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RESUMO 1ª AVALIAÇÃO DIREITO CIVIL – DIREITO DAS COISAS – 9º PERÍODO 2014 OBS: Resumo elaborado pelos acadêmicos Michel B. e Ricardo L. - 9º Período B, com base APENAS em Explicações do professor Leandro Gabriel em sala de aula. 1 RESUMO – I AVAL. DIREITO DAS COISAS: 1 - Abordagem Contextual: Perg. Em que consiste o Direito das Coisas? Dos bens materiais que podem ser comercializados. 1.2 - Conceito de Direito das Coisas: Trata-se do complexo de normas que regula as relações dominiais existentes entre os bens jurídicos materiais/corpóreos suscetíveis de serem comercializados pelo homem em sociedade. Obs. A situação do direito de propriedade intelectual e do Direito autoral? Aqui não se enquadram no complexo do direito das coisas por isso tem o direito de usucapir. Em relação à propriedade intelectual esta é regulamentada pela lei 9.279/96 e Tratado Internacional; Os direitos autorais são tratados pelas leis 9.609/96 e 9.610/96. DIA – 25/02. 1.3 - Como se apresenta: Perg. O direito obrigacional/contratual e seu intercâmbio com o direito das coisas? Embora nos possamos subdividir os ramos do direito patrimonial, a sempre essa interconexão. Evidentemente, para se ter um direito real deve-se ter o registro público, mas, para se ter o registro público, provavelmente eu tive uma relação jurídica (direito pessoal/obrigacional). Esse direito pessoal/obrigacional evolui para o direito real quando se materializa o registro público imobiliário daquele bem. Perg. Situação especial da Propriedade Intelectual e dos Direitos Autorais? Aqui não se enquadram no complexo do direito das coisas por isso tem o direito de usucapir. Em relação à propriedade intelectual esta é regulamentada pela lei 9.279/96 e Tratado Internacional; Os direitos autorais são tratados pelas leis 9.609/96 e 9.610/96. 1.4 – Distinção: a) Direito Contratual/Obrigacional/Pessoal: Neste direito nós temos o sujeito ativo e o sujeito passivo que vai implicar numa relação jurídica; Os efeitos jurídicos desta relação são pessoais; atingem somente as partes envolvidas; não atinge terceiros da relação; Ex. loteamento que estava sendo vendido na cidade de Montes Claros, mas que não pertencia ao vendedor que passava por proprietário; aqueles que efetuaram a compra dos lotes não podem fazer nada em relação ao verdadeiro dono; RESUMO 1ª AVALIAÇÃO DIREITO CIVIL – DIREITO DAS COISAS – 9º PERÍODO 2014 OBS: Resumo elaborado pelos acadêmicos Michel B. e Ricardo L. - 9º Período B, com base APENAS em Explicações do professor Leandro Gabriel em sala de aula. 2 Obs. È direito pessoas por exclusão, sendo assim, tudo o que não for direito real e não estiver relacionado a direito possessório, é direito pessoal/obrigacional. Quando você for comprar um imóvel, por segurança jurídica você deve exigir as seguintes certidões: Certidão de Inteiro Teor do imóvel; Certidão de Ônus Reais; Certidão de Ação Reinterceptorias ou Pessoais. b) Direito Possessório: É um direito hibrido ou misto; possuidor não é sinônimo de proprietário; Ele se situa no liminar do direito obrigacional e real, pois tem prerrogativas tanto de um direito como de outro. Ex: Possuidor tem o domínio imediato da coisa, mas não tem a presunção legal de posse da coisa. Uma posse consolidada se dá com 1 ano e 1 dia de posse. c) Direito Real: Consiste no que se denomina de poder jurídico direto e imediato sobre a coisa resultando em favor do seu titular nas prerrogativas de publicidade do direito e oponibilidade erga omnes; significando que em favor do titular do direito real pesa o direito de sequela e o direito de preferência em relação aos pares da coletividade. Tem-se o sujeito ativo Direito da coisa relação de domínio que exerce sobre a coisa. Direito real é aquele que se diz da relação jurídica que atribui ou investe a pessoas, seja física ou jurídica, na posse, uso e gozo de uma coisa, corpórea ou incorpórea, que é sua propriedade. Obs. Estão elencados de maneira taxativa no art. 1.225/CC e na Lei n° 6.015 (lei de registros públicos). 