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DIREITO CIVIL V - CCJ0111 Semana Aula: 10 União Estável Tema União Estável Palavras-chave Objetivos 1. Conceituar a união estável e diferenciar do concubinato. 2. Compreender os pressupostos de caracterização da união estável. 3. Identificar direitos e deveres aplicáveis. 4. Reconhecer a possibilidade de conversão em casamento. Estrutura de Conteúdo 1. União Estável (arts. 1.723 a 1.727, CC). a. Conceito b. Diferença entre união estável e concubinato c. Elementos constitutivos d. Direitos e Deveres e. Regime de Bens f. Conversão em casamento Procedimentos de Ensino O presente conteúdo pode ser trabalhado em uma aula, podendo o professor dosá-lo de acordo com as condições (objetivas e subjetivas) apresentadas pela turma. Durante longo período não se fez, no ordenamento brasileiro, diferença entre união estável e concubinato, sendo ambas consideradas formas de união livre que não poderiam levar à constituição de família ?legítima? e que geravam inúmeros questionamentos doutrinários e jurisprudenciais (os primeiros casos chegaram ao Judiciário na década de 60). A união estável como forma de entidade familiar foi apenas reconhecida com o advento do art. 226, §3º., CF e a partir daí teve início período de grande confusão doutrinária, legislativa e jurisprudencial a respeito do tema. O termo união estável é empregado pela Constituição Federal para se referir à união livre, pública, contínua e duradoura, entre homem e mulher desimpedidos, com intenção de constituir família (ideia repetida pelo art. 1.723, CC[1]1). Diferente, portanto, de concubinato que é relação não eventual que ocorre entre pessoas impedidas para se casar (exceto o impedimento do art. 1.723, §1º, CC e art. 1.727, CC). Ensina Maria Berenice Dias (2007, p. 160) que ?certamente a intenção era estabelecer uma distinção entre união estável e família paralela, chamada doutrinariamente de concubinato adulterino, mas para isso faltou coragem ao legislador. A norma restou incoerente e contraditória. Simplesmente, parece dizer ? mas não diz ? que as relações paralelas não constituem união estável. Pelo jeito, a pretensão é deixar as uniões ?espúrias? fora de qualquer reconhecimento e a descoberto de direitos?. Então, até o advento da Constituição muita era a resistência (e o preconceito) em reconhecer a constituição de família por outro meio que não fosse pelo casamento[2]2. No entanto, algumas conquistas (ainda que hoje questionáveis) deste período podem ser apontadas: remuneração pelos serviços prestados pela concubina e o reconhecimento de que entre os concubinos existe uma sociedade de fato que pode levar à partilha de bens (Súmula 380, STF). Entre 05 de outubro de 1988 e 29 de dezembro de 1994, embora houvesse a previsão constitucional da união estável, não havia lei que a regulamentasse o que gerou decisões contraditórias e levou à elaboração de critérios que acabavam se contradizendo entre si. Como se nota, a união estável, embora reconhecida como entidade familiar, continuava sendo tratada no âmbito do Direito das Obrigações, permanecendo as demandas nas Varas Cíveis. Em 30 de dezembro de 1994 é publicada a Lei n. 8.971 (conhecida como Lei do Concubinato), primeira tentativa de regulamentar o assunto que, no entanto, condicionou a caracterização da união estável à verificação do prazo de cinco anos de convivência ou existência de prole comum. Concedia aos companheiros o mesmo direito a alimentos previsto para o casamento; alterou a ordem de vocação hereditária incluindo o companheiro ao lado do cônjuge sobrevivente; criou a figura do companheiro meeiro mas não fazia menção aos bens adquiridos sem esforço comum; concedeu direito ao usufruto sobre parte dos bens deixados pelo companheiro falecido. Após as inúmeras críticas feitas à lei do concubinato, foi publicada em 13 de maio de 1996 a Lei n. 9.278 (conhecida como Lei dos Conviventes) que adotou um conceito mais vago, omitindo os requisitos pessoais, o tempo mínimo de convivência e a existência de prole, substituindo o termo companheiro por convivente e fixando a competência nas Varas de Família. Adotou um regime semelhante ao da comunhão parcial, não proibiu os contratos de convivência (embora o artigo que a ele tenha feito referência tenha sido vetado) e previu o direito real de habitação para o