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Curso de Graduação em Letras UNOPAR VIRTUAL Disciplinas: Métodos e Técnicas de Pesquisa; Leitura e Produção de Texto em Língua Portuguesa I; Língua Portuguesa I: Conceitos Gerais; Língua Latina; Educação a Distância; Teoria da Literatura. Semestre: 1º Professores: Eliza Nantes; Ana Paula da Silveira; Juliana Fogaça Simm; Celso Leopoldo Pagnan; Ana Maria Valle, Rosemari Bendlin Calzavara. Atividade de Portfólio Individual Objetivo: Discutir os conceitos de língua (brasileira e portuguesa), relacionando-as aos acordos ortográficos realizados entre Brasil e Portugal, bem como a posição de Mário de Andrade em denominar a língua do Brasil como modo de exprimir a literatura e à língua de sua nação. Orientações: O trabalho de portfólio individual do 1º semestre de letras será um momento de reflexão, a partir dos conteúdos teóricos trabalhados nas disciplinas. A preocupação central é iniciar uma discussão ampla e profunda da ortografia da língua portuguesa, realizando não somente o seu regaste histórico, mas suas representações diversas, como afirma Silva (2009), isto torna-se “particularmente providencial numa época em que a construção do imaginário social e cultural e, consequentemente, de uma determinada identidade, passa também pelo modo como falamos e escrevemos nossa língua”. Na Obra, Ortografia da Língua Portuguesa: história, discurso, representações, lançada pela Editora Contexto, em 2009, o autor, Maurício Silva organiza uma série de artigos que pretende refletir sobre o Acordo Ortográfico e demostrar como na história da língua e dos Acordos entre Portugal e Brasil houve sempre um difuso sentimento de nacionalismo. O autor afirma: Embora uma discussão mais acentuada em torno da ortografia da língua portuguesa date em Portugal do século XVI e, no Brasil no século XIX e somente no século XX o assunto adquire maior consistência teórica, desdobrando-se, ao longo desse mesmo período e até os dias de hoje, em seguidos (des)acordos ortográficos entre Portugal e Brasil. Por isso, a questão Curso de Graduação em Letras UNOPAR VIRTUAL da ortografia do português nos dois continentes continua sendo, nos dizeres lúdicos de Mário de Andrade, a responsável pela desordem mental que por aqui imperou na primeira metade do século. Além disso, não se pode negar o fato de que em muitas discussões acerca da ortografia da língua portuguesa tanto no Brasil quanto em Portugal, parece prevalecer um difuso sentimento nacionalista, que encontra justamente no âmbito das questões linguageiras campo fértil para seu desenvolvimento, mesclando-se ora a anseios pela independência política, ora em embates em torno da emancipação linguística. (Silva, Pág. 8, 2009). Artigos publicados, por ocasião do acordo ortográfico trazem elementos que comprovam este sentimento. Assim, leia o artigo abaixo, Naufragar é preciso, de João Pereira Coutinho, para em seguida responder a algumas questões: Naufragar é preciso? Acontece que a língua não se muda por decreto; ela é a decorrência de uma evolução cultural. Começa a ser penoso para mim ler a imprensa portuguesa. Não falo da qualidade dos textos. Falo da ortografia deles. Que português é esse? Quem tomou de assalto a língua portuguesa (de Portugal) e a transformou numa versão abastardada da língua portuguesa (do Brasil)? A sensação que tenho é que estive em coma profundo durante meses, ou anos. E, quando acordei, habitava já um planeta novo, onde as regras ortográficas que aprendi na escola foram destroçadas por vândalos extraterrestres que decidiram unilateralmente como devem escrever os portugueses. Eis o Acordo Ortográfico, plenamente em vigor. Não aderi a ele: nesta Folha, entendo que a ortografia deve obedecer aos critérios do Brasil. Sou um convidado da casa e nenhum convidado começa a dar ordens aos seus anfitriões sobre o lugar das pratas e a moldura dos quadros. Questão de educação. Em Portugal é outra história. E não deixa de ser hilariante a quantidade de articulistas que, no final dos seus textos, fazem uma declaração de princípios: "Por decisão do autor, o texto está escrito de acordo com a antiga ortografia". A esquizofrenia é total, e os jornais são hoje mantas de retalhos. Há notícias, entrevistas ou reportagens escritas de acordo com as novas regras. As crônicas e os textos de opinião, na sua maioria, seguem as regras antigas. E depois existem zonas cinzentas, onde já ninguém sabe como escrever e mistura tudo: a nova ortografia com a velha e até, em certos casos, uma ortografia imaginária. A intenção dos pais do Acordo Ortográfico era unificar a língua. Resultado: é o desacordo total com todo mundo a disparar para todos os lados. Como foi isso possível? Curso de Graduação em Letras UNOPAR VIRTUAL Foi possível por uma mistura de arrogância e analfabetismo. O Acordo Ortográfico começa como um típico produto da mentalidade racionalista, que sempre acreditou no poder de um decreto para alterar uma experiência histórica particular. Acontece que a língua não se muda por decreto; ela é a decorrência de uma evolução cultural que confere aos seus falantes uma identidade própria e, mais importante, reconhecível para terceiros. Respeito a grafia brasileira e a forma como o Brasil apagou as consoantes mudas de certas palavras ("ação", "ótimo" etc.). E respeito porque gosto de as ler assim: quando encontro essas palavras, sinto o prazer cosmopolita de