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Análise Crítica das Organizações – Resenha 3 Página 1 Universidade Candido Mendes Análise Crítica das Organizações – Resenha 3 Prof. Maximiliano Escobar 2. TÉCNICAS DE ANÁLISE ORGANIZACIONAL METODOLOGIA DO DIAGNÓSTICO O Diagnóstico Organizacional A palavra “diagnóstico” tem significados distintos dependendo do campo da ciência em que se está envolvido. Na medicina, significa qualificar uma doença; nas ciências biológicas, analisar espécies para classificá-las ou criar tipologia. Na administração, utiliza-se o adjetivo organizacional para definir uma atividade que melhora o conhecimento sobre as organizações através de técnicas pré-definidas. O diagnóstico organizacional é um conceito que surge como ideia na administração nas Escolas Clássicas. Autores como Taylor, Fayol, Follet, Barnard e Simon sugeriam uma fase no processo de solução de problemas da administração cuja descrição se aproxima do que se chama de diagnóstico atualmente. O diagnóstico empresarial/organizacional é um instrumento utilizado para se fazer o mapeamento da situação global da empresa sob a ótica de seus proprietários, funcionários, clientes internos e principais clientes externos, como etapa essencial anterior ao planejamento. O diagnóstico é realizado por meio da aplicação de um amplo questionário no qual são levantadas as impressões dos funcionários a respeito de questões abrangentes, tais como a prática do planejamento e da gestão, a estrutura organizacional e seu funcionamento, os recursos humanos, as sistemáticas de comunicação e informatização existentes, a visão estratégica da organização; assinalando-se seus pontos fortes e fracos e as medidas adotadas para a solução de problemas. Também são pesquisadas as percepções e expectativas dos principais clientes externos quanto ao seu relacionamento com a empresa. Realizar um diagnóstico organizacional é de suma importância para uma empresa, pois é através deste que apuramos o potencial ou as dificuldades da mesma. Consiste numa análise minuciosa da organização cujo propósito é levantar todas as características: forças, fraquezas, ameaças e oportunidades. Um diagnóstico é cabível tanto nos bons como nos maus momentos de uma empresa. É um instrumento indispensável de gestão, uma técnica gerencial de primeira ordem, mesmo que a empresa apresente resultados satisfatórios. Ao se realizar um diagnóstico numa empresa sã, as decisões serão mais importantes e fundamentais, similarmente seria como diagnosticarmos uma doença em fase inicial e tratá-la a tempo. Análise Crítica das Organizações – Resenha 3 Página 2 Um diagnóstico empresarial pode contribuir para uma melhor tomada de decisão, pois é o instrumento que apresenta uma visão global e dinâmica da empresa e define um roteiro geral do processo de decisão, não se trata de uma avaliação técnica, mas de um procedimento que habilita o empresário a obter uma visão clara, simples e precisa do conjunto de seu negócio. Ao finalizarmos um diagnóstico numa empresa, faz-se necessário a concordância da direção, dos problemas levantados, se apresentam caráter de gravidade e urgência, exigindo rápida intervenção e estudando propostas das soluções a adotar. O conjunto do trabalho de análise deverá se desenvolver em um clima de inteira confiança- mútua e permanente. Um diagnóstico empresarial tem como objetivo elaborar um inventário dos pontos fortes e fracos de uma empresa em todos os seus aspectos. A tomada de decisão caberá ao dirigente da empresa, podendo prosseguir ou parar sua ação, então não será um diagnóstico que poderá piorar o estado de uma empresa, é necessário coragem em visualizar a importância da mudança e suas consequências. O Consultor empresarial é o agente de mudança externo à empresa, que através de um processo interativo, assume a responsabilidade de auxiliar os executivos e profissionais de uma empresa na tomada de decisão. Na elaboração de um diagnóstico o consultor é a peça chave, pois através de suas análises, na coleta de informações, identificará os problemas, determinará suas causas, avaliará os recursos humanos e suas qualificações, na busca de soluções adequadas. Cabe ao empresário decidir se quer realmente mudar, se deseja vida nova, deverá permitir extrair às “ervas daninhas” que estão impedindo o seu crescimento, e renovar sua decisão de sobrevida, é doloroso, porém é a melhor resposta contra a crise. O Método dos Fatores Críticos de Sucesso (FCS) A abordagem dos FCS baseia-se na identificação dos fatores que são considerados críticos para o executivo de forma individual, como também, para o desempenho da organização como um todo. Este tipo de abordagem ajuda os executivos a definir as suas necessidades de informação. O método dos FCS é conduzido em duas ou três fases separadas: 1. Os objetivos dos executivos são determinados e os FCS que permeiam os objetivos são discutidos. O inter-relacionamento dos FCS com os objetivos é estabelecido com o propósito de determinar quais FCS poderão ser combinados, eliminados ou reestabelecidos. 