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RESIDÊNCIA PGE RJ Questoes de Processo Civil

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https://www.facebook.com/estudandodireitoresumos 
 
 
 
Nota da Redação: 
 
Olá amigos. 
Inicialmente, gostaríamos de tranquilizá-los em relação à matéria de Processo Civil. 
Deixamos o seu estudo por último, pois esta é a matéria de menor exigência na 
Residência da PGE-RJ, normalmente com questões bem simples e que envolvem 
conceitos básicos da matéria ou textos de súmulas. Sendo assim, o estudo 
complementar que vocês fizeram com material próprio, mais os materiais que estamos 
enviando hoje, já podem ser mais do que suficientes. 
É claro que podemos ser surpreendidos com uma prova de nível de dificuldade maior, 
mas salientamos que esta não tem sido a tônica dos últimos concursos, como vocês 
verão com as questões abaixo. 
 
 
 
 
(QUESTÃO 1) Em contestação apresentada pela PGE-RJ, em Ação Civil Pública 
proposta pelo Ministério Público Estadual perante Vara de Fazenda Pública da 
Comarca da Capital, foi deduzida preliminar de continência em relação à Ação Civil 
Pública que já tramita perante a Justiça Federal, na qual o Estado do Rio de Janeiro é 
litisconsorte passivo da União Federal. Pode o juiz acolher a preliminar, remetendo o 
processo para a Justiça Federal, a fim de que os feitos sejam julgados em conjunto? 
 
 
Questão sobre o tema da reunião de Ações Civis Públicas ajuizadas separadamente na justiça 
federal e estadual. 
 
Inicialmente, convém relembrar os conceitos de conexão e continência no Direito Processual 
Civil, que são essenciais para a resolução da questão, vez que ambos consistem em fenômenos 
processuais que permitem a reunião de ações perante um mesmo juízo. 
 
De acordo com o art. 103 do CPC, haverá conexão entre duas ações quando forem comuns 
entre elas o pedido OU a causa de pedir. 
 
Art. 103. Reputam-se conexas duas ou mais ações, quando Ihes for comum o objeto ou a causa 
de pedir. 
 
 
A conexão é perfeitamente possível em sede de ações coletivas, com o objetivo de evitar 
decisões conflitantes e propiciar a economia processual. Nesse sentido, o STJ já assentou a 
possibilidade de conexão entre Ações Civis Públicas (STJ, 1ª Seção, CC 115.532/MA) e até 
mesmo entre Ação Civil Pública e Ação Popular. (STJ, 2ª Turma, REsp 208.680/MG), 
 
https://www.facebook.com/estudandodireitoresumos 
 
O mesmo vale para a continência, que de acordo com a melhor doutrina, consiste em uma 
espécie qualificada de conexão, por exigir mais requisitos, mas possuir os mesmos efeitos 
práticos. 
 
Art. 104. Dá-se a continência entre duas ou mais ações sempre que há identidade quanto às 
partes e à causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das outras. 
 
Havendo conexão ou continência, o CPC determinada que o juiz poderá, de oficio ou a 
requerimento, ordenar a reunião das ações que foram propostas em separado, para que sejam 
decididas simultaneamente. 
 
Art. 105. Havendo conexão ou continência, o juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer das 
partes, pode ordenar a reunião de ações propostas em separado, a fim de que sejam decididas 
simultaneamente. 
 
A reunião das ações se dará perante o juízo prevento, que no caso de Ação Civil Pública será 
aquele em primeiro foi proposta a ação. 
 
L7347, Art. 2º, Parágrafo único A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas 
as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. 
 
Perceba que a regra para a determinação do juízo prevento na Ação Civil Pública é DIFERENTE 
da sistemática trazia pelo CPC para as ações individuais, conforme arts. 106 e 219: 
 
Art. 106. Correndo em separado ações conexas perante juízes que têm a mesma competência 
territorial, considera-se prevento aquele que despachou em primeiro lugar. 
 
Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, 
ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a 
prescrição. 
 
Como se nota da redação dos dispositivos legais acima transcritos, nem o despacho inicial 
(conforme previsto no art. 106, CPC) nem a realização de citação (art. 219, caput, CPC) são o 
ato processual determinante da prevenção do juízo na Ação Civil Pública, mas sim a mera 
propositura da ação. 
 
