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Formas de pagamento internacional

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56 Rev. de Negócios Internacionais, Piracicaba, 3(5):56-61, 2005
Os Riscos Relacionados às Modalidades de 
Pagamento Internacional para o Exportador
JOÃO VITOR CAMPACI
Gestor de Negócios Internacionais, UNIMEP
jcampaci@hotmail.com
REGINA CELIA FARIA SIMÕES
Professora Dra., Coordenadora do MBA em
Comércio Exterior, UNIMEP
rcsimoes@unimep.br
Resumo: O presente artigo mostra os riscos relacionados às modalidades de pagamento internacio-
nal para o exportador. O artigo apresenta os riscos existentes no comércio internacional, as principais
modalidades de pagamento internacional, detalhando as principais vantagens e desvantagens relaci-
onadas a cada modalidade. Este trabalho tem como objetivo apresentar as modalidades de paga-
mento internacional e identificar a melhor modalidade de pagamento ao exportador brasileiro, ou
seja, a modalidade mais segura. A conclusão deste artigo destaca a modalidade de pagamento anteci-
pado como a mais segura para o exportador, e a carta de crédito irrevogável e confirmada como
sendo a segunda modalidade mais segura para o exportador no mercado. Mas é importante lembrar
que, para cada operação, há uma modalidade de pagamento, cujos riscos devem ser analisados
minuciosamente, assim como as vantagens e desvantagens, a fim de se adotar a melhor forma de
pagamento para a operação. 
Palavras-chave: Pagamentos Internacionais, riscos.
Abstract: The present article approaches the risks related to the modalities of international payment
for the exporter. The article presents the risks existing in international trade, the main modalities of
international payment, detailing the most importamt advantages and disadvantages related to each
modality. The goal of this study is to present the modalities of international payments and to
identify the best and safest modality of payment for the Brazilian exporter. The conclusion of the
present article points out that the Advanced Payment is the safest modality for the exporter, being
the Irrevocable and Confirmed Letter of Credit the second most secure modality in the market.
However, it is important to remember that of each transaction there is a modality of payment, which
must be analyzed critically for its risks, advantages and disadvantages, in order to adopt the best
mode of payment for the transaction.
Keywords: International payments, risks
1. Introdução
Neste artigo serão abordadas e discutidas as
principais modalidades de pagamento internaci-
onal, suas respectivas vantagens e desvantagens e
os riscos existentes no comércio internacional.
O tema pesquisado foi escolhido com o in-
tuito de propiciar aos empresários brasileiros,
tanto exportadores quanto aos que ainda não ex-
portam, conhecimentos básicos, procedimentos
e técnicas das modalidades de pagamentos inter-
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Rev. de Negócios Internacionais, Piracicaba, 3(5):56-61, 2005 57 
nacionais, análise dos riscos iminentes no comér-
cio internacional, a fim de fornecer ao exporta-
dor brasileiro a melhor forma de pagamento, ou
seja, a forma de pagamento que lhe traga meno-
res riscos e maiores garantias de recebimento.
O objetivo aqui é mostrar que as modalida-
des de pagamentos internacionais, análise de ris-
co, vantagens e desvantagens para o exportador
brasileiro são tão importantes quanto as demais
áreas do processo de exportação (negociação, do-
cumentos necessários, despacho, entre outras),
pois são elas que contribuirão para a finalização
do processo. O artigo também arrisca propor
soluções para ambas as partes (exportador/im-
portador), e prevenir alguns incidentes como
inadimplências e perdas do exportador.
Hoje em dia há um grande número de pe-
quenas e médias empresas capacitadas para a
exportação, as quais deixam de exportar, pois
seus dirigentes acreditam que o mercado interna-
cional seja inseguro, por desconhecerem as mo-
dalidades de pagamentos internacionais, suas res-
pectivas vantagens e desvantagens, e os riscos
existentes no mercado. Assim, pretende-se, de
forma específica, sintetizar uma pesquisa que te-
ve como enfoque:
a) Resgatar as principais modalidades de pa-
gamentos internacionais, apresentando seus res-
pectivos conceitos e características;
b) Apresentar os riscos existentes no cenário
internacional;
c) Apresentar os riscos, vantagens e desvanta-
gens em cada modalidade de pagamento.
Ao longo deste artigo, procurar-se-á respon-
der as seguintes questões: quais são os riscos exis-
tentes no mercado internacional? Quais são as
modalidades de pagamento na exportação? Qual
a modalidade mais segura? E, ainda, quais os ris-
cos para o exportador/ importador nas diferentes
modalidades de pagamento? Como prever o ín-
dice de inadimplência?