2 – Classificação dos Direitos Reais: a) Sobre a Coisa Própria: è quando você exerce um direito real sobre uma coisa que lhe pertence ou vai lhe pertencer. Perg. Quais são os direitos reais sobre a coisa própria? A propriedade e os seus correlatos, sendo assim, a propriedade fiduciária, condomínio. b) Sobre a Coisa Alheia: Você tem o direito real de usar e gozar sobre uma coisa que não lhe pertence. Gozo/fruição: Usufruto, superfície, enfiteuse, servidão. Salvo Hipoteca, penhor e anticrese. Garantia: São aqueles que limitam a propriedade ou o direito real em razão de alguma obrigação formalmente econômica contraída. Ex. hipoteca, penhor e anticrese. RESUMO 1ª AVALIAÇÃO DIREITO CIVIL – DIREITO DAS COISAS – 9º PERÍODO 2014 OBS: Resumo elaborado pelos acadêmicos Michel B. e Ricardo L. - 9º Período B, com base APENAS em Explicações do professor Leandro Gabriel em sala de aula. 3 3 – Estudo da Posse: I – Em que consiste? A posse é uma modalidade de direito hibrido, sendo assim, ela mescla características de direito contratual e de direito real. O caminho natural dela é alcançar o Usucapião e convolar-se em Propriedade. Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. POSSE OBJETIVA. CONCEITO - Trata-se do poder fático (presença física), direto e imediato sobre uma coisa (móvel ou imóvel), exercido com ingerência socioeconômica (função social da propriedade/imóvel) e manifestado com pelo menos um dos poderes inerentes à propriedade. Os poderes inerentes a propriedade são: Direito de usar, gozar/fruir, dispor e reivindicar. Obs. Desses poderes, o único que o possuidor não possui é o de reivindicar, todavia, ele pode vender, alienar e etc. Atenção. O máximo que o possuidor pode fazer é buscar a Reintegração de Posse, pois esta é diferente de Reivindicar (é típica do proprietário). Obs. A importância da idéia de Escalonamento ou Etapas da posse? Na verdade a posse passa por etapas ou por um escalonamento. A posse descrita pelo art. 1.196/CC é chamada de POSSE SIMPLES. A posse dentro dessa idéia de escalonamento, passaria por 3 estágio, são eles: Posse Plena e Qualificada; Posse Velha; Posse Simples – art. 1.196/CC. Obs. Mesmo que essa posse descrita pelo art. 1.196/CC seja “uma posse”, ela não lhe conduzirá ao direito ao Usucapião. Porque para a posse lhe conduza ao direito ao Usucapião a mesma deve ser Plena e Qualificada e, nesse sentido ela inescapavelmente tem que trazer em seu contexto elementos subjetivos, elementos socioeconômicos. Então, para a posse ser plena e qualificada deve haver a presença fática, animus domini e, ela tem que ser exercida de maneira pública, ou seja, que o seu domínio seja exteriorizado e não ter nenhuma relação jurídica ou se subalternidade com o ex ou antigo titular da coisa. II – Derivação do Direito da Posse: a) Composse? É o exercício simultâneo por mais de um titular do direito de posse sobre uma mesma coisa. Ex: duas pessoas ocupam uma área e depois entra com ação de usucapião; a herança ainda não repartida. b) Detentor/Fâmulo da Posse? É a situação de quem exerce posse direta sobre uma coisa, mas não é plena e qualificada que dê a ele o direito de usucapião; RESUMO 1ª AVALIAÇÃO DIREITO CIVIL – DIREITO DAS COISAS – 9º PERÍODO 2014 OBS: Resumo elaborado pelos acadêmicos Michel B. e Ricardo L. - 9º Período B, com base APENAS em Explicações do professor Leandro Gabriel em sala de aula. 4 O possuidor não exerce aposse em nome próprio, apenas detém a coisa em razão de uma situação de dependência econômica ou por vínculo de subordinação. Cumpre ordens alheias; Quem está com o fâmulo, não tem a posse da coisa e por esse motivo não lhe assiste o direito de invocar em seu próprio nome o instituto possessório. É mero detentor da coisa. Ex: Caseiro; administrador; comodatário; guardião; funcionário da empresa que mora no imóvel dela; c) Desdobramento da Posse? São situações em que você pega o seu direito de posse e o desdobra, sendo assim, o transfere para outra pessoa. Ex. locação, sublocação, arrendamento. Obs. Quanto mais você desdobra a posse, isso não enfraquece o seu direito possessório, mais sim, ela estará cada vez mais “fortalecida”. Perg. Quais os “limites” do desdobramento/derivação da Posse? A pessoa pode ficar lá no imóvel por um longo período e mesmo assim a depender do vicio ou da situação (caso concreto) aquelas pessoas não poderão ter direito sob aquele bem. DIA – 04/03. 