Essa importante diferença foi cobrada na recente prova da PGM Niterói (dezembro de 2014): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Duas ações civis públicas, com a mesma causa de pedir, foram ajuizadas por 
membros distintos do Ministério Público Estadual, que atuam em Comarcas diversas. 
Sendo o caso de reuni-las por conexão, deverá prevalecer, para fins de prevenção, o 
seguinte juízo: 
(A) onde se determinou a citação válida em primeiro lugar. 
(B) onde primeiro se despachou “cite-se”. 
(C) onde for a Comarca de maior entrância. 
(D) não haverá conexão e ambas serão julgadas separadamente. 
(E) onde foi ajuizada a primeira ação civil pública. 
 
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Mas e quando uma ação correr na justiça estadual e a outra na justiça federal? 
 
Durante certo tempo houve dúvida acerca de como proceder na hipótese de ações coletivas 
conexas em trâmite na Justiça Federal e na Justiça Estadual. Enquanto a 1.ª Seção do Superior 
Tribunal de Justiça entendia ser possível a reunião de ações coletivas originariamente em 
trâmite na Justiça Estadual e na Justiça Federal perante a segunda, aparentemente 
desprezando as demais regras que determinam a prevenção do juízo, a 2.ª Seção entendia 
pela inviabilidade de reunião em razão das diferentes competências de Justiça das duas ações 
coletivas. O primeiro entendimento, pela reunião perante a Justiça Federal, acabou 
prevalecendo e gerou a Súmula 489, pacificando a discussão. 
 
STJ, Súmula 489: Reconhecida a continência, devem ser reunidas na Justiça Federal as ações civis 
públicas propostas nesta e na Justiça estadual. 
 
Assim, pode-se dizer que, evidenciada a continência entre a ação civil pública ajuizada pelo 
Ministério Público Federal em relação a outra ação civil pública ajuizada na Justiça Estadual, 
impõe-se a reunião dos feitos no Juízo Federal. 
 
Dessa forma, no caso em tela, pode sim o juiz acolher a preliminar suscitada pela PGE e 
remeter o processo para a Justiça Federal, a fim de que os feitos sejam julgados em conjunto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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(QUESTÃO 2) Faça a distinção entre os institutos da desistência e da renúncia em 
matéria de Direito Processual Civil e responda: pode o juiz, antes da sentença, 
acolher a desistência sem a manifestação de concordância expressa do réu? E a 
renúncia? 
 
 
No âmbito recursal, a desistência consiste na abdicação expressa do recurso, após sua 
interposição. Tal instituto encontra-se previsto no art. 501 do CPC: 
 
Art. 501: “O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos 
litisconsortes, desistir do recurso”. 
 
Pela literalidade do dispositivo, percebe-se que a desistência do recurso não exige a 
anuência do recorrido ou dos litisconsortes. 
 
Já a renúncia pode ser conceituada como a abdicação expressa do próprio direito de 
recorrer, antes da interposição de qualquer peça recursal. 
Assim como a desistência, não depende de concordância do recorrido. 
 
Art. 502. A renúncia ao direito de recorrer independe da aceitação da outra parte. 
 
O CPC admite ainda a chamada “renúncia tácita” ao direito de recorrer. Tal fato ocorre 
quando a parte pratica um ato incompatível com eventual pretensão recursal (Ex: Tício 
é condenado a pagar uma dívida e paga conforme determinado na sentença => Tício 
não poderia depois recorrer, pois houve renúncia tácita). 
 
Art. 503. A parte, que aceitar expressa ou tacitamente a sentença ou a decisão, não 
poderárecorrer. 
Parágrafo único. Considera-se aceitação tácita a prática, sem reserva alguma, de um 
ato incompatível com a vontade de recorrer. 
 
 
Não confundir desistência do recurso com desistência da ação. 
A desistência da ação é uma conduta da parte que acarreta a extinção do processo 
sem resolução do mérito, na forma do art. 267, VIII: 
 
Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: 
Vlll - quando o autor desistir da ação; 
 
 
Enquanto a desistência do recurso, como visto, não depende da anuência da outra 
parte, a desistência da ação, quando feita após decorrido o prazo para a resposta, 
exige o consentimento do réu para a sua plena eficácia. 
 
