorrem para linfonodos regionais e pulmões. 
Fibrossarcoma: Tumor maligno que acomete cães de grande porte e gatos. As massas 
firmes únicas e unilaterais podem ser encontradas na gengiva, maxila e mandíbula. 
DENTE E PERIODONTO 
Alterações do Desenvolvimento: Anodontia (Ausência de dentes), Oligodontia (Menor número 
de dentes do que o normal), Pseudooligodontia (Falha na erupção dos dentes), Poliodontia 
(Presença de dentes ou dentes extras fora da arcada dentária) e Pseudopoliodontia (Retenção 
de dentes decíduos após a erupção de dentes permanentes). 
Desgaste Dentário: É associado ao atrito com o dente oposto, assim como a natureza do 
alimento mastigado. Esse desgaste pode estar acelerado nas odontodistrofias nutricionais e 
metabólicas como Deficiência de Vitamina A, Raquitismo, Osteomalacia e Osteodistrofia 
Fibrosa e associadas a tóxicos como na Fluorose. 
Placas Dentárias:Massa dentária densa, não calcificada e aderida firmemente ao dente. 
Forma-se pela aderência bacteriana a película do esmalte ou a outras bactérias já aderidas, 
passando a produzir polímeros adesivos para aderência de novas bactérias e assim 
aumentando a massa da placa. As bactérias que se aderem possuem alta capacidade para isso, 
além de resistência a remoção mecânica da saliva. É considerada como agente etiológico da 
carie e doença periodontal. Quando mineralizada pela saliva a placa forma os cálculos ou 
tártaros dentários. É importante diferenciar os cálculos da Matéria Alba que é constituída por 
proteínas salivares, células epiteliais descamadas, leucócitos e bactérias, diferentemente dos 
cálculos a Matéria Alba é de fácil remoção. 
Carie Dentária: Descalcificação destrutiva dos tecidos duros do dente, acompanhada de 
degradação enzimática da matriz orgânica. 
Carie de Superfície Lisa: Desenvolve-se logo abaixo dos pontos de contato entre os 
dentes adjacentes ou em torno do colo dentário, necessitando da participação da 
placa dentária para se iniciar. Essa desmineralização é desencadeada pelo ácido láctico 
produzido pela placa, a lise da matriz orgânica é feita por enzimas bacterianas ou de 
leucócitos, uma vez que a placa é quimiotáxica para eles. Quando afeta o esmalte, o 
dente torna-se manchado ou opaco, quando a dentina é afetada torna-se marrom ou 
preta. Odontodistrofias fazem as caries progredirem mais rapidamente. 
Carie Cavitária: Ocorrem na superfície oclusal e não necessitam de placa para se 
instalarem. Ocorrem por alterações primárias do esmalte e da dentina (Hipoplasia, 
Hipomineralização), causando o acumulo de bactérias que causam lesão. Com a 
progressão da carie, as bactérias atingem a polpa dentária causando pulpite. 
Doença Periodontal: Doença crônica que afeta os elementos de sustentação do dente 
(gengiva, cemento, ligamento periodontal e osso alveolar) causando a perda dentária. O 
processo é desencadeado pela placa bacteriana em associação a uma gengivite, outras 
evidências indicam que a osteodistrofia fibrosa generalizada ou hiperparatireoidismo seriam 
também causas para a condição, devido a reabsorção do osso alveolar acima do normal. Os 
sintomas observados são aumento dos espaços interdentários, retração de gengiva com 
exposição de colo e raiz, alargamento de sulco gengival com impacção de alimentos , formação 
de bolsa periodontal e maior motilidade dentária e por fim perda do dente. A gengiva pode 
ficar hiperêmica, edematosa ou necrótica. As complicações das periodontites são as 
endocardites, meningites, artrites, glomerulonefrites e hepatopatias. 
GLÂNDULAS SALIVARES 
Aptialismo: Redução da produção de saliva, essa condição acompanha a febre, desidratação 
em bovinos na acidose láctica, no uso de espasmoliticos e nas sialodenopatias obstrutivas. 
Ptialismo: Excesso na produção de saliva. É vista como acumulo anormal de saliva na boca, 
ocorre nas intoxicações por organofosforados e metais pesados, e nas encefalites e 
estomatites que causam falhas na deglutição. 
Cálculos Salivares ou Sialólitos: Formados pela deposição de carbonato de cálcio em torno de 
um núcleo que pode ser um corpo estranho. Causa inflamação, dilatação e redução do refluxo 
salivar com hipotrofia da glândula. 
