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Trichuris trichiura

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Trichuris trichiura 
MORFOLOGIA: adultos: T trichiura medem de 3 a 5cm de comprimento, sendo os 
machos menores que as fêmeas. A boca, localizada na extremidade anterior, é uma 
abertura simples e sem lábios, seguida por um esôfago bastante longo e delgado, que 
ocupa aproximadamente 2/3 do comprimento total do verme. A parte posterior do 
corpo de T trichiura, cerca de 113 do comprimento total, compreende a porção 
alargada, onde se localiza o sistema reprodutor simples e o intestino que termina no 
ânus, localizado próximo a extremidade da cauda. Os vermes adultos são dioicos e 
com dimorfismo sexual. O macho é menor, possui testículo único seguido por canal 
deferente, canal ejaculador que termina com um espiculo. A extremidade posterior é 
fortemente curvada ventralmente, apresentando o espiculo protegido por uma bainha, 
recoberta por pequenos espinhos. Na fêmea pode-se observar ovário e útero únicos, 
que se abrem na vulva, localizada na proximidade da junção entre esôfago e intestino. 
Ovos: Medem de 50-55µn de comprimento por 22µn de largura, apresentam um 
formato elíptico característico com poros salientes e transparentes em ambas 
extremidades, preenchidos por material lipídico. 
 
HABITAT: Os adultos de T. trichiura são parasitos de intestino grosso de humanos, 
e em infecções leves ou moderadas, estes vermes habitam principalmente o ceco e 
cólon ascendente do hospedeiro. Nas infecções intensas ocupam também cólon distal, 
reto e porção distal do íleo. T. trichiura é considerado por muitos autores um parasito 
tissular, pois toda a região esofagiana do parasito penetra na camada epitelial da 
mucosa intestinal do hospedeiro, onde se alimenta principalmente de restos dos 
enterócitos lisados pela ação de enzimas proteolíticas secretadas pelas glândulas 
esofagianas do parasito (esticócitos). A porção posterior de T. trichiura permanece 
exposta no lúmen intestinal, facilitando a reprodução e a eliminação dos ovos. 
CICLO BIOLOGICO: É do tipo monoxeno; fêmeas e machos que habitam o 
intestino grosso se reproduzem sexuadamente e os ovos são eliminados para o meio 
externo com as fezes. O período de desenvolvimento do ovo de- pende das condições 
ambientais. Da mesma maneira que Ascaris lumbricoides, os ovos de T. trichiura são 
muito sensíveis a dessecação, não sobrevivendo por mais de 15 dias quando a 
umidade relativa é menor que 77%. Entretanto, em condições ambientais favoráveis, 
os ovos de 7: trichiura contendo as larvas infectantes podem permanecer viáveis por 
longo período de tempo. Os ovos infectantes podem contaminar alimentos sólidos e 
líquidos, podendo, assim, serem ingeridos pelo homem. As larvas de T trichiura 
eclodem através de um dos poros presentes nas extremidades do ovo, no intestino 
delgado do hospedeiro. A maioria dos autores relata que as larvas inicialmente 
penetram no epitélio da mucosa intestinal na região duodenal, pela base das criptas 
de Lieberkühn, permanecendo nesta localidade por cinco a dez dias, e posteriormente 
estas larvas ganham a luz intestinal e migram para região cecal onde completam seu 
desenvolvimento. 
Estudos histológicos revelam que as larvas de Trichuris sp. podem penetrar na 
mucosa em várias regiões do intestino, mas esta penetração ocorre principalmente no 
intestino grosso, e não foram encontradas evidências de que as larvas que penetram 
no duodeno completam seu desenvolvimento, ou mesmo que ocorra uma posterior 
migração das larvas do duodeno para o intestino grosso. Na região do ceco, as larvas 
migram por dentro das células epiteliais, em direção do lúmen intestinal, formando 
túneis sinuosos na superfície epitelial da mucosa. Durante este período as larvas se 
desenvolvem em vermes adultos, passando pelos quatro estágios larvais típicos do 
desenvolvimento dos nematódeos; ocorre a diferenciação dos esticócitos na região 
esofagiana, e do órgão genital na porção posterior para a junção do esôfago com o 
intestino. O crescimento e desenvolvimento dos vermes levam ao rompimento das 
células epiteliais e a exposição da porção posterior do corpo de T. trichiura à luz 
intestinal do hospedeiro. 
 