Art. 267, § 4o Depois de decorrido o prazo para a resposta, o autor não poderá, sem o 
consentimento do réu, desistir da ação. 
 
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Exceção: MANDADO DE SEGURANÇA. 
O STF entendeu, em importantíssimo precedente, que a desistência da ação de 
mandado de segurança pode ser feita a qualquer tempo, independentemente da 
anuência da outra parte, e inclusive após a sentença de mérito. 
 
 
“O impetrante pode desistir de mandado de segurança a qualquer tempo, ainda que proferida 
decisão de mérito a ele favorável, e sem anuência da parte contrária”. (RE 669367/RJ, rel. orig. 
Min. Luiz Fux, red. p/ o acórdão Min. Rosa Weber, 2.5.2013. (RE-669367) 
 
 
Os principais argumentos veiculados pela Ministra Relatora Rosa Weber foram: 
• O mandado de segurança, enquanto ação constitucional, com base em alegado 
direito líquido e certo frente a ato ilegal ou abusivo de autoridade, não se reveste de 
lide, em sentido material. 
• Não se aplica, ao mandado de segurança, a condição disposta na parte final do art. 
267, § 4º, do CPC (“§ 4º Depois de decorrido o prazo para a resposta, o autor não 
poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação”). 
• Mesmo após a sentença de mérito, é possível que o impetrante desista do mandado 
de segurança sem precisar renunciar ao direito. Logo, não incide o art. 269, V, do CPC. 
• Se, no caso concreto, for constatada eventual má-fé do impetrante, esta deverá ser 
combatida mediante os instrumentos próprios previstos na lei processual. O que não 
se pode é, com base nisso, querer impedir o autor de desistir da ação. 
 
Por fim, não confundir também “renúncia ao direito de recorrer” com a “renúncia ao 
direito em que se funda a ação”. Enquanto a primeira se dá após a sentença de mérito, 
a segunda ocorre antes, sendo uma causa de extinção do processo COM resolução do 
mérito. É o que se infere da leitura do art. 269, V: 
 
Art. 269. Haverá resolução de mérito: 
V - quando o autor renunciar ao direito sobre que se funda a ação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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(QUESTÃO 3) Quais os requisitos para a cumulação de ações? 
 
 
De acordo com Fredie Didier e a doutrina majoritária, a cumulação de ações pode ser: 
b) cumulação objetiva: é a possibilidade de cumulação de pedidos de pedidos na petição inicial 
a) cumulação subjetiva: é o famoso litisconsórcio 
 
Iremos aproveitar a questão para revisar ambos os temas, que certamente podem ser 
cobrados novamente. 
 
 
(A) Cumulação Objetiva: 
 
A cumulação objetiva também é chamada de cumulação de pedidos, tendo em vista que, num 
mesmo processo, o autor pode propor em relação ao réu duas ou mais “ações”, cabendo ao 
juiz decidir quanto a elas na mesma sentença. 
 
O fundamento da cumulação objetiva é o Princípio da Economicidade, que tem por objetivo 
evitar que haja um dispêndio econômico e de tempo em relação a uma multiplicidade 
desnecessária de processos. 
 
A cumulação objetiva está disciplinada pelo art. 292 do CPC: 
 
Art. 292. É permitida a cumulação, num único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, 
ainda que entre eles não haja conexão. 
§ 1
o
 São requisitos de admissibilidade da cumulação: 
I - que os pedidos sejam compatíveis entre si; 
II - que seja competente para conhecer deles o mesmo juízo; 
III - que seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento. 
§ 2
o
 Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, admitir-se-á a 
cumulação, se o autor empregar o procedimento ordinário. 
 
Sobre os requisitos da cumulação objetiva, destaque-se inicialmente que é vedada a 
cumulação de pedidos incompatíveis entre si. 
Exemplo: autor pede nulidade a declaração de nulidade de cláusula contratual e, 
conjuntamente, a execução da mesma cláusula. 
 