Dilatações: Estagnação do fluxo salivar devido a estenose congênita, obstrução dos ductos por 
cálculos e corpos estranhos e estenose devido a inflamação. 
Sialodenites: Inflamação das glândulas salivares. A infecção chega a glândula pelos ductos 
(ascendente) devido a corpos estranhos ou cálculos, após traumas diretos ou por via 
hematogêna. Ocorre na Raiva, Febre Catarral Maligna, Cinomose e Garrotilho. Na Deficiência 
de Vitamina A ocorre metaplasia escamosa do epitélio dos ductos, levando a estase salivar e 
infecção secundária. 
ESÔFAGO 
Alterações do Desenvolvimento: Hipertrofia da Musculatura Lisa ocorre na porção caudal do 
esôfago, com maior frequência em equinos. Normalmente é um achado de necropsia, sem 
consequência para a função do órgão; Duplicação Congênita é uma condição que 
normalmente não causa sinais clínicos e pode resultar em pequena distensão de um dos 
órgãos que tenha fundo cego. Alimentos e secreções acumulados, são drenados para o órgão 
comunicante; Aplasias Segmentares é uma condição rara que provoca obstrução e 
megaesôfago; Fistulas Esofagotraqueais ocorrem especialmente junto a bifurcação da 
traqueia. As imperfurações ou obliterações congênitas desse segmento são constituídas por 
um cordão compacto musculoconjuntivo, sem lúmen. 
Obstruções: Ocorrem quando alimentos grandes, mal mastigados ou ensalivados ficam retidos 
no lúmen. Os locais de obstrução geralmente são onde o esôfago apresenta desvios normais 
ou tem seu lúmen mais estreito. As complicações incluem necrose compressiva, ulceração da 
mucosa, perfuração e morte. As estenoses são outras causas de obstruções no esôfago. 
Estenose: Estreitamento do lúmen esofágico, podem ser divididas em Adquiridas como nas 
reparações (cicatrizações) de inflamações, ulceras por corpos estranhos ou alimentos, 
neoplasias intraluminais ou intramurais e nas compressões externas devido ao aumento de 
órgãos adjacentes como neoplasias em linfonodos, timo ou tireoide, linfadenites e tireoidites, 
no bócio e persistência do ducto e ligamento arterioso. As Congênitas observadas na Aplasia 
Segmentar ou ausência do lúmen (Imperfurações). No local da estenose pode ocorrer 
ulceração e perfuração. 
Perfurações: Quando ocorrem na porção cervical do pescoço resultam em flegmão dos tecidos 
adjacentes, no segmento torácico a principal consequência é a pleurite. As perfurações podem 
ocorrer por traumas da parede por objetos perfurantes ingeridos ou introduzidos no pescoço, 
pode ser iatrogênico na administração de medicamentos (pistola) ou passagem de sonda 
gástrica e endoscópio. 
Dilatação: Consequência da obstrução ou estenose, atinge o segmento anterior a porção 
obstruída ou estenótica. É dividido em Dilatação Parcial (Divertículo) e Total (Megaesôfago): 
Divertículos: Dilatação sacular da parede ou hérnias da mucosa para dentro da 
muscular que se comunicam com o lúmen por aberturas de tamanhos variados. As 
hérnias são as mais comuns, como resultado de corpos estranhos obstrutivo que 
forçou a mucosa para dentro da muscular distendida ou rompida. Nos divertículos há 
sempre o acumulo de alimentos ou corpos estranhos, o que predispõe para 
inflamações locais, ulcerações e perfurações. 
Megaesôfago: Resultado da perda do tônus da musculatura esofágica. No cão é 
congênita no defeito de incordenação cricoesofágica (acalasia) decorrente de lesões 
funcionais em centro motor da deglutição, e sensorial que controla o peristaltismo 
esofágico, provocando disfágia no animal. Ocorre também na Miastenia Gravis, 
Doença de Chagas, Lúpus Eritematoso Sistêmico, Hipoadrenocorticismo e Persistência 
do Ducto Arterioso. 