4 - Situações Excludentes do Direito de Posse Plena: a) Tolerância: Ocorre sempre que no contexto de uma situação jurídica especifica, o legitimo titular da coisa independentemente de previa cientificação e ou autorização formal, suportar que um terceiro utilize-se do bem sem que esta situação tenha o condão de oportunizar direito possessório. Ex. empréstimo em condomínio de vaga de garagem; utilização de área de fração ideal (área coletiva do condomínio). Obs. Mesmo que ele passe anos usufruindo daquela área ele “jamais” poderá ter direito a uma posse plena e qualificada. b) Liberalidade: Ocorre sempre que o titular da coisa, na situação em que foi previamente cientificado, em atitude altruística, permite que terceira pessoa, de modo gratuito e integral, utilize-se da coisa por prazo indeterminado. Obs. Estes atos não geram nem mesmo direito de posse e são muito comuns nas situações de condomínios; É semelhante ao comodato, porém, aqui é diferente do comodato que gera direito a posse que o comodatário deve notificar o dono para constituí-lo em mora. 4.1 - Espécies de Posse: a) Posse justa X Posse injusta: Aqui relaciona-se com a existência de vícios ou não. ASPECTO OBJETIVO DA POSSE. - Justa: Considera-se justa a posse que não possuir os vícios da violência, da clandestinidade ou da precariedade; - Injusta: Considera-se injusta a posse que apresentar um dos vícios da violência, da clandestinidade ou da precariedade. RESUMO 1ª AVALIAÇÃO DIREITO CIVIL – DIREITO DAS COISAS – 9º PERÍODO 2014 OBS: Resumo elaborado pelos acadêmicos Michel B. e Ricardo L. - 9º Período B, com base APENAS em Explicações do professor Leandro Gabriel em sala de aula. 5 Vício da violência: é violenta a posse obtida por meio de abuso da força física e/ou da coação moral ou psicológica, produzindo em regra como resultado depredação e comprometimento do patrimônio alheio. Ex. invasão de terras pelo MST; esbulhos possessórios; Vício da Clandestinidade: São as manobras furtivas, subrepticias ou fraudulenta que ocasionam a perda da posse. Em regra essas atitudes furtivas vão produzir invasões ou limitações ao direito alheio às escondidas ou na calada da noite. Ex. invasão de prédio no centro de São Paulo; falsificação de documentos (grilagem de terras); Vício da Precariedade: Considera-se precária a posse que começa ou que torna-se injusta em razão do abuso de confiança em regra originado pela ruptura da relação jurídica obrigacional que vinculava as partes (legítimo titular e possuidor). Obs. A partir do momento que você entra em mora e continua na posse do bem e não o restitui espontaneamente ou não notifica o titular do bem para este retomar a sua posse, nesse caso, você passa a exercer uma posse viciada por precariedade. Então, a sua posse antes era legitima, mas agora ela é viciada. Ex: arrendamento, comodato, locação, promessa de compra e venda e, etc. SITUAÇÕES QUE O VÍCIO PODE SER SANADO: Vício da violência ou da clandestinidade: O transcurso do tempo (+ de 1 ano e 1 dia após a ciência) ou por convenção/acordo entre as partes sana o vício; Vício da precariedade: Esse vício é em regra insanável, porque nele trabalhasse com a relação de confiança. TODAVIA, há entendimento que ele pode ser sanado por acordo entre as partes OU EXCEPCIONALMENTE pelo tempo, quando o atual possuidor comprovar que está de boa-fé e que exteriorizou/notificou a sua posse com animus domini sobre a coisa. b) Posse de boa-fé X Posse de Má-fé: Aqui esta relacionado com a consciência (saber) da existência de vícios ou não. ASPECTO SUBJETIVO DA POSSE. - Boa fé: O adquirente da posse ou novo titular daquela posse ignora a existência de vícios sobre aquela posse. - Má fé: O adquirente tem a consciência ou as circunstancias fazem presumir que o mesmo recebeu uma posse viciada. Obs. Os vícios da posse transmitem-se automaticamente com ela (HERDEIRO NECESSÁRIO, TESTAMENTÁRIO). Observação: É possível que uma posse seja de boa fé, mas injusta na origem. Exemplo: um terceiro que agindo de boa fé é adquirente de uma posse, que havia sido adquirida na origem de forma injusta. Obs. Em regra a posse justa é de boa fé e a injusta de má-fé; no entanto, essa regra não é necessariamente absoluta, pois pode haver exceções. Exemplo: pessoa que aluga imóvel e com o fim do contrato não sai do mesmo e também não paga os devidos valores do aluguel. RESUMO 1ª AVALIAÇÃO DIREITO CIVIL – DIREITO DAS COISAS – 9º PERÍODO 2014 OBS: Resumo elaborado pelos acadêmicos Michel B. e Ricardo L. - 9º Período B, com