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Jocemar Pereira da Silva e Plácido Ladercio Soares Manual de Segurança Patrimonial

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2
1 INTRODUÇÃO À SEGURANÇA 
1.1 TEORIA DE MASLOW 
Antes de entrarmos na questão específica da Segurança 
Patrimonial, é importante que façamos algumas observações sobre a 
Segurança Empresarial no sentido mais lato. Se considerarmos que as 
empresas têm fins lucrativos, e que são regidos dentro de normas 
técnicas específicas, é importante que tenhamos uma noção do que 
venha a ser a Segurança Empresarial como um todo. 
1.1.1 A NECESSIDADE DE SEGURANÇA 
Sabe-se que o ser humano possui inúmeras necessidades, que 
vão desde as mais simples como se alimentar e descansar até as mais 
complexas como as necessidades de afeto, compreensão e até mesmo 
auto-realização. 
Disposto a desvendar e hierarquizar essas necessidades, o 
pesquisador norte-americano Abraham Harold Maslow desenvolveu 
inúmeras pesquisas até chegar a um sistema que ficou conhecido como 
“Teoria de Maslow”, que enumera as necessidades humanas dentro de 
uma pirâmide hierárquica, qualif icando-as em “primárias” e 
“secundárias”. 
Maslow nasceu em 1 de abri l de 1908, no Brooklyn, em Nova 
York, de uma família descendente de russos. Inicialmente Maslow 
estudou direito na Universidade de Nova York, mas após três 
semestres percebeu que sua verdadeira vocação não era jurídica, mas 
sim o estudo da personalidade humana, pendendo a partir daí, de 
forma irreversível, para a Psicologia. 
 
Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares 
www.grupojocemar.com.br 
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Assim, formou-se em Psicologia em 1930, pela Universidade de 
Wisconsin. Em 1931 obteve seu mestrado e em 1934 obteve o grau de 
PhD em Psicologia pela mesma universidade. 
 
Maslow chegou a ser considerado um dos maiores estudiosos 
do comportamento humano de todos os tempos e, após uma longa e 
intensa vida acadêmica, morreu de causas naturais em 1970, na 
Califórnia. 
O grande mérito de Maslow, para os estudiosos da Segurança, 
de uma forma geral, foi a constatação de que ela – a segurança - é 
uma necessidade humana primária, posterior apenas às necessidades 
fisiológicas, ou animais, como alimentar-se, abrigar-se das intempéries 
e reproduzir-se. 
 
 
Abraham Maslow (1908-1970) 
 
Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares 
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1.2 HIERARQUIA DAS NECESSIDADES HUMANAS, SEGUNDO 
MASLOW 
1.2.1 NECESSIDADES PRIMÁRIAS 
As necessidades qualif icadas como primárias são aquelas sem 
as quais o ser humano simplesmente não consegue sobreviver e 
manter-se de forma estável em seu habitat. São as seguintes: 
 
1.2.1.1 Necessidades Fisiológicas 
As necessidades fisiológicas, como a própria designação diz, 
são as necessidades do físico, ou seja, al imentar-se, repousar, abrigar-
se das intempéries e reproduzir-se (instinto sexual). Até aqui não 
existem muitas diferenças entre o ser humano e os animais irracionais, 
ou seja, são necessidades capazes de garantir a sobrevivência 
imediata. 
1.2.1.2 Necessidades de SEGURANÇA 
Uma vez satisfeitas as necessidades do físico, a primeira 
necessidade que o ser humano passa a sentir é a de segurança. No 
entanto, a segurança descrita aqui por Maslow é uma segurança no 
sentido lato, ou seja, não apenas a segurança contra a violência e a 
criminalidade, mas também a segurança contra qualquer ameaça ou 
perigo, como doenças, desemprego, situações difíceis ou simplesmente 
o desconhecido. 
Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares 
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1.2.2 NECESSIDADES SECUNDÁRIAS 
As necessidades qualif icadas como secundárias são aquelas 
que completam e realizam o ser humano, mas não são indispensáveis à 
sua sobrevivência animal. São as seguintes: 
1.2.2.1 Necessidades Sociais 
Uma vez satisfeitas as necessidades primárias, a primeira 
necessidade que o ser humano passa a sentir é a de relacionar-se, ter 
amigos, trabalhar, constituir uma família. São as chamadas 
necessidades sociais. 
1.2.2.2 Necessidades de Estima ou Afeto 
A partir do momento em que o ser humano passa a viver em 
sociedade, uma nova necessidade se manifesta, ou seja, não basta ter 
uma vida social, é preciso ser estimado, admirado, amado ou 
reconhecido. 
1.2.2.3 Necessidades de Auto-realização 
Finalmente – e uma vez supridas as outras necessidades – o 
ser humano passa a querer realizar-se como pessoa, criando, 
revolucionando ou simplesmente realizando seus desejos mais íntimos. 
No entanto, é importante observar que a segurança abordada 
por Maslow é uma segurança no sentido genérico, ou seja, todo e 
qualquer evento que possa ameaçar o ser humano. Aqui no entanto, 
trataremos de um segurança específica, a Segurança de Hotéis. 
Como a atividade hoteleira está enquadrada dentro da atividade 
empresarial, aplica-se a ela todos os princípios da Segurança 
Empresarial como um todo, apenas com as devidas áreas de 
concentração, que devem ser ressaltadas. 
 
 
Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares 
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Algumas publ icações de Maslow, ou sobre ele. 
 
 
 
Ponte do Brooklyn, bairro de Nova York, onde Maslow nasceu, em 1908. 
 
 
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Universidade de Wisconsin, onde Maslow se formou em Psicologia e também fez 
Mestrado e Doutorado. 
 
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2 SEGURANÇA PATRIMONIAL 
2.1.1 CONCEITO DE SEGURANÇA EMPRESARIAL 
Antes de falarmos especif icamente em Segurança Patrimonial, 
vamos procurar conceituar a Segurança Empresarial como um todo. 
Conceituar o que quer que seja é sempre uma tarefa difícil e as 
discordâncias são inevitáveis. No entanto, profissionais de Segurança 
de todo mundo, concordam que uma boa definição de Segurança 
Empresarial pode ser a seguinte: 
“Conjunto de Medidas, capazes de gerar um estado, no qual 
os interesses vi ta is de uma empresa, estejam l ivres de danos, 
inter ferências e perturbações”. 
 O conceito acima, aparentemente simples, reveste-se, no 
entanto, de grande profundidade e complexidade. Vamos analisar 
individualmente cada uma das designações grifadas em negrito. 
a) Conjunto de Medidas: A segurança só é ef iciente se for 
sustentada sobre um conjunto de medidas, onde umas 
possam influenciar outras. Assim, a segurança isolada ou 
localizada geralmente não é eficiente. Não adianta ter uma 
boa segurança na portaria, por exemplo, se o sistema anti-
furto simplesmente não existe. Não adianta muito ter uma 
vigilância de primeira qualidade se a instituição empresarial 
simplesmente não possui um bom sistema de prevenção e 
combate a incêndios. Assim, as chamas podem queimar e 
consumir toda a empresa, incluindo aí, muitas vezes, o 
próprio vigi lante. Por isso, a segurança só será eficiente se 
for organizada dentro de um conjunto de medidas inter-
relacionadas e complementares. 
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b) Estado: Estado é diferente de situação. Enquanto a situação 
é sempre localizada e passageira, o estado é sempre 
abrangente e permanente. Assim quando uma pessoa diz que 
“está passando por uma situação difíci l” , ela está querendo 
dizer que, sobre aquele assunto específico e naquele 
momento as coisas não estão bem, mas que podem melhorar 
de uma hora para outra. Estamos assim diante de uma 
situação. Por outro lado, quando uma autoridade decreta um 
“Estado de calamidade pública”, ela está dizendo que a 
situação é genérica, abrangente e não tem data certa para 
ser alterada. Isso diferencia situaçãode estado. Assim uma 
empresa não deve ter situações de segurança , mas sim um 
estado de segurança , ou seja, a segurança deve abranger 
toda a empresa por todo o tempo. Só assim a segurança será 
eficiente e cumprirá sua função no ambiente empresarial. 
 
c) Interesses Vitais: Vital, vem de “vida”, assim, interesses 
vitais são todos aqueles que são indispensáveis para manter 
a empresa viva e em atividade. Infelizmente no meio 
empresarial há um conceito de segurança meramente 
patrimonial, com a adoção de medidas contra furtos, assaltos, 
incêndios e coisas do gênero mas, na maioria das vezes, não 
existem medidas capazes de proteger os negócios da 
empresa, que, em últ ima análise é o que mantém a empresa 
funcionando. De nada adianta manter grandes instalações, 
super protegidas, se a empresa simplesmente perder seu 
mercado, em razão de atos de espionagem e concorrência 
desleal. Assim a segurança dos negócios (intel igência) é tão 
importante quanto a segurança patrimonial (física). 
 
 
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d) Danos, Interferências e Perturbações: Finalmente, esse 
estado, criado por um conjunto de medidas , deve proteger os 
interesses vitais da organização empresarial de danos, 
interferências e perturbações. 
 
Os danos geralmente estão relacionados a perdas materiais, 
como furtos, roubos, acidentes, incêndios e outras ocorrências capazes 
de causar prejuízo material à empresa. 
 
