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Coronaviridae Erika Moutinho Costa Departamento de Microbiologia e Parasitologia Instituto Biomédico Universidade Federal Fluminense espécie Alphacoronavirus 1: - Vírus da gastrenterite transmissível de suínos (TGEV) - Coronavírus felino (FCoV) - Coronavírus canino (CCoV) Betacoronavirus 1: - Coronavírus bovino (BCoV) Adaptado de Carsten, 2010. Ratification vote on taxonomic proposals to the ICTV. Gammacoronavirus Avian coronavirus: -Vírus da bronquite infecciosa aviária Le Poder, 2011. Adv. In Virology - Partículas irregulares (80-220nm) - Envelope com glicoproteínas: S: Spike: ligação ao receptor Fusão celular Major antígeno M: transmembrana HE: hemaglutinina – esterase - Nucleocapsídeo: simetria helicoidal nucleoproteína N Família: Coronaviridae Proteína M (transmembrana) Spike Ligação ao receptor Fusão celular Ac neutralizantes HE: grupo II Hemaglutinina/esterase - Genoma: RNA ss (+) infeccioso betrayeddesires.blogspot.com pathmicro.med.sc.edu Bergmann et al. Nature Reviews Microbiology 4, 121–132 (February 2006) | doi:10.1038/nrmicro1343 Coronavírus: Replicação no citoplasma 4. Replicação do genoma 1. Adsorção 2. Penetração: endocitose mediada por receptor ou fusão 3. Decapsidação RNA (+) tradução RNA polimerase RNA (-) RNA (+) RNAs genoma sub-genômicos proteínas (a) (b) (c) (d) 5. Envelope adquirido de membranas intracelulares (RE) 6. Liberação: exocitose Vírus transportado no interior de vesículas do Golgi • Acomete as células do topo das vilosidades necrose, achatamento das vilosidades e redução da absorção + • Redução na produção de lactase pelas células intestinais acúmulo de lactose no lúmen intestinal • Alteração no transporte de sódio Diarréia osmótica • Transmissão oral-fecal • Gravidade: Dose infectante Ac materno Virulência da amostra Gastrenterite por Coronavírus Coronavírus Rotavírus Parvovírus Licitra, et al. 2014, Viruses - diarréia neonatal de bezerros (1 semana de idade) - disenteria de inverno em vacas adultas: queda de até 90% da produção leiteira das vacas em lactação -infecções respiratórias Epidemiologia: Distribuição mundial Inverno Fezes como fonte de infecção Coronavírus Bovino (BCoV) Coronavírus Bovino (BCoV) Diagnóstico diferencial: - Rotavírus, bactérias entéricas , parasitas e protozoários (manifestações clínicas muito semelhantes) Diagnóstico laboratorial: - Microscopia eletrônica: (observação da partícula viral) - Isolamento em cultura de células (células de rim de bovino ou da linhagem Vero) difícil: vírus perde facilmente o envelope - RT-PCR: detecção do genoma viral PCR precedida pela transcrição reversa (RT-PCR) - Para vírus de genoma RNA Transcriptase Reversa: Síntese do DNA complementar (cDNA) http://wiki.biomine.skelleftea.se/biomine/molecular/index_07.htm PCR Coronavírus Bovino (BCoV) Profilaxia: Vacinação Administração do colostro (banco de colostro de vacas multíparas) Limpeza e desinfecção das instalações Sanidade no parto Vacina para a Prevenção da Síndrome da Diarreia Neonatal dos Terneiros Composição Rotavirus bovino (G6 e G10) e Coronavírus Inativadas CATEGORIA Novilhas e vacas ainda não vacinadas 60 e 30 dias antes do parto Vacas já vacinadas 30 dias antes do parto Trop Anim Health Prod. 2009 Oct;41(7):1563-7. doi: 10.1007/s11250-009-9347-2. Epub 2009 Apr 16. Frequency of BCoV detection by a semi-nested PCR assay in faeces of calves from Brazilian cattle herds. Stipp DT, Barry AF, Alfieri AF, Takiuchi E, Amude AM, Alfieri AA. Abstract Bovine coronavirus (BCoV) is one of the main causes of neonatal calf diarrhoea. Several diagnostic assays have been employed to detect the presence of the virus in stool samples from calves. Despite this, the frequency of BCoV infection among Brazilian and even South American cattle herds has yet to be well characterised. This study describes the occurrence of BCoV infection among calves from dairy and beef herds in four Brazilian states. A total of 282 stool samples from 1 to 60-day-old calves were evaluated for the presence of BCoV by a semi-nested (SN) PCR assay. The animals were from herds (n = 23) located in three geographical regions in Brazil (south, southeast, and center-west). The specific BCoV amplicon was detected in 15.6% (44/282) of the faecal specimens examined, of which 95.4% (42/44) were from diarrhoeic and 4.6% (2/44) from asymptomatic calves. The specificity of the SN-PCR amplicons was evaluated by restriction fragment length polymorphism (RFLP) analysis. The results show that the BCoV is widespread, mainly among calves from 16 to 30-days-old (p = 0.0023), and verify the association between BCoV infection and clinical signs of diarrhoea (p = 0.005). These findings emphasise the importance of this virus in enteric infections of Brazilian cattle herds. Worldwide diarrhea outbreaks in cattle herds are more frequently detected in calves being that diarrhea outbreaks in adult cattle are not common. Winter dysentery (WD) is a bovine coronavirus (BCoV) enteric infection that is more reported in Northern hemisphere. Seasonal outbreaks of WD in adult cattle occur mainly in dairy cows. WD has not been described in beef cattle herds of tropical countries. This study describes the molecular detection of BCoV in a diarrhea outbreak in beef cattle steers (Nellore) raised on pasture in Parana, southern Brazil. During the outbreak, the farm had about 600 fattening steers. Watery and bloody diarrhea unresponsive to systemic broad-spectrum antibiotic therapy reveals a morbidity rate of approximately 15 %. The BCoV N gene was identified in 42.9 % (6/14) of the diarrheic fecal samples evaluated by semi-nested polymerase chain reaction (SN-PCR) technique. Other enteric microorganisms occasionally identified in adult cattle and evaluated in this study such as bovine groups A, B, and C rotavirus, bovine viral diarrhea virus, bovine torovirus, aichivirus B, and Eimeria sp. were not identified in the fecal samples. To the best knowledge of the authors, this is the first description of the BCoV diagnosis in fecal samples collected in a diarrhea outbreak in adult beef cattle grazing in the grass in a tropical country. • Causa diarréia • Diferenças entre CCV e CPV: Coronavírus (CCoV) Parvovírus canino (CPV) • Após ingestão alcança mucosa intestinal via passagem esôfago/estômago • Alcança a mucosa intestinal após viremia e dissemina para medula óssea e tecido linfóide • Tropismo por células do terço distal das vilosidades • Tropismo por células da cripta • Diarréia • Diarréia e leucopenia • Infecção localizada: Imunidade IgA • Infecção sistêmica: Imunidade IgA, IgM, IgG • Infecção primária predispõe as células intestinais à infecção pelo CPV Coronavírus Canino (CCoV) Coronavírus Canino (CCoV) Diagnóstico laboratorial: - Microscopia eletrônica: (observaçãoda partícula viral) -Isolamento em cultura de células difícil: vírus perde facilmente o envelope -RT-PCR: detecção do genoma viral -Kits para detecção de antígeno Pratelli et al., J. Virol. Methods, 80:11-15, 1999 Conjugado (Ac + enzima) é misturado com o vírus na amostra clínica (1) (2) (3) (4) Conjugado (Ac + enzima) + vírus nas fezes Ac na membrana substrato Ensaio imunoenzimático (kit-snap* ) http://www.idexx.com/ Ensaio imunocromatográfico (kit-snap* ) Reação imunológica é realizada em um papel cromatográfico por ação capilar 2 tipos de Ac: Ac marcado se liga a amostra Ac adsorvido ao papel cromatográfico www.danscottandassociates.com Coronavírus Canino (CCoV) Diagnóstico laboratorial: - Microscopia eletrônica: (observação da partícula viral) -Isolamento em cultura de células difícil: vírus perde facilmente o envelope -RT-PCR: detecção do genoma viral -Kits para detecção de antígeno Profilaxia: Vacinas atenuadas X inativadas Pratelli et al., J. Virol. Methods, 80:11-15, 1999 http://www.primecirurgica.com.br/produto/parvocorona-ag-test-alere/#! Coronavírus felino (FCoV): FCoV tipo I FCoV tipo II : recombinação entre CCoV - II e FCoV - I Relações genéticas entre os diferentes genótipos de coronavírus felino e canino (FCoV e CCoV). (Fonte: Adaptado de Le Poder, 2011) Coronavírus canino (CCoV): CCoV