Esofagite: Quase sempre são Erosivas ou Ulcerativas, acompanhando alterações inflamatórias 
da orofaringe e/ou rúmen e reticulo como a Diarreia Viral Bovina, Febre Catarral Maligna, 
Peste Bovina, Estomatite Papular, Rinotraqueite Infecciosa, Herpes Vírus e Calicivírus, além da 
ingestão de químicos irritantes e alimentos quentes. Quando superficiais, as erosões são 
reparadas por completo. As ulceras cicatrizam-se podendo estreitar a luz. As Esofagites por 
Refluxo são resultado da ação do ácido clorídrico, pepsina, sais biliares e até enzimas 
pancreáticas sobre a mucosa esofágica. O dano são áreas hiperêmicas, com erosões lineares e 
ulcerações as vezes fibrinonecróticas. Atinge a porção distal do esôfago, podendo se estender 
para todo o órgão. As causas são aquelas que acometemo esfíncter esofágico como aumento 
da pressão abdominal, anestésicos, vômitos crônicos, anomalias do hiato esofágico e ulceras 
na transição esôfago-estômago. As Esofagites Parasitárias são provocadas por larvas de 
Gasterophilus em equinos, causando ulcerações locais leves. Hypoderma lineatum em bovinos 
causam hemorragias na submucosa e serosa. Spirocerca lupi em cães provocam esofagites 
granulamatosas císticas na submucosa, esses cistos contem material purulento e o parasita 
adulto e são lesões pré-canceringenas podendo originar Sarcomas. 
Neoplasias: Pode haver Papilomas difusos ou focais associados ao vírus, onde causam 
hipertrofia muscular secundária a dificuldade de deglutição. O vírus da papilomatose associado 
a ingestão crônica de Samambaia pode provocar a formação de Carcinomas de Células 
Escamosas no esôfago. O Spirocerca lupi é associado ao desenvolvimento de osteossarcomas e 
fibrossarcomas esofagianos. 
PRÉ-ESTÔMAGOS 
Timpanismo: Distensão dos pré-estômagos por acumulo de gases, em decorrência de sua não 
eliminação (falha na eructação). Independente do tipo de timpanismo, a morte quando ocorre 
é por anóxia. Com a dilatação dos pré-estômagos há o aumento da pressão intra-abdominal, 
compressão sobre o diafragma, inibição dos movimentos respiratórios e desvio de grande 
volume sanguíneo para fora das vísceras abdominais que sofrem com o comprometimento da 
hemodinâmica. Ocorre compressão da veia cava posterior, direcionando o fluxo sanguíneo 
para áreas mais craniais. O animal encontrado morto apresenta abdômen distendido, 
exsudação de sangue para orifícios naturais e hemorragia puntiforme no subcutâneo do 
pescoço, tórax, traqueia e serosas (devido a anóxia). Observado também edema e congestão 
pulmonar e fígado pálido devido a isquemia. 
Timpanismo Primário ou Espumoso: É essencialmente nutricional e resultante da falha 
na separação das bolhas gasosas presentes no alimento. É ocasionado por agentes 
tensoativos e proteínas solúveis presentes em leguminosas ou podem ser causados 
por aumento da viscosidade do líquido ruminal em dietas ricas em concentrados e 
pobre em fibras. 
Timpanismo Secundário ou Patológico: Decorrente de alterações patológicas que 
afetam os outros estágios da eructação. O gás atravessa a ingesta mas fica retido no 
saco dorsal, devido a atonia ruminal causada por lesão vagal induzida pela 
reticulopericardite traumática e leucose, a dificuldade de movimentação do rúmen 
devido a ingestão de alimentos muito fibrosos, aderências do rúmen ao peritônio e 
acidose láctica e obstruções físicas ou funcionais do esôfago como neoplasias e corpos 
estranhos também podem ocasionar a condição. Embora possa ser agudo, uma das 
características desse tipo de timpanismo é a cronicidade e recorrência. 
Corpos Estranhos: Compreendem aqueles formados nos pré-estômagos como Tricobezoarios 
(Pêlos) e Fitobezoarios (Fibras Vegetais), os primeiros são comuns em animais com dieta pobre 
em fibras e sódio ou acometidos com dermatites pruriginosas. Essas concreções podem sofrer 
mineralização tornando-se duras, quando não mineralizadas e de superfície lisa podem ser 
regurgitadas para o esôfago ou propelidas para o intestino onde podem causar obstruções. 
Dos corpos estranhos ingeridos, os de importância são os pontiagudos e perfurantes, que 
normalmente ficam retidos no reticulo onde causam perfurações e processos inflamatórios em 
escala como Reticulite, Reticuloperitonite, Pericardite Traumática, Esplenite Supurada, Pleurite 
e Pneumonias Gangrenosas, podendo também perfurar o miocárdio, artérias regionais e mais 
raramente o fígado. Essas inflamações dependem do trajeto tomado e posição do corpo 
estranho. 
