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Aula 9 - Avaliação dos fatores de Risco para o Tratamento

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05/08/2013 
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AVALIAÇÃO DOS FATORES DE RISCO 
PARA O TRATAMENTO E A 
PREVENÇÃO DAS DOENÇAS 
CARDIOVASCULARES 
INTRODUÇÃO 
 Medicina preventiva – tem como principal papel 
a identificação de indivíduos sob risco de uma 
determinada doença e atuar sobre as causas 
destas doenças. 
 Transição epidemiológica 
Doenças 
Infecto-contagiosas 
Doenças Crônico-degenerativas 
(DCV) 
INTRODUÇÃO 
 Brasil : 
 260mil mortes por DCV em 2000 
 30% destas por infarto do miocárdio 
 32,8% por AVC 
 DCV – amplo espectro de manifestações, mas a 
manifestação com > morbidade e impacto na qualidade 
de vida: 
 Doença arterial coronária (DAC) ou aterosclerose 
coronariana: 
 caracterizada pelo estreitamento dos vasos que suprem o coração 
em decorrência do espessamento da camada interna da artéria 
devido ao acúmulo de placas de gordura. 
CLASSIFICAÇÃO DOS FATORES DE RISCO 
 Várias formas de se classificar. 
 Modificáveis 
 Não modificáveis 
 Vamos optar por classificar em 3 grupos principais: 
 Fatores independentes 
 Fatores predisponentes 
 Fatores condicionais 
CLASSIFICAÇÃO DOS FATORES DE RISCO 
 Fatores independentes 
 Relação causa/efeito está totalmente comprovada. 
 Fatores predisponentes 
 Podem levar a aterosclerose por se associarem ou causarem 
distúrbios nos chamados fatores independentes. 
 Fatores condicionais 
 Há fortes evidências de seu papel na aterogênese, contudo 
ainda existem controvérsias de seu papel como fator de 
risco independente. 
FATORES INDEPENDENTES 
 Idade 
 Colesterol total > 240mg/dL; 
 LDL- colesterol > 160mg/dL; 
 HDL-colesterol < 40mg/dL; 
 Tabagismo; 
 Hipertensão arterial (acima 140x90mmHg); 
 Diabetes mellitus. 
 
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FATORES PREDISPONENTES 
 Obesidade, principalmente abdominal 
 História familiar precoce de DAC (componente 
genético); 
 Sedentarismo; 
 Etnia; 
 Fatores Psicossociais 
 Ansiedade/Stress 
 
FATORES CONDICIONAIS 
 Proteína C reativa de alta sensibilidade 
 Fibrinogênio 
 Lipoproteína a 
 Homocisteína 
 Apo B elevada 
 Apo AI baixa 
 Interleucinas 
 Fosfolipase A2 associada a lipoproteínas 
FATORES INDEPENDENTES 
 Idade 
 Risco de doenças cardíacas aumenta com a idade: 
 > 45 anos para homens; 
 > 55 anos para mulheres; 
 Fase pós menopausa, com a perda do efeito protetor 
estrogênico, a incidência de eventos se assemelha à população 
masculina . 
 Mortalidade por doença cardiovascular, incluindo as por 
DAC, acidente vascular cerebral e doença arterial 
periférica, aumenta em 2,5 vezes a cada 10 anos. 
 
FATORES INDEPENDENTES 
 Colesterol total 
 Existe relação entre colesterol elevado e DCV. 
 Colesterol é transportado no sangue pelas lipoproteínas. 
Duas destas são, as lipoproteínas de baixa densidade 
(LDL) e as lipoproteínas de alta densidade (HDL). 
 Nível elevado de LDL = associado ao alto risco de DCV. 
 Alto nível de HDL = está associado ao baixo risco da 
doença. 
 Colesterol total > 240mg/dL 
 
 
FATORES INDEPENDENTES 
 LDL-colesterol 
 A lipoproteína de baixa-densidade (Low-Density 
Lipoprotein) transporta o colesterol através do 
corpo até aos tecidos externos ao fígado. 
 Evidências têm indicado que a concentração e 
tamanho das partículas LDL estão mais 
relacionados aos níveis de progressão de 
ateriosclerose do que a concentração do colesterol 
total. 
FATORES INDEPENDENTES 
 LDL-colesterol 
 Ter baixas concentrações de grandes partículas 
LDL é o padrão mais saudável. 
 Grandes concentrações de partículas LDL 
pequenas, apesar da mesma quantidade total de 
colesterol, relaciona-se a uma progressão mais 
rápida da ateriosclerose e crescimento do ateroma. 
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FATORES INDEPENDENTES 
 LDL-colesterol 
 Redução do LDL-colesterol em cerca de 30% 
diminuiu o risco de infarto do miocárdio em 33%, o 
AVC em 29% e a mortalidade cardiovascular em 
28%. 
 LDL- colesterol > 160mg/dL 
FATORES INDEPENDENTES 
 HDL-colesterol 
 HDL transporta o colesterol dos tecidos periféricos 
para o fígado onde é reciclado ou eliminado pelo 
corpo. Funciona como proteção contra a 
aterosclerose e as doenças cardiovasculares. 
 A cada diminuição de 1 mg/dl (0.03 mmol/l) no 
colesterol HDL está associado um aumento de 2% a 
3% no risco de doença coronária 
FATORES INDEPENDENTES 
 HDL-colesterol 
 O estudo de Lima e cols. mostra que a presença de 
lipemia pós-prandial aumentada se associou ao 
acúmulo da gordura na região abdominal e a níveis 
mais baixos de HDL-colesterol mesmo quando a 
trigliceridemia de jejum estava normal. 
 HDL-colesterol < 40mg/dL 
FATORES INDEPENDENTES 
 Tabagismo 
 O fumo ocasiona: 
 Vasoconstrição arterial; 
 Aumento da frequencia cardíaca; 
 Aumento da pressão arterial; 
 Redução do HDL; 
 Aumento dos radicais livres 
Aumento da aterosclerose 
FATORES INDEPENDENTES 
 Tabagismo 
 Os efeitos nocivos do tabaco são cumulativos, tanto na 
quantidade como no tempo de exposição. 
 O risco aumenta quando a exposição se inicia antes