tipo I geneticamente similar ao FCoV- I CCoV tipo II: IIa (clássico) geneticamente similar ao FCoV - II Variante pantrópica de CCoV: altamente patogênica IIb recombinação com TGEV-like Relações genéticas entre os diferentes genótipos de coronavírus felino e canino (FCoV e CCoV). (Fonte: Adaptado de Le Poder, 2011) Terada Y. et al. (2014) Emergence of Pathogenic Coronaviruses in Cats by Homologous Recombination between Feline and Canine Coronaviruses. PLoS ONE Recombinação copy-choice Coronavírus felino (FCoV) FCoV replicação em enterócitos infecção assintomática ou diarréia replicação nos macrófagos doença sistêmica peritonite infecciosa felina(PIF) Transmissão fecal-oral: fezes, saliva, contato próximo 2 Biotipos MUTAÇÃO FCoV = Enterite FIPV = Peritonite infecciosa felina Fatores pré-disponentes para a mutação: stress, genética e infecções concomitantes que deprimem a resposta imune (FIV, FeLV, panleucopenia felina) FCoV PIF Vírus se mantêm na população pela transmissão de um animal a outro ou pela presença prolongada em um indivíduo http://homepage.usask.ca/~vim458/virology/s tudpages2007/Bill_Leanna/fecov.html Organização genômica dos coronavírus (Pratelli, A. Advances in Virology, 2011) FIPV: mutações que inativam a ORF3c FCoV: gene 3c funcional replicação no trato intestinal FIPV: deleção da ORF7b FCoV FIP linfopenia Stanley Perlman and Ajai A. Dandekar. 2005 www.vetscite.org Imunopatogênese da FIP http://vps.fmvz.usp.br/labmas/wp-content/uploads/2011/06/Coronaviroses-em-felinos-domésticos_2014_PDF.pdf Diagnóstico: • RT-PCR : detecção do genoma viral Profilaxia: • Vacina não é recomendada • Limpeza e desinfecção das instalações • Isolamento dos animais doentes • Gatis evitar superpopulação. Coronavírus felino (FCoV) Pratelli et al., J. Virol. Methods, 80:11-15, 1999 Vírus da Gastrenterite Transmissível dos Suínos (TGEV) •Doença entérica altamente contagiosa em leitões Epidemiologia •Prevalente no Hemisfério Norte, principalmente inverno •Brasil : não é comumente encontrada •Transmissão: fecal-oral Patogenia • Endêmica X epidêmica Vírus da Gastrenterite Transmissível dos Suínos (TGEV) Diagnóstico •Imunofluorescência •Imunoperoxidase •ELISA •Isolamento e ME não recomendáveis •Sorologia Prevenção • Prevenir a introdução de animais contaminados na propriedade •Vacinas (?) – outros países •“ infecção controlada” Vírus da Bronquite Infecciosa Aviária (IBV) • Coronavírus das aves domésticas (Gallus gallus) • Gênero: Gammacoronavirus Patogenia: Infecção: trato respiratório superior Células epiteliais ciliadas da mucosa Células secretoras de muco Viremia Rins Oviduto Aparelho digestivo Nefrite Diminuição na produção de ovos Vírus eliminado Comprometimento da qualidade nas fezes interna e externa dos ovos Lesões na traquéia IBV: doença de distribuição mundial Todas as aves de um plantel podem ser acometidas: Mortalidade é variável: estirpe viral Idade estado imunológico do lote fatores ambientais estressantes infecções bacterianas secundárias Pintinho com sinais respiratórios Infecção em aves poedeiras: diminuição na produção de ovos que nunca retorna ao normal, nem a qualidade dos ovos Infecção em aves de corte: retardo do crescimento ovos normais (à esquerda) ovos sem casca ( à direita) ovos com cascas rugosas (meio) ovos deformados (abaixo) produzidos por galinhas durante um surto de BI Comparação de um embrião de galinha normal de 18 dias (à direita) e dois embriões infectados da mesma idade apresentando nanismo IBV Diagnóstico Laboratorial: - Isolamento do vírus em ovos embrionados SPF com 9-10 dias de incubação - Inoculação do vírus em cultura de órgãos de traquéia - Detecção do genoma viral: RT-PCR www.scielo.br IBV Prevenção: Aves de corte: Vacina atenuada no 1o dia de vida. Prevenir problemas respiratórios Poedeiras e matrizes: prevenir perdas econômicas redução na produção e/ou baixa qualidade dos ovos IBV Diversidade antigênica: Vários sorotipos podem co-circular em uma região Sorotipos padrão: Massachusetts Connecticut Imunidade: sorotipo específica Obrigada! erikamcosta@gmail.com