Ruminites: Ocorrem em doenças virais da mucosa alimentar, principalmente em bovinos. Nos 
bezerros aleitados em baldes podem ocorrer de forma discreta quando o leite que deveria 
passar diretamente pro abomaso alcança o rúmen onde sofre putrefação e causa inflamação. 
O consumo acidental excessivo de ureia (suplemento ou fertilizante) leva a congestão ou 
necrose da parede anteroventral do rúmen, outra causa química é a Acidose Láctica devido a 
indigestão por excesso de grãos, é muito comum em animais em engorda confinada e 
rebanhos leiteiros de alta produção. Quando aguda provoca a morte, quando crônica a queda 
na produção. Logo após a ingestão excessiva do alimento, o pH ruminal abaixa, proliferando 
Streptococcus bovis que produzem ácido láctico, mesmo com a S.bovis cessando a produção, o 
ácido láctico continua sendo sintetizado por lactobacilos, ocorre então a atonia ruminal devido 
a queda do pH e parada reflexa da salivação, cessando o tamponamento ruminal. Ocorre o 
aumento da concentração de hidrogênio no rúmen e aumento da pressão osmótica com 
passagem de líquidos do sangue e tecidos para o rúmen causando hemoconcentração e 
desidratação, com a redução do volume plasmático ocorre anúria e colapso circulatório. Toda 
a flora ruminal morre com exceção de alguns fungos e bactérias anaeróbios. Caso o animal 
sobreviva ao desequilíbrio hídrico na fase aguda , sofrerá com sequelas a longo e médio prazo 
como necrose isquêmica do córtex renal, acidose metabólica, laminites, poliencefalomalacia e 
alcalose metabólica. 
Ruminite Necrobacilar: Provocada por Fusobacterium necrophorum, um dos microrganismos 
sobreviventes a acidose láctica, a bactéria invade as áreas necróticas da mucosa provocadas 
pelo ácido e incitam a exsudação de fibrina, agravando a necrose. Abscessos metastáticos no 
fígado podem ser formados por êmbolos de material necrótico que se soltam e se fixam nos 
capilares sinusóides hepáticos, causando inicialmente uma necrose focal. 
Ruminite Mucormicótica: Provocada por fungos também sobreviventes a acidose láctica, esses 
fungos invadem os vasos a partir das lesões iniciais da acidose e provocam vasculite e 
trombose. Com isso podem ocorrer múltiplos infartos na parede do rúmen, acompanhado por 
inflamação que se extende ao peritônio causando peritonite. É quase sempre fatal. 
Parasitos do Rúmen: Paramphistomum cervi é um trematódeo que se localiza no rúmen de 
bovinos e ovinos, quando estão na água os ovos eclodem e invadem caramujos onde se 
desenvolvem em cercarias saindo do hospedeiro intermediário e se encistando na vegetação 
onde são ingeridos. A desencistação ocorre no duodeno e os parasitas migram para o abomaso 
até o rúmen onde causam atrofia das papilas ruminais ou quando em grande número enterites 
graves. A Callitroga hominovorax causa miíase em lesões recentes no animal, devido a ação de 
enzimas proteolíticas de suas larvas. 
ESTÔMAGO E ABOMASO 
Alterações Post-Mortem: Rigidez Cadavérica com o estômago vazio ou pouco cheio no cão 
pode provocar forte contração e retração de sua porção caudal levando a forma de 
ampulheta; Embebição por Bile é provocada pela passagem de bile para a luz gástrica com 
consequente impregnação da mucosa ou pelo contato direto da serosa gástrica com a serosa 
biliar, provocando a formação de circulo amarelo esverdeado na serosa do estômago; 
Maceração Post-Mortem é ocasionada pela autodigestão da mucosa gástrica que aparente 
erosões ou ulcerações com extravasamento de hemoglobina e suco gástrico, dando aspecto 
amarronzado a mucosa. Ocorre exposição da submucosa. 
Dilatação Gástrica 
Dilatação Primária: De origem nutricional, as vezes relacionadas com a ingestão de 
alimentos fermentados. Normalmente é aguda, em suínos e equinos tem patogenia 
semelhante a da acidose láctica dos ruminantes. 
Dilatação Secundária: Causada por impedimento físico ou funcional do esvaziamento 
gástrico. Pode ser agudo ou crônico e ocorre nas obstruções por corpos estranhos, 
neoplasias, espasmos do piloro, atoniapor distensão da parede do estômago devido a 
alimento grosseiro ou por paralisia vagal e nas obstruções do intestino delgado. 