Este artigo foi desenvolvido com base em le-
vantamento bibliográfico. A coleta de dados foi
realizada em jornais, livros, revistas, Internet e
outros meios de comunicação. Após concluída a
coleta, os dados foram analisados e dispostos no
texto para melhor interpretação. 
2. Discussão e Resultados
2.1. Modalidades de Pagamento Internacional
Segundo Ratti (2001) e Fernandes (1987), no
comércio exterior são utilizadas quatro modali-
dades de pagamento: a) remessa antecipada; b)
remessa sem saque; c) cobrança; e d) crédito do-
cumentário (carta de crédito).
Remessa Antecipada ou Pagamento Ante-
cipado: é a modalidade de pagamento com a
qual o importador paga o valor da transação an-
tes mesmo que ela seja realizada, ou seja, ele paga
pela sua importação antes que ela ocorra, com o
intuito de fornecer ao exportador os meios ne-
cessários para a fabricação do produto a ser ex-
portado. É o pagamento realizado antes do em-
barque da mercadoria.
Essa modalidade não é muito utilizada no
comércio exterior, pois ela oferece um alto risco
ao importador, pois o exportador, já com o di-
nheiro em mãos, poderá deixar de enviar a mer-
cadoria por motivos de acidentes ou até mesmo
por má-fé. 
Remessa sem Saque: de acordo com Fernan-
des (1987), na remessa sem saque, o importador,
após receber a mercadoria e todos os documen-
tos de embarque, efetua o pagamento, ou seja, a
remessa de divisas.
“O importador recebe diretamente do expor-
tador os documentos de embarque (sem saque),
promove o desembaraço da mercadoria na alfân-
dega e, posteriormente, providencia a remessa da
quantia respectiva para o exterior” (RATTI, 2001).
Nesta modalidade de pagamento, o exporta-
dor deve confiar plenamente no importador,
pois o pagamento somente será realizado após o
importador estar de posse da mercadoria. Portan-
to o exportador fica sem nenhuma garantia de
recebimento do valor da transação.
Cobrança: segundo Fernandes (1987), a co-
brança é uma modalidade com alto risco na ope-
ração. Mas, para diminuir o risco, é feita uma ga-
rantia, com o aval do banco no exterior nos sa-
ques emitidos contra o importador.
Após o embarque, o exportador entrega os res-
pectivos documentos da exportação ao seu banco
local, que remeterá os documentos e um saque
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contra o importador ao banco do importador no
exterior. A cobrança pode ser à vista ou a prazo.
A cobrança à vista é quando o importador
só retira os documentos do banco após o paga-
mento total da operação.
Quando o banco do importador recebe os
documentos, ele os registra para cobrança e avisa
o importador que deverá liquidar o saque para
receber os documentos e, então, tomar posse da
mercadoria. Assim que é liquidada a transação, o
banco do importador remete as divisas ao banco
do exportador.
Já a cobrança a prazo ocorre quando o im-
portador só retira os documentos se aceitar os sa-
ques com vencimento futuro, ficando estes em
poder do banco para cobrança.
CréditoDocumentário ou Carta de Crédi-
to: é a modalidade de pagamento mais segura pa-
ra ambas as partes (exportador/importador). Tra-
ta-se de um contrato de compra e venda de mer-
cadoria com cláusulas garantidas por um banco,
ou seja, o exportador tem a garantia de que rece-
berá o pagamento após comprovar a sua expor-
tação, e o importador tem a garantia de que rece-
berá a mercadoria e que o pagamento só será rea-
lizado após a comprovação da exportação, nos
devidos termos do contrato.
Nesta modalidade de pagamento, o importa-
dor é responsável pela abertura (emissão), da car-
ta de crédito, a emissão é feita no banco do im-
portador e é emitida em favor do exportador no
exterior. A carta de crédito deve conter todos os
termos e cláusulas do contrato de compra e ven-
da internacional (importação e exportação) e de-
ve conter todas as responsabilidades de ambas as
partes e também informações sobre a documen-
tação exigida, valor do crédito, prazo de validade
do embarque, porto de embarque e de destino
discriminação da mercadoria, etc.
Neste tipo de contrato, há algumas cláusulas
que fortalecem as garantias para o exportador.
Essas cláusulas são (LUNARDI, 2000):
• Irrevogável – essa cláusula determina que a
carta de crédito só poderá ser alterada com o
consentimento e a aceitação do exportador.
• Intransferível – o banco só poderá pagar ao
beneficiário original. 
