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16.03.08 Sanidade Avícola Doença de Newcastle

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Sanidade Avícola
Doença de Newcastle
Paulo Henrique da Silva Barbosa
Medicina Veterinária – UFRRJ
Enorme importância na avicultura. Doença de notificação obrigatória, compulsória pela OIE (Organização Internacional de Saúde Animal). Órgão que controla toda a saúde animal no mundo, papel muito importante no controle das zoonoses. “Braço” da OMS. Mais de 200 Países filiados à OIE que tem sede em Paris. 
Se existe um caso de suspeita clínica da doença num local, faz-se a paralisação da exportação. O Brasil é dividido em 5 áreas pela OIE, ou seja, se tiver um risco da doença em uma dessas áreas, as outras, não são, necessariamente, afetadas no que diz-se respeito à exportação.
Regiões Sul e Sudeste são a região de maior importância nacional na exportação de carne de frango, sendo o Brasil o maior exportador.
Nos anos 70 e 80 houve muitos surtos em nível de criação industrial. Nos anos 90 os surtos eram mais frequentes em criações de “fundo de quintal”. 
Essa doença, hoje, no Brasil, está bem controlada, a ponto de algumas áreas não efetuarem vacinação.
Tem certa importância na saúde pública porque as pessoas que manipulam animais com o vírus em necropsia, abatedouro, etc, podem desenvolver uma conjuntivite que, porém, é branda.
O vírus da Doença de Newcastle perpetua em carcaças congeladas e chegou ao Brasil através das importações dos Estados de Belém e Manaus de cortes de carne de frango congelados dos Estados Unidos na década de 50.
O Avestruz geralmente funciona apenas como reservatório para o agente etiológico da Doença de Newcastle. 
Etiologia
Família: Paramyxoviridade
Subfamília: Paramyxovirinae
Gênero: Avulavirus. O vírus da DN, Avian Parainfluenzavirus tipo 1 (APMV-1)
Genoma: RNA
Resistência muito grande quando está associado ao congelamento, resfriamento ou quando está em material fecal. Quando isso acontece, perpetua-se por muito tempo. É inativado a temperatura ambiente pelos seguintes agentes:
Álcool etílico 70%
Fenol 3%
Soda Caustica 2%
Acetona 50%
Ou seja, um controle sanitário simples pode inativar o agente etiológico, o que justifica a ausência de vacinação em algumas áreas que mantêm essa manutenção sanitária eficiente.
Epidemiologia
Velogênico Viscerotrópico – Quadro de comprometimento respiratório. Severas lesões hemorrágicas em vários órgãos, podendo chegar a 100% de mortalidade. Algumas cepas podem causar morte súbita ainda sem lesões, são altamente patogênicas. 
Velogênico Neurotrópico – Cepas altamente patogênicas mas com tropismo pelo SNC causando quadros de paralisia, podendo chegar a cerca de 80% de mortalidade de plantel. Inicialmente também há quadro de comprometimento respiratório, evoluindo para lesões severas no SNC. 
Mesogênico – Seria uma forma mais branda da anterior, onde tem-se um quadro respiratório e neurológico mais brando com mortalidade mais baixa, cerca de 10%.
Letogênica ou Vacinal – Cepas que têm a capacidade de causar reação das vias respiratórias mas não leva ao aparecimento da doença clínica. Essas cepas são usadas muito rotineiramente como vacina.
Entérica Assintomática – Não há sintomatologia. Os vírus, quando isolados, podem ser usados para vacinas.
O quadro respiratório é o mesmo para todos os quadros, e sempre acontece. É o sinal mais evidente da Doença de Newcastle. 
Índice de Patogenicidade Intra Cerebral (IPIC) – Uma vez isolado o vírus da doença, inocula-se em pintinhos de poucos dias e vê-se quais os sintomas que desenvolveram, quanto tempo, etc., para calcular-se o IPIC. As cepas que não causam doenças são Cepas que têm índice menor que 0,7. Cepa La Sota tem índice 0,4 e Cepa B1 tem índice 0,2. Essas cepas causam uma reação, porém só respiratória. Podem ou não causar reação respiratória. Para utilizar essas cepas ou a cepa Ulster que tem índice IPIC 0 deve-se saber o quadro clínico dos animais. Por exemplo, se tenho animais com a imunidade deprimida e vacinar com a cepa La Sota que tem índice 0,4 , fará com que os animais desenvolvam uma reação respiratória. 
Deve-se levar muitas informações sobre o lote de animais em consideração para pensar-se em um plano de vacina eficaz, como imunidade passiva, idade e outros fatores.
Hospedeiros
O impacto é maior em galinhas e perus. Além das aves, o VDN pode infectar várias espécies de répteis, mamíferos e até o homem. O papagaio pode ser reservatório e eliminar o agente pelas fezes por vários anos. O pato é muito resistente, mas funciona como reservatório.
Difusão da Doença
Aerossóis, fezes contaminadas, pequenos roedores, insetos, carcaças contaminadas congeladas, subprodutos de aves infectadas utilizados como matéria prima para rações, contato com humanos, aves selvagens e silvestres e outros.
Evolução da Doença
O período de incubação pode ser de até 15 dias, com média de 2 a 6 dias. O surto pode ser extremamente severo com até 100% de mortalidade em até 72 horas sem apresentar sintomatologia clínica ou pode ser brando.
Sinais Clínicos
Conjuntivite, geralmente viral. Secreção translúcida.
Sintomatologia neurológica, opstótono. Pescoço torcido, bico virado para cima. Carência de vitamina E pode desenvolver um quadro semelhante, diagnóstico diferencial.
Sintomatologia entérica, fezes mais esverdeadas.
Sintomatologia Respiratória.
Ovos quebradiços, vão perdendo a cor, imperfeitos e queda na produção de ovos.
Lesões Macroscópicas – Muita hemorragia em todo o trato respiratório e gastro intestinal. Hemorragia em muitos locais. Traquéia hemorrágica (Importante). Hemorragias puntiformes no pró ventrículo (lesões eram tidas como patognomônicas).
Além disso, pode observar-se infiltração linfocitária nos sacos aéreos, pulmões e traquéia.
Plano Nacional de Sanidade Avícola – Importante (Pesquisar).
O que deve fazer o Médico Veterinário em caso de surto de Newcastle? PROVA
Se sou responsável técnico pela granja, primeira coisa a fazer é fechar a granja – Nada sai e nada entra. Segunda coisa é notificar o dono da granja por escrito, com cópia, em papel com carimbo da suspeita clínica da doença de Newcastle. Terceiro, em papel com cópia, notifica o Médico Veterinário do Ministério da Agricultura da suspeita de surto. Caso isso não seja feito, o médico veterinário poderá ter o diploma caçado. Quem assume então a responsabilidade do surto é o médico veterinário oficial do Ministério da Agricultura.

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