Consequências: Atonia (distensão mecânica da parede) com deslocamento variável do 
órgão na cavidade abdominal que pode culminar com torção ou volvo, principalmente 
no cão. Em outras espécies a dilatação progride para ruptura. A morte do animal 
acontece por distúrbios metabólicos desencadeados com a retenção de secreções no 
estômago, dificuldade de retorno venoso na cavidade abdominal e alterações na 
circulação sistêmica. Há ainda congestão passiva ou isquemia de órgãos adjacentes ao 
estômago, além de aumento da pressão intratorácica que pode provocar atelectasia 
pulmonar e congestão de órgãos e tecidos torácicos e cervicais. Na dilatação primária 
com acidose láctica ocorre hemoconcentração, anúria e desidratação. Os animais 
sobreviventes apresentam laminite em decorrência de falha na circulação periférica. 
Volvo (Torção do Estômago): Patologia quase que exclusiva dos cães de grande porte, é 
consequência invariável da dilatação. A frouxidão ou laceração do ligamento gastroepático ou 
movimentos antiperistálticos violentos, além de contrações abdominais no vômito são 
associadas como prováveis causas. Como consequência ocorre deslocamento e congestão do 
baço, o predispondo a infarto e ruptura. Ocorre infarto venoso da parede gástrica que fica 
escura e edematosa com extravasamento de sangue para o lúmen. A mucosa sofre isquemia e 
pode ocorrer ruptura ou perfuração do estômago. Ocorre também obstrução do retorno 
venoso abdominal, com choque circulatório, desequilíbrio hidroeletrolítico, depressão 
miocárdica devido a liberação na isquemia de fator pancreático e necrose cardíaca. A morte 
ocorre caso não haja rápida intervenção. 
Deslocamento de Abomaso: Problema clínico comum em vacas de leite de alta produção no 
final da gestação ou após o parto. Os pré requisitos para o deslocamento parecem ser atonia e 
aumento da produção de gás. O deslocamento pode ser a esquerda, sendo menos severo e 
raramente fatal, o abomaso se aloja na fossa paralombar esquerda, acima do rúmen. O 
deslocamento a direita é mais raro, onde o abomaso se torce sobre sua curvatura menos com 
envolvimento do omaso e levando o animal a morte em poucas horas. 
Impactação: Ocorre nos equinos e ruminantes, provocada por conteúdo que se condensa 
como resultado de restrição hídrica, alimentos muito fibrosos e grosseiros, grãos moídos 
empastados, aderência entre o omaso e abomaso ou consequência de estenose pilórica 
resultante de indigestão ou paralisia vagal, que pode ser desencadeada por inflamações ou 
neoplasias do vago intratorácico. 
Ruptura e Perfuração: A ruptura é quase sempre consequência da dilatação, é mais comum 
nos equinos onde o estômago de menor tamanho não suporta bem a distensão do trânsito 
rápido de alimentos. Com a ruptura ocorre hemorragia, extravasamento de conteúdo gástrico 
e irritação peritoneal com peritonite difusa após horas, choque e morte. As perfurações são 
associadas também a parasitismo, úlceras pépticas e neoplasias. 
Gastrites e Abomasites: Injurias da mucosa gástrica, podem ser agudas com erosões ou 
hemorragias, as agudas típicas estão associadas a erosões da mucosa, úlceras gástricas 
estáveis, infartos venosos e inflamações por Clostridios, fungos e viroses sistêmicas. A gastrite 
crônica é rara nos animais domésticos, sendo observada nos refluxos duodenais que ocorrem 
em síndromes de vômitos ou estenose pilórica. A gastrite hipertrófica crônica só ocorre no cão 
e tem etiologia desconhecida. A gastrite metaplásica é frequente em animais com parasitas 
gástricos. 
Úlceras Gástricas/Gastroduodenais: A patogenia é pouco clara, é sugerido que a 
hipersecreção de ácidos causem as ulceras gastroduodenais devido a fatores como expansão 
de células parietais por ação da gastrina, gastrinomas pancreáticos, mastocitomas ou 
mastocitose elevando os níveis de histamina. As úlceras do corpo seriam decorrentes de 
fatores que diminuem a resistência da mucosa como AINES (que interferem na citoproteção 
feita pelas prostaglândinas), Refluxo Duodenal (que lesam a membrana lipoproteica da célula 
deixando-a permeável ao ácido), Glicorticoides e Estresse (quando combinados causam o 
decréscimo da renovação epitelial, estimulando a secreção de gastrina e diminuindo também o 
ácido araquidônico para síntese de prostaglândinas) e redução do fluxo sanguíneo e isquemia 
da mucosa (o que levaria a menor secreção de bicarbonato, favorecendo a difusão ácida que 
lesa as células superficiais). 