companheiro. A lei dos conviventes foi vigente até 10 de janeiro de 2003 quando entrou em vigor o Código Civil que trouxe a regulamentação da matéria nos arts. 1.723 a 1.727, CC e trouxe como características e requisitos (sem contornos muito definidos): ausência de formalismo para a sua constituição e dissolução; convivência ?more uxorio?; ?affectio maritalis? ou ânimo (objetivo) de constituir família; diversidade de sexos; notoriedade e/ou publicidade; estabilidade ou duração prolongada (o prazo é implícito, ou seja, aquele razoável para indicar o ânimo de constituir família); continuidade; inexistência de impedimentos matrimoniais (ressalvada a exceção do art. 1.723, §1º., CC); relação monogâmica. É importante que neste ponto o professor elabore quadro de direito intertemporal, identificando o período de vigência de cada lei e destacando que para a escolha da norma aplicável é preciso identificar o momento de cessação da convivência. O rol de deveres da união estável, estipulado exemplificativamente no art. 1.724, CC, aproxima-se do rol do casamento (art. 1.566, CC), mas a ele não se equipara[3]3. Destacam-se como deveres decorrentes da união estável: i. Dever de lealdade ? entende-se que neste dever está incluído o dever de fidelidade recíproca. ii. Dever de respeito (consideração e preservação das individualidades). iii. Dever de assistência (material e moral) iv. Dever de guarda, sustento e educação dos filhos Não há, portanto, o dever de coabitação (Súmula 382, STF[4]4), embora parte da doutrina e jurisprudência se manifestem afirmando que este dever só pode ser dispensado por justa causa em analogia ao art. 1.569, CC. O regime de bens da união estável é o da comunhão parcial[5]5 de bens (art. 1.725, CC) se outro não for escolhido pelos companheiros em contrato de convivência[6]6 que deve ser escrito, mas que admite tanto instrumento particular como escritura pública, mas para ter validade perante terceiros deve ser registrado junto ao cartório de Títulos e Documentos. Deve-se ressaltar que não é o contrato de convivência que cria a união estável, mas esta é condição ?iuris? do pacto. Destacam-se como direitos (recíprocos) decorrentes da união estável: 1) Ação de reconhecimento de união estável (pode ser por meio de justificação ou de ação declaratória) ? a sentença é declaratória e limita-se a reconhecer que a união existiu, devendo fixar seu termo inicial e final. 2) Direito ao sobrenome do companheiro ? art. 54, §2º. e art. 57, §3º., Lei de Registros Públicos. Será necessária ação de retificação do nome (art. 109, LRP). 3) Estabelecimento do vínculo de parentesco por afinidade ? art. 1.595, CC. 4) Possibilidade de adoção conjunta ? art. 42, §2º., ECA. 5) Exercício da curatela pelo companheiro na interdição e na ausência ? arts. 25 e 1.768, CC. 6) Separação de corpos ? art. 1.562, CC. 7) Direito a alimentos (indispensáveis à subsistência) ? art. 1.694, CC. 8) Direito à meação do que resultou do esforço comum ? art. 1.725, CC[7]7. 9) Sucessão hereditária ? art. 1.790, CC. Os direitos sucessórios são bem mais limitados do que os previstos nas leis anteriores e não contém o direito real de habitação (art. 1.831, CC ? interpretação restritiva), por isso, considera-se um retrocessoa previsão contida no Código Civil. O companheiro, também, não está incluído na ordem de vocação hereditária. 10) Direito à inventariança ? art. 990, CPC e art. 1.797, CC. 11) Impenhorabilidade do bem de família ? art. 1.711, CC e Lei n. 8.009/90. 12) Sub-rogação e retomada na locação de imóvel urbano ? arts. 11 e 47, III, Lei n. 8.245/91. 13) Impedimento para testemunhar ? art. 228, V, CC. 14) Direito aos benefícios previdenciários ? Decreto-Lei n. 7.036/44; Lei n. 6.367/75; Lei n. 8.213/91 e Decreto n. 357/91. Esclareça-se, por fim, que a união estável não confere estado civil aos companheiros, não sendo ilícito identificar-se como solteiro, separado, divorciado ou viúvo. CONVERSÃO DA UNIÃO ESTÁVEL EM CASAMENTO Destaca Eduardo de Oliveira Leite (2005, p. 418) que ?a norma do art. 226, §3º., CF, de maneira alguma atribui ao homem ou à mulher, em união estável, a situação jurídica totalmente equiparada à do homem ou da mulher casada. Ao admitir-se tal equiparação, teria desaparecido por completo a diferença entre união estável e não formalizada e o vínculo matrimonial. Isso, porém, é