saber que a língua portuguesa navegou pelo Atlântico até chegar ao outro lado do mundo, onde vestiu bermuda e se apaixonou pela garota de Ipanema. Não respeito quem me obriga a apagar essas consoantes porque acredita que a ortografia deve ser uma mera transcrição fonética. Isso não é apenas teoricamente discutível; é, sobretudo, uma aberração prática. Tal como escrevi várias vezes, citando o poeta português Vasco Graça Moura, que tem estudado atentamente o problema, as consoantes mudas, para os portugueses, são uma pegada etimológica importante. Mas elas transportam também informação fonética, abrindo as vogais que as antecedem. O "c" de "acção" e o "p" de "óptimo" sinalizam uma correta pronúncia. A unidade da língua não se faz por imposição de acordos ortográficos; faz-se, como muito bem perceberam os hispânicos e os anglo-saxônicos, pela partilha da sua diversidade. E a melhor forma de partilhar uma língua passa pela sua literatura. Não conheço nenhum brasileiro alfabetizado que sinta "desconforto" ao ler Fernando Pessoa na ortografia portuguesa. E também não conheço nenhum português alfabetizado que sinta "desconforto" ao ler Nelson Rodrigues na ortografia brasileira. Infelizmente, conheço vários brasileiros e vários portugueses alfabetizados que sentem "desconforto" por não poderem comprar, em São Paulo ou em Lisboa, as edições correntes da literatura dos dois países a preços civilizados. Aliás, se dúvidas houvesse sobre a falta de inteligência estratégica que persiste dos dois lados do Atlântico, onde não existe um mercado livreiro comum, bastaria citar o encerramento anunciado da livraria Camões, no Rio, que durante anos vendeu livros portugueses a leitores brasileiros. De que servem acordos ortográficos delirantes e autoritários quando a língua naufraga sempre no meio do oceano? João Pereira Coutinho Folha de São Paulo, Ilustrada. São Paulo, terça-feira, 10 de janeiro de 2012. Agora, responda as seguintes questões: 1. Que língua falamos no Brasil, Português ou “Brasileiro”? Discorra sobre isso. (Para responder esta questão, leia atentamente o anexo 1) 2. Discuta a ideia do Nacionalismo presente no texto. Curso de Graduação em Letras UNOPAR VIRTUAL 3. João Pereira Coutinho intitula o seutexto de “Naufragar é preciso?”. Como o título da sua obra se articula com o nacionalismo? (Para responder esta questão, leia atentamente o anexo 1) 4. No texto, Silva (2009) aponta o escritor Mário de Andrade como um crítico da língua ou pelo menos da oposição entre a língua Brasileira vs Portuguesa. Aprofunde esta ideia, escolhendo um poema de Mário de Andrade que trate deste assunto, e relacione como a questão da língua dialoga com a poesia de seu tempo. (Para responder esta questão, atente-se ao anexo 2). 5. Exprima a sua opinião sobre o acordo ortográfico e sobre a seguinte afirmação: “A unidade da língua não se faz por imposição de acordos ortográficos; faz-se, como muito bem perceberam os hispânicos e os anglo- saxônicos, pela partilha da sua diversidade. E a melhor forma de partilhar uma língua passa pela sua literatura.” (Coutinho, 2012). Para aprofundar os temas propostos sugerimos a seguinte bibliografia, disponível na Biblioteca digital. SILVA, Maurício. O Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa: o que muda, o que não muda - 2ª edição. São Paulo, Contexto, 2009. P. 9-13. Simm, Juliana Fogaça Sanches. Ensino de Língua Portuguesa no Paraná: Um Olhar Diacrônico. 2009. 229 páginas. Dissertação (Mestrado em Estudos da Linguagem) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2009. (ANEXO 1 do trabalho) Orientações Finais: O trabalho deverá conter a seguinte estrutura: Introdução, desenvolvimento e conclusão. Na introdução você explica sobre o que versará o trabalho. No desenvolvimento apresenta as respostas. Elas devem vir dentro do item desenvolvimento, seguindo a seguinte estrutura: RESPOSTAS: Curso de Graduação em Letras UNOPAR VIRTUAL 1) 2) 3) 4) 5) Por fim, na conclusão, você nos mostra que houve reflexão sobre a ação. Como? Discorrendo sobre qual foi a importância do trabalho já realizado na sua formação profissional. Nas respostas, atente para usar a língua padrão, respeitando os aspectos gramaticais: tempos e modos verbais, concordância verbal e nominal, escolhas lexicais, ortografia, regência verbal etc; Além disso, monte um texto respostas com coerência e coesão. Organização da produção textual para postagem: 1. O trabalho deve ser realizado individualmente e postado no portfólio, na pasta especifica, no prazo estipulado. 2. O trabalho deve ser realizado de acordo com as normas da ABNT; acesse a Biblioteca Digital, clique em “Padronização” e escolha as opções “Trabalhos acadêmicos – Apresentação” e “Modelo para elaboração de Trabalho Acadêmico”. a) Espaçamento entre linhas: 1,5 b) Margens: superior e esquerda, 3 cm; inferior e direita, 2 cm. c) Fonte: ARIAL ou TIMES NEW ROMAN d) Observar normas para citações curtas ou longas; Elementos do trabalho: a) Capa (conforme normas da Unopar, vide biblioteca digital); b) Folha de rosto (conforme normas da Unopar, vide biblioteca digital); c) Introdução; d) Desenvolvimento; e) Conclusão; f) Referências. Curso de Graduação em Letras UNOPAR VIRTUAL Tenha um ótimo trabalho! Eliza Nantes; Ana Paula da Silveira; Juliana Fogaça Simm; Celso Leopoldo Pagnan; Ana Maria Valle e Rosemari Bendlin Calzavara.
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