Ademais, é necessário que o juiz seja competente para conhecer de ambos os pedidos 
cumulados (Exemplo: o juiz de uma vara cível não poderia proferir uma declaração de 
paternidade, matéria sujeita à competência da vara de família). 
Quanto a este requisito, no entanto, a doutrina diferencia a hipótese de incompetência 
absoluta e incompetência relativa. Tratando-se de diferentes competências absolutas, a 
cumulação é sempre inadmissível, sendo obrigatória a propositura de diferentes demandas. 
No entanto, em se tratando de competência relativa, seria sim possível a cumulação, até 
porque, não havendo a apresentação de exceção de incompetência pelo réu, ocorreria o 
fenômeno da prorrogação, tornando-se o juízo competente para conhecer daquele pedido. 
 
Por fim, quanto ao procedimento, importante destacar que quando os pedidos tiverem que 
seguir ritos diferentes, deve-se optar pelo rito ordinário. Essa regra, no entanto, é inaplicável 
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para os procedimentos especiais, de aplicação obrigatória, para os quais não se permite ao 
autor preferir o rito ordinário ao rito especial. É o caso, por exemplo, das ações possessórias. 
A jurisprudência também tem entendido da mesma forma no caso do rito da ação de 
alimentos, que traz matéria de ordem pública e benéfica ao alimentando, devendo ser 
preferido em relação ao rito ordinário. 
Também no mesmo sentido, o STJ entende inadmissível, pela diferença de ritos, a cumulação 
de pedido de revisão contratual com o de prestação de contas (vide AgRg no REsp 
739.700/RS). 
 
 
OBS: A conexão entre os pedidos NÃO é requisito para cumulação objetiva. Mesmo que os 
pedidos não sejam conexos, ou seja, que não derivem de uma mesma causa de pedir, o CPC 
admite a cumulação. Em outras palavras, o autor poderá cumular causas de pedir em sua 
petição inicial, cumulando também pedidos gerados por cada uma delas, desde que preencha 
os requisitos previstos no art. 292, § 1.º, do CPC. 
 
OBS²: Apesar de o caput do art. 292 prever que a cumulação será admitida num único 
processo “contra o mesmo réu”, o STJ entende que a cumulação de pedidos é admissível 
mesmo que a demanda seja proposta com formação de litisconsórcio passivo, dirigindo-se 
diferentes pedidos para cada um dos réus (vide AgRg no REsp 953.731/SP). 
 
 
 
Quais as espécies de cumulação objetiva? 
 
A cumulação objetiva (cumulação de pedidos) pode ser de quatros tipos: 
1- Cumulação Simples: Também chamada de cumulação própria. Ocorre quando há 
pedidos independentes entre si. Nesse caso, é possível que o juiz acolha um pedido e indefira 
o outro, pois há autonomia entre os pedidos. 
Exemplo: dano moral e dano material. 
2 - Cumulação Sucessiva: Com o acolhimento do primeiro pedido, o outro será analisado. 
Exemplo: ação de investigação de paternidade cumulada com ação de alimentos. Nesse caso, a 
decisão acerca do segundo pedido depende da decisão anterior. No entanto, como ambos os 
pedidos podem ser acolhidos, também é considerada uma cumulação própria. 
Sobre esta distinção, veja as claras lições de Daniel Assumpção Neves: 
 
“A cumulação própria pode ser simples, quando os pedidos forem absolutamente independentes 
entre si, ou sucessiva, quando a análise do pedido posterior depender da procedência do pedidoque lhe precede. Na cumulação simples o resultado de um pedido não interfere no resultado dos 
demais, de forma que o resultado de um não condiciona o resultado dos outros. Em razão dessa 
independência, qualquer resultado é possível, inclusive o acolhimento de todos os pedidos 
cumulados, como ocorre na cumulação de pedidos de dano moral e material (...). Na cumulação 
sucessiva há uma relação de prejudicialidade entre os pedidos, de modo que, sendo o pedido 
anterior rejeitado, o pedido posterior perderá o seu objeto (ou seja, restará prejudicado), não 
chegando nem ao menos a ser analisado90. Numa demanda de investigação de paternidade 
cumulada com a condenação em alimentos, sendo rejeitado o pedido de investigação de 
paternidade, ou seja, declarado que o réu não é o pai do autor, o pedido de alimentos perderá o 
objeto” (NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Processo Civil. 2014) 
 