insustentável à luz do próprio texto: se as duas figuras estivessem igualadas, não faria sentido estabelecer que a lei deve facilitar a conversão da união estável em casamento. Não é possível converter uma coisa em outra, a menos que sejam desiguais; se já são iguais é desnecessária e inconcebível a conversão?. Assim, embora haja muitos pontos de contato entre união estável e casamento, não é possível afirmar-se tratar-se de institutos equiparados. O art. 1.726, CC, autoriza a conversão da união estável em casamento, mediante pedido formulado por ambos os companheiros ao juiz e assento no Registro Civil. O legislador de 2002 estranhamente dificultou a conversão (segundo o art. 8º., da Lei n. 9.278/96, bastava pedido diretamente feito ao oficial do Registro Civil), contrariando a norma constitucional[8]8 que manda facilitá-la. Portanto, atualmente, no sentido dado ao art. 1.726, CC, é mais fácil casar do que realizar a conversão da união estável em casamento. Afirma Maria Berenice Dias (2007, p. 174) que ?o sentido prático da transformação da união estável em casamento seria para estabelecer seu termo inicial, possibilitando a fixação de regras patrimoniais com efeito retroativo. Dificultado esse intento, o jeito é firmar contrato de convivência, que pode dispor de eficácia retroativa, incidindo suas previsões sobre situações pretéritas a partir da caracterização da união. A outra solução é casar, hipótese, além de mais barata, certamente mais romântica?. Destaque-se, por fim, que a conversão da união estável em casamento opera ?ex tunc? quanto aos efeitos pessoais devendo ser considerado casamento desde o início da convivência; no entanto, quanto aos efeitos patrimoniais[9]9 opera ?ex nunc? uma vez que assim não o fosse, poderiam ser geradas injustiças entre os conviventes e insegurança nas relações destes com terceiros. Sobre as uniões homoafetivas o professor pode indicar a leitura do artigo: Homoafetividade e família. Casamento civil, união estável e adoção por casais homoafetivos à luz da isonomia e da dignidade humana. Disponível em <http://www.ibdfam.org.br/impressao.php?t=artigos&n=434>. Cópia em anexo. Ao final da aula o professor deve perguntar se ainda existem dúvidas com relação à união estável. Após, deve preparar o aluno para o tema da próxima aula: filiação sob a ótica civil-constitucional. NOTAS [1] Destaca Maria Berenice Dias (2007, p. 158) que ?o Código Civil incluiu a união estável no último capítulo do livro do direito das famílias, somente antes da tutela e da curatela. A justificativa do legislador é que só foi reconhecida pela Constituição quando o Código já estava em elaboração. Porém, inserir a união estável tão distanciadamente do capítulo do casamento revela resistência para reconhecê-la como entidade familiar de igual ?status?. Apesar do desdém do legislador, inexiste hierarquia entre os dois institutos. O texto constitucional lhes confere especial proteção do Estado, sendo ambos fonte geradora de família de mesmo valor jurídico, sem qualquer adjetivação discriminatória?. [2] O Código Civil de 1916 além de omitir-se sobre o tema proibia doações, estipulação de seguros e testamentos em benefício de concubinos. [3] Equiparar ambos seria aplicar regras do casamento a quem não escolheu esta forma de constituição de família, embora não seja esse o entendimento de parte da doutrina, como, por exemplo, Maria Berenice Dias (2007, vide considerações na p. 159). [4] A Súmula 382, STF, foi editada em época que não se fazia distinção entre concubinato e união estável, resolvendo-se as questões pela aplicação das regras das sociedades de fato. Por isso, muitos julgados tem afastado sua incidência na união estável, exigindo a coabitação para sua caracterização. [5] Indaga-se se a imposição do art. 1.640, CC, seria aplicável à união estável. Caio Mário entende que sim, pois do contrário, estar-se-ia privilegiando a união estável em detrimento do casamento. [6] Define Francisco Cahali que o contrato de convivência é instrumento pelo qual os sujeitos de uma união estável promovem regulamentações (patrimoniais) quanto aos reflexos da relação por eles constituída. É contrato de forma livre, embora se exija que seja escrita. Pode ser realizado a qualquer tempo (porque não gera efeitos ?ex tunc?) e a ele não se aplica a irrevogabilidade. [7] Questão polêmica é saber