TRANSMISSAO: Os ovos de trichiura eliminados com as fezes do hospedeiro 
infectado contaminam o ambiente, em locais sem saneamento básico. Como os ovos 
são extremamente resistentes as condições ambientais, podem ser disseminados pelo 
vento ou pela água e contaminar os alimentos sólidos ou líquidos, sendo então, 
ingeridos pelo hospedeiro. Ovos de T. trichiura também podem ser disseminados por 
mosca doméstica, que transportam os ovos na superfície externa do corpo, do local 
onde as femeas foram depositadas até o alimento. 
PATOGENIA: A gravidade da tricuríase depende da carga parasitária, mas também 
tem importante influência de fatores, como idade do hospedeiro, estado nutricional e a 
distribuição dos vermes adultos no intestino. A maioria dos pacientes com infecções 
leves é assintomática ou apresenta sintomatologia intestinal discreta, enquanto os 
pacientes com infecção moderada apresentam graus variados de sintomas, como 
dores de cabeça, dor epigástrica e no baixo abdômen, diarreia, náusea e vômitos. 
Como não existe migração sistêmica das larvas de T. trichiura, as lesões provocadas 
pelo verme estão confinadas ao intestino. As alterações histopatológicas, induzidas 
pela presença do verme na mucosa intestinal, apresentam-se restritas ao epitélio e 
lâmina própria, na proximidade do verme, podendo ser observado um aumento na 
produção de muco pela mucosa intestinal, áreas de descamação da cama- da epitelial 
e infiltração de células mononucleares na lâmina própria. Entretanto, em infecções 
intensas e crônicas, o parasito se distribui por todo o intestino grosso, atingindo 
também a porção distal do íleo e reto. Desta maneira, os sintomas relatados estão 
associados a distúrbios locais, como dor abdominal, disenteria, sangramento e 
prolapso retal, bem como alterações sistêmicas, como perda do apetite, vômito, 
eosinofilia, anemia, desnutrição, retardamento no desenvolvimento físico e 
comprometimento cognitivo. O esforço continuado de defecação associado a possíveis 
alterações nas terminações nervosas locais, gerando aumento do peristaltismo, pode 
resultar em prolapso retal. O prolapso retal devido à tricuríase é relatado com maior 
frequência em crianças da Região Norte. Como não ocorre comprometimento da 
musculatura pélvica, o prolapso retal produzido na tricuríase é reversível após a 
eliminação dos vermes e resolução da reação inflamatória local. 
DIAGNOSTICO LABORATORIAL: O diagnóstico específico da tricuríase é 
geralmente realizado pela demonstração dos ovos do parasito nas fezes. Conforme foi 
discutido, ovos de T. trichiura apresentam morfologia bastante característica e são 
produzidos e eliminados nas fezes do hospedeiro em quantidades relativamente 
elevadas, facilitando o diagnóstico parasitológico pelos métodos de exame de fezes de 
rotina. Para estudos epidemiológicos em áreas endêmicas, o método mais utilizado 
para o diagnóstico é o método de Kato-Katz, que permite uma avaliação qualitativa e 
quantitativa da infecção. 
PROFILAXIA: O sucesso da transmissão da tricuríase depende de condições 
ambientais, que favoreçam o desenvolvimento e sobrevivência dos ovos no ambiente, 
e da inexistência de saneamento básico adequa- do, que permite a contaminação 
ambiental. Desta maneira, as medidas profil5ticas para o controle da tricuríase são 
bastante semelhantes as discutidas para controle da infecção por A. lumbricoides.

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