 
3 - Cumulação Subsidiária (Eventual): É uma cumulação imprópria, pois só na rejeição do 
primeiro 
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pedido haverá a análise do segundo. O segundo pedido é uma cautela do autor. 
Exemplo: Pedido de nulidade de cláusula de contrato de fidelidade de empresa 
telefônica com pedido subsidiário de redução da multa, caso o contrato não seja cumprido. 
4- Cumulação Alternativa: Também é uma cumulação imprópria, pois qualquer pedido 
indicado na inicial, quando cumprido pelo réu, gera a satisfação do autor. A diferença é que 
aqui não há uma ordem de preferência, como ocorre na cumulação subsidiária. 
Sobre esta distinção, importante também colacionar as lições de Daniel Assumpção Neves: 
 
“Na cumulação subsidiária/eventual, o autor estabelece uma ordem de preferência entre os 
pedidos, deixando claro na petição inicial que prefere o acolhimento do pedido anterior, e que 
somente na eventualidade de esse pedido ser rejeitado ficará satisfeito com o acolhimento do 
pedido posterior. O art. 289 do CPC utiliza a expressão “ordem sucessiva”, mas descreve a 
cumulação subsidiária/eventual. Um bom exemplo é do autor que pede a rescisão integral do 
contrato em razão de alegada abusividade, e de forma subsidiária que, em caso de 
improcedência do pedido principal, lhe seja concedida a revisão de determinada cláusula do 
contrato para diminuir a taxa de juros. Não era exatamente o que o autor pretendia, mas diante 
da negação de seu pedido principal terá alguma vantagem (ainda que parcial) resultante do 
processo. 
 
Na cumulação alternativa o autor cumula os pedidos, mas não estabelece uma ordem de 
preferência entre eles, de maneira que a escolha do pedido a ser acolhido fica a cargo do juiz, 
dando-se o autor igualmente por satisfeito com o acolhimento de qualquer um deles” (NEVES, 
Daniel Amorim Assumpção. Manual de Processo Civil. 2014) 
 
 
Na cumulação subsidiária, quando o pedido subsidiário é acolhido, há interesse 
recursal? 
SIM, pois há preferência pelo primeiro pedido (o pedido principal). 
Nesse sentido, o STJ entende que quando é acolhido o subsidiário, há sucumbência recíproca, 
sendo sim possível recurso para que o autor busque a concessão do pedido principal. 
 
 
Existe cumulação objetiva implícita? 
De acordo com a melhor doutrina, capitaneada por Araken de Assis, quando há um pedido 
implícito, ocorre uma cumulação objetiva de pedidos por força de lei (ex vi legis). Em outras 
palavras, é como se a lei acrescentasse à demanda um novo pedido (como ocorre no caso dos 
honorários advocatícios). 
No entanto, ainda que se trate de pedido implícito, não se permite a condenação implícita, 
devendo o magistrado examiná-lo expressamente em capítulo autônomo da decisão. No caso 
de honorários advocatícios, por exemplo, se o magistrado não se pronunciar acerca do tema 
na sentença, cabem embargos de declaração fundados em omissão. Se os embargos de 
declaração não forem opostos para questionar os honorários, o STJ entende que há 
PRECLUSÃO sobre o tema, não podendo este ser rediscutido em ação autônoma ou em fase de 
execução. 
 
Súmula nº 453-STJ. Os honorários sucumbenciais, quando omitidos em decisão transitada em 
julgado, não podem ser cobrados em execução ou em ação própria. 
 
É diferente do que ocorre com os juros moratórios, que também constituem pedido implícito 
e, mesmo quando omissos na sentença, podem ser cobrados em fase de liquidação. 
 
STF Súmula nº 254: Incluem-se os juros moratórios na liquidação, embora omisso o pedido inicial 
ou a condenação. 
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(B) Cumulação SUBJETIVA: 
 
Aqui temos o estudo do LITISCONSÓRCIO, sobre o qual será feito uma breve revisão. 
 