• Confirmado – que dá ao exportador o di-
reito de ter mais de um banco garantidor, pois
caso um banco não inspire confiança ao exporta-
dor, este poderá exigir que outro banco renoma-
do se responsabilize pelo crédito.
A carta de crédito pode, também, apresentar
a red clause, que é muito utilizada no comércio
internacional. A red clause oferece ao exportador
o pagamento antecipado da transação, mas essa
operação só pode ocorrer quando o importador
confiar plenamente no exportador.
Cabe ainda lembrar que, no comércio exteri-
or, existem as cartas de créditos especiais que são
utilizadas como garantias bancárias em diversas
operações.
2.2. Análise de Riscos
Os riscos afetam diretamente as operações de
compra e venda, entre um país e outro, pois em
alguns casos os exportadores podem perder di-
nheiro, e até mesmo falir a sua empresa. Os ris-
cos, além de representarem perda (de dinheiro,
falência), também podem representar perda de
negócios, pois os exportadores, por desconhece-
rem os métodos de se prevenir, as vantagens e
desvantagens oferecidas em cada modalidade de
pagamento, acabam embutindo no preço do
produto uma margem que seria para compensar
o risco da operação, tornando, assim, o seu pro-
duto mais caro, sem competitividade, compro-
metendo os negócios e as vendas da empresa.
De acordo com Lunardi (2000), uma das mai-
ores dificuldades encontradas no comércio inter-
nacional é a de unir de forma harmoniosa os in-
teresses de ambas a partes, importadores e expor-
tadores. Dessa forma, no cenário internacional,
podem ocorrer imprevistos que prejudicam a re-
lação entre as partes. Esses imprevistos podem ser
falhas no pagamento ou na entrega, cargas in-
completas ou danificadas, atrasos, entre outros.
A partir do momento em que esses imprevis-
tos podem ocorrer, as partes envolvidas precisam
estar atentas e preparadas para evitar, ou ao me-
nos amenizar a situação. Para isso, elas devem
buscar informações sobre seus clientes para po-
der avaliar antes de fechar um contrato, ou con-
ceder algum tipo de crédito. 
A partir do momento em que uma empresa
se insere no comércio internacional, ela automa-
ticamente está sujeita a riscos comerciais, riscos
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de ordem política, e risco técnico ou de qua-
lificação profissional (LUNARDI, 2000).
Riscos Comerciais: os riscos comerciais refe-
rem-se somente aos riscos representados pela
pessoa do comerciante (importador/exportador),
ou um banco. Esses riscos podem ser representa-
dos pela incapacidade do importador de honrar
seus compromissos, ou até mesmo má-fé para ti-
rar vantagens do exportador.
Riscos Políticos: como o próprio nome já
diz, o risco político está relacionado com a polí-
tica exterior do país do exportador/importador.
Para isso, as partes devem estar atentas aos fatores
políticos e econômicos do seus clientes/fornece-
dores, pois não há nada a ser feito nesses casos.
Esses riscos são representados pela moratória de-
cretada pelo país do importador, situação na
qual o país suspende a saída de divisas para o ex-
terior, impedindo assim que bancos e importa-
dores possam honrar seus compromissos no ex-
terior; e também pode ser representado quando
o país suspende a exportação/importação de de-
terminados bens ou serviços, levando em consi-
deração boicotes econômicos aos países compra-
dores/vendedores, e um possível desabasteci-
mento no mercado interno.
Risco técnico ou de qualificação profissio-
nal: esse tipo de risco ocorre quando as opera-
ções são negociadas com comerciantes que não
possuem conhecimentos de suas empresas, de
seus negócios, portanto não saberão administrá-
los. Para conter esse risco é preciso uma avaliação
completa e minuciosa não só da empresa, mas
também de seus dirigentes. 
Riscos extraordinários: de acordo com Cas-
tro (2001), no cenário internacional existem os
riscos extraordinários, que abrangem os fenôme-
nos naturais (terremotos, vulcões em erupção,
furacões, enchentes), que prejudicam a situação
econômica do país, devido ao estrago sócio-eco-
nômico que causam; e outros fatores dessa or-
dem podem ser as guerras (civil, estrangeira), e as
revoluções. Nesse contexto, fica difícil prever al-
guns desses riscos com uma certa antecedência, a
fim de realizar ou não uma operação. 