base APENAS em Explicações do professor Leandro Gabriel em sala de aula. 6 c) Posse Nova X Posse Velha: - Posse Nova: trata-se da posse que é exercida com presença fática e ingerência socioeconômica sobre a coisa a MENOS de 1 ano e 1 dia. - Posse Velha: trata-se da posse que é exercida com presença fática e ingerência socioeconômica sobre a coisa a MAIS de 1 ano e 1 dia; Essa é a melhor posse, pois é a partir dela que passa-se a ter efeitos irradiantes sobre a posse. O Estado Juiz já me protege através das Ações Possessórias. OBS.: A distinção entre posse velha e posse nova serve para se ter a noção para saber se o possuidor tem direito às proteções possessórias. Atenção. Processualmente a melhor ação é Ação Processual de Força Nova, porque você age antes da outra parte completar 1 ano e 1 dia de invasão. A doutrina moderna entende que poderia haver a proteção possessória com prazo menor se o agente estivesse cumprindo uma função social do imóvel; Em um conflito de normas constitucionais com relação à posse, deve-se fazer a ponderação dos valores e nesse caso tem- se a tendência de dar a proteção possessória pelo menos até que a pessoa tenha onde se alojar, colher sua safra e etc. d) Posse Civil ou Jurídica X Posse Natural: - Posse Civil ou Jurídica: É aquela em que o atual titular da posse tem uma previa relação jurídica com o anterior titular. Caso esse pacto se quebre isso acarretará no Vício de Precariedade. Ex. compra e venda parcela, locação, arrendamento. - Posse Natural: trata-se daquela posse em que seu titular não possui qualquer relação ou vínculo jurídico com o anterior titular da coisa, se é que esta coisa um dia teve titular. É o caso clássico do denominado Usucapião Natural/Originária (área sem registro). e) Posse ad-usucapionem X Posse ad-interdicta: - Posse ad-usucapionem: consiste na posse que se encontra plena, qualificada pelo tempo e exercida com animus domini (ânimo de dono); logo trata-se da posse apta a possibilitar o direito ao usucapião. - Posse ad-interdicta: É aquela que possibilitará no máximo a utilizaçãodas Ações Possessórias, mas não alcançará o direito ao Usucapião. f) Posse Direta ou Imediata X Posse Indireta ou Mediata: - Posse Direta ou Imediata: É aquele que esta exercendo a influencia socioeconômica atual sobre a coisa, de maneira direita ou imediata. RESUMO 1ª AVALIAÇÃO DIREITO CIVIL – DIREITO DAS COISAS – 9º PERÍODO 2014 OBS: Resumo elaborado pelos acadêmicos Michel B. e Ricardo L. - 9º Período B, com base APENAS em Explicações do professor Leandro Gabriel em sala de aula. 7 - Posse Indireta ou Mediata: É quando você embora seja titular da posse plena ou da propriedade não se encontra no poder fático/direto sob o bem. Ex. alugar, arrendamento, comodato. - Situação mista: promessa de compra e venda em prestações, com a entrega imediata da coisa. Os imóveis financiados (comprador tem o animus domini, mas se não pagar o imóvel a financeira vem e toma o imóvel); POSSE DIREITA e a PROPRIEDADE INDIRETA. g) Posse Pró-diviso X Posse Pró-indiviso: - Pró-diviso: ocorre no contexto em que a composse (mais de uma titular) é estabelecida com um acordo de fracionamento do direito de posse sobre a coisa. Para se pleitear o Usucapião da área toda, tem-se que ser os titulares ao mesmo tempo. - Pró-indiviso: ocorre no cenário em que a composse (mais de uma titular) é partilhada entre os titulares sobre toda a coisa e sem qualquer espécie de fracionamento do direito. h) Posse Jus Possidendi X Jus Possessionis: - Jus Possidendi: È a posse originada em razão da formalização do registro. È a posse por presunção através do direito de propriedade. - Jus Possessionis: È a posse pela posse, sendo assim, no poder fático e direto sob a coisa, sem a sua devida titularização/formalização. DIA – 11/03. 5 - Aquisição do Direito da Posse – art. 1204 CC/02. Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade. a) Em que consiste? Consiste no exercício dos poderes ou prerrogativas inerentes ao proprietário com publicidade, intervenção socioeconômica positiva e animus domini sob a coisa possuída. Desta forma o possuidor terá adquirido a posse ou o direito capaz de conduzi- lo a materialização da Usucapião. b) Situações de aquisição da posse: 1 – Apreensão- Trata-se da aquisição da posse sobre coisa abandonada (um dia teve dono) ou sem dono (nunca teve um titular). Geram como resultado a Usucapião. 