 
Parasitas do Estômago e Abomaso 
Equinos: Gasterophilus sp (ulcerações e erosões), Draschia megastoma (nódulo submucoso), 
Habronema muscae e Habronema microstoma. 
Cães e Gatos: Physaloptera spp. ingeridos em besouros, grilos, baratas, camundongos e rãs 
(causam pequenas úlceras que sangram eventualmente, em infestações graves provocam 
anemias). 
Suínos: Hyostrongylus rubidus (provocam gastrite catarral, erosões e úlceras gástricas. Ocorre 
metaplasia e hiperplasia das glândulas gástricas formando nódulos esbranquiçados na 
mucosa). 
Ruminantes: Trichostrongylus axei (formam placas circulares e irregulares salientes na 
mucosa), Ostertagia ostertagi (Lesões nas glândulas gástricas que causam abomasite crônica 
com espessamento de mucosa e formação de nódulos salientes) e Haemonchus sp. (Vermes 
hematófagos, causam anemia, edema submandibular, hidrotórax, hidropericárdio e 
hidroperitoneo). 
 
Neoplasias: As neoplasias gástricas são pouco frequentes, os tumores mais observados são o 
Adenocarcinoma (neoplasia mais frequente no estômago de cães, localizada próximo ao antro 
pilórico, tem comportamento muito invasivo e induz espessamento da parede do estômago 
com desenvolvimento de úlceras); Carcinoma de Células Escamosas (Observado em suínos e 
equinos, apresenta comportamento localmente invasivo, mas com poucas metástases, 
frequentemente provoca úlceras); Leiomiomas e Fibromas (Podem se desenvolver em 
qualquer porção do estômago, principalmente na região cárdica ou pilórica onde se 
apresentam com volume nodular, podem comprometer o fluxo normal da ingesta, induzindo 
estenoses e obstruções); e os Linfossarcomas (São os mais frequentes em cães, gatos e 
bovinos, esses ultimos nos casos de Leucose Enzoótica Bovina com distribuição e infiltração de 
células neoplásicas por toda a parede do abomaso e consequentes úlceras). 
INTESTINOS 
Obstrução Intestinal 
Simples: Há apenas o impedimento do trânsito intestinal, independente se o segmento 
afetado for o anterior ou posterior a lesão macroscópica característica é a distensão 
próximo ao ponto obstruído com acumulo de líquidos da ingesta, secreções gástricas, 
biliares, pancreáticas e intestinais, além do acumulo de gás liberado por bactérias. 
Tudo isso provoca um desequilíbrio hidroeletrolítico (menos severo na porção 
posterior) que pode levar o animal a morte. Com a distensão há também interferência 
no retorno venoso com congestão da mucosa e submucosa. A desvitalização da parede 
intestinal distendida ou a necrose da mucosa por compressão do conteúdo ou corpo 
estranho pode levar a gangrena, com perfuração e peritonite. 
Estrangulada: A principal consequência é a hipóxia advinda da obstrução das veias 
eferentes, artérias aferentes ou da redução do fluxo pela circulação aberta (isquemia), 
ocorre então perda da integridade da mucosa que resulta em cessação da absorção de 
água e eletrólitos e efusão de líquidos e sangue para o lúmen. Ocorre a formação de 
gás por bactérias anaeróbias o que leva a distensão, uma dessas bactérias o 
Clostridium produz toxinas que levam a gangrena intestinal, ruptura e absorção de 
endotoxinas que causamtoxemia, depressão cardiovascular e insuficiência circulatória. 
Se esse evento não causar a morte do animal ela pode acontecer em decorrência da 
peritonite séptica devido a perfuração intestinal e invasão bacteriana da mucosa. 
Causas de Obstrução Intestinal: Anomalias congênitas como estenose (oclusão 
incompleta do lúmen) e atresia (oclusão total do lúmen); estreitamentos devido a 
abscessos murais, cicatrização de úlceras e neoplasias primárias; Corpos estranhos 
como enterólitos (concreções minerais) que são formados sobre um núcleo que pode 
ser um objeto ingerido ou fibra alimentar, Fitobezoarios (Fibras Vegetais), 
Pilobezoarios (Pêlos) e Fecalólitos (Derivado da impactação de fezes ou ingesta no 
colón); Parasitas como Ascaris suum que podem obstruir um segmento intestinal e 
compressões externas devido ao aumento de volume de órgãos adjacentes como 
neoplasias, inflamações, linfadenites, necrose da gordura abdominal ou aderências 
formadas em peritonites. 
