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1 Das Medidas de Segurança (art. 96, CP) Conceito: Providências de caráter preventivo, fundadas na periculosidade do agente, aplicadas na sentença (doutrinariamente conhecida como absolutória imprópria), por prazo indeterminado, aos inimputáveis e semi-imputáveis. Regra vigente: conhecida como “Vicariante” (aplica-se na sentença a pena ou a medida e segurança, jamais os dois cumulados) Pressupostos: - Prática de um crime - Periculosidade do agente - Sentença concessiva que atribui a prática do crime ao inimputável (por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado). Art. 386, § único, inc. III, do CPP. O inimputável (doente mental) que cometer um crime, por não possuir culpabilidade (pressuposto de aplicação da pena), não é condenado, mas sim absolvido. Entretanto, como a sentença que o absolve também aplica uma Medida de Segurança (gravame) é conhecida como absolutória imprópria. Ao longo do processo, verificada a periculosidade do acusado é possível a decretação de sua internação cautelar. Espécies (art. 97): - Detentiva (art. 96, I) – Internação em Hospital de custódia e tratamento - Restritiva (art. 96, II) – Tratamento ambulatorial Prazo (art. 97, §1º e 2º, CP): O prazo mínimo para a avaliação de cessação de periculosidade deve ocorrer entre 1 e 3 anos. Constatada a cessação da periculosidade, será concedida a liberação condicional do sentenciado pelo prazo de 1 ano. Vencido o prazo sem demonstração de risco social, extingue-se a pena. Caso contrário, será determinada sua internação. Obs: A lei não estipula prazo máximo de duração das Medidas de Segurança, somente o prazo mínimo para a realização do primeiro exame. Sendo assim, o agente poderá ficar o resto da vida internado, desde que constatada a presença de periculosidade. 2 Entretanto, a medida de segurança, apesar de não ser pena, é espécie de sanção penal e, dessa forma, considerando que a constituição federal veda as penas de caráter perpétuo, bem como a LEP fixa em 30 anos o prazo máximo de cumprimento considerado a cada processo de unificação, atualmente o tema enseja muita polêmica consubstanciada nas três situações abaixo: a) Aplica-se o contido na redação do CP, ou seja, não há prazo máximo (letra da lei); b) Deve-se observar o limite de 30 anos, (STF, adotada em julgado em 2005); c) A medida de segurança não pode ultrapassar a pena máxima abstrata prevista para o crime pelo qual o agente foi condenado. (STJ). A despeito das correntes acima expostas, atualmente a matéria encontra-se sumulada pelo STJ nos seguintes termos: Súmula 527-STJ: O tempo de duração da medida de segurança não deve ultrapassar o limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado. STJ. 3ª Seção. Aprovada em 13/05/2015. Da mesma forma, a medida de segurança se sujeita à prescrição: a) Antes do trânsito em julgado o prazo é calculado com base na pena máxima abstrata (STJ); b) Após o trânsito em julgado também é calculada considerando a pena máxima abstrata prevista ao crime pelo qual o agente foi denunciado (STJ); c) Há na doutrina autores que sustentam que a prescrição da medida de segurança deveria ser calculada com base na pena mínima prevista ao crime (in dubio pro reo). Às medidas de segurança também são aplicáveis as demais causas de extinção da punibilidade previstas no Código Penal, como a Graça, Indulto e Anistia (pleno do STF). Art. 98, CP – O semi-imputável poderá estar sujeito à Medida de Segurança. Caberá ao magistrado na sentença aplicar a pena observando a causa específica de redução e, sendo constatada a periculosidade concreta do agente por meio da perícia médica, poderá o magistrado substituir a pena pela medida de segurança.
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