2 – Exercício de Direito: Consiste em situação da aquisição do direito de posse ope legis, ou seja, que decorre da lei, em regra não dependerá nem mesmo de relação jurídica previamente estabelecida. Ex: servidões originárias que limitem propriedades alheias (direito de passagem dentro de uma fazenda). RESUMO 1ª AVALIAÇÃO DIREITO CIVIL – DIREITO DAS COISAS – 9º PERÍODO 2014 OBS: Resumo elaborado pelos acadêmicos Michel B. e Ricardo L. - 9º Período B, com base APENAS em Explicações do professor Leandro Gabriel em sala de aula. 8 3 – Tradição: È a aquisição da posse baseada na transferência da titularidade da coisa, por isso ela tem característica de ser uma aquisição de uma posse de origem Derivada. Essa transferência pode ser gratuita ou onerosa. Desdobramentos da Tradição, são elas: Real: É a transferência que ocorre de maneira direta e imediata entre o anterior titular e o novo, na qual o domínio útil da coisa opera-se imediatamente. Imediatamente você materializa o direito de posse. Simbólica/“Traditio Longa-manus”: Consiste na transferência da titularidade sobre a coisa condicionada a um evento futuro e talvez incerto; nela o atual adquirente não ingressa imediatamente no domínio útil da coisa recebendo em regra algo que simboliza a transferência. Ex: Assinar contrato de promessa de compra e venda com a entrega do imóvel em data futura; receber as chaves do imóvel como forma simbólica de posse. Ficta: ou “traditio brevi-manus”: Opera-se sempre que a transferência do bem não resultar em alteração no domínio útil direto da coisa, ocorrerá apenas à alteração da classificação jurídica das partes envolvidas na transação. Ex. constituto possessório; passar de possuidor para proprietário. Constituto Possessório: Estava na condição de proprietário e passa para a condição de possuidor. Ex: Pessoa vende um imóvel e o aluga para sua moradia no comprador do imóvel. c) Tradição de Bens Móveis e Imóveis: - Bens Móveis: A simples tradição/entrega/transferência da coisa independentemente da formalização do ato, pressupõem que você transferiu a posse e a titularidade. - Bens Imóveis: Para se transferir a sua titularidade não basta à tradição/transferência, pois é necessário a sua formalização no Registro de Imóveis. d) Quanto à Origem: A posse pode ser: - Originária: È aquela que se efetiva sem nenhum impedimento ou óbice sobre a coisa. O novo titular deve receber a coisa livre e desembaraçada de qualquer ônus, inclusive ônus tributários. Ex. usucapião, arrematação judicial de bens. Obs. Se a Fazenda Pública insistir em cobrar de você, nesse caso, você impetra um Mandado de Segurança para garantir o seu direito. - Derivada: Você recebe a coisa com todos os ônus que a mesma possuir, porque a sua aquisição baseou-se em uma relação jurídica com o anterior titular. Ex: compra e venda; doação. Aqui há repercussão dos débitos da coisa sobre quem fez tal aquisição. DIA – 18/03. 6 – Perda da Posse: RESUMO 1ª AVALIAÇÃO DIREITO CIVIL – DIREITO DAS COISAS – 9º PERÍODO 2014 OBS: Resumo elaborado pelos acadêmicos Michel B. e Ricardo L. - 9º Período B, com base APENAS em Explicações do professor Leandro Gabriel em sala de aula. 9 a) Em que consiste? Ocorre todas as vezes que no cenário de discussão sobre a titularidade do direito de posse constatar-se que houve a perda da influência socioeconômica sobre a coisa e do animus domini. ATENÇÃO - Perg. Por que é importante ter os dois? Porque dependendo do tipo de posse e como a posse autoriza o seu desdobramento, a depender do caso concreto, pode ser trazida uma narrativa e lhe perguntar: justifique ou não a perda ou a ausência da posse. Por exemplo, é narrado que fulano de tal tinha a posse e deixou de ter influencia direta sobre a coisa, mas transferiu este bem para um arrendatário. Ele perdeu a posse? Não, ele não perdeu a posse, ele apenas desdobrou a sua posse. Ele pode não esta tendo influência socioeconômica direta sobre a coisa, todavia, ele não perdeu o animus domini. Agora se é narrada a situação em que ele se afastou da coisa a ponto de perder a ingerência socioeconômica e também o animus domini, nesse caso, ocorreu a completa perda da posse. b) Situações: Abandono; É quando você ausenta-se da coisa, perdendo a sua influência direta sobre