2. A segunda fase é realizada para rever os resultados da primeira. Nesta, medidas e possibilidades são discutidas em profundidade. 3. Essa fase pode ser necessária para estabelecer um acordo final na sequência dos FCS. Os FCS em uma organização podem ser definidos como “aquelas poucas áreas críticas onde as coisas podem ir certas para o negócio prosperar”. Podemos isolar quatro fontes de FCS: Análise Crítica das Organizações – Resenha 3 Página 3 1. Estrutura da Indústria – Cada indústria por sua natureza diversa tem um conjunto de FCS que são determinados de acordo com as suas características; 2. Estratégia competitiva, posição industrial e localização geográfica – Cada empresa tem uma determinada situação de acordo com a sua estória e estratégia competitiva. Empresas menores, para sobreviverem precisam estabelecer novos nichos de mercado, sair completamente de uma linha de produtos já dominada pelas empresas maiores, ou meramente redistribuir recursos entre várias linhas de produtos. 3. Fatores ambientais – Os FCS mudam de acordo com a situação atual do fornecimento e disponibilidade dos recursos naturais. 4. Fatores temporais – O tempo é um fator significativo para o desenvolvimento das atividades de uma organização. A organização muda no tempo e os FCS também mudam. Os executivos devem definir claramente o período (em termos de planejamento) que determinados FCS são essenciais para o sucesso da organização. Nesse sentido, organizações pertencentes a um mesmo segmento poderão exibir diferentes FCS como resultado de diferenças na localização geográfica, estratégias, posição competitiva e outros fatores. A Análise Dinâmica e Global de Kubr Nesta concepção, o processo de diagnóstico em consultoria organizacional tem o objetivo de “identificar corretamente o problema para o qual o auxílio do consultor foi solicitado”. Por isso, engloba duas etapas gerais na fase de diagnóstico: a primeira de coleta de dados e a segunda de análise das informações. Contudo, antes da primeira etapa, a coleta de dados, é sugerida uma reunião com os líderes da organização cujo objetivo é verificar o entendimento preliminar sobre o problema que motivou a contratação da consultoria, de sorte que se possa negociar o escopo da consultoria e iniciar a atividade. O modelo de Diagnóstico sugerido por Kubr é o de Análise Dinâmica e Global. Nele, o consultor busca informações não apenas dos problemas instalados, mas outros que são ameaças ou oportunidades potenciais. Além disso, sugere-se que os dados coletados sejam comparados com padrões de outras organizações no mercadoonde a organização atual. O modelo de Análise Dinâmica e Global descreve os tópicos da realidade nos quais o consultor deve se focar: i. Organização-cliente: buscar informações básicas sobre a natureza da organização, eventos históricos importantes, principais influência, dentre outras informações internas à organização; ii. Ambiente: buscar informações sobre o ambiente socioeconômico no qual a organização está inserida; iii. Recursos Relativos à Insumo: identificar os insumos que fazem funcionar a organização (de forma ampla); Análise Crítica das Organizações – Resenha 3 Página 4 iv. Objetivos, Políticas, Planos Gerais: examinar a metodologia utilizada pelo cliente para definir estratégias globais de funcionamento; v. Áreas específicas: Descrever objetivos, políticas, planos, atividades e desempenho dos setores de Finanças, Marketing, Operações, Pesquisa e desenvolvimento e Recursos Humanos; vi. Desempenho geral: descrever indicadores globais recolhido na fase anterior para compará- los com os indicadores padrão; vii. Gestão e Organização: analisar o desempenho dos gestores nas suas funções. A fase de diagnóstico, para Kubr finaliza na reunião de apresentação dos dados aos líderes ou donos da organização. A partir de então a atividade de consultoria é a de implantação das mudanças sugeridas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS KUBR, Milan. Consultoria: um guia para a profissão. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1996. MOURA, Guilherme Lima. Relações de Conhecimento Consultor Organizacional – Cliente à Luz da Biologia do Conhecer: uma reinterpretação para desfazer mal entendidos correntes. 2005. 132 f. Dissertação (Mestrado em Administração) – Departamento de Ciências Administrativas, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2005. PAZ, Juliana Albuquerque. Processos de Aprendizagem na Fase de Diagnóstico de Consultoria Organizacional: As Contribuições da Teoria da Aprendizagem Situada. Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2006.
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