Conhecendo os riscos existentes no mercado
internacional, vimos que não podemos evitá-los,
mas existem algumas maneiras de se prevenir
contra eles. É recomendado que o exportador,
antes de aceitar qualquer proposta, realize uma
análise de seus clientes no exterior, fazendo uma
ficha cadastral com informações a respeito da ca-
pacidade de solvência da empresa importadora,
um histórico de pagamentos, para conhecer se o
importador tem tradição e inspira confiança nos
negócios. Também é importante estar ciente da
situação econômica-financeira do país do impor-
tador e das relações internacionais entre os países
envolvidos (exportador/importador). Muitas ve-
zes, ainda, é preciso buscar apoio de terceiros,
entidades bancárias, para que as transações sejam
cumpridas corretamente.
2.3. Vantagens e Desvantagens das Modalidades de
Pagamento 
De acordo com nosso estudo, podemos ana-
lisar que as principais modalidades de pagamen-
to oferecem vantagens e desvantagens a ambas as
partes, importador/exportador. Há modalidades
que só favorecem o exportador, e modalidades
que só favorecem o importador. No primeiro ca-
so, o importador deve evitar este tipo de modali-
dade, assim como no segundo caso, o exporta-
dor deve também evitar, pois todas as partes de-
vem tomar cuidados para não ficarem expostas
aos riscos, e sem garantias, para evitar prejuízos e
complicações com as autoridades monetárias. 
Na modalidade de pagamento antecipado
somente o exportador recebe vantagens, pois ele
recebe o valor total ou parcial da mercadoria an-
tes mesmo de embarcá-la ao exterior, resultando
assim em um alto risco para o importador, que
corre o risco de pagar pela mercadoria e não rece-
bê-la, ou recebê-la danificada. Outra vantagem
ao exportador é que o pagamento antecipado,
muitas vezes, funciona como investimentos,
meios necessários para a produção, sem o qual o
exportador não seria capaz de atender o pedido
do importador. Para o exportador, esse pagamen-
to antecipado é muito mais vantajoso do que fa-
zer empréstimos no mercado interno, onde elepagaria elevadas taxas de juros, e também é mais
viável que o Adiantamento do Contrato de
Câmbio (ACC). Esta modalidade de pagamento
oferece a desvantagem de não ser muito utilizada
no mercado internacional, pois o importador fi-
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ca sem garantias de que receberá a mercadoria
em conformidade com o pedido.
A modalidade de remessa sem saque não
oferece vantagens ao exportador, pois ele envia
todos os documentos diretamente ao importa-
dor, que por sua vez só deverá pagar após estar
de posse da mercadoria. Neste caso, o exporta-
dor fica sem nenhuma garantia de recebimento,
e para utilizar esta modalidade ele deve ter plena
confiança em seu cliente. 
A cobrança à vista não apresenta muitas
vantagens ao exportador, pois ele corre o risco de
que o importador desista da mercadoria, após a
mercadoria ter sido embarcada pelo exportador.
Nesses casos, o exportador tem que arcar com
despesas de armazenagem no exterior, até encon-
trar outro comprador, ou remeter a mercadoria
de volta para o seu país, o que geraria um alto
custo. 
A cobrança a prazo também não traz vanta-
gens ao exportador, pois o importador pode não
aceitar os saques com vencimento futuro, e até
mesmo não os pagar na data do vencimento.
Neste caso, o exportador pode protestar os sa-
ques emitidos contra o importador, mas para o
exportador não é viável, pois esse processo é de-
morado e ele teria que protestar no país do im-
portador gerando altos custos com advogados e
viagens ao exterior. 
A carta de crédito é um documento que traz
vantagens ao exportador, pois o exportador tem
a garantia, realizada por um banco, de que irá re-
ceber após entregar os documentos que compro-
vem a exportação. Este documento também traz
desvantagens ao exportador, pois qualquer erro
ou incoerência nos documentos, por parte do
exportador, pode comprometer o recebimento
do exportador. 
Já para o importador, a carta de crédito traz
desvantagens, pois como é um documento caro,
aumenta as despesas do importador, visto que o
responsável pela sua abertura é o importador.
Sempre que houver a necessidade de esco-
lher uma modalidade de pagamento, é preciso
analisar as vantagens e desvantagens, caso a caso,
a fim de que se opte pela modalidade mais ade-
quada para cada situação. A seguir, a Figura 1 de-
monstra as principais vantagens e desvantagens
de cada modalidade para cada parte envolvida:
Fonte: APRENDENDO..., 2005.
Figura 1. Vantagens e Desvantagens (Por Moda-
lidades e Agentes)
PAGAMENTO ANTECIPADO
Exportador
• Isenção dos custos de cobrança, do risco de 
insolvência do importador;
• Recursos a custo mais baixo;
• Assume o risco de variação cambial;
• Variação do custo de matérias primas importadas;
• Risco de gravames tributários.
