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UCS - CCET: CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TECNOLOGIA MAT0356 - PRÉ-CÁLCULO Gráficos de funções obtidas por operações com funções tigonométricas Assim como ocorreu com as demais funções trabalhadas até o momento, também os gráficos de funções originadas de funções trigonométricas básicas (como y = senx, y = cosx e y = tan x) podem ser obtidos por movimentos dos gráficos dessas funções. Vamos analisar alguns casos, através da exploração de exemplos. Exemplo 1: Consideremos fx = senx + 2. A função é obtida de y = senx somando 2 unidades aos valores de y. Dessa forma, podemos obter o gráfico da f deslocando o gráfico de y = senx duas unidades para cima. -2 2 4 6 8 10 -1 1 2 3 4 x y Veja que Df = R, Imf = 1; 3, P = 2π e A = 1. Exemplo 2: gx = cosx − 3 A função é obtida de y = cosx tirando 3 unidades dos valores de y. Dessa forma, podemos obter o gráfico da f deslocando o gráfico de y = cosx três unidades para baixo. -2 2 4 6 8 10 -5 -4 -3 -2 -1 1 x y Veja que Dg = R, Img = −4;−2, P = 2π e A = 1. Exemplo 3: hx = 2senx O gráfico de hx é obtido do gráfico de y = senx duplicando as imagens em cada ponto. 1 -2 2 4 6 8 10 -2 -1 1 2 x y Veja que Dh = R, Imh = −2; 2, P = 2π e A = 2. Exemplo 4: Fx = cos x − π2 O gráfico da F é obtido do gráfico de y = cosx deslocando-o para a direita π2 unidades. -2 2 4 6 8 10 -1.5 -1.0 -0.5 0.5 1.0 1.5 x y DF = R, ImF = −1; 1, P = 2π e A = 1 Exemplo 5: Gx = tan x + π2 Aqui também há um deslocamento horizontal. O gráfico da G é obtido do gráfico de y = tan x deslocando-o para a esquerda π2 unidades. -6 -4 -2 2 4 6 -10 -5 5 10 x y DG = R − x ∈ R / x = kπ, k ∈ Z , ImF = R, P = π, amplitude não definida e assíntotas verticais são as retas x = kπ, com k ∈ Z 2 Exemplo 6: hx = cosx3 − 1 Neste caso, há duas operações a considerar: dividimos y1 = cosx por 3 (e, por isso, tomamos as imagens de y1 = cosx em cada ponto e dividimos por 3) e, em seguida, tiramos 1 de y2 = cosx3 (por isso, deslocamos o gráfico feito até o momento para baixo 1 unidade). Vamos fazer as duas operações, nessa ordem para obter o gráfico de hx. -5 -4 -3 -2 -1 1 2 3 4 5 -1.50 -1.25 -1.00 -0.75 -0.50 -0.25 0.25 0.50 0.75 1.00 x y Dh = R, Imh = − 43 ;− 2 3 , P = 2π e A = 1 3 Atenção! Há uma operação para a qual não demos destaque até o momento por produzir uma alteração mais visível em funções periódicas e, por isso, vamos estudá-la para as funções trigonométricas. Trata-se da multiplicação ou da divisão do arco x da função trigonométrica fx por uma constante. Exemplo 7: fx = sen2x Primeiramente, vamos construir uma tabela de valores para y = senu, sendo u um arco conhecido da primeira volta positiva na circunferência trigonométrica (uma vez que o período da função é P=2π). Veja que os valores escolhidos têm suas extremidades em pontos que dividem a circunferência trigonométrica em cada um dos quadrantes. u y = senu 0 0 π 2 1 π 0 3 π2 −1 2π 0 Agora, vamos considerar u = 2x (arco da função que estamos focando) e determinar, na tabela anterior, os valores de x correspondentes. x u = 2x y = sen2x 0 0 0 π 4 π 2 1 π 2 π 0 3 π4 3 π 2 −1 π 2π 0 Observe na tabela que os valores obtidos para a função y = senx em um período igual a 3 2π, agora são os mesmos obtidos para a função y = sen2x num período igual a π. Isto significa que o gráfico de fx = sen2x pode ser obtido do gráfico de y = senx, "encolhendo-o horizontalmente" de modo que seu período passe a ser π. Ainda: o período da nova função pode ser obtido dividindo o período da função original por 2 (fator que multiplica o x). Veja: P= 2π2 = π. Vamos fazer o gráfico em dois passos: no primeiro, considerando apenas um período (no intervalo 0; 2π) e, no segundo, mantendo seu comportamento de π em π radianos. 