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Desenvolvimento Puberal Daiene Paes Kassama – 820124 Raphael Buzatto - 820117 Seminário de Pediatria – Habilidades – 3ª Etapa – Turma F ADOLESCÊNCIA Atualmente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) circunscreve a adolescência à 2ª década da vida (de 10 a 19 anos) e considera que a juventude se estende dos 15 aos 24 anos de idade. Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): “É considerado adolescente indivíduo entre 12 e 18 anos de idade” ADOLESCÊNCIA INÍCIO (10 anos) TÉRMINO (fim dos 19 anos) Dependência Infantil Autonomia do Adulto Florescimento pleno das faculdades mentais A adolescência é um período de reformulações constantes de caráter social, sexual, ideológico e vocacional. PUBERDADE Caracterizada pelas mudanças biológicas que se manifestam na adolescência, e representam, para o ser humano, o início da capacidade reprodutiva. PUBERDADE INÍCIO (10 anos) Protusão dos Mamilos Aumento do volume Testicular Regulação genética, neuroendócrina e ambiental FIM (2-4 anos após início) Aquisição da capacidade reprodutiva Fusão das epífises ósseas Completo crescimento do indivíduo A puberdade não é, portanto, sinônimo de adolescência, mas uma parte dela. ÉTICA NO ATENDIMENTO MÉDICO AO ADOLESCENTE O Código de Ética Médica, em seu Capítulo IX (Segredo Médico), no art. 103 refere que: “É vedado ao médico: revelar segredo profissional referente a paciente menor de idade, inclusive a seus pais ou responsáveis legais, desde que o menor tenha capacidade de avaliar seu problema e de conduzir-se por seus próprios meios para solucioná-lo, salvo quando a não revelação possa acarretar danos ao paciente”. Em situações consideradas de risco (por exemplo: gravidez, abuso de drogas, não-adesão a tratamentos recomendados, doenças graves, risco à vida ou à saúde de terceiros) e frente à realização de procedimentos de maior complexidade (por exemplo: intervenções cirúrgicas), tornam-se necessários a participação e o consentimento dos pais ou responsáveis. Conclusão: o adolescente tem direito à: Privacidade; Confidencialidade; Autonomia (menor maduro). Discernimento do Médico ATIVAÇÃO PUBERAL INFLUÊNCIAS: Fatores climáticos Fatores socioeconômicos Fatores hormonais Fatores Psicossociais Fatores Nutricionais EVENTOS FINAIS: Crescimento esquelético linear Alteração da forma e composição corporal Desenvolvimento dos órgãos e sistemas Desenvolvimento das gônadas e dos caracteres sexuais secundários PUBERDADE Uma característica própria da puberdade é a sua variabilidade. Os eventos puberais no sexo feminino ocorrem, quando comparados ao sexo masculino, cerca de um a dois anos antes. Meninas = início entre 8 e 13 anos (média 9,7) Meninos = início entre 9 e 14 anos (média 10,9) A idade cronológica não se constitui como um bom indicador para a avaliação de adolescentes. Daí a necessidade da utilização de critérios de maturidade fisiológica para o acompanhamento do desenvolvimento puberal. CRESCIMENTO ESQUELÉTICO Estirão Puberal: intenso crescimento do esqueleto. - Nessa fase o adolescente apresenta um ganho de aproximadamente 50% do seu peso adulto e 20% de sua estatura final. - Provocado pelo aumento do pulso de liberação de GH, hormônios tireoidianos e esteróides. A testosterona aumenta a liberação de GH enquanto o estrógeno diminui. - O crescimento esquelético não é linear, com velocidade variável ao longo da vida, e suscetíveis a influências externas como oferta alimentar, aspectos psicossociais, ambientais e hormonais. CARPO (GH, Somatomedina C e fatores nutricionais). FALANGES E METACARPO (HT e esteróides sexuais). VELOCIDADES DE CRESCIMENTO EM DIFERENTES ESTÁGIOS DE VIDA: CRESCIMENTO INTRAUTERINO: Fase embrionária com inicial proliferação celular intensa, principalmente até o 4º ou 5º mês de gestação), sucedido por uma fase de menor crescimento estrutural acompanhado de maior incremento de peso fetal. FASE 1 (LACTÂNCIA): Crescimento rápido porém desacelerado, velocidade de 25 cm/ano no 1º ano de vida, reduzindo nos 2 primeiros anos. FASE 2 (INFÂNCIA PROPRIAMENTE DITA): Crescimento lento, estável e constante. Velocidade média varia de 4 a 6 cm/ano. FASE 3 (PUBERDADE): Crescimento rápido, intenso e vulnerável a fatores externos (doenças crônicas, transtornos alimentares e distúrbios nutricionais). Possui um período de aceleração do crescimento (VC), até atingir um pico (PVC) e subsequente desaceleração. O PVC no sexo masculino pode chegar a 10-12cm/ano e no sexo feminino 8-10cm/ano. ESTIRÃO PUBERAL O estirão puberal não ocorre de maneira uniforme. Inicia-se pelos membros, seguindo uma direção distal-proximal, conferindo ao corpo do adolescente um aspecto desarmônico ou desproporcional, e que volta a ser harmônico e proporcional ao término do estirão devido ao crescimento do tronco. ALTERAÇÃO DA FORMA E COMPOSIÇÃO CORPORAL DIMORFISMO SEXUAL MASSAMAGRA Final:15-16 anos. 75%de ganha do peso