Litisconsórcio é o fenômeno caracterizado pela presenta de mais de um autor, mais de um réu, 
ou ambos, na formação da relação processual. 
 
Pode ser classificado da seguinte forma: 
 
1) Quanto à posição na relação processual: 
 
a) Ativo: mais de um autor 
b) Passivo: mais de um réu 
c) Misto: mais de um autor e mais de um réu 
 
2) Quanto ao momento de formação: 
 
a) Litisconsórcio originário: 
É aquele se forma no início do processo. 
b) Litisconsórcio ulterior: 
É aquele que se forma depois de instaurado o processo. 
 
3) Quanto à obrigatoriedade: 
 
a) Litisconsórcio necessário: 
 
É aquele que é obrigatório ser formado na relação processual. 
Ele deve formar-se por 2 razões: 
 
-> Por disposição de lei: a lei cria determinadas hipóteses em que o litisconsórcio deve se 
formar obrigatoriamente (Ex: art 10 do CPC: precisa da presença do cônjuge no polo passivo de 
ações que envolvam direito real imobiliário e nas ações possessórias nos casos de composse 
ou de atos por ambos praticados). 
 
-> Pela natureza da relação jurídica discutida no processo: 
Existem determinadas relações jurídicas que, por sua natureza, exigem a formação do 
litisconsórcio. 
Quando, por exemplo, o processo discutir uma relação jurídica única, indivisível (que não 
admite cisão), todos os sujeitos dessa relação têm que fazer parte do processo. 
 
Exemplo: Ação de anulação de casamento proposta pelo MP em face do marido e da mulher. 
Esse litisconsórcio é necessário, ainda que não haja nenhuma lei exigindo. Isso porque a 
relação jurídica discutida é o próprio casamento, logo deve haver a citação do marido e da 
mulher. 
 
Se, nesses casos, o autor ajuíza ação apenas em face de um dos réus, e não houver a 
intervenção do terceiro, a sentença não irá atingir a outra parte que não foi citada, pois ela 
não fez parte do devido processo legal, e a Constituição veda que alguém seja privado dos seus 
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bens sem o devido processo legal. A sentença não pode produzir efeitos para fora do processo, 
e por isso exige-se a formação do litisconsórcio necessário. 
 
b) Litisconsórcio facultativo: 
 
É aquele que PODE ser formado, com o objetivo de proporcionar maior celeridade e economia 
processual. 
O litisconsórcio facultativo, ativo ou passivo, pode ocorrer nas hipóteses do artigo 46: 
 
Art. 46. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou 
passivamente, quando: 
 
I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide; 
II - os direitos ou as obrigações derivarem do mesmo fundamento de fato ou de direito; 
III - entre as causas houver conexão pelo objeto ou pela causa de pedir; 
IV - ocorrer afinidade de questões por um ponto comum de fato ou de direito. 
 
 
O artigo 46, portanto, traz algumas hipóteses de cabimento do litisconsórcio facultativo: 
 
- Quando houver comunhão de direitos entre as partes (Ex: 2 oficiais de justiça contra o Estado 
do RJ pleiteando um mesmo benefício). => litisconsórcio facultativo no polo ativo. 
- Quando houver comunhão de obrigações entre as partes (Ex: consumidor ajuíza ação contra 
o fabricante e o revendedor).=> litisconsórcio no polo passivo. 
Nesses 2 casos, as partes estão formulando o mesmo pedido. 
 
- Quando os direitos ou as obrigações derivarem do mesmo fundamento de fato ou de direito, 
ou seja, quando houver a mesma causa de pedir. (Ex: 2 pessoas pleiteiam reparação por danos 
materiais contra um motorista que causou um acidente a elas; os pedidos, que provavelmente 
serão diferentes, derivam do mesmo fato, que é o acidente). 
 
- Quando houver afinidade de questões por um ponto comum: a causa de pedir não é igual, 
mas semelhante. É a hipótese mais fraca de interrelação, pois enquanto nas outras há o 
mesmo pedido ou a mesma causa de pedir, aqui há uma mera afinidade de questões. 
 
