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DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR TÍPICO E ATÍPICO INTRODUÇÃO O desenvolvimento psicomotor vai ocorrendo de acordo com as capacidades da criança de autocontrolar os seus movimentos e as suas respostas aos estímulos, bem como a influência que pode ter no meio que a rodeia, assim como a atitude geral e o controlo da cabeça. É o processo de aprendizagem que envolve, entre outros, a linguagem, memória, visão, coordenação motora, interação com as pessoas e objetos. DNPM TÍPICO Pode ser definido como o conjunto de características em constante evolução que permite que um bebê possua suas atividades motoras normais, ou seja, reflexos primitivos, evoluindo para motricidade voluntária e realize movimentos de maior complexidade e com maior coordenação, como a marcha, a corrida, os movimentos finos da mão, entre outros. Castilho-weinert & Forti-bellani (Eds.), Fisioterapia Neuropediatria (2011) DESENVOLVIMENTO MOTOR NORMAL (0 À 1 ANO) RECÉM-NASCIDO: Considerado até 28 dias de vida. Fase de adaptação ao meio. - hipertonia flexora (fisiológica) - reação automática - sem controle de cabeça – criança “molinha” - pélvis em retroversão - reflexo de preensão palmar - reação cervical de retificação PRIMEIRO MÊS: - Sem controle de cabeça/cifose - reflexo de Moro – primeira fase (abdução de braço + extensão de tronco) - diminuindo a flexão = aumento da extensão - em supino acompanha objetos atá certo ponto - pélvis retrovertida - reação automática - reflexo de preensão palmar - marcha automática (pode ou não estar presente) - não faz simetria SEGUNDO MÊS - puxado para sentar a cabeça cai para trás – oscila - pelve diminuindo a retroversão - pouca flexão - terminando a marcha automática (astasia – abasia) - pernas fletidas - em supino acompanha mais objetos (reação óptica de retificação) - diminuindo o reflexo de preensão palmar - RTCA esporádico (discreta assimetria) - reação de colocação dos pés- presença do Galant - reação cervical de retificação TERCEIRO MÊS: Primeiro marco do desenvolvimento do bebê. - mais simétrico - reação labiríntica de retificação (puppy) - orientação na linha média - extensão do tronco em puppy alcança torácica alta (controla melhor a cabeça) - aumenta a anteroversão do quadril - desaparecendo o RTCA - acompanha objetos - diminuição da preensão palmar (retém por pouco tempo) - desaparece Galant - termina reação de colocação dos pés - terminando reação cervical de retificação QUARTO MÊS: - simétrico - bom controle de cabeça - extensão do tronco em prono chega a região lombar - apoio nos cotovelos (+ alinhados) - entrando a reação corporal de retificação - inicia o rolar – começa a entrar a dissociação de cinturas devido aos movimentos de flexão/extensão realizados pela cabeça quando a criança esta em prono dando assim maior mobilidade ao tronco. - termina os reflexos da face - a maioria dos reflexos estão abolidos - termina a primeira fase do Moro/ inicia a segunda (+ discreta com adução dos braços e flexão de tronco) - não tem preensão voluntária - inicia Landau (brinca de mata – borrão) QUINTO MÊS: - ótimo controle de cabeça (extensão de tronco chegando à região lombar)- puxado para sentar participa do movimento – permanece com apoio - simétrico - inicia preensão voluntária - leva objetos à boca - presente reação corporal de retificação (rola de prono para supino) - sustenta a posição de pé por momentos com ajuda - inicia reação de equilíbrio em prono - inicia o arrastar (introdução à reação anfíbia) - em supino inicia levar pés à boca (alonga músculos extensores) - aumenta a reação de Landau SEXTO MÊS: Segundo marco no desenvolvimento do bebê - vence gravidade em supino - sentado apoia-se nas mão à frente - em supino brinca com os pés (aprimorando ainda mais a musculatura extensora) - em prono a extensão do tronco já chega aos quadris exercendo peso sobre eles. - pelve anterovertida - senta quando colocada com apoio à frente (sem muita transferência – caindo) - puxada para sentar estende