ela. Esse abandono pode ocorrer: gratuito/voluntario (ex. retirantes) ou alguma situação de pressão e covardia (você pode recuperar essa posse através das tutelas possessórias). Obs. Como se trata de um vício de violência, o mesmo pode ser sanado com o tempo, e nesse sentido, você deve agir prontamente. Tradição; É a transferência da titularidade da coisa. Aqui normalmente se tem uma relação jurídica. Ex. Venda, Doação. Destruição; Ocorre quando o bem perde o seu potencial útil para o qual ele se destinava ou foi concebido. Em regra, são fenômenos da natureza que vão fazer com que a coisa perca o seu potencial útil para o qual ela tinha destinação principal, mas também pode ocorrer por dano de um terceiro. Ex. Em uma situação de terremoto emque o imóvel é destruído, pode ser que o lote não tenha dano, mas para a finalidade para a qual ele se destinava (moradia), ele foi destruído. Observação: Intervenção por Supremacia do Interesse Público? È a atuação da administração pública que vai ocasionar normalmente a tradição/transferência da coisa. 1. Desapropriação: em regra, tem-se indenização; 2. Requisição administrativa: Em regra, não gera direito a indenização visto que esta diante de uma situação de urgência e emergência, calamidade pública. Poderá ocorrer indenização se houver prejuízo ao patrimônio. 3. Ocupação temporária: Pode gerar direito a indenização se o titular do bem provar que sofreu prejuízo econômico. c) Alienação ilegítima: São as situações em que a pessoa aliena sem ser o titular da coisa. RESUMO 1ª AVALIAÇÃO DIREITO CIVIL – DIREITO DAS COISAS – 9º PERÍODO 2014 OBS: Resumo elaborado pelos acadêmicos Michel B. e Ricardo L. - 9º Período B, com base APENAS em Explicações do professor Leandro Gabriel em sala de aula. 10 - “Venda a non domino”: Consiste na venda por quem não tem o verdadeiro domínio sobre a coisa. Esse tipo de venda, em regra, é considerado como inexistente, portanto, o legitimo titular pode recuperar a coisa, usando as medidas pertinentes. NULA. Exceção a regra: Quando a coisa, ainda que ilegítima, é adquirida em leilão público ou hasta pública. Nesse caso o bem é adquirido escoimado de vícios (sem vícios). Vale para as situações de posse e propriedade. Art. 1.268/CC/02. Feita por quem não seja proprietário, a tradição não aliena a propriedade, exceto se a coisa, oferecida ao público, em leilão ou estabelecimento comercial, for transferida em circunstâncias tais que, ao adquirente de boa-fé, como a qualquer pessoa, o alienante se afigurar dono. - Visão da Jurisprudência Majoritária: Obs. A Jurisprudência só tem punido civilmente, ou seja, considerado uma alienação ilegítima nos casos de roubo, furto e receptação. Nesse caso, se o vício não tenha sido sanado pelo tempo, o legítimo titular da coisa pode obrigar o atual possuidor (3° adquirente) a devolver a coisa, ainda que o mesmo esteja de boa-fé. Agora, a jurisprudência não aceita ou não tem acatado a tese da alienação ilegítima, quando a coisa que foi alienada tem origem em condutas de estelionato ou apropriação indébita. Aqui, o legítimo titular da coisa NÃO pode obrigar o atual possuidor de boa-fé a lhe devolver o bem. Só caberia a ele, propor uma ação de regresso contra quem lhe enganou. d) Perda da Posse pelo Ausente: A legislação só considera a perda da posse da pessoa quando ela esta ausente a partir do momento que ele tem ciência. Perg. Mas como nós temos que interpretar isso? Com a visão do Princípio da Eticidade e da Publicidade da Posse. Quem é ausente? È q/q um que abandonou? Não, pois ausente não é a mesma coisa de quem abandona. Atenção. Esse ausente que a legislação quer proteger é aquela pessoa que sai da posse direta sob a coisa, ausenta-se não com animus em definitivo, pois ele irá voltar, mas por circunstâncias alheias a sua vontade, ele se afasta da coisa e não consegue retornar no tempo desejado e, neste intervalo de tempo, alguém passa a possuir a coisa/bem de sua propriedade. Obs. Como o objetivo do direito possessório é tutelar a posse, mas a “boa posse”, nesse sentido, em favor desse ausente que consegue justificar o motivo da sua ausência, ou seja, ele possui “justo motivo”, o tempo de posse do atual possuidor só vale contra ele a partir do dia que ele conseguir provar a publicidade da sua posse e a ciência dela em face do legitimo