As interferências, regra geral, estão relacionadas a atos de 
espionagem, sabotagem, furto de informações e concorrência desleal, 
ou seja, atos capazes de interferir nos negócios da empresa, causando-
lhe prejuízos f inanceiros. 
As perturbações estão sempre relacionadas com aquelas 
situações que alteram, ameaçam ou interrompem as atividades normais 
da empresa, geralmente com prejuízos f inanceiros, como greves, 
paralisações, alcoolismo e drogas no ambiente de trabalho, entre 
outros eventos. 
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2.2 IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA 
Uma das grandes dif iculdades enfrentadas por Profissionais de 
Segurança de todo o mundo é convencer o empresário de que 
empregar dinheiro na Segurança da empresa, se constitui num 
investimento e não em um gasto. 
Um método que tem dado resultado é fazer um demonstrativo 
ao empresário, dos inúmeros benefícios que uma empresa é capaz de 
gerar à sociedade e, ao mesmo tempo, os inúmeros riscos a que ela 
está exposta. 
Vamos começar aqui, enumerando os benefícios. De uma forma 
geral, pode-se dizer que uma organização empresarial é capaz de 
proporcionar, entre outros, os seguintes benefícios à comunidade: 
a) Lucro aos acionistas ou proprietários; 
b) Geração de empregos diretos e indiretos; 
c) Desenvolvimento tecnológico 
d) Crescimento do comércio local, em razão do aumento do 
poder aquisit ivo da população. 
e) Aumento de agências bancárias, em razão do aumento do 
fluxo de dinheiro no meio circulante. 
f) Melhoria da infra-estrutura, como estradas, portos e 
aeroportos, para o escoamento da produção. 
g) Investimento em atividades esportivas 
h) Apoio a iniciativas comunitárias 
i) Incentivo à cultura 
j) Aquecimento da economia, de uma forma geral, gerando 
maiores e melhores perspectivas de consumo. 
 Até aqui os benefícios. No entanto, essa organização, capaz de 
gerar tantos benefícios à sociedade e ao país, está, ao mesmo tempo, 
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exposta a inúmeros riscos e perigos, que se não forem previstos, 
evitados ou administrados com eficiência podem causar sérios 
prejuízos, ou até mesmo a extinção, dessas organizações. De uma 
forma geral, podemos dizer que uma organização empresarial está 
exposta, entre outros, aos seguintes riscos e perigos: 
 
a) Incêndios, capazes de causar desde riscos materiais 
consideráveis até a destruição completa das instalações, 
podendo ocorrer, ainda a perda de vidas humanas. 
b) Furtos, internos ou externos. 
c) Assaltos, que podem inclusive por em risco a vida de 
funcionários e dirigentes. 
d) Atos de espionagem e concorrência desleal, que podem por a 
perder, anos de trabalho e investimentos. 
e) Penetração não autorizada em sistemas informatizados, 
provocando danos ou praticando fraudes. 
f) Atos de terrorismo 
g) Sabotagem e Chantagem 
h) Greves violentas e paralisações provocadas 
intencionalmente. 
i) Alcoolismo e drogas no ambiente de trabalho, prejudicando a 
produção e ensejando a prática de crimes. 
j) Epidemias e contaminações coletivas 
k) Acidentes, explosões e desabamentos. 
l) Seqüestros de dirigentes da empresa. 
 
Como se pode ver, numa análise atenta de custo/benefício, é 
extremamente importante o investimento na segurança das atividades 
empresariais. A se lamentar apenas que, nem sempre, os empresários 
têm uma exata percepção dessa necessidade. 
No entanto, o que estamos falando aqui não é nenhuma 
novidade. Já no ano de 1916, Henri Fayol, considerado um dos pais da 
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moderna Administração, em razão de ter sido o fundador da Escola 
Clássica da Administração, já alertava o meio empresarial para a 
necessidade de se manter sistemas eficientes de segurança nas 
empresas. 
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2.3 A SEGURANÇA NA OBRA DE FAYOL 
Henri Fayol era francês, nascido em Constantinopla, então sob 
domínio da França, em 1841. Formou-se em engenharia de minas aos 
19 anos de idade e passou a trabalhar em diversas empresas 
metalúrgicas e carboníferas da França. Durante seu trabalho nessas 
empresas, Fayol adquiriu o hábito de tomar notas de todos os detalhes 
que chamavam sua atenção, sempre objetivando uma melhoria da 
produção e da administração. Com base nessas anotações, Fayol 
lançou o seu l ivro “Administração Industrial e Geral”, dando início 
assim à Escola Clássica da Administração. 
 
 
Henr i Fayol (1841-1925), considerado um dos pais da moderna Administração. 
 
 
 
L iv ro “Admin is t ração Indus t r i a l e Gera l ” , pub l i cado por Fayo l em 1906 e a té ho je cons ide rado um 
c láss i co da Admin is t ração . 
 
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Constant inopla, onde Fayol nasceu em 1841. 
 
 
Foi numa indústr ia metalúrgica e carbonífera, como essa que Fayol in ic iou sua 
vida prof iss ional, como engenheiro, aos 19 anos de idade. 
 Não vamos fazer maiores considerações sobre os detalhes das 
teorias de Fayol, mesmo porque esse não é o nosso objetivo aqui. Sob 
o ponto de vista da Segurança, é importante ressaltar que, já naquela 
época, Fayol considerou a at ividade de Segurança, como essencial, 
dentro de uma organização empresarial. 
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Segundo Fayol, um empresa tem seis funções essenciais, que 
são as seguintes: 
Funções Técnicas Produção de bens e de serviços . 
 
Funções Comerc ia is Vendas , Dis tr ibu ição e D ivu lgação. 
 
Funções F inance i ras Busca e gerênc ia de capi ta is . 
 
Funções Contábe is Dados, Esta t ís t icas e Balanços . 
 
Funções de Segurança Proteção de Bens e de Pessoas . 
 
Funções Admin is t ra t i vas Prever , organizar , coordenar e cont ro lar as 
a t i vidades da empresa. 
 
 
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2.4 SEGURANÇA EMPRESARIAL NO BRASIL E NO EXTERIOR 
Muito embora esse gênio da Administração, que foi Henri Fayol 
já ter previsto, a tanto tempo, a necessidade de se manter sistemas 
eficientes de segurança no meio empresarial, infelizmente, no Brasil, 
essa atividade tem sido relegada a um segundo plano pela maioria das 
empresas. 
Observe-se também que Fayol não colocou nenhuma função 
como dependente da outra. Assim, a atividade de Segurança, segundo 
Fayol, está em pé de igualdade com as demais funções dentro da 
empresa. 
No Brasil, é possível observar que as outras funções são 
contempladas com cargos de direção e gerência dentro das empresas, 
enquanto a segurança geralmente é contemplada apenas com um 
modesto cargo de chefia. 
Para confirmar isso, basta uma análise na Bolsa de Cargos e 
Salários do jornal de maior circulação no Brasil – Folha de São Paulo – 
para a confirmação do que aqui se afirma. 
Como se vê, as áreas Técnicas, Administrativas, Comerciais e 
Financeiras são contempladas com cargos de diretoria. As funções 
contábeis são contempladas com cargos de gerência, enquanto as 
funções de Segurança são contempladas apenas com um cargo de 
Chefia, assim mesmo dentro de apenas um dos aspectos da Segurança 
Empresarial (segurança patrimonial), quando se sabe que a segurança 
de uma empresa não se l imita apenas à proteção de seu patrimônio 
físico, como veremos mais adiante. 
Em outros países, principalmente Estados Unidos e Europa, a 
Segurança Empresarial é tratada da forma mais profissional possível, 
com a existência de cursos de graduação e pós-graduação 
especif icamente em Segurança Empresarial, naqueles países. 
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No Brasil, fel izmente, algumas universidades já estão 
começando a entrar na área de ensino da segurança empresarial. 
Universidades como a Fundação Álvares Penteado, de São Paulo, 
Universidade Estácio de Sá e Fundação Getúlio Vargas, ambas do Rio 
de Janeiro, já oferecem cursos de pós-graduação e MBA em algumas 
áreas da Segurança Empresarial. 
 