os joelhos - alcança obejetos - inicia reação de equilíbrio em supino - rola melhor, com dissociação - arrasta com facilidade - reação anfíbia madura- reação de extensão protetora para frente - termina a segunda fase do Moro - suporta mais peso sobre o quadril favorecendo o controle sobre a cabeça, tronco e MMSS. Uma vez que começa a receber peso, o quadril se torna mais estável ganhando mais extensão, e nas posições em supino, prono e sentada a criança tem liberdade e segurança de movimento do quadril para cima. - inicia a rotação propriamente dita – aumenta a dissociação - reação de Landau + aprimorada devido a extensão do quadril. - em pé com ajuda coloca peso nas duas pernas (inicia propriocepção dos MMII) suporta + peso SÉTIMO MÊS: Inicia maior independência da criança em posturas baixas – começa a explorar o ambiente. - arrasta (transferência de peso em prono - inicia gatas (balanceios) ou meio urso - sentado sozinho pega objetos e os transfere de uma mão a outra - reação corporal de retificação bem atuante – movimentos rotacionais do tronco - inicia o sentar a partir de 4 apoios - se puxam para de pé- sentam sem apoio (braços não cruzam a linha média) - inicia extensão protetora para os lados OITAVO MÊS: Terceiro marco do desenvolvimento da criança - engatinha usando mais a flexão lateral - mantém postura sentada com bom equilíbrio - em supino já se levanta para sentar - inicia a extensão protetora para os lados - aumenta dissociação (inicia rotação oposta durante as reações de equilíbrio) - diminuindo o reflexo de preensão plantar - boa mastigação (mastigar simétrico – movimento da mandíbula para cima e para baixo) - se puxa para ficar de pé usando semi-ajoelhado - fica de pé com ajuda de uma única mão – inicia rotação do tronco sobre extremidade inferior - inicia a sequência joelho para semi-ajoelhado e desta para de pé - escala móveis - de pé com apoio transfere peso sobre MMII (3 planos – p/frente, p/trás e p/os lados) - inicia marcha lateral NONO E DÉCIMO MÊS: Não fica mais deitado. Fase com muita quebra de padrões. Dissociação aprimorada. Começa independência em posturas altas. - engatinha bem com contra rotação (explora + o ambiente) - escala com mais facilidade, mas não consegue descer - urso - equilíbrio de gatas - iniciando equilíbrio de joelhos - elaboram conceitos perceptivos - extensão protetora para trás - ótimo controle entre flexão/extensão (quebra de padrão) - descobre a terceira dimensão - marcha lateral + refinada – tenta soltar uma das mãos - ótima transferência de peso ONZE MESES: - inicia marcha com aumento da base sem equilíbrio a curta distância de um móvel à outro – cai sentado - anda segurada pelos braços - de pé pega objetos no chão e volta se apoiando nos móveis - urso 1 ANO: Quarto marco do desenvolvimento da criança - anda seguro por uma das mãos, mas pode tentar andar sozinho - assume cócoras (oscila) – se abaixa para catar objetos - bom equilíbrio em todas as posturas - iniciando equilíbrio de pé - reação de retificação bem integradas na maioria dos movimentos - mastiga com + dissociação (diagonal) próximo a forma adulta CONCLUSÃO O amadurecimento do sistema nervoso se fará em 2 direções:da cabeça para o pescoço e da região proximal para a mais distante, ou seja, o bebê controla o pescoço antes de controlar o tronco, e controla os ombros antes das mãos.Todo esse processo é gradativo, e cada fase alcançada habilita a criança a avançar para a etapa seguinte. Esse processo é lento e diário, imperceptível. NOS 6 PRIMEIROS MESES O CONTROLE É ANTIGRAVITÁRIO SE DARÁ NA HORIZONTAL (NAS POSTURAS MAIS BAIXAS), E DEPOIS DESTA IDADE O CONTROLE SE DARÁ NA VERTICAL (NAS POSTURAS MAIS ALTAS). REFLEXOS E REAÇÕES PRIMITIVOS Reflexos são reações involuntárias em resposta a um estímulo externo e consistem nas primeiras formas de movimento humano. Dessa forma, servem como fonte primária de informações, as quais se armazenam no córtex em desenvolvimento. PRINCIPAIS REFLEXOS • Reflexo de Preensão Palmar e Plantar • Reflexo de Sucção • Reflexo de busca • Reflexo de Moro • Reflexo da Marcha Automática • Reacção Cervical de Rectificação • Reacção Labiríntica de Rectificação • Reacção de Landau • Reflexo Tónico Cervical Assimétrico (RTCA) • Reflexo Tónico Cervical Simétrico (RTCS) • Reflexo Tónico Labiríntico (RTL) • Reflexo de Babinski DNPM ATÍPICO Caracterizado pela criança apresentar um sistema biológico prejudicado concomitante a um ambiente que falha em desenvolver comportamentos normatizados. ETIOLOGIA Fatores Genéticos: Atuam antes da gestação no caso das geneopatias (alterações genéticas que produzem alterações no metabolismo) e no caso das cromossomopatias (que são síndromes devidos a anomalias ou alterações nos cromossomos). Fatores Extrínsecos: Atuam antes do nascimento. Por exemplo a desnutrição materna; doenças infecciosas; intoxicações; infecções; má assistência à gestante; perturbações psíquicas, entre outros. PATOLOGIAS QUE PODEM CAUSAR O DESENVOLVIMENTO ATÍPICO: - Alterações Genéticas - - Retardo Mental - - Síndrome de Down - - Transtornos do Espectro Autista - - Síndrome de Asperger - - Síndrome de Rett - - Paralisia Cerebral- Anóxia de parto - - Trauma Crânio Encefálico entre outros. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS: • Pouco ou nenhum contato visual • Atraso na aquisição da fala e da linguagem • Dificuldade de Comunicação • Dificuldade Motora • Movimentos estereotipados • Repertório restrito de interesses e apego à Rotinas e Regras estabelecidas pelo próprio indivíduo • Prejuízo Social • Pode ou não apresentar Retardo Mental associado • Dificuldade de generalização de Conceitos • Alterações Sensoriais. GRAUS DA DEFICIÊNCIA INTELECTUAL Para determinar o grau da deficiência intelectual, são utilizadas técnicas para medir o Q.I do individuo portador desta deficiência isto porque de acordo com a Associação Americana para a Deficiência Mental e com a Organização Mundial de Saúde, o resultado do teste de Q.I traduz-se em 5 graus de deficiência intelectual. Limite:Estes individuos revelam apenas um ligeiro atraso de aprendizagem ou algumas dificuldades concretas, apresentando um QI entre 68 e 85. Ligeiro: Apresentam um minimo atraso nas áreas perceptivo-motoras, podendo desenvolver aprendizagens sociais ou de comunicação e têm capacidade de adaptação e integração no mundo laboral. O seu QI varia entre 52 e 67. Moderado: Podem adquirir hábitos de autonomia pessoal e social, aprender a comunicar pela linguagem verbal porém, apresentam dificuldades na expressão oral e na compreensão de convencionalismos sociais. Apresentam um desenvolvimento motor aceitável e têm possibilidade de adquirir alguns conhecimentos pré-tecnológicos básicos. Dificilmente chegam a dominar técnicas de leitura, escrita e cálculo. O seu QI varia entre 36 e 51. Severo: O seu nível de autonomia pessoal e social é muito baixo, necessitanto geralmente de protecção ou de ajuda. Por vezes têm problemas psicomotores significativos. Poderão aprender algum sistema de comunicação mas a linguagem verbal é muito débil. Podem ser treinados para algumas competências básicas e aprendizagem pré-tecnológicas muito simples. O seu QI varia entre 20 e 35. Profundo: Apresentam grandes problemas sensório-motores e de comunicação com o meio. São dependentes de outras pessoas para quase todas as funções e actividades, pois têm dificuldades físicas e intelectuais. Excepcionalmente terão autonomia para se deslocar e responder a treinos simples de auto-ajuda. O seu QI é inferios a 20. Fonte: Educação Diferente, 2006 BIBLIOGRAFIA • Fisioterapia em Pediatria 3º Edição Roberta B. Shepherd PLT. • Fisioterapia- Aspectos clínicos e práticos da Reabilitação AACD 2º Edição. • Desenvolvimento normal e seus desvios no lactente – Diagnóstico e tratamento do nascimento até 18 meses – INGE FLEHMIG- ED.LIVRARIA ATENEU. • Diagnóstico do desenvolvimento –GESEL E AMATRUA- ED. LIVRARIA ATENEU. • Educação Diferente, 2006. ALUNOS: 1. Aline 2. Elines 3. Fernanda 4. Natáli 5. Pâmela 6. Renata 7. Sarah 8. Vanessa
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