se o art. 1.647, CC é aplicável ou não à união estável. Entende-se que deveria ser aplicado por analogia, mas como a união estável é uma situação de fato, difícil seria a sua operacionalização e grande seria a insegurança jurídica para terceiros. [8] Afirma Maria Berenice Dias (2007, p. 174) que se trata de artigo inconstitucional uma vez ?o casamento é gratuito, e o procedimento de transformação depende da propositura de uma ação, implicando contratação de advogado e pagamento de custas?. [9] No pedido de conversão da união estável em casamento pode-se requerer a alteração de regime de bens (exceto se presentes as causas do art. 1.641, CC) que operará efeitos ?ex nunc?. Estratégias de Aprendizagem Indicação de Leitura Específica Recursos quadro e pincel; datashow. Aplicação: articulação teoria e prática Caso Concreto Lourdes foi casada com Vitor por dez anos, casamento que foi dissolvido em 2006 e do qual não resultou nenhum filho. Após o divórcio Lourdes descobriu-se apaixonada por Ricardo, seu ex-sogro. Após alguns meses de namoro foram morar juntos e nesse ‘status’ se mantiveram até 2013 quando Ricardo faleceu em um acidente de carro. Lourdes, superada a dor da perda, deu entrada no instituto previdenciário pleiteando a pensão deixada por Ricardo uma vez que viviam em união estável inclusive reconhecida por instrumento particular por eles firmado em 2009. No instituto previdenciário Ricardo já havia incluído Lourdes como sua única beneficiária. O instituto previdenciário negou o pagamento do benefício sustentando que entre eles havia concubinato e não união estável. A negativa do instituto está correta? Explique sua resposta em no máximo cinco linhas. Questão objetiva 1 (MPES 2013) Considerando as normas que regem o instituto da união estável e o entendimento jurisprudencial dominante, assinale a alternativa correta. a. A pessoa casada, mas separada de fato, está impedida de constituir união estável até que se divorcie de seu cônjuge. b. A união estável constituída quando um dos companheiros é maior de 70 (setenta) anos não prejudica a comunicação dos bens adquiridos na constância da união. c. Ao contrário do casamento, os companheiros não podem pedir uns aos outros alimentos de que necessitem d. Na união estável, aplica-seàs relações patrimoniais o regime de comunhão universal de bens, salvo contrato escrito. e. As causas suspensivas para contrair casamento impedem a constituição de união estável. Questão objetiva 2 (Defensor Público AM 2013) A união estável: a. equipara-se, para todos os fins, ao casamento civil, inclusive no que toca à prova. b. pode ser constituída entre pessoas casadas, desde que separadas judicialmente ou de fato. c. demanda diversidade de gêneros, de acordo com recente entendimento do Supremo Tribunal Federal. d. será regida, em seus aspectos patrimoniais, pelo regime da separação obrigatória, salvo disposição contrária em contrato firmado pelos companheiros. e. se dissolvida, não autoriza os companheiros a pedirem alimentos. Avaliação Caso Concreto Lourdes foi casada com Vitor por dez anos, casamento que foi dissolvido em 2006 e do qual não resultou nenhum filho. Após o divórcio Lourdes descobriu-se apaixonada por Ricardo, seu ex-sogro. Após alguns meses de namoro foram morar juntos e nesse ‘status’ se mantiveram até 2013 quando Ricardo faleceu em um acidente de carro. Lourdes, superada a dor da perda, deu entrada no instituto previdenciário pleiteando a pensão deixada por Ricardo uma vez que viviam em união estável inclusive reconhecida por instrumento particular por eles firmado em 2009. No instituto previdenciário Ricardo já havia incluído Lourdes como sua única beneficiária. O instituto previdenciário negou o pagamento do benefício sustentando que entre eles havia concubinato e não união estável. A negativa do instituto está correta? Explique sua resposta em no máximo cinco linhas. Gabarito: Está correto o instituto previdenciário pois os mesmos impedimentos (art. 1521, CC) para o casamento se aplicam à união estável (exceto a pessoa já casada, mas separada de fato - art. 1723, CC). Portanto, sendo Lourdes e Ricardo parentes em linha reta em primeiro grau por afinidade (arts. 1521, II e 1595, CC) não podem constituir união estável. O que existe entre eles é concubinato nos termos do art. 1727, CC. Vide: A 7ª Câmara Cível do TJRS