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2.5 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA SEGURANÇA EMPRESARIAL 
Toda atividade humana, para ser bem sucedida, deve basear-se 
em princípios. Com a Segurança Empresarial não é diferente. Regra 
geral, sete são os princípios que regem as atividades de Segurança 
Empresarial: 
2.5.1 SEGURANÇA É PREVENÇÃO 
A segurança é sempre preventiva. Não há que se falar em 
Segurança depois que os fatos aconteceram. A função principal da 
Segurança é prever os riscos e perigos e, assim, evitá-los. Em últ ima 
análise, deve estar preparada para agir imediatamente após a 
ocorrência dos fatos danosos. 
2.5.2 PREVENÇÃO É TREINAMENTO 
Se Segurança é prevenção, a melhor forma de conseguí-la é 
através de treinamentos constantes. O treinamento gera 
condicionamento, que, por sua vez, aguça e desenvolve as medidas 
preventivas, na medida em que as pessoas se acostumam com a idéia 
de uma situação ideal de segurança. 
2.5.3 O INVESTIMENTO EM SEGURANÇA É PROPORCIONAL AO 
RISCO QUE SE CORRE 
Um dos grandes problemas das organizações é justamente em 
relação aos investimentos em Segurança. A tendência geral é 
economizar quando as coisas estão bem e depois gastar 
excessivamente quando alguma coisa acontece no ambiente. O ideal é 
o equilíbrio. Não há porque a empresa gastar grandes somas em 
Segurança se os riscos não são tão grandes. Por outro lado, não deve 
omit ir-se quanto a essa importante área com a desculpa de 
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economizar. Uma Análise de Vulnerabil idades, feita por profissional 
qualif icado é que vai determinar o quanto gastar com Segurança. 
Qualquer coisa além disso é desperdício e qualquer coisa aquém é 
omissão e irresponsabil idade. 
2.5.4 A SEGURANÇA NÃO DEVE IMPEDIR NEM DIFICULTAR A LIVRE 
MARCHA DA EMPRESA 
Não é preciso transformar a empresa num quartel ou delegacia 
de polícia para que a Segurança seja eficiente. A atividade de 
Segurança é uma “atividade meio”, que tem por função proteger a 
empresa para que ela at inja sua “atividade fim”, que é a produção, sem 
maiores problemas. Por isso, a Segurança deverá ser eficiente e até 
rígida em determinadas situações, mas nunca autoritária ou inibidora, a 
ponto de causar constrangimento às pessoas ou entraves no processo 
produtivo. 
2.5.5 A SEGURANÇA SUSTENTA-SE NUMA BUROCRACIA EFICIENTE 
Inicialmente esse princípio pode parecer contraditório, uma vez 
que as atividades de Segurança sempre lembram ação e 
operacionalidade e não burocracia. No entanto, se essas ações e 
operações não forem devidamente planejadas, catalogadas, 
administradas e relatadas a eficiência da segurança pode ser 
comprometida. Manter um sistema de Administração da Segurança é de 
fundamental importância para a sua eficiência. Em capítulo próprio 
falaremos especif icamente desse tema. 
2.5.6 A SEGURANÇA DEVE ESTAR INTEGRADA ÀS OUTRAS ÁREAS 
DA EMPRESA 
A Segurança não deve funcionar como uma ilha dentro da 
empresa, ou como um quartel ou delegacia de polícia, como já 
dissemos. Ela deve estar integrada às outras áreas da empresa, 
prestando a elas um serviço satisfatório e, em contra part ida, 
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recebendo delas apoio e cooperação. É muito importante esclarecer a 
todas as áreas da empresa os detalhes das atividades de Segurança, 
sua importância e como cada uma delas pode colaborar para que as 
pessoas e as instalações da empresa estejam cada vez mais 
protegidas. 
2.5.7 A SEGURANÇA DEVE SER COMPREENDIDA, ADMITIDA E 
APROVADA POR TODOS. 
Para que a Segurança seja eficiente, ela deve ser, 
primeiramente, compreendida por todos, desde a alta direção até o 
mais humilde trabalhador. Uma vez compreendida a necessidade e as 
formas de atuação da Segurança, passa-se a admitir sua necessidade. 
E, uma vez admitida sua necessidade, ela deve ser aprovada por todos 
e, por via de conseqüência, todos devem colaborar com ela e respeitar 
suas regras. Só assim se terá uma segurança eficiente no meio 
empresarial. 
2.5.8 SEGURANÇA TRIDIMENSIONAL 
Como já dissemos anteriormente, no Brasil, infelizmente, 
confunde-se a Segurança Empresarial com a Segurança Patrimonial, 
simplesmente. Quando conceituamos a Segurança Empresarial n o item 
1.2., dissemos que ela tem por função proteger os “interesses vitais” da 
empresa, ou seja, tudo aquilo que diz respeito à vida da empresa e não 
apenas seu patrimônio físico. 
Assim, podemos dizer que a Segurança Empresarial possui três 
dimensões que poderíamos classif icar da seguinte forma: 
a) Segurança Física (Patrimonial) 
b) Segurança Estratégica (Inteligência) 
c) Segurança Especial (Complementar) 
 
 
 
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Uma empresa que organizar e administrar essas áreas, ainda 
que com algumas alterações superficiais ou pontuais, estará 
certamente contando com um sistema de segurança satisfatório. 
2.6 SEGURANÇA TRIDIMENSIONAL 
A Segurança de uma empresa,possui um aspecto 
tr idimensional, que pode ser classif icado da seguinte forma: 
a) Segurança Física (Patrimonial) 
b) Segurança Estratégica (Inteligência) 
c) Segurança Especial (Complementar) 
 
A Segurança Física ou Patrimonial protege as instalações 
físicas ou materiais da empresa. 
A Segurança Estratégica ou de Inteligênciaprotege o 
patrimônio invisível da empresa, ou seja, seus negócios. 
A Segurança Especial ou Complementar protege áreas não 
necessariamente l igadas à Segurança, mas que podem afetá-la. 
Vamos enumerar aqui as principais áreas de cada um desses 
importantes setores: 
Segurança Física (Patrimonial) 
a) Proteção Perimetral 
b) Vigilância 
c) Sistemas de Identif icação 
d) Controle Interno 
e) Incêndios e Emergências 
f) Proteção Contra Furtos 
g) Prevenção de Assaltos 
h) I luminação 
i) Abastecimento de Energia Elétrica 
j) Materiais Perigosos 
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Segurança Estratégica (Inteligência) 
k) Contra-Espionagem 
l) Segurança de Dados (Informática) 
m) Terrorismo 
n) Sabotagem 
o) Chantagem 
 
Segurança Especial (Complementar) 
a) Eventos 
b) Greves e Paralisações 
c) Alcoolismo e Drogas no Ambiente de Trabalho 
d) Epidemias 
e) Segurança Pessoal, Familiar e Residência 
f) Sequestros 
 
Aqui trataremos especif icamente da Segurança Física ou 
Patrimonial, ou seja, da proteção do patrimônio físico da empresa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3 PROTEÇÃO PERIMETRAL 
3.1 A PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO FÍSICO 
A primeira providência a ser adotada pela empresa, na 
organização de um bom sistema de Segurança Patrimonial, é proteger 
suas instalações de violações ou acessos não autorizados, o que deve 
ser feito através de um eficiente sistema de Proteção Perimetral, que 
nada mais é do que o cercado colocado em torno das instalações do 
estabelecimento. 
A Proteção Perimetral tem por função proteger o local contra 
acessos não autorizados, obrigando dirigentes, funcionários, visitantes 
e fornecedores a entrarem na empresa por locais determinados para 
cada um. 
A Proteção Perimetral deve ser forte e resistente o suficiente 
para impedir ou dif icultar sua violação por vândalos ou delinqüentes e 
impedir acessos não autorizados. 
 
3.2 TIPOS DE CERCADO 
De uma forma geral, são uti l izados numa Proteção Perimetral 
um dos seguintes materiais: 
a) Muros 
b) Alambrados 
c) Grades 
d) Estrutura de madeira 
e) Estacas de concreto 
f) Cercas de arame farpado 
 
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Os materiais mais uti l izados em Proteção Perimetral são o 
muro, a grade e o alambrado. Vamos conhecer as vantagens e 
desvantagens de cada um. 
 
M ATERI AL 
 
V ANT AGENS 
 
DESVANT AG ENS 
 
 
 
Muros 
 
Res is tênc ia 
 
D i f íc i l V io lação 
 
Al to Custo 
 
Nenhuma vis ib i l idade 
in terna ou externa 
 
 
 
 
Grades 
 
Res is tênc ia 
 
V is ib i l idade in terna e 
ex terna 
 
D i f íc i l V io lação 
 
 
 
 
Al to Custo 
 
 
 
Alambrados 
 
Ba ixo Custo 
 
Fác i l Ins ta lação 
 
V is ib i l idade in terna e 
ex terna 
 
 
 
Pouca Resistênc ia 
 
Fác i l V io lação 
 
Normalmente, nas empresas é comum a uti l ização do 
alambrado, por sua praticidade e baixo custo. 
Outra vantagem do alambrado, é que ele permite que o pessoal 
da segurança veja o que se passa do lado de fora da empresa, 
podendo identif icar, assim, possíveis suspeitos nas redondezas ou 
mesmo prever e antecipar-se a alguma ameaça ou atentado. 
O cercado deve ser alto o suficiente para impedir sua 
transposição por pessoas estranhas. Recomenda-se a altura mínima de 
3,00 metros, podendo chegar até 5,00 metros. 
No topo do cercado deve ser colocada uma rede de proteção, 
que pode ser de arame farpado ou qualquer outro material que cumpra 
a mesma função. 
 
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Empresa protegida com muro Empresa protegida com grades 
 
 
Empresa protegida com alambrado 
 
 
 
Tipos de mater ia is que podem ser colocados no topo do cercado 
 
 
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3.3 ZONA LIVRE INTERNA E EXTERNA 
É importante observar a Zona Livre Interna e a Zona Livre 
Externa. A primeira é o espaço existente entre o cercado e as 
instalações da empresa e o segundo é o espaço existente entre o 
cercado e a via pública. 
No primeiro caso, a metragem ideal a ser observada é em torno 
de 15 metros e no segundo, algo em torno de 4 a 5 metros. 
Essas medidas são necessárias para manter um espaço vazio 
entre o cercado e a via pública e entre o cercado e as instalações da 
empresa, obrigando assim um eventual invasor a ter que se expor em 
campo aberto, o que chamaria a atenção do pessoal de segurança. 
Observe-se, no entanto, que nem sempre isso é possível, 
principalmente para empresas que já estão construídas e em atividade, 
mas é uma regra fundamental a ser seguida para futuras edif icações. 
3.4 CONDIÇÕES DO TERRENO 
O terreno deve ser preferencialmente plano, evitando buracos, 
morros ou acidentes geográficos capazes de ocultar um invasor, 
principalmente no período noturno. 
Caso o terreno em torno da empresa seja muito acidentado, é 
necessário providenciar uma terraplanagem. O ideal é que o terreno 
seja cimentado ou coberto de grama. 
3.5 ÁRVORES E VEGETAÇÕES 
Evite tanto quanto possível a existência de árvores ou 
vegetações nas proximidades da proteção perimetral. Pode ser bonito, 
mas também contribui para ocultar invasores, bombas, aparelhos de 
escuta ou outras ameaças à empresa. 
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No entanto, é necessário tomar muito cuidado com essas 
questões, para que não ocorra uma violação da lei ambiental. Assim, 
antes de cortar árvores ou vegetações existentes na empresa, é 
necessário consultar os órgãos de fiscalização ambiental para verif icar 
se isso é possível sob o ponto de vista legal. 
3.6 ALARMES E DETECTORES 
Além da uti l ização dos materiais e métodos adequados, é 
importante instalar também alguns equipamentos eletrônicos, capazes 
de denunciar a presença de invasores nas proximidades da proteção 
perimetral. 
Existe no mercado um grande número desses produtos, 
cabendo à empresa escolher os modelos que mais se adaptam à sua 
realidade, observando sempre os parâmetros de qualidade, 
funcionalidade e custos. 
Existem basicamente dois t ipos de equipamentos que cumprem 
essa finalidade: 
a) Sistemas eletrônicos de detecção de invasão; 
b) Sistemas eletrônicos de detecção periférica 
 