Hérnias: Deslocamento de vísceras (intestino principalmente) dentro da cavidade abdominal 
(hérnia interna) ou para fora dela (hérnia externa) através de um forame natural (hérnias 
verdadeiras) ou adquirido (eventrações e eviscerações). São causa de obstrução intestinal 
quando há encarceramento dos segmentos deslocados (Dilatação das alças intestinais ou 
estreitamento do forame). 
Hérnias Internas: Constituídas por alças intestinais deslocadas (conteúdo herniário) e pelo 
forame (anel herniário) no qual se insinua, são denominados de acordo com o anel herniário 
em: 
Hérnia Omental: Onde as alças se deslocam para bolsa omental, forame de winslow, espaço 
nefroesplênico ou rasgaduras no omento. 
Hérnia Mesentérica: As alças se insinuam por rasgaduras do mesentério. 
Hérnia Pélvicas: O rompimento da prega peritoneal do ducto deferente em castrações cria 
um hiato por onde se insinuam alças intestinais. 
 
Hérnias Externas: Formadas por alças intestinais (conteúdo herniário) que se deslocam por um 
forame natural ou adquirido (anel herniário), levando consigo peritoneo parietal que forma um 
saco (saco herniário) recoberto por pele e outros tecidos moles (envoltórios acessórios), 
também são denominados de acordo com o anel herniário: 
Hérnia Ventral: As alças intestinais se insinuam por soluções de continuidade da parede 
abdominal devido ao afastamento ou ruptura dos músculos. Por ocorrer através de um 
forame adquirido recebe o nome de Eventração, caso exista solução de continuidade da pele 
com exposição de alças intestinais se dá o nome de Evisceração. 
Hérnia Umbilical: O anel é constituído pelo forame umbilical persistente. 
Hérnia Inguinal: As alças passam pelo forame inguinal que é aberto nos machos de todas as 
espécies e nas cadelas. 
Hérnia Diafragmática: Defeitos congênitos ou adquiridos do diafragma permitem o 
deslocamento das vísceras para a cavidade torácica, com comprometimento respiratório. 
 
 
Torção ou Volvo: Rotação de um órgão tubular ao longo do seu eixo longitudinal (torção) e 
torção do intestino sobre seu eixo maior ou mesentérico (volvo), são sempre causa de 
obstrução estrangulada. O volvo é comum em suínos devido ao excesso de produção de gás a 
partir de substratos fermentados e nos equinos no colón maior esquerdo devido a maior 
mobilidade do órgão. 
Intussuspecção: Invaginamento de um segmento do intestino dentro de outro segmento, pode 
ocorrer como consequência de corpos estranhos lineares, nódulos de Oesophagostomum sp. 
em ruminantes, cirurgia intestinal previa, enterites e abscessos e tumores intramurais. A 
compressão dos vasos mesentéricos provoca tanto infarto venoso, inflamação e aderências, 
essas que tornam a invaginação não redutível com consequente necrose e gangrena do 
segmento invaginado. 
Alterações Inflamatórias 
O aumento da entrada de bactérias aliados a eliminação reduzidas delas proporciona o 
supercrescimento bacteriano nos intestinos e com isso anormalidades nas alças intestinais 
como má absorção e diarreias. A má absorção decorre de lesões provocadas pelas bactérias ou 
suas toxinas no epitélio intestinal, inicialmente com atrofia e posterior colapso das vilosidades, 
o que dificulta a absorção tanto de nutrientes como de água. 
Enterite: Embora o termo seja usado de forma genérica, o seu uso preferencial é para 
denominar a inflamação de todo o intestino delgado. Quando as inflamações são restritas a 
cada segmento recebem denominações especificas como Tiflite ou Cecite (Ceco), Colite 
(Cólon), Proctite (Reto), Duodenite (Duodeno), Jejunite (Jejuno) e Íleite (Íleo). Quando o 
processo é difuso e envolve também o estômago é denominado Gastroenterite. Podem ser 
classificados em agudas, subagudas, crônicas e crônicoativas ou levando em conta o exsudato 
presente em Catarral, Purulento, Hemorrágico, Fibrinoso, Necrótico ou Diftérico. Ainda podem 
ser classificados de acordo com o infiltrado presente em Granulamatoso, Eosinofílico, 
Linfoplasmocitário, Histiocitário, etc. 