Importador
• Transferência do risco de variação do preço do 
bem ao exportador;
• Garantia de um fornecedor cativo. 
• Desencaixe de capital de giro antecipadamente ao 
embarque do bem;
• Assume os riscos políticos/comerciais;
• Atrasos por contingenciamento da exportação do 
produto. 
REMESSA SEM SAQUE
Exportador
• Isenção/redução de despesas bancárias;
• Maior agilidade na tramitação de documentos.
• Assume o risco de inadimplência do importador.
Importador
• Isenção de despesas bancárias;
• Recebimento de mercadoria sem aceite/
pagamento da cambial;
• Maior agilidade na tramitação de documentos.
• Risco de extravio de documentação.
COBRANÇA DOCUMENTÁRIA
Exportador
• Garantia de que a mercadoria só será entregue ao 
importador, após este aceitar ou pagar o saque. 
• Assume o custo bancário da operação;
• Assume o risco de inadimplência do importador. 
Importador
• Intermediação da operação/tramitação de 
documentos, via banco, reduzindo-se o risco de 
extravio.
• Liberação da mercadoria somente após o 
pagamento/aceite do saque.
CARTA DE CRÉDITO
Exportador
• Garantia do recebimento do valor da exportação, ao 
cumprir os termos e condições da carta de crédito. 
• Qualquer discrepância da carta de crédito, mesmo 
que irrelevante, inviabiliza o recebimento das 
divisas da exportação.
Importador
• Pagamento da operação somente quando 
cumpridos os termos e condições da carta de 
crédito.
• Assume o custo real da carta de crédito;
• Pagamento da importação, apenas contra os 
documentos em boa ordem da operação comercial.
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3. Considerações Finais
Este artigo-síntese analisou o tema dos riscos
relacionados às modalidades de pagamento in-
ternacinal ao exportador.
As modalidades de pagamento internacio-
nais, como o próprio nome já diz, são as formas
de serem efetuados os pagamentos/recebimentos
de exportação/importação tanto de produtos
quanto de contratação de serviços. As modalida-
des de pagamento internacionais são semelhantes
às do mercado interno. Algumas diferenças entre
elas podem ser visualizadas na questão dos riscos.
 Pôde-se notar que a melhor modalidade, ou
seja, a mais segura e com maiores benefícios ao
exportador, é a modalidade de pagamento ante-
cipado, pois não oferece nenhum risco ao expor-
tador. Depois da modalidade de pagamento an-
tecipado, podemos destacar que a carta de crédi-
to irrevogável e confirmada é a segunda modali-
dade mais segura. 
É importante lembrar que o exportador nem
sempre consegue um pagamento antecipado, e
nem mesmo uma carta de crédito irrevogável
confirmada, devido ao risco na primeira modali-
dade e ao custo para o importador na segunda.
E, em muitos casos, alguns exportadores perdem
negócios por só trabalharem com estas modali-
dades, pois os importadores procuram no merca-
do por melhores condições de compra, isto é,
melhores ofertas, custos baixos, maiores prazos
de pagamento e menores riscos.
Devido a esse fator, o exportador também
não pode utilizar as modalidades de cobrança a
prazo ou remessa sem saque, gerando assim uma
vantagem competitiva no mercado, de maior
prazo de pagamento, custos baixos, e ficar expos-
to ao risco de não recebimento.
Para escolher a melhor modalidade, reco-
mendamos que seja feita uma análise de todas as
modalidades de pagamentos, das vantagens e
desvantagens, dos riscos e custos, para cada ope-
ração. Mediante este estudo, entendemos que
uma maior segurança ao exportador implica em
um maior risco ao importador, e vice-versa. Essa
análise poderá viabilizar o negócio com sucesso,
ou gerar uma maior discussão e até mesmo aca-
bar com o negócio. Durante o processo, o ex-
portador deve estar ciente das garantias existen-
tes no mercado, pois podem ser a salvação para
a negociação. 
REFERÊNCIAS
APRENDENDO A EXPORTAR. Disponível em <http://
www.aprendendoaexportar.gov.br>. Acesso em: 05 jun. 2005.
CASTRO, José Augusto de. Financiamentos a exportação e
seguro de crédito. São Paulo: Aduaneiras, 2001.
FERNANDES, Denise Maria. Exportação: Roteiro Básico para
Comércio Exterior. São Paulo: Atlas, 1987.
LUNARDI, Angelo Luiz. Operações de Câmbio e Pagamentos
Internacionais No Comércio Exterior. São Paulo: Aduaneiras,
2000.
RATTI, Bruno. Comércio Internacional e Câmbio. São Paulo:
Aduaneiras, 2001.
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