 
 
Alguns equipamentos de detecção per i fér ica e de invasão 
 
 
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3.7 INSPEÇÃO E MANUTENÇÃO 
É necessário também fazer constantes inspeções em toda a 
extensão da proteção perimetral, para verif icar possíveis rachaduras no 
terreno, processos de erosão ou tentativas de violação. Essa inspeção 
deve ser feita pelo menos uma vez por mês. 
Também é importante testar o funcionamento dos equipamentos 
de segurança instalados ao longo da proteção perimetral, para verif icar 
se estão funcionando regularmente, evitando assim que eles venham a 
falhar diante de uma situação real de risco ou perigo. 
Para mais informações sobre equipamentos de Segurança 
Perimetral “click aqui” e veja matéria elaborada pela empresa 
SPEEDRITE. 
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4 SERVIÇOS DE VIGILÂNCIA 
4.1 VIGILÂNCIA PRÓPRIA OU TERCEIRIZADA 
A vigilância é de fundamentalimportância para a segurança 
patrimonial da empresa. 
Enquanto a Proteção Perimetral trata-se de uma segurança 
estática, constituída por barreiras, a Vigilância é a segurança dinâmica, 
desenvolvida pelo elemento humano. 
 
 
Em empresas de grande porte, é recomendável o s is tema de patrulhamento interno 
e per imetral . 
 
A primeira providência a ser tomada pela empresa é optar pela 
vigilância própria ou por serviços terceirizados. 
O primeiro caso só é recomendável para grandes corporações, 
em razão das muitas exigências legais para conseguir uma autorização 
de funcionamento de um sistema próprio de vigi lância armada, além de 
custos muito elevados. 
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As exigências são praticamente as mesmas para a constituição 
de uma empresa de vigi lância, daí a dif iculdade em se conseguir esse 
t ipo de autorização para as empresas de menor porte. 
Assim, o mais recomendável é a contratação de serviços 
terceirizados de vigi lância, principalmente da vigi lância armada. 
A maioria das empresas adota um sistema misto, ou seja, a 
vigi lância armada fica a cargo de empresas terceirizadas, enquanto os 
serviços de portaria e vigi lância desarmada fica a cargo da própria 
empresa. 
 
 
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4.2 SELEÇÃO E TREINAMENTO DO PESSOAL DE SEGURANÇA 
Para o caso da empresa resolver manter seu próprio pessoal de 
segurança, recomenda-se que a seleção dos funcionários seja rigorosa, 
tanto sob o aspecto técnico como de honestidade pessoal, uma vez 
que, pessoas tecnicamente despreparadas podem provocar acidentes, 
desastres ou danos ao ambiente empresarial. 
Por outro lado, pessoas desonestas podem praticar diversos 
atos i lícitos na empresa ou mesmo fornecer informações a criminosos, 
para que possam, posteriormente, agir contra o patrimônio da 
empresa, ou mesmo contra dirigentes e funcionários. 
Por isso, é importante dar atenção especial ao pessoal que irá 
trabalhar na segurança da empresa. 
O ideal é recrutar pessoas com experiência mil i tar ou policial, 
ou ainda que já tenham freqüentado cursos de vigi lância em 
estabelecimentos de ensino credenciados pelo Ministério da Justiça. 
4.2.1 IMPORTÂNCIA DE UMA BOA SELEÇÃO 
A eficiência profissional e a idoneidade moral dos funcionários 
da empresa são de fundamental importância para a segurança do 
estabelecimento, uma vez que a prestação de serviços de má qualidade 
ou a prática de atos i lícitos por parte dos funcionários, pode 
comprometer a imagem da empresa, além de causar prejuízos de toda 
ordem. Daí a importância de serem bem selecionados e treinados. 
4.2.2 PROCESSO SELETIVO 
Além das habil idades específicas para as funções de 
segurança, a empresa deve fazer as seguintes averiguações, antes de 
efetivar a contratação do funcionário: 
 
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a) Verif ique empregos anteriores. Procure conversar com 
antigos patrões e empregadores, no sentido de obter, 
principalmente, informações sobre comportamento pessoal, 
honestidade e integridade moral do funcionário. 
b) Faça uma investigação social sobre a vida pessoal do 
funcionário, tomando cuidado apenas para não cometer 
invasão de privacidade ou qualquer outra atitude 
constrangedora ou i legal. Procure saber, principalmente, 
como é sua vida social e famil iar. 
c) Faça uma checagem de antecedentes criminais, procurando 
verif icar se o funcionário não possui envolvimento ou 
vínculos com o mundo do crime. Com relação aos 
antecedentes criminais, é importante ressaltar que o 
cometimento de crimes do tipo que qualquer pessoa está 
exposta a cometer, como atropelamentos, lesões corporais 
em razão de brigas e discussões ou outros delitos mais leves 
não devem ser empecilhos para sua contratação. É 
perfeitamente possível que uma pessoa que tenha passado 
por essas experiências seja uma pessoa íntegra e honesta. O 
que se deve observar é se o funcionário já praticou crimes 
graves, se tem tendências a praticar crimes contra a empresa 
ou capazes de comprometer a imagem da organização. Em 
casos como esses a não contratação é recomendada. 
d) Faça também uma avaliação psicológica, principalmente para 
aferir o nível de sanidade mental do funcionário. Pessoas 
desequil ibradas ou emocionalmente instáveis podem provocar 
desde situações constrangedoras até verdadeiras catástrofes 
no ambiente empresarial. 
4.2.3 ACOMPANHAMENTO 
Exija lealdade e bons serviços por parte de seus funcionários, 
mas, por outro lado, dispense a eles um tratamento cordial e 
respeitoso. 
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Para evitar constantes admissões e demissões, procure pagar-
lhes um salário atraente e oferecer-lhes vantagens adicionais, capazes 
de mantê-los no emprego. 
Não são raros os casos de envolvimento de funcionários da 
empresa em atividades criminosas, seja praticando-as diretamente, 
seja fornecendo informações a criminosos, para que possam agir contra 
o estabelecimento empresarial. 
 
Por isso, a empresa também deve se prevenir contra ações 
dessa natureza, adotando o seguinte comportamento: 
 
a) Observe eventuais mudanças de comportamento dos 
funcionários, procurando investigar, sigi losamente, quais as 
razões dessas mudanças; 
b) Evite que funcionários recebam muitos visitantes na empresa 
durante o horário de trabalho. Além de restritas, as visitas 
devem ocorrer em locais apropriados, como uma sala de 
visitas, por exemplo. Não se deve permitir a l ivre circulação 
de amigos e parentes dos funcionários nas dependências da 
empresa; 
c) Mantenha um arquivo de ex-funcionários. Diante de alguma 
suspeita ou ameaça, verif ique a possibil idade de 
envolvimento de alguns deles; e 
d) Caso não mereçam mais sua confiança, devem ser 
demitidos. No entanto, pague a eles todos os valores a que 
têm direito. 
 A melhor maneira de evitar problemas com funcionários, 
mantendo-os sempre leais e motivados para o trabalho é desenvolver 
constantemente treinamentos, palestras e debates, procurando fazer 
com que se sintam responsáveis e importantes para a vida da 
empresa. 
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4.2.4 TREINAMENTO 
Todos os funcionários devem ser orientados a informar ao 
responsável pela segurança, qualquer atitude suspeita ou 
acontecimentos estranhos que constatarem no exercício de suas 
funções. 
Instrua-os para que, caso venham a se deparar com cenas de 
crimes, como arrombamentos, explosões, depredações ou cadáveres, 
não devem tocar em nada e, sim, chamar imediatamente o responsável 
pela segurança. 
É importante também ministrar a eles treinamentos específicos 
na área de segurança, com a contratação de profissionais capacitados 
e idôneos para desenvolver esse tipo de trabalho. 
Existem no Brasil diversas empresas especializadas em 
treinamento de vigi lantes e de pessoal de segurança, de uma forma 
geral. É necessário, no entanto, verif icar se a empresa está autorizada 
a funcionar pelo Poder Público e se seus serviços são satisfatórios. 
Todo funcionário da empresa deve ser treinado em questões de 
Segurança, em especial sobre os seguintes aspectos: 
a) Como se comportar e agir diante de situações de incêndio, 
pânico ou catástrofe. 
b) Reconhecer e identif icar atitudes suspeitas de pessoas no 
interior da empresa. 
c) Não tocar em objetos ou artefatos suspeitos, como bombas, 
explosivosou equipamentos eletrônicos. Em situações como 
essas o responsável pela segurança deve ser acionado. 
d) Conhecer o funcionamento do sistema de segurança da 
empresa, para colaborar com sua eficiência e não atrapalhá-
lo ou obstruí-lo. 
 