corpóreo Final:19-20 anos. 90%de ganho do peso corpóreo TECIDO ADIPOSO Ganho maisacentuado. Região de Mamas e Quadris. Regiãointra-abdominal. MASSA ÓSSEA 1/3se acumula em 3 a 4 anos após início da puberdade Deposiçãoóssea mais lenta, até os 18 anos DESENVOLVIMENTO DOS ÓRGÃOS E SISTEMAS Maioria dos órgãos duplica de tamanho durante a puberdade. Desenvolvimento principal dos sistemas cardiocirculatório e respiratório. Tecido linfóide sofre involução progressiva. Desenvolvimento é mais acentuado no sexo masculino devido à ação da Testosterona, a qual é capaz de estimular a eritropoese e desenvolvimento dos órgãos. Desenvolvimento do sistema cardiorrespiratório Alterações hematológicas Aumento da massa muscular Aumento da força e resistência física DESENVOLVIMENTO DAS GÔNADAS E DOS CARACTERES SEXUAIS SECUNDÁRIOS. Gonadarca: início da produção dos hormônios pelas gônadas. Adrenarca: início/intensificação dos andrógenos adrenais. É desencadeado e regulado por um complexo mecanismo neuroendócrino e sofre influência de fatores genéticos (p.ex. pilosidade, tamanho das mamas e menarca) e também ambientais. Teoria do Peso Crítico (17%) A sequência do desenvolvimento das características sexuais secundárias no adolescente foi sistematizada por Tanner, em 1962, que descreveu estágios de maturação sexual, variando do Estágio 1 (infantil) ao 5 (adulto). Considera-se o desenvolvimento mamário (M) e a pilosidade pubiana (P) para o sexo feminino, e o desenvolvimento da genitália externa (G) e da pilosidade pubiana (P) para o sexo masculino As mamas e os genitais masculinos são avaliados quanto ao tamanho, forma e características; e os pêlos púbicos por suas características, quantidade e distribuição. ESTADIAMENTO MATURACIONAL DE TANNER MATURAÇÃO SEXUAL FEMININA Nas meninas, a Gonadarca antecede a Adrenarca. O primeiro sinal da puberdade feminina é o aparecimento do broto mamário (TELARCA), que ocorre em média aos 8 anos (8-13 anos)* Seguido pela Pubarca (9,6 anos), pêlos axilares (10,4 anos) e Menarca (12,2)*. A Telarca pode ser assimétrica ou unilateral no início. A Menarca ocorre geralmente no estágio M4 de Tanner. Os primeiros ciclos são em geral irregulares, anovulatórios e mais prolongados. Após 12 a 18 meses de vida ginecológica costumam surgir os ciclos ovulatórios. * Segundo estudos de Colli et al. DESENVOLVIMENTO MAMÁRIO DESENVOLVIMENTO MAMÁRIO MATURAÇÃO SEXUAL MASCULINA Aumento do volume testicular (média 10,9 anos); Pubarca (11,9 anos); Aumento peniano; Aparecimento de pêlos axilares (12,9 anos) e faciais (14,5 anos); O volume testicular é medido com o Orquidômetro de Pradder. O início do desenvolvimento puberal se dá com valores iguais ou superiores a 4 mL. Espermarca: 10 – 12 mL Primeiros sêmens são desprovidos ou têm baixa concentração de espermatozóides. MATURAÇÃO SEXUAL MASCULINA Entre os 12 e 14 anos ocorre surgimento do broto mamário em cerca de 60-70% dos adolescentes (GINECOMASTIA PUBERAL) que tende a desaparecer 2 a 3 anos depois. Se o diâmetro da glândula ultrapassar 5 cm, a regressão torna-se improvável. A mudança no timbre da voz coincide com o estágio 5 dos pêlos pubianos. DESENVOLVIMENTO GENITAL - Volume testicular: G1 – 1 a 3 mL G2 – 4 mL G3 – 9 mL G4 – 16 mL G5 – 20 mL DESENVOLVIMENTO GENITAL PILOSIDADE PUBIANA PILOSIDADE PUBIANA Correlação entre maturação sexual e estirão O estadiamento puberal permite a estimativa do momento de crescimento esquelético do adolescente. Feminino: início da puberdade (M2) correlaciona com o início do estirão puberal em aceleração – máximo da velocidade em M3 e desaceleração em M4. Masculino: início puberdade (G2) ocorre ainda em período pré-púbere – crescimento estável. Aceleração em G3, pico de velocidade em G4 com concomitante desaceleração. Quando suspeitar de anormalidades? Surgimento de características sexuais secundárias antes dos 8 anos nas meninas e dos 9 anos nos meninos. Quando a puberdade se acompanha de sinais de virilização no sexo feminino ou de feminilização no sexo masculino. Ausência de mamas a partir dos 13 anos ou de pêlos púbicos a partir dos 14 anos no sexo feminino. Ausência de menarca a partir dos 16 anos ou após 2 a 3 anos de surgimento da telarca. Ausência de pêlos púbicos a partir dos 14,5 anos ou ausência do aumento do volume testicular a partir dos 14 anos no sexo masculino. ALTERAÇÕES PSICOSSOCIAIS NA ADOLESCÊNCIA BIBLIOGRAFIA Chipkevitch E. Avaliação clínica da maturação sexual na adolescência. J Pediatr (Rio J) 2001; 77 (Supl. 2): S135-S142: adolescência, puberdade, maturação sexual. Fabio Ancona Lopez e Dioclécio Campos Jr. Tratado de Pediatria SBP – Ed. Manole - 2ª edição Lourenço B, Queiroz LB. Crescimento e desenvolvimento puberal na adolescência. Ver Med (São Paulo). 2010 abr-jun.;89(2): 70-5. World Health Organization. Growth references 5-19 years, 2007. Disponínel em: www.who.int/growthref. Acessado em: 06/11/2015.
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