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DIREITO CIVIL – Professor: Mario Godoy Tema: Atos jurídicos 1. Conceito e classificação do ato jurídico. Ato jurídico é o ato de vontade capaz de criar, modificar, resguardar, transferir ou extinguir direitos e deveres. Os atos jurídicos lícitos subdividem-se em: a) Atos jurídicos stricto sensu. Consideram-se tais os atos de vontade cujos efeitos encontram-se predeterminados em lei (p. ex., o casamento); b) Negócios jurídicos. Correspondem a atos de vontade cujos efeitos decorrem do livre consentimento das partes (p. ex., o contrato). Observe-se que as normas referentes aos negócios jurídicos aplicam-se, no que couber, aos atos jurídicos stricto sensu (CC, art. 185). 2. Pressupostos de validade do ato jurídico. São pressupostos de validade do ato jurídico: a) Agente capaz; b) Objeto lícito, possível, determinado ou determinável. c) Forma prescrita ou não defesa em lei. Art. 107 do CC. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir. 3. Interpretação do ato jurídico. Nas declarações de vontade, deve-se ater mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem (CC, art. 112). Porém, em se tratando de negócio jurídico benéfico ou de renúncia, ordena a lei que se recorra ao critério da interpretação estrita (CC, art. 114). No que pertine ao silêncio, deve-se entender que ele só induzirá anuência quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa (CC, art. 111). Tal se verifica, por exemplo, no contrato de doação, em que o doador pode fixar prazo ao donatário para declarar se aceita, ou não a liberalidade; desde que o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro dele, a declaração, o seu silêncio faz presumir que aceitou, em atenção ao que dispõe o art. 539 do CC. Por outro lado, se a declaração de vontade tiver sido externada no contexto de uma reserva mental, deve prevalecer, em princípio, aquilo que o agente declarou, salvo o destinatário tinha conhecimento prévio da vontade real concebida pelo declarante, hipótese em que a declaração não mais subsistirá. Por reserva mental, entenda-se “a declaração intencionalmente feita em sentido contrário à vontade real do declarante, com o propósito de enganar terceiros” (Mario Godoy, Direito civil, questões comentadas – CESPE, 2ª ed., São Paulo, Método, 2010, p. 67).
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