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Todo funcionár io deve ser treinado em si tuações de emergência e combate a 
incêndios 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4.3 CONTRATAÇÃO DE EMPRESAS DE VIGILÂNCIA 
A contratação de serviços terceirizados de vigi lância exige, no 
entanto, alguns cuidados por parte da empresa. 
Procure fazer uma pesquisa de mercado para verif icar a 
idoneidade da empresa que pretende contratar. 
Converse com clientes atuais da empresa de vigi lância que 
pretenda contratar e procure verif icar critérios como qualidade, 
eficiência, honestidade e custos. 
Procure averiguar também a qualidade técnica de seus 
vigi lantes, procurando saber onde foram treinados e se são reciclados 
periodicamente, como manda a lei. 
Com relação à contratação de empresas de vigi lância, 
transcrevemos a seguir, as recomendações da FENAVIST – Federação 
Nacional das Empresas de Segurança e Transporte de Valores: 
 
(Clique aqui para ver o “Guia do Contratante”) 
 
 
Também com o objetivo de orientar o tomador de serviços na 
área de Segurança e Vigilância, Delegacia Regional do Ministério do 
Trabalho em Minas Gerais elaborou um Manual, cujo teor 
transcrevemos aqui, na íntegra 
(Clique aqui para ver o Manual) 
 
 
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5 ORGANIZAÇÃO DA SEGURANÇA 
5.1 IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA 
Para que a empresa venha a ter uma segurança efetiva e 
satisfatória é necessário eliminar todo empirismo e improvisação. 
Como já vimos inicialmente, a atividade de segurança tem o 
mesmo grau de importância, dentro da empresa, do que as demais 
atividades, como Produção, Marketing, Contabil idade, Finanças e 
Administração. 
Assim, é importante que a empresa dispense à área de 
Segurança os mesmos cuidados que dispensa a outras áreas. E o 
primeiro passo para isso é criar uma Gerência ou Diretoria de 
Segurança, colocando como responsável por ela um profissional 
qualif icado e habil itado. 
 
 
Nos países desenvolvidos, a Segurança desempenha um papel da maior 
importância na vida das organizações empresar ia is . 
 
 
 
 
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5.2 CENTRAL DE SEGURANÇA 
É necessário também que a empresa organize e mantenha uma 
Central de Segurança, ou seja, um local onde devem estar 
centralizados todos os serviços de Segurança. 
Essa central deverá ser dir igida pelo Gerente de Segurança, e 
deve possuir os seguintes recursos: 
 
a) Monitoramento eletrônico de todas as áreas e dependências 
da empresa, através de alarmes, sensores e circuito fechado 
de TV. 
b) Controle das tubulações de água, ar condicionado, centrais 
de energia elétrica e elevadores. 
c) Controle do som ambiente com canal exclusivo de 
penetração, para avisos sobre incêndios, emergências e 
situações de crimes ou violências. 
d) Central de Alarmes de furtos, assaltos, incêndios e outras 
emergências. 
e) Central de radiocomunicação, envolvendo o pessoal de 
Segurança e todas as áreas da empresa. 
f) Linhas exclusivas de telefone, independentes da central 
telefônica e de telefonistas. 
g) Burocracia interna da Gerência de Segurança. 
 Central de Segurança 
 
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40
5.3 PESSOAL DE SEGURANÇA 
E para que todo esse sistema de segurança funcione 
adequadamente, cumprindo assim sua função, que é proporcionar 
segurança ao ambiente empresarial, é necessário organizar 
adequadamente a equipe que irá operá-lo. 
O tamanho e complexidade da equipe de segurança vão 
depender diretamente do porte da empresa. No entanto, o ideal é que 
seja constituída da seguinte forma: 
 
a) Presidente ou Diretor Geral: é o responsável direto pelo 
comando da empresa. A ele está subordinada a Gerência ou 
Diretoria de Segurança. 
b) Gerente ou Diretor de Segurança: é o responsável absoluto 
por toda a área de Segurança dentro da empresa. Reporta-se 
apenas à Presidência ou à Direção Geral. 
c) Supervisor de Segurança: é o responsável pelos turnos de 
trabalho na área de Segurança, que deve ser desenvolvida 
durante as 24 horas do dia. 
d) Vigilante: Trabalha nos mais variados ambientes, como 
recepção, garagem, corredores e outras instalações da 
empresa. 
e) Pessoal de Apoio: composto por técnicos e engenheiros, 
capazes de agir em situações como quedas de energia 
elétrica, falhas nos sistemas de comunicação, danif icação de 
equipamentos de segurança, ou qualquer outra missão 
técnica que lhes seja solicitada pelo Gerente de Segurança. 
f) Pessoal de Emergência: composto por médicos, socorristas, 
bombeiros, e outros profissionais, capazes de atender 
prontamente a situação como acidentes, incêndios, 
desabamentos e outras situações de crise ou emergência; 
 
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6 IDENTIFICAÇÃO E CONTROLE INTERNO 
6.1 SISTEMAS DE IDENTIFICAÇÃO 
A portaria ou recepção da empresa é de vital importância para a 
segurança, uma vez que é por ela que entram e saem dirigentes, 
funcionários, visitantes e fornecedores. Também é por ela que tentam 
passar ladrões, assaltantes, seqüestradores, terroristas, espiões e 
outros t ipos de criminosos. 
Daí a importância em treinar adequadamente os funcionários 
que nela trabalham. 
É importante que existam funcionários da Segurança apoiando 
os porteiros e recepcionistas, sempre atentos a qualquer anormalidade. 
Além do apoio humano, é necessário que o local seja 
monitorado com câmeras de circuito interno de TV, controladas 
diretamente pela central de segurança. 
O pessoal da Segurança, em serviço na recepção deve estar 
munido de equipamentos de comunicação, capazes de mantê-los em 
contato permanente com a central de segurança. 
O ingresso de qualquer pessoa, no interior da empresa, só deve 
ser permitido dentro de um processo de identif icação e controle de 
acesso eficiente. 
O sistema mais prático e simples de identif icação é através de 
crachás. Por isso, adote um sistema específico para cada tipo de 
pessoa, como dirigentes, funcionários, estagiários fornecedores, 
serviços terceirizados e visitantes, entre outros. 
Existem no mercado diversas empresas especializadas em criar 
sistemas de identif icação, cabendo à empresa escolher o sistema que 
melhor se adapte à sua situação particular. 
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Crachás 
 
 
Os funcionários de empresas de serviços terceirizados, como 
empreiteiras, manutenção, jardinagem e outros, devem receber crachás 
para circularem apenas nas áreas onde prestarão seus serviços, 
devendo ser vedado seu acesso a outras áreas. 
 
 
Alguns modelos de catracas, que podem ser ut i l izados no controle de acesso de 
funcionários, v is i tantes e fornecedores. 
 
 
 
 
 
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6.2 ENTRADA E SAÍDA DE FUNCIONÁRIOS 
Para o público interno é recomendável crachás com fotos e 
códigos de barras. Já para o públicoexterno, o recomendável é o 
sistema que fotografa automaticamente o visitante, guardando a foto e 
seus dados em arquivo no computador. 
Essas informações poderão ser úteis, posteriormente, em casos 
de furtos, assaltos e seqüestros, ou mesmo para comprovar a presença 
ou não de determinada pessoa na empresa, em determinado dia e 
horário. 
Os funcionários de empresas de serviços terceirizados devem 
receber crachás para circularem apenas nas áreas onde prestam seus 
serviços, devendo ser vedado seu acesso a outras áreas. 
 
Crachás com múlt ip las funções são os mais indicados para o contro le de acesso 
de funcionários. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6.3 ENTRADA E SAÍDA DE VISITANTES 
Todo visitante deverá ser cadastrado na recepção, com os 
seguintes dados, que deverão ficar arquivados: 
a) Nome completo do visitante; 
b) Endereço; 
c) Número do Documento de Identidade; 
d) Nome da pessoa ou setor que veio visitar; 
e) Assunto ou motivo da visita; Horário de entrada; e 
f) Horário de saída. 
6.4 ENTRADA E SAÍDA DE FORNECEDORES 
Adote um sistema semelhante para fornecedores e prestadores 
de serviço. 
Os crachás fornecidos a visitantes e fornecedores devem possuir 
informações sobre o local exato onde devem ir ou circular, através de 
cores, por exemplo. Assim o pessoal da Segurança poderá observar 
pessoas circulando em locais não autorizados, possibil i tando assim a 
identif icação de possíveis suspeitos. 
Os veículos de visitantes e fornecedores, também, devem ser 
cadastrados com todas as informações já mencionadas, acrescidas com 
os seguintes dados: marca e t ipo do veículo, cor, modelo e nº da placa. 
Com relação aos fornecedores e visitantes mais freqüentes, é 
necessário tomar todo o cuidado possível para evitar a rotina. Na 
maioria das vezes, quando uma pessoa, ou representante de alguma 
empresa, se tornam freqüentes no ambiente empresarial, é comum a 
segurança relaxar, não fazendo os registros necessários. Não raro 
ocorrem casos de amizade entre os funcionários da segurança e tais 
pessoas. 
Por isso, é muito importante treinar o pessoal da Segurança para 
evitar esse tipo de comportamento. Já houve casos em que criminosos 
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se disfarçaram de prestadores de serviço para ingressar em empresas 
e cometer crimes. Assim, quando alguém se apresentar na portaria 
como fornecedor ou prestador de serviço, o porteiro deve tomar as 
seguintes providências: 
a) Pedir a apresentação da Ordem de Serviço ou Nota Fiscal. 
b) Telefonar para a empresa, pedindo confirmação do serviço 
ou fornecimento. 
c) Comunicar à direção da empresa sobre a presença do 
funcionário e pedir autorização para entrada. 
6.5 SEGURANÇA DOS ESTACIONAMENTOS 
Os estacionamentos também devem contar com sistemas de 
segurança, envolvendo a presença física de vigi lantes, instalação de 
circuito fechado de TV, sistemas de controle de acesso e boa 
i luminação no período noturno. 
Procure manter estacionamentos específicos para funcionários, 
visitantes e fornecedores. Os critérios de admissão aos 
estacionamentos por parte de visitantes e fornecedores, devem 
obedecer aos mesmos critérios adotados para o ingresso de pessoas, 
já mencionados anteriormente. 
Providencie credenciais ou autorizações para os veículos dos 
funcionários, capazes de identif icá-los junto aos vigilantes. De 
preferência uti l ize sistemas de controle, através de cartões magnéticos 
específicos. 
 