negou pedido de pensão previdenciária a uma mulher que alegou conviver em união estável com ex-sogro. Os magistrados confirmaram a sentença de primeiro grau, proferida pelo juiz Bruno Jacoby de Lamare, da comarca de Itaqui (RS). De acordo com o Código Civil, a afinidade em linha reta - ascendentes, descendentes, irmãos do cônjuge ou companheiro - não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável. Detalhes do caso: A mulher foi casada, tendo se separado judicialmente de seu cônjuge em 31 de janeiro de 2006. Conforme descrito na inicial, "o objetivo de tal separação foi o de viabilizar a regularização de situação de fato já consolidada: o relacionamento afetivo mantido pela mulher com o seu sogro" (pai de seu marido). Neste contexto, em 28 de junho de 2007, após, portanto, a separação judicial do casal, foi lavrada escritura pública, com o fim de declarar união estável que, segundo ali se referiu, era mantida entre a mulher e seu sogro desde o ano de 2003. A mulher postulou, junto ao Fundo de Aposentadoria e Pensões do Município de Itaqui, a sua inclusão como beneficiária do ex-sogro, falecido em 2010. O pedido já fora feito por ele, em vida, em 2007, sendo indeferido. O julgamento no TJRS: O relator, desembargador Sérgio Fernando de Vasconcellos Chaves, votou por manter a sentença, considerando que "o reconhecimento da união estável entre a apelante e o ex-sogro é juridicamente impossível". O voto lembra que o artigo 1521 do Código Civil elenca os impedimentos para o casamento, estando entre eles, no seu inciso II, "a impossibilidade de casamento entre afins em linha reta". O mesmo artigo, no inciso seguinte, disciplina que a afinidade na linha reta não se extingue com a dissolução do casamento ou união estável. E, por fim, o artigo 1723, inciso I, equipara a união estável ao casamento, inclusive nos seus impedimentos". O desembargador Chaves concluiu ser "inquestionável o impedimento legal para a impetrante e seu sogro constituírem união estável, com o que é rigorosamente vazia a pretensão de que a recorrente seja considerada companheira do sogro e dependente deste junto à previdência pública municipal". O acórdão acrescentou que "a pretensão deduzida tangencia perigosamente a litigância de má-fé, pois a recorrente deduz pretensão contra texto expresso de lei e, pior, em sede de mandado de segurança". (Proc. nº 70052234 671). Fonte: Espaço Vital. Questão objetiva 1 (MPES 2013) Considerando as normas que regem o instituto da união estável e o entendimento jurisprudencial dominante, assinale a alternativa correta. a. A pessoa casada, mas separada de fato, está impedida de constituir união estável até que se divorcie de seu cônjuge. b. A união estável constituída quando um dos companheiros é maior de 70 (setenta) anos não prejudica a comunicação dos bens adquiridos na constância da união. c. Ao contrário do casamento, os companheiros não podem pedir uns aos outros alimentos de que necessitem d. Na união estável, aplica-se às relações patrimoniais o regime de comunhão universal de bens, salvo contrato escrito. e. As causas suspensivas para contrair casamento impedem a constituição de união estável. Gabarito: B Questão objetiva 2 (Defensor Público AM 2013) A união estável: a. equipara-se, para todos os fins, ao casamento civil, inclusive no que toca à prova. b. pode ser constituída entre pessoas casadas, desde que separadas judicialmente ou de fato. c. demanda diversidade de gêneros, de acordo com recente entendimento do Supremo Tribunal Federal. d. será regida, em seus aspectos patrimoniais, pelo regime da separação obrigatória, salvo disposição contrária em contrato firmado pelos companheiros. e. se dissolvida, não autoriza os companheiros a pedirem alimentos. Gabarito: B - art. 1723, CC Considerações Adicionais Sobre as uniões homoafetivas o professor pode indicar a leitura do artigo: Homoafetividade e família. Casamento civil, união estável e adoção por casais homoafetivos à luz da isonomia e da dignidade humana. Disponível em <http://www.ibdfam.org.br/impressao.php?t=artigos&n=434>. Cópia em anexo. Referências Bibliográficas: Nome do livro: Manual de Direito das Famílias Nome do autor: DIAS, Maria Berenice. Editora: Revista dos Tribunais Nome do capítulo: União Estável Número de páginas do capítulo: 27
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