proprietário. Ex. Se o atual possuidor tiver 1 ano e 1 dia de posse, mas se o ausente por justo motivo comprovar que ficou sabendo dessa invasão a, por exemplo, 1 mês, contra o ausente o atual possuidor só tem 1 mês de posse. Agora contra terceiros, o atual possuidor já tem mais de 1 ano de posse. RESUMO 1ª AVALIAÇÃO DIREITO CIVIL – DIREITO DAS COISAS – 9º PERÍODO 2014 OBS: Resumo elaborado pelos acadêmicos Michel B. e Ricardo L. - 9º Período B, com base APENAS em Explicações do professor Leandro Gabriel em sala de aula. 11 Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente repelido. e) Continuidade da Relação Possessória: É a possibilidade de você poder unir as posses ou ter acessão de posses. Art. 1.203. Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi adquirida. Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade. Art. 1.205. A posse pode ser adquirida: I - pela própria pessoa que a pretende ou por seu representante; II - por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação. Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos caracteres. Art. 1.207. O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais. Acessão de Posses: Aqui se refere nos casos de Sucessão/Herança, ou seja, herdou a posse de fulano de tal. A posse dele acendeu/somou com a posse sua. Obs. O Sucessor Universal (filho, neto cônjuge) recebe a posse com todos os vícios que ela tiver. Já o Sucessor Singular (legado ou testamento) tem a opção de ficar com a posse com o tempo anterior e aceitar os vícios dela ou então, ele pode receber a posse e só passar a contar da sua posse para frente como uma posse limpa, ou seja, sem vícios. União de Posses: Quando a transferência com Relação Jurídica. Ex. Eu tinha 5 anos de posse e vendi a mesma para Rogério; Compra, venda, doação. DIA – 25/03. EFEITOS DA POSSE: São as repercussões jurídicas positivas que a “boa posse” dá para o seu titular. 7 – Proteção Possessória: 7.1 – Em que consiste? Consiste na prerrogativa inerente ao titular do direito possessório de poder defende e tutelar a sua posse em face de intervenções injustas cometidas por terceiros. Ex. invasões, esbulhos, atentados, ameaça. Obs. O proprietário do imóvel por vir a ser o réu na Ação Possessória. RESUMO 1ª AVALIAÇÃO DIREITO CIVIL – DIREITO DAS COISAS – 9º PERÍODO 2014 OBS: Resumo elaborado pelos acadêmicos Michel B. e Ricardo L. - 9º Período B, com base APENAS em Explicações do professor Leandro Gabriel em sala de aula. 12 Atenção. O que você não verá é o Possuidor ajuizar uma Ação Petitória contra o proprietário, pois as ações petitórias são ações que tutelam diretos reais e, o possuidor não tem direito real. 7.2 – Espécies: Autotutela: Consiste na proteção do direito possessório exercida exclusivamente pelo titular do direito sem q/q intervenção de terceiros, inclusive o braço armado do Estado e o Poder Judiciário. Obs. Nesse contexto, você não tem atributos normativos para que você possa ser socorrido pelas Ações Possessórias, porque você tem apenas a Posse Nova – 1 ano e 1 dia. Você não poderia entrar com uma ação de Reintegração de Posse. Obs. A Autotutela se subdivide em duas espécies, sendo elas: Legítima Defesa: Atuação imediata no próprio contexto que está ocorrendo à agressão possessória. Vale ressaltar que na legítima defesa pune-se o excesso; Desforço Imediato ou Desforço Incontinente: Atuação posterior ou logo após ((assim que você toma ciência)) a ofensa da posse. Ex. Pessoa invade propriedade sorrateiramente à noite e constrói uma cerca; no dia seguinte o posseiro da propriedade desmancha a cerca para impedir a agressão possessória. Heterotutela: Consiste na prerrogativa de proteção possessória inerente ao titular de Posse Velha (+ de 1 ano e 1 dia), que passa a ter o direito de buscar a intervenção do Estado Juiz no conflito possessório. Obs. O possuidor de posse nova não tem direito a Heterotutela. Perg. Por que hetero? Porque terceiros/estranhos podem intervir no conflito de interesses. Interdito Proibitório; HETEROTUTELA = AÇÕES: Manutenção da Posse; Reintegração de Posse. Obs. A matéria está disciplinada no código civil artigo 1.210 e seus parágrafos (fundamentação do direito material) e o art. 920 e seguintes (ações) do CPC. 7.3 – Características da ação possessória: Legitimidade Passiva (RÉU): a) Autor da ofensa: Em regra