Os estacionamentos também devem contar com serviços de segurança ef ic ientes 
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6.6 SEGURANÇA DE ÁREAS RESTRITAS 
Para áreas restritas como diretoria, laboratórios, centros de 
pesquisa, tesouraria, áreas de risco, depósitos, almoxarifados, entre 
outros, deve-se criar um sistema complementar de identif icação, como 
digitação de códigos, leitura de mãos ou de íris ou qualquer outro 
sistema igualmente eficiente. 
Por ocasião da demissão de algum dirigente ou funcionário, é 
necessário recolher seu crachá, chaves e outros objetos da empresa, 
que estejam em seu poder. Se a pessoa demitida t iver acesso a áreas 
restritas, deve-se providenciar uma alteração nos códigos ou senhas. 
 
 
 
 
Equipamentos de le i tura biométr ica, catracas codif icadas e le i tura de ír is são 
ideais para o controle de acesso em áreas restr i tas ou de al ta segurança. 
 
6.7 MAPA DE CONTROLE 
Procure fazer um mapa das atividades internas da empresa e 
mantenha-o em arquivo. Nunca se sabe quando será necessário 
consultar dados e eventos ocorridos no passado. 
O ideal é desenvolver um programa de computador, capaz de 
armazenar todos os dados sobre entradas e saídas de funcionários, 
visitantes e fornecedores. 
 
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7 INCÊNDIOS E EMERGÊNCIAS 
7.1 O RISCO DE INCÊNDIOS EM EMPRESAS 
Um incêndio na empresa pode provocar uma verdadeira 
catástrofe, que pode ir desde danos materiais consideráveis, passando 
pela perda completa das instalações, podendo causar ainda a perda de 
vidas humanas. 
Por isso, a empresa deve tomar todas as medidas no sentido de 
evitar um incêndio e, também, de controlá-lo, caso ele venha a ocorrer, 
apesar de todas as precauções. 
 
 
 
 
Um incêndio na empresa pode ter 
conseqüências catastróf icas 
Incêndio em prédio comercia l em Madr i , 
em 14 de fevereiro de 2005 
 
 
 
 
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7.1.1 PROJETO DE PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS 
Comece providenciando um projeto de prevenção de incêndio 
específico para a empresa, que deverá ser elaborado e assinado por 
um Engenheiro de Segurança especializado. 
Existe no mercado um grande número de profissionais 
habil i tados para a elaboração desse tipo de Projeto. Antes de contratá-
los, no entanto, procure saber mais sobre suas habil idades e legalidade 
de suas atividades. 
7.1.2 AS PRINCIPAIS CAUSAS DE INCÊNDIOS EM EMPRESAS 
O risco da ocorrência de incêndios numa empresa, vai depender 
diretamente da quantidade de fontes de possíveis ignições e carga de 
elementos combustíveis que se encontram num determinado local, 
além, é claro, dos riscos e possibil idades dessa ignição ocorrer, seja 
acidentalmente, seja através da ação humana. 
 É importante manter extintores de incêndio em todos os 
andares e instalações da empresa. Todos os dirigentes e funcionários 
devem receber treinamento sobre como manusear corretamente, e com 
eficiência, um extintor de incêndio. 
Observe também o prazo de validade dos extintores. 
Providencie para que eles sejam recarregados quando estiverem 
próximos do vencimento da validade. 
 
A manutenção constante dos ext intores de incêndio é de vi tal importância para a 
segurança do hotel 
 
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7.2 TEORIA DO FOGO E DA COMBUSTÃO 
Combustão é uma reação química de oxidação, auto-
sustentável, com liberação de luz, calor, fumaça e gases. Para que isso 
ocorra é necessária a união de quatro elementos essenciais do fogo, 
que são: 
a) CALOR – Forma de energia que eleva a temperatura. 
Gerada da transformação de outra energia, através de 
processo físico ou químico. 
b) COMBUSTIVEL – É toda a substancia capaz de queimar e 
alimentar a combustão. Elemento que serve de campo de 
propagação ao fogo. Os combustíveispodem ser, sólidos, 
l íquidos ou gasosos. 
c) COMBURENTE – É o elemento que possibil i ta vida as 
chamas, e intensif ica a combustão. O mais comum é que o 
oxigênio desempenhe este papel, porem não é o único, 
existindo outros gases. 
d) REAÇÃO EM CADEIA – É a queima auto-sustentável. 
É a união dos três itens acima descritos, gerando uma reação 
química. Quando o calor irradiado das chamas atinge o 
combustível e este é decomposto em partículas menores, que 
se combinam com o comburente e queimam, irradiando outra 
vez calor para o combustível, formando um ciclo constante. 
 
 
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Extinção: É o resultado da retirada de um ou mais dos 
componentes acima citados. 
7.2.1 FORMAS DE COMBUSTÃO 
a) Combustão Completa - É aquela em que a queima produz 
calor e chamas e se processa em ambiente rico em 
comburente. 
b) Combustão Incompleta - É aquela em que a queima produz 
calor e pouca ou nenhuma chama e se processa em ambiente 
pobre em comburente. 
c) Combustão Espontânea - É aquela gerada de maneira 
natural, podendo ser pela ação de bactérias que fermentam 
materiais orgânicos, produzindo calor e l iberando gases, 
alguns materiais entram em combustão sem fonte externa de 
calor, ocorre também na mistura de determinadas substancias 
químicas, quando a combinação gera calor e l ibera gases. 
d) Explosão - É a queima de gases ou partículas sólidas em 
altíssima velocidade, em locais confinados. 
 
7.2.2 FORMAS DE PROPAGAÇÃO 
O calor pode-se propagar de três diferentes maneiras: 
Condução, Convecção e Irradiação. Como tudo na natureza tende ao 
equilíbrio, o calor é transferido de objeto com temperatura mais alta 
para aqueles com temperatura mais baixa. O mais fr io de dois objetos 
absorvera calor até que esteja com a mesma quantidade de energia do 
outro. 
a) Condução – É a transferência de calor através de um corpo 
sólido de molécula a molécula. Quando dois ou mais corpos 
estão em contato, o calor é conduzindo através deles como 
se fosse um só corpo. 
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b) Convecção – É a transferência de calor pelo próprio 
movimento ascendente de massas de gases ou líquido. 
c) Irradiação – É a transmissão de calor por ondas de energia 
caloríf icas que se deslocam através do espaço. 
 
7.2.3 CLASSIFICAÇÃO DOS INCÊNDIOS 
7.2.3.1 INCÊNDIO é combustão sem controle. 
Essa Classif icação foi elaborada pela NFPA - Associação 
Nacional de Proteção a Incêndios/EUA, e adotada pelas: IFSTA - 
Associação Internacional para o Treinamento de Bombeiros/EUA, ABNT 
– Associação Brasileira de Normas Técnicas/BR e Corpos de 
Bombeiros/BR. 
Os incêndios são classif icados de acordo com os materiais neles 
envolvidos, bem como a situação em que se encontram. Essa 
classif icação determina a necessidade do agente extintor adequado. 
a) CLASSE “A” - Combustíveis sólidos, ex. madeiras, papel, 
tecido, borracha, etc., caracterizado pelas cinzas e brasas 
que deixam como resíduos, sendo que a queima se da na 
superfície e em profundidade. 
b) CLASSE “B” - Líquidos inflamáveis, graxas e gases 
combustíveis, caracterizados por não deixar resíduos e 
queimar apenas na superfície exposta. 
c) CLASSE “C”- o Material e equipamentos energizados, 
caracterizado pelo risco de vida que oferece. 
d) CLASSE “D” - o Metais combustíveis, ex. magnésio, selênio, 
antimônio, lít io, potássio, alumínio fragmentado, zinco, 
t i tânio, sódio e zircônio, caracterizado pela queima em altas 
temperaturas e por reagir com agentes extintores comuns 
principalmente se contem água. 
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7.2.4 METÓDOS DE EXTINÇÃO 
a) Retirada do material combustível, é o método mais simples 
de se extinguir um incêndio, baseia-se na retirada do material 
combustível, ainda não atingido, da área de propagação do 
fogo. 
b) Resfriamento é o método mais ut i l izado, consiste em diminuir 
a temperatura do material combustível que esta queimando, 
diminuindo, conseqüentemente, a l iberação de gases ou 
vapores inflamáveis. 
c) Abafamento consiste em impedir ou diminuir o contato do 
comburente com o material combustível. 
d) Extinção química consiste na uti l ização de certos 
componentes químicos, que lançados sobre o fogo, 
interrompem a reação em cadeia. 
7.2.5 AGENTES EXTINTORES 
a) Água 
Uti l izado nos incêndios de classe: A 
b) Espuma 
Uti l izado nos incêndios de classe: A e B 
c) Gás Carbônico (CO2) 
Uti l izado nos incêndios de classe: A, B e C 
d) Pó Químico seco 
Uti l izado nos incêndios de classe: B e C (na classe D é 
uti l izado pó químico especial) 
e) Gases Nobres l impos 
Uti l izado nos incêndios de classe: A, B e C 
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7.2.6 EXTINTORES 
7.2.6.1 EXTINTOR DE ÁGUA PRESSURIZADO 
Este é o extintor mais indicado para o combate a príncipio de 
incêndio em materiais da classe “A” (sólidos); não deverá ser usado em 
hipótese alguma em materiais da classe “C” (elétricos energizados), 
pois a água é excelente condutor de eletricidade, o que acarretará no 
aumento do fogo; devem-se evitar também seu uso em produtos da 
classe “D” (materiais pirofóricos), como o magnésio, pó de alumínio e o 
carbonato de potássio, pois em contato com a água eles reagem de 
forma violenta. 
 
A água agirá por resfriamento e abafamento. Procedimentos para uso: 
- retirar o pino de segurança; 
- empunhar a mangueira e o gati lho; e 
- apertar o gati lho e dirigir o jato para a base do fogo. 
 