 
O que é litisconsórcio multitudinário? 
É a hipótese do art. 46, parágrafo único, quando há um elevado número de litigantes que 
compromete a rápida solução do litígio ou prejudica a defesa: 
 
CPC, Art. 46, Parágrafo único. O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número 
de litigantes, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa. O pedido 
de limitação interrompe o prazo para resposta, que recomeça da intimação da decisão. 
 
Essa limitação do litisconsórcio multitudinário só vale para litisconsórcio facultativo! Não vale 
para o necessário, pois nesse caso todos deverão ser obrigatoriamente citados ou intimados. 
O juiz irá limitar esse litisconsórcio facultativo desmembrando o processo em tantos quantos 
forem necessários. A lei não menciona um número máximo de autores; tudo depende da 
análise do juiz no caso concreto. 
Exemplo: ação proposta por 100 autores em face de um mesmo réu, em virtude do 
desabamento em um estádio de futebol => 100 torcedores X clube de futebol -> o clube terá 
15 dias pra contestar cada uma das 100 ações, o que prejudicaria a defesa. 
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Além do mais, se cada autor pode arrolar até 10 testemunhas, pode haver 1000 testemunhas 
pra serem ouvidas, prejudicando a rápida solução do litígio. Assim, nesse caso, possível o 
desmembramento do litisconsórcio multitudinário. 
 
 
 4) Quanto aos efeitos da decisão para os litisconsortes: 
 
Nesse ponto, o litisconsórcio pode ser classificado em: 
 
a) Litisconsórcio unitário: a decisão no processo DEVE ser a mesma para todos os 
litisconsortes, 
b) Litisconsórcio simples: a decisão PODE ser diferente para cada um dos litisconsortes. 
 
Para que se identifique se o litisconsórcio é simples ou unitário deverão ser analisadas quantas 
relações jurídicas estão sendo decididas naquela demanda. Se houver mais de uma relação 
jurídica, indubitavelmente o litisconsórcio será simples. A questão se torna mais complexa se 
houver somente uma relação jurídica, pois nesse caso o litisconsórcio poderá ser simples ou 
unitário, dependendo da divisibilidade ou não da relação jurídica: se for a relação jurídica 
indivisível será caso de litisconsórcio unitário; por outro lado, se a relação jurídica for divisível, 
teremos um litisconsórcio simples. 
 
Pense no exemplo da ação de anulação de casamento proposta pelo MP. Temos uma única 
relação jurídica, de caráter indivisível. Logo, o litisconsórcio deve ser unitário, pois não se pode 
anular o casamento pra um cônjuge e não anular para o outro. 
 
Quanto ao caso dos devedores solidários, o litisconsórcio pode ser simples ou unitário, a 
depender da divisibilidade da obrigação. Se a obrigação for indivisível (Ex: entrega de um touro 
reprodutor), o litisconsórcio será unitário. No entanto, se tivermos uma obrigação indivisível, é 
possível que o litisconsórcio seja simples, inclusive com decisões diferentes para cada um dos 
devedores. 
 
Nesse sentido, veja as claras lições de Fredie Didier: 
 
"Não basta que a discussão conjunta restrinja-se a uma relação jurídica. É preciso que esta relação jurídica seja 
indivisível. Elucidativo, para perceber este aspecto, é o exame do litisconsórcio quando a relação jurídica afirmada 
for uma obrigação solidária. Nestes casos,havendo litisconsórcio, está-se diante de uma discussão conjunta de uma 
única relação jurídica. Sucede que a obrigação solidária pode ser divisível ou indivisível. A obrigação solidária de 
pagamento de quantia é divisível; a de entrega de um cavalo, indivisível. Assim, nem sempre a solidariedade 
implicará unitariedade. Mas pode haver unitariedade se se discutir em juízo obrigações solidárias – quando forem 
indivisíveis. Ora, se os litisconsortes discutem uma relação jurídica indivisível (ares in iudicium deducta), não há 
como a decisão sobre ela (decisão de mérito) ser diferente para esses litisconsortes. Não obstante sejam vários, 
formem uma pluralidade, os litisconsortes serão tratados como se fossem um único sujeito; serão tratados como 
unidade.

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