2 4 6 8 10 12 -1.00 -0.75 -0.50 -0.25 0.00 0.25 0.50 0.75 1.00 x y -2 2 4 6 8 10 12 -1.00 -0.75 -0.50 -0.25 0.25 0.50 0.75 1.00 x y gráfico final Destacamos que Df = R, Imf = −1; 1, P = π e A = 1 Exemplo 8: Vamos fazer o mesmo para gx = cos x3 O gráfico da g é obtido do gráfico de y = cosx fazendo que seu período seja triplicado (o período é P = 2π1/3 = 6π pois, cos x 3 = cos 1 3 x ). -5 5 10 15 20 25 30 -1.50 -1.25 -1.00 -0.75 -0.50 -0.25 0.25 0.50 0.75 1.00 1.25 1.50 x y -5 5 10 15 20 25 30 -1.50 -1.25 -1.00 -0.75 -0.50 -0.25 0.25 0.50 0.75 1.00 1.25 1.50 x y gráfico final Por fim, Dg = R, Img = −1; 1, P = 6π e A = 1. Exemplo 9: hx = tan x2 + 3 1. Obtemos o gráfico de hx do gráfico de y = tan x (cujo período é π). 2. Multiplicamos x por 12 . Portanto, P= π 1/2 = 2π. 3. Somamos 3 unidades aos valores de y. Portanto, o gráfico é deslocado 3 unidades para cima. Primerio, considerar um período de y = tan x (intervalo − π2 ; π 2 ) e "expandir" 2 vezes(P=2π). Em seguida, repetir isso a cada 2π rad e, para finalizar, subir 3 unidades. 4 -8 -6 -4 -2 2 4 6 8 -8 -6 -4 -2 2 4 6 8 x y 1º passo -8 -6 -4 -2 2 4 6 8 10 -8 -6 -4 -2 2 4 6 8 x y 2º passo -8 -6 -4 -2 2 4 6 8 10 -8 -6 -4 -2 2 4 6 8 x y gráfico final Assim, Dh = R − x ∈ R / x = kπ, k ∈ Z, k ímpar , Imh = R, P = 2π e assíntotas verticais são as retas x = kπ, com k ∈ Z, k ímpar . Exercício extraclasse 9: Para cada função, esboce o gráfico, determine o domínio, a imagem, o periodo, a amplitude e as assíntotas (se for o caso) e descreva como o gráfico pode ser obtido da função seno, cosseno ou tangente, conforme for definida a função. (1) y = −2senx (2) y = |senx| (3) y = cosx2 (4) y = cosx − π4 (5) y = −1 + cos2x (6) y = sen x + π2 (7) y = sen x2 (8) y = 3 cosx + 2 (9) y = tan x − π2 (10) y = 2 + tanx − π Alguns comentários: (1) Podemos obter o gráfico da função a partir do gráfico de y = senx multiplicando as imagens por −2. Veja o gráfico da função (preto) feito no mesmo sistema em que é 5 apresentado o gráfico de y = senx (tracejado). -4 -2 2 4 6 8 10 -2 -1 1 2 x y D−2senx = R Im−2senx = −2; 2 P = 2π A = 2 (2) Podemos obter o gráfico da função a partir do gráfico de y = senx tomando o valor absoluto de cada imagem, isto é, nas partes onde o gráfico de y = senx está acima do eixo x, fica exatamente igual e, nas partes em que o gráfico de y = senx fica abaixo do eixo x, o gráfico fica simétrico em relação ao eixo. Veja o gráfico da função (preto) feito no mesmo sistema em que é apresentado o gráfico de y = senx (tracejado). -4 -2 2 4 6 8 10 -1.5 -1.0 -0.5 0.5 1.0 1.5 x y D|senx| = R Im|senx| = 0; 1 P = π A = 1 (3) Podemos obter o gráfico da função a partir do gráfico de y = cosx dividindo as imagens por 2. Veja o gráfico da função (preto) feito no mesmo sistema em que é apresentado o gráfico de y = cosx (tracejado). -4 -2 2 4 6 8 10 -1.5 -1.0 -0.5 0.5 1.0 1.5 x y D cosx2 = R Im cosx2 = − 1 2 ; 1 2 P = 2π A = 12 (4) Podemos obter o gráfico da função a partir do gráfico de y = cosx deslocando-o π4 6 unidades para a direita. Veja o gráfico da função (preto) feito no mesmo sistema em que é apresentado o gráfico de y = cosx (tracejado). -4 -2 2 4 6 8 10 -1.5 -1.0 -0.5 0.5 1.0 1.5 x y Dcosx − π4 = R Imcosx − π4 = −1; 1 P = 2π A = 1 (5) Podemos obter o gráfico da função a partir do gráfico de y = cosx através de 2 procedimentos: (1) Dividimos o período por 2 (o que multiplica o x) que passará a ser π e (2) deslocamos o gráfico obtido 1 unidade para baixo. Veja o gráfico da função (preto) feitono mesmo sistema em que é apresentado o gráfico de y = cosx (cinza) e de y = cos2x (tracejado) . -4 -2 2 4 6 8 10 -2 -1 1 x y D−1 + cos2x = R Im−1 + cos2x = −2; 0 P = π A = 1 (6) Podemos obter o gráfico da função a partir do gráfico de y = senx deslocando-o π2 unidades para a esquerda. Veja o gráfico da função (preto) feito no mesmo sistema em que é apresentado o gráfico de y = senx (tracejado). -4 -2 2 4 6 8 10 -1.5 -1.0 -0.5 0.5 1.0 1.5 x y Dsen x + π2 = R Imsen x + π2 = −1; 1 P = 2π A = 1 (7) Podemos obter o gráfico da função a partir do gráfico de y = senx dividindo o período por 1′2 (o que multiplica o x) que passará a ser 4π. Veja o gráfico da função (preto) feito no mesmo sistema em que é apresentado o gráfico de y = senx (tracejado) . 7 -4 -2 2 4 6 8 10 12 14 -1.5 -1.0 -0.5 0.5 1.0 1.5 x y Dsen x2 = R Imsen x2 = −1; 1 P = 4π A = 1 (8) Podemos obter o gráfico da função a partir do gráfico de y = cosx através de 2 procedimentos: (1) Multiplicamos as imagens por 3 e (2) deslocamos o gráfico obtido 2 unidades para cima. Veja o gráfico da função (preto) feito no mesmo sistema em que é apresentado o gráfico de y = cosx (cinza) e de y = 3 cosx (tracejado) . -4 -2 2 4 6 8 10 -2 2 4 6 x y D3 cosx + 2 = R Im3 cosx + 2 = −1; 5 P = 2π A = 3 (9) Podemos obter o gráfico da função a partir do gráfico de y = tan x deslocando-o π2 unidades para a direita. Veja o gráfico da função (preto) feito no mesmo sistema em que é apresentado o gráfico de y = tan x (tracejado). As assíntotas (que ocorrem em x = π2 + kπ, com k ∈ Z) também são deslocadas π 2 unidades para a direita, o que permite escrever as novas assíntotas como x = π2 + kπ + π 2 = π + kπ = nπ, com n ∈ Z. -4 -2 2 4 6 8 10 -4 -2 2 4 x y D tan x − π2 = R − x ∈ R / x = nπ, com n ∈ Z Im tan x − π2 = R P = π Assíntotas: retas de equação x = nπ, com n ∈ Z 8 (10) Podemos obter o gráfico da função a partir do gráfico de y = tan x através de 2 procedimentos: (1) Deslocamos o gráfico π unidades para a direita e (2) deslocamos o gráfico obtido 2 unidades para cima. Observe que, o movimento de "deslocar o gráfico π unidades para a direita" faz com que o gráfico coincida com o gráfico de y = tan x. Veja a primeira figura (onde construímos os dois gráficos e precebemos que eles coincidem). Então, na segunda figura, fizemos o gráfico da função, apenas deslocando o gráfico da primeira figura 2 unidades para cima. Portanto, o domínio, a imagem o período, as assíntotas são as mesmas que para y = tan x. -4 -2 2 4 6 8 10 -4 -2 2 4 x y -4 -2 2 4 6 8 10 -4 -2 2 4 x y 9
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