7.2.6.2 EXTINTOR DE ÁGUA PRESSURIZÁVEL (PRESSÃO INJETADA) 
Seu uso é equivalente ao de água pressurizada, diferindo-se 
apenas externamente pelo pequeno cil indro contendo gás propelente, 
cuja válvula deve ser aberta no ato de sua uti l ização, a f im de 
pressurizar o ambiente interno do extintor, permitindo o seu 
funcionamento. O agente propulsor (propulente) é o gás carbônico 
(CO2). 
Procedimentos de uso: 
- abrir a válvula do cil indro de gás; 
- empunhar a mangueira e o gati lho; e 
- apertar o gati lho e dirigir o jato para a base do fogo. 
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7.2.6.3 EXTINTOR DE PÓ QUÍMICO SECO (PQS) 
É o mais indicado para ação em materiais da classe “B” 
(líquidos inflamáveis), mas também pode ser usado em materiais classe 
“A” e em últ imo caso, na classe “C”. Age por abafamento, isolando o 
oxígênio e l iberando gás carbônico assim que entra em contato com o 
fogo. 
Procedimentos para uso: 
- retirar o pino de segurança; 
- empunhar a pistola difusora; e 
- atacar o fogo acionando o gati lho. 
7.2.6.4 EXTINTOR DE PQS COM PRESSÃO INJETÁVEL 
As mesmas características do PQS pressurizado, mas 
mantendo externamente uma ampola de gás para a pressurização no 
instante do uso. 
 
Procedimentos para uso: 
- abrir a ampola de gás; 
- empunhar a pistola difusora; e 
- apertar o gati lho e dirigir a nuvem de pó para a base do fogo. 
 
7.2.6.5 EXTINTOR DE ESPUMA MECÂNICA PRESSURIZADO 
A espuma é gerada pelo batimento da água com o líquido 
gerador de espuma e ar (a mistura da água e do líquido gerador de 
espuma está sob pressão, sendo expelida ao acionamento do gati lho, 
juntando-se então ao arrastamento do ar atmosférico em sua passagem 
pelo esguicho). Será usado em princípios de incêndio das classes “A” e 
“B”. 
Procedimentos de uso: 
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- retirar o pino de segurança; 
- empunhar o gati lho e o esguicho; e 
- apertar o gati lho, lançando a espuma contra o fogo. 
7.2.6.6 EXTINTOR DE ESPUMA MECÂNICA COM PRESSÃO INJETADA 
As mesmas características do pressurizado, mas mantendo a 
ampola externa para a pressurização no instante do uso. 
 
Procedimentos para uso: 
- abrir a válvula do cil indro de gás; 
- retirar o pino de segurança; 
- empunhar o gati lho e o esguicho; e 
- apertar o gati lho, lançando a espuma contra o fogo. 
 
7.2.6.7 EXTINTOR DE ESPUMA QUÍMICA 
Embora esteja em desuso no mercado, ainda é possível 
encontrá-lo em edif icações. Seu funcionamento é possível devido a 
colocação do mesmo de “cabeça para baixo”, formando a reação de 
soluções aquosas de sulfato de alumínio e bicarbonato de sódio. 
Depois de iniciado o funcionamento, não é possível a interrupção da 
descarga. 
Deve ser usado em princípios de incêndio das classes “A” e “B”. 
Procedimentos para uso: 
- não deitar ou virar o extintor antes de chegar ao local do fogo; 
- no local, inverter a posição do cil indro; e 
- lançar a espuma contra o fogo. 
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7.2.6.8 EXTINTOR DE GÁS CARBÔNICO (CO2) 
É o mais indicado para a extinção de princípio de incêndio em 
materiais da classe “C” (elétricos energizados), podendo ser usado 
também na classe “B”. 
 
Procedimentos para uso: 
- retirar o pino de segurança; 
- empunhar o gati lho e o difusor; e 
- apertar o gati lho, dir igindo o difusor por toda a extensão do 
fogo. 
7.2.6.9 EXTINTOR DE HALOGENADO (HALON) 
Composto por elementos halogênios (f lúor, cloro, bromo e 
iodo). Atua por abafamento, quebrando a reação em cadeia que 
alimenta o fogo. Ideal para o combate a princípios de incêndio em 
materiais da classe “C”. 
 
Procedimentos para uso: 
- retirar o pino de segurança; 
- empunhar o gati lho e o difusor; e 
- acionar o gati lho, dir igindo o jato para a base do fogo. 
 
7.2.6.10 EXTINTOR SOBRE RODAS (CARRETA) 
A diferença dos extintores em geral é a sua capacidade. Devido 
ao seu tamanho, sua operação requer duas pessoas. 
As carretas podem sêr: 
- de água; 
- de espuma mecânica; 
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- de espuma química; 
- de pó químico seco; e 
- de gás carbônico. 
 
TABELA DE USO DE AGENTES EXTINTORES 
Classe de Incêndio ÁGU A ESPUMA PQS CO² H ALON 
A 
S IM 
Exce lente 
S IM 
Regular 
Somente na 
super f íc ie 
Somente na 
super f íc ie 
Somente na 
super f íc ie 
B NÃO 
S IM 
Exce lente 
S IM 
Exce lente 
S IM 
Bom 
S IM 
Exce lente 
C NÃO NÃO 
S IM 
Bom 
S IM 
Exce lente 
S IM 
Exce lente 
D NÃO NÃO 
PQS 
Espec ia l 
NÃO NÃO 
 
UNID ADE 
EXTINTORA 
10 l i t ros 9 l i t ros 4 Kg 6 Kg 2 Kg 
ALC ANCE 
MÉDIO DO 
J ATO 
10 m 5 m 5 m 2 ,5 m 3 ,5 m 
TEMPO DE 
DESCARG A 
60 seg 60 seg 15 seg 25 seg 15 seg 
 Mater ia l elaborado por Bombeiros – Comércio e Serviços Técnicos Ltda 
 
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7.3 CLASSES DE INCÊNDIO E AGENTES EXTINTORES 
As i lustrações abaixo, mostram cada um dos agentes extintores 
que devem ser aplicados em cada classe de incêndio. 
O triângulo verde, o quadrado vermelho e o círculo azul, estão 
estampados nos extintores, bastando verif icar qual deles deve ser 
uti l izado em determinado tipo de incêndio. 
 
 
 
7.4 EXTINTORES DE ÁGUA 
A água é o agente extintor de uso mais comum. Usa-se o jato 
para o resfriamento e proteção de instalações a distância e para o 
enxarcamento de sólidos. Usa-se a água sob a forma de neblina para o 
resfriamento de superfícies líquidas; emulsif icação de óleo; proteção de 
pessoas, estruturas, máquinas e equipamentos; di luição (álcoois, 
amônia); e absorção do calor desprendido na combustão. 
A água, contudo, não deve ser empregada em incêndios que 
envolvam: equipamentos elétricos energizados; materiais reativos com 
a água (carbonatos, peróxidos, sódio metálico, pó de magnésio, etc); e 
gases l iquefeitos por resfriamento. Para usar o extintor: a) retire a 
trava ou o pino de segurança; b) empunhe firmemente a mangueira; e 
c) ataque o fogo, dirigindo o jato para a sua base. 
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7.5 EXTINTORES DE ESPUMA MECÂNICA 
Indicado para incêndios Classes A e B. Um líquido gerador de 
espuma (de base proteínica ou sintética, usado na concentração de 3 
ou 6%) age mecanicamente com água, originando a solução de espuma 
que, misturada com ar, forma finalmente a espuma. O volume da 
espuma formada em relação ao volume da solução empregada, pode 
ser de até 10 (baixa expansão, a mais usada, por ter maior poder de 
espalhamento e ser mais pesada), 100 média expansão) ou 1.000 
vezes (alta expansão). Restrições ao uso da espuma mecânica: gases 
l iquefeitos; l íquidos em fluxo; substâncias que reagem com a água; e 
líquidos superaquecidos (superior a 100oC). 
7.6 EXTINTORES DE PÓ QUÍMICO 
O pó químico é um material pulverulento f inamente dividido, 
tratado para ser repelente a água e escoar f luidamente em tubulações, 
el iminando as chamas por interrupção das reações em cadeia. 
Podem ser empregados em: gases, líquidos e sólidos combustíveis; e, 
ainda, em equipamentos elétricos energizados. Os tipos de pós são: 
bicarbonato de sódio, de potássio ou de potássio + uréia (MONEX) e 
fosfato monoamônio. 
7.7 EXTINTORES DE GÁS CARBÔNICO (CO2) 
Os extintores de Gás Carbônico, Dióxido de Carbono ou 
simplesmente CO2 são util izados, preferencialmente, no combate aos 
fogos das Classes B e C, embora possa ser usado, também, nos 
incêndios de Classe A, em seu início. Depois dos extintores de água 
são, por tradição, um dos mais usados. Os extintores portáteis são 
oferecidos com cargas de 4 e 6 kg cada e os extintores sobre rodas, 
com carga de 10, 25, 30 e 50 kg cada. 
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7.8 AGENTES EXTINTORES HALOGENADOS 
Podem ser considerados como derivados do Metano ou do 
Etano, pela substituição dos átomos de Hidrogênio por átomos de 
Flúor, Cloro e/ou Bromo. São eles: Tetracloreto de Carbono, 
Bromoclorometano, Bromoclorodif luormetano e Bromotrif luormetano. 
São usados nos incêndios envolvendo: gases, líquidos e sólidos 
combustíveis; e equipamentos elétricos energizados. Seu mecanismo 
de extinção dá-se pela interrupção da reação em cadeia e, 
secundariamente, por resfriamento. Limitações: substâncias com alto 
teor de oxigênio, metais combustíveis e hidretos metálicos. 
7.9 ESCOLHA CORRETAMENTE O EXTINTOR 
 PÓ QUÍMICO CO2 - GÁS 
CARBÔNICO 
ÁGUA ESPUMA 
MECÂNICA 
 