esse é o primeiro a ser arrolado no polo passivo; RESUMO 1ª AVALIAÇÃO DIREITO CIVIL – DIREITO DAS COISAS – 9º PERÍODO 2014 OBS: Resumo elaborado pelos acadêmicos Michel B. e Ricardo L. - 9º Período B, com base APENAS em Explicações do professor Leandro Gabriel em sala de aula. 13 b) Quem ordenou: Excepcionalmente pode acontecer que o autor da ofensa não esteja agindo em nome próprio; logo quem será legitimado passivamente será quem ordenou. Nesse caso, excepcionalmente o autor da ofensa pode fazer nomeação à autoria. c) Herdeiro/Sucessor: O herdeiro ou sucessor tem legitimidade passiva para dar continuidade com o processo. d) Pessoa Jurídica Privada: É plenamente possível. Obviamente que essa PJ será representada por alguém. e) Pessoa Jurídica Pública: Nos casos de Desapropriação Indireta (quando o processo de desapropriação não cumpriu adequadamente todas as suas etapas). Obs. Em nenhum cenário você ira conseguir uma Medida Liminar. Obs. Sempre ira ocorrer a Audiência Previa de Justificação. Atenção. Caso não seja pago a indenização e nem tenha iniciado a obra, nesse caso você tem chance de recuperar o bem. Agora, se estiver começado à obra, todavia não fora pago a indenização ou já tenha pagado uma parte da indenização, você “pode esquecer” (VOCE PERDEU). – SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO - f) Coletividade Indeterminada de Pessoas: É denominado também de Litisconsórcio Passivo Multitudinário, pois não pode singularizar quem são os invasores. Ex. ação contra invasores do MST. Obs. Intervenção de Terceiros. Em regra, não pode ter intervenção de terceiros, porque é um Procedimento Especial, entretanto, caso ocorra, nesse caso, essa ação passará para o Rito Ordinário. Legitimidade Ativa (AUTOR): a) Possuidor; b) Herdeiro/Sucessor; Obs. Detentor. Em regra, ele só tem direito a Autotutela, ele não possui legitimidade para propor a ação. È aquele que age em nome do titular. Ex. caseiro, administrador. Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas. Obs. Nascituro. Ele não possui legitimidade ativa ou passiva para propor as ações possessórias, todavia, a sua mãe possui legitimidade. 7. 4 – Conflito no Contexto do Desdobramento da Posse: Isso pode resultar em duas situações, são elas: RESUMO 1ª AVALIAÇÃO DIREITO CIVIL – DIREITO DAS COISAS – 9º PERÍODO 2014 OBS: Resumo elaborado pelos acadêmicos Michel B. e Ricardo L. - 9º Período B, com base APENAS em Explicações do professor Leandro Gabriel em sala de aula. 14 - Litisconsórcio: Leandro é o titular da posse ou da propriedade e, este aluga o aludido imóvel para Vanessa, e nesse contexto, Marcos tenta invadir o referido imóvel. Nesse caso, a ação será proposta por Leandro e Vanessa (litisconsórcio ativo). OU o próprio titular da posse pode vir a ser o réu. Ex. Locador que se acha no direito de adentrar no imóvel na hora que ele quiser, ou fazer obras no mesmo imóvel sem a devida comunicação e autorização do locatário. Ele esta exorbitando os seus direito como locador. 7. 5 – Princípio da Fungibilidade das Ações Possessórias: O Estado Juiz não esta adstrito ao tipo de ação que você entrou, independentemente do tipo de ação/ nome iuris, a tutela possessória será concedida no melhor aspecto que o Estado Juiz entender. Isso é possível porque os ritos processuais são semelhantes. Ex. Deveria ter entrado com a Ação de Reintegração de Posse, todavia, você entrou com Ação de Interdito Proibitório. Obs. Em regra, não cabe fungibilidade entre ações com ritos processuais diferentes. 7.6 – Caráter Dúplice da Ação Possessória: Consiste na possibilidade de que o réu além de efetivar sua defesa na peça de resposta (contestação), poderá deduzir argumentos inovadores e efetuar Pedido Contraposto (pedidos a sua favor) independentemente da necessidade de reconvenção. Aqui a idéia do contra-ataque processual; Obs. Por ser um Rito/Procedimento Especial, em regra, não se admite a Reconvenção. Obs. Aqui você não faz apenas Pedidos Negativos, mas também se faz os Pedidos Positivos. Pedidos Negativos = não acatar o julgamento de mérito pedido pela outra parte. Pedidos Positivos = que o mérito seja julgado a seu favor. Ex. Caso a ação de seja julgada procedente, mas você tem direito as benfeitorias, indenização e etc. PEDIDO CONTRAPOSTO
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