Alguns Agentes Causadores de Enterites nos Animais Domésticos 
Bovinos: Bactérias como Escherichia coli, Salmonella spp. Clostridium spp. Mycobacterium 
pseudotuberculosis e Mycobacterium bovis; Vírus como Coronavírus, Rotavírus, Pestivírus 
(BVD) e Rhadinovírus (Febre Catarral Maligna) e Protozoários como Cryptosporidium sp e 
Eimeria spp. 
Suínos: Bactérias como Escherichia coli, Salmonella spp. Clostridium spp. Campylobacter; 
Vírus Coronavírus, Rotavírus. 
Cães: Vírus como Parvovírus canino 
 
Helmintoses Gastrointestinais 
Competem por Nutrientes no Lúmen Intestinal: Strongylus sp. e Parascaris equorum em 
equinos, Moniezia em ruminantes, Taenia spp e Ascaris suum em Suínos e Physaloptera e 
Toxocara em cães e gatos. 
Causam Perda de Sangue: Haemonchus sp. em ruminantes, Strongylus sp. em equinos, 
Ancylostoma sp. em cães; (Causam anemias e hipoproteinemia). 
Gastroenteropatia por perda de Proteína: Ostertagia ostertagi e Trichostrongylus axei em 
ruminantes; Trichuris vulpis em cães; (causam inapetência e diarreia). 
Traumas Físicos a Parede: Oesphagostomum sp. em ruminantes (foco inflamatório e 
ulcerações). 
Efeitos em Locais Distantes: Strongylus sp em equinos e Ascaris suum em suínos (migração 
hepatotraqueal); 
 
PERITONIO 
Alterações Post-Mortem: Pseudomelanose é a coloração esverdeada principalmente na serosa 
intestinal decorrente da formação de sulfametahemoglobina resultante da combinação de gás 
sulfídrico produzido por bactérias intestinais com hemoglobina liberada. Embebição por 
Hemoglobina é a coloração avermelhada ou rósea difusa em toda a superfície peritoneal 
associada ao acumulo de liquido peritoneal avermelhado; Embebição por Bile afeta 
principalmente a parte do fígado e das vísceras com localização adjacente a vesícula biliar. 
Alterações Circulatórias 
Ascite ou Hidroperitoneo: Excesso de liquido peritoneal (transudato), considera como 
manifestação de edema na cavidade abdominal. As principais causas são comuns a outras 
manifestações de edema como a diminuição da pressão oncótica do sangue decorrente a 
hipoproteinemia ocasionada por hepatopatias. Outra causa importante é o aumento da 
pressão hidrostática, ou seja Hipertensão na circulação portal, ocorre principalmente nos casos 
de hepatopatias crônicas associadas a fibrose. Outro mecanismo que pode resultar em ascite é 
o comprometimento da drenagem linfática da cavidade, ocorre principalmente em casos de 
neoplasias, particularmente Carcinomatose (Neoplasia epitelial maligna disseminada pela 
cavidade abdominal). 
Hemoperitoneo: acumulo de sangue na cavidade peritoneal. Geralmente, o sangue se 
apresenta na forma de coágulos. As causas mais comuns incluem ruptura traumática de fígado, 
baço ou outro parenquimatoso,Hemangiossarcoma, hemorragias petequias ou Sufusões nas 
superfícies serosas dos órgãos abdominais, resultantes de diáteses hemorrágica como nos 
casos de septicemia. 
Uroperitoneo: Ocorre a ruptura da bexiga e a consequência é o extravasamento de urina para 
a cavidade abdominal, o acumulo de urina na cavidade resulta numa resposta inflamatória 
irritativa e não infecciosa denominada Peritonite Química, decorrente também de injeção de 
soluções ou drogas por vias intraperitoneais. 
Peritonite: Processo inflamatório agudo e séptico da cavidade abdominal (Peritonite Séptica), 
a Peritonite Bacteriana é resultado de perfuração ou ruptura uterina e perfuração da cavidade 
peritoneal, pode também ocorrer por inflamação transmural do intestino, particularmente nos 
casos onde há necrose e gangrena na parede do intestino. No gato a principal causa especifica 
de peritonite é a PIF - Peritonite Infecciosa Felina por Coronavírus, que pode resultar em 
reação efusiva e não efusiva.

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