CLASSE ‘A’ 
Mater ia is 
só l idos, papel , 
madeira , 
tec idos. 
BC - Somente 
no estágio 
in ic ia l 
ABC - 
EXCELENTE 
Somente no 
estágio inic ia l
EXCELENTE 
satura o 
mater ia l e não 
permite a 
re ignição 
EXCELENTE 
Forma 
cobertura, 
satura o 
mater ia l e ev i ta 
a resignação 
 
CLASSE ‘B ’ 
L íquidos 
inf lamáveis e 
h idro 
carburetos, 
gasol ina, ó leo, 
t inta 
EXCELENTE 
O pó abafa e 
interrompe a 
cadeia de 
combustão. A 
cort ina cr iada 
protege o 
operador. 
EXCELENTE 
Não deixa 
resíduos 
Não 
recomendável 
ESPALHA O 
FOGO! 
EXCELENTE 
Forma 
cobertura, 
satura omater ia l e ev i ta 
a resignação 
 
CLASSE ‘C ’ 
Equipamento 
e létr ico at ivo 
onde o agente 
não é condutor 
de 
e letr ic idade, 
motores e 
chaves 
e létr icas 
EXCELENTE 
Não condutor 
de e letr ic idade 
e protege o 
operador do 
calor 
EXCELENTE 
Não condutor 
de 
e letr ic idade, 
Não deixa 
resíduos nem 
dani f ica o 
equipamento 
Não 
recomendável 
É condutor de 
e letr ic idade 
Não 
recomendável 
É condutor de 
e letr ic idade 
 
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 EQUIPAMENTO A UTILIZAR
 
Material A 
Apagar
ÁGUA
PÓ QUÍMICO 
"BC" 
CO2 
(GÁS 
CARBÔNICO)
ESPUMA 
MECÂNICA
 
Materiais 
Sólidos 
 
SIM 
(excelente)
NÃO 
(só para 
pequenos 
incêndios de 
superfície)
NÃO 
(só para 
pequenos 
incêndios de 
superfície)
SIM 
(excelente)
 
Líquidos 
inflamáveis e 
hidrocarburetos 
 
NÃO 
(o líquido 
incentiva 
o fogo)
SIM 
(excelente, 
inclusive para 
gases 
liquefeitos)
SIM 
(excelente)
SIM 
(excelente)
 
Fogo de 
Origem Elétrica 
 
NÃO 
(condutor 
de 
eletricidade)
SIM 
(excelente - a 
única 
desvantagem é 
que deixa 
resíduos)
SIM 
(excelente)
NÃO 
(eletricidade
 
 
 
 
 
 
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7.10 RISCOS DE INCÊNDIO. NECESSIDADE DE EXTINTORES 
EXEMPLO: Calcular o número de extintores para incêndio 
classe "A" e risco médio, numa área de 1.500 m2. 
 
1) Cálculo do número de Unidades Extintoras (U.E.) = área total / área 
máxima protegida pela capacidade extintora de 1A (Tabela 2): 
U.E. = 1.500 m2 / 135 m2 = 12A (aproximadamente) 
 
2) Cálculo do número de extintores = área total / área máxima 
protegida por extintor (Tabela 2, r isco médio): 
E = 1.500 m2 / 800 m2 = 2 extintores (aproximadamente) 
 
3) Determinação da área máxima a ser protegida por cada extintor 
(Tabela 3, r isco médio): A = U.E. / E = 12A / 2 = 6ª. 
Entrando-se na Tabela 3 com 6A e risco médio, encontra-se a 
área máxima de 800 m2. 
 
4) Se optarmos pela ÁGUA como agente extintor PORTÁTIL, veremos 
pela Tabela 4, que haverá a necessidade de: 12A / 2A = 6 extintores 
(de 10 l i tros cada). 
Tabela 1 - QU ANTID ADE DE EXTINTORES SEGUNDO O RISCO DE FOGO 
ÁREA COBERT A POR U.E . 
R ISCO DE 
FOGO 
CL ASSE DE 
OCUP AÇÃO(* ) 
D IST.MÁX. A PERCORRER 
500 m2 pequeno " A" - 01 e 02 20 metros 
250 m2 médio "B" - 02 , 04 , 05 e 06 10 metros 
150 m2 grande 
"C" - 07 , 08 , 09 , 10 , 
11 , 12 e 13 
10 metros 
 
 
(*) Segundo Tar i fa de Seguro Incêndio do Brasi l do Inst i tuto de Resseguros do 
Brasi l – IRB. 
 
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Tabela 2 - DETERMINAÇÃO D A UNIDADE EXTINTOR A, ÁRE A MÁXIMA PROTEGID A E 
DISTÂNCIA MÁXIMA A SER PERCORRID A P AR A FOGO CL AS SE "A" 
P ARÂMETROS / RISCO DE INCÊNDIO peq. méd. grd . 
Unidade Ext in tora (U .E. ) 2 A 2 A 4 A 
Área máx.prot .pe la capac . ex t in tora de 
1 A (m2) 
270 135 90 
Área máxima proteg ida por ex t in tor 
(m2) 
800 800 800 
D is tânc ia máxima a percorrer a té o 
ex t in tor (m) 
20 20 20 
 
 
 
Tabe la 3 - ÁREA MÁX. PROT. POR EXTINTOR (c lasse A) , m2 
EXT. peq . méd. grd . 
2 A 540 270 - - - 
3 A 800 405 - - - 
4 A 800 540 360 
6 A 800 800 540 
10 A 800 800 800 
20 A 800 800 800 
30 A 800 800 800 
40 A 800 800 800 
 
 
Tabela 4 - CL ASSIF IC AÇÃO DOS EXTINTORES SEGUNDO O AGENTE EXTINTOR, A 
C ARG A NOMIN AL E A C AP ACID ADE EXTINTOR A E QUIV ALENTE (C .E.E . ) 
AGENTE 
EXTINTOR 
C ARG A E.P . C .E .E . E .P . C ARGA E.R. C .E .E . E .R. 
Água 10 l 2 A 75 l 150 l 10 A 20 A 
Espuma química 
 
 
10 l 20 l 2 A:2B 2 A:5B 75 l 150 l 
6 A:10B 
10 A:20B 
Espuma mecânica 9 l 2 A:20B 
Gás carbônico 
(CO2) 
 4 kg 6 kg 
 
2B 2B 
 
10 kg 25 kg 30 
kg 50 kg 
5B 10B 10B 
 10B 
Pó qu ímico à 
base de 
b icarbonato de 
sódio 
 1 kg 2 kg 
4 kg 6 kg 
8 kg 12 kg 
2B 2B 10B 10B 
 10B 20B 
 
20 kg 50 kg 
 100 kg 
 
 20B 30B 
 40B 
Hidrocarbonetos 
ha logenados 
1 kg 2 kg 
2 ,5 kg 4 kg 
2B 5B 10B 10B 
LEGENDA: E.P.= Ext intor Portát i l E.R.= Ext intor sobre Rodas 
 
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7.11 BRIGADAS DE INCÊNDIO 
Faça um Plano de Emergência para os casos de incêndio, 
abordando o comportamento de cada funcionário, incluindo o socorro e 
orientação a pacientes, funcionários, profissionais de saúde e 
visitantes. 
O Plano deve conter instruções sobre evacuação do local e 
socorro a feridos e acidentados. 
O hospital deve organizar e treinar uma Brigada de Incêndio, 
que terá por missão a prevenção e combate a incêndios bem como 
prestação de primeiros socorros. 
É interessante que o hospital contrate empresas especializadas 
para o treinamento de sua Brigada de Incêndio. Geralmente um curso 
de formação de brigadas de incêndio aborda os seguintes aspectos: 
7.12 PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO: 
a) Teoria do fogo 
b) Métodos de extinção de incêndios 
c) Classes de incêndios 
d) Técnicas de extinção de incêndios 
e) Uti l ização de sistemas de combate a incêndios 
f) Uti l ização dos equipamentos de proteção individual 
g) Métodos de prevenção de sinistros 
h) Procedimentos em situação de incêndio 
i) Controle de pânico 
 
Treinamento de Combate a Incêndios 
Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares 
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7.13 PRIMEIROS SOCORROS: 
a) Definição e prevenção de acidentes 
b) Princípios e qualidades básicas do socorrista 
c) Primeiras ações do socorrista 
d) Exame corporal 
e) Identif icação dos sinais vitais 
f) Procedimentos em caso de parada cardíaca, parada 
respiratória, hemorragia, desmaio, estado de choque, 
convulsões, ferimentos, fraturas, queimaduras e 
envenenamento. 
g) Transporte de vít imas 
 
Treinamentos em Pr imeiros Socorros 
 
7.14 BRIGADA DE INCÊNDIO 
É através de pessoas treinadas, que se poderá evitar grandes 
perdas materiais, sociais e principalmente salvar vidas de muitas 
pessoas, além da sua. Sabemos que a prevenção é a melhor estratégia 
a ser adotada, muito mais simples do que o combate, além dos custos 
serem reduzidos. Aplicando os conhecimentos da "Teoria Geral da 
Combustão" em nosso ambiente de trabalho ou em nossa residência, 
faremos a prevenção correta, evitando incêndios com procedimentos 
simples, lógicos e sem grandes investimentos. 
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7.14.1 DEFINIÇÃO 
O fogo é uma reação química que fornece calor, luz e chama. 
Só existe fogo na presença de três elementos básicos (combustível, 
oxigênio e calor). O fogo pode ser definido como produto da combustão 
de material sólido, líquido, gasoso, com liberação de luz e calor. O 
oxigênio é o comburente e o material que queima é o combustível 
(pode ser sólido, l íquido, em forma de vapor ou

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