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Notas Para uma História da Psicologia no Brasil
Segundo Pessotti (2004) a Psicologia no Brasil está amadurecendo e uma prova disso é o próprio livro, que analisa criticamente a atuação dos psicólogos brasileiros. 
A evolução começa no Brasil colonial, quando havia textos sobre outros assuntos, como Política, Teologia, Medicina, Pedagogia e Moral. Todos esses assuntos refletiam o interesse e o pensamento da elite da época. Essas ideias não eram do próprio povo brasileiro, pois as pessoas que tinham acesso ao estudo, ou eram imigrantes portugueses ou iam estudar nas universidades europeias. A tendência era para a organização da sociedade e do Estado brasileiro. Por este motivo, havia grande preocupação e interesse em assuntos como: a conquista dos índios pela catequese, educação ou aculturação pela força.
Todos os textos eram muito eruditos, pois eram direcionados ao público da metrópole ou aos ambientes eclesiásticos ou universitários europeus e não à colônia. O autor cita obras que falam sobre as emoções, que tinham um viés religioso. A partir de 1822, com a independência política proclamada, o desenvolvimento cultural e científico do país ficou mais propício.
Foram criadas, além de escolas do ensino básico, as primeiras faculdades de Medicina do país. É lá que se inicia a formação de um saber psicológico no Brasil.
Os autores deste novo período não estavam mais a serviço da religião, são profissionais de medicina, preocupados com questões científicas e se vinculavam à área específica chamada Psicologia. 
O primeiro estudo genuíno de Psicologia Experimental foi escrito em 1900, por Henrique Roxo e inaugura uma série de trabalhos importantíssimos. Apesar da grande quantidade de produções, ainda não se notam ligações com os problemas da sociedade brasileira. Eles estavam mais preocupados com a originalidade do que com sua utilidade social. Na Bahia havia maior interesse na aplicação social da Psicologia, enquanto que no Rio de Janeiro, os pesquisadores eram mais voltados à Neuropsiquiatria, Neurologia e Psicologia.
Não há sinais, porém tanto na produção da escola baiana ou na fluminense, de qualquer reflexo dos movimentos políticos-culturais que culminaram na abolição da escravatura e proclamação da República. 
Na primeira metade do século XX, vários nomes foram importantes para a constituição da psicologia e contribuíram para as questões educacionais e de organização do trabalho, desses profissionais, destacam-se as contribuições de Marcelo Medeiros, Albuquerque, Ulisses Pernambucano, Ugo Pizzoli, Lourenço Filho, Noemi Silveira, Teixeira, Clemente Quaglio, Maurício de Medeiros, Plínio Olinto, Annita de Castilho, entre outros
Pessotti (2004) cita que também foram aspectos marcantes desta fase a vinda de professores estrangeiros para chefiar e orientar grupos, por longos períodos; a criação de uma carreira em Psicologia, mesmo que em cursos destinados a Filosofia, Ciências Sociais ou Pedagogia. A Psicologia em 1934 torna-se disciplina obrigatória de ensino superior com a criação da USP neste ano, e deixa assim a condição de disciplina opcional, acessória da Psiquiatria ou da Neurologia. Nesse mesmo ano, o Laboratório de Psicologia Educacional da Escola Normal de São Paulo é incorporado à cátedra de Psicologia Educacional, sendo ocupada primeiramente pela professora Noemi Silveira. Esses momentos foram marcados por passos cruciais no percurso da psicologia rumo à sua autonomização como campo de conhecimento no Brasil.
A profissão e formação do psicólogo brasileiro foram regulamentadas no ano de 1962, dando inicio ao período profissional na história da psicologia até hoje.
Pessotti (2004) indica o amadurecimento da psicologia, citando sempre a USP como grande influência por diversos motivos. A experimental do comportamento possivelmente foi à área em quem mais se revela essa influência. Foi na USP onde tudo começou, a psicologia deixou de ser opcional, e passou a ser disciplina obrigatória. Anitta Cabral teve grande contribuição na criação do curso de psicologia. Uma universidade que contava com equipes especializadas e com isso o ensino passou a ser imediato. A USP acompanha a evolução da psicologia no Brasil há 35 anos psicologia, assim se tornando parte da história da psicologia brasileira.
Pessotti (2004, p. 226) faz uma retrospectiva da história da psicologia no Brasil, e ressalta a necessidade de sistematização dessa história:
É fácil vislumbrar a riqueza da Psicologia brasileira já desde os tempos coloniais. A ciência psicológica no país tem mais de um século e meio, mesmo excluindo-se o período pré-institucional. Sua história ainda não foi escrita. (...) parece conveniente que a tarefa fascinante de escrever aquela história seja atribuída a profissionais da área.
Referências
PESSOTTI, Isaías (2004) Notas para uma História da Psicologia no Brasil in: ANTUNES, Mitisuko A.M. (org.) 2004; História da Psicologia no Brasil: Primeiros Ensaios (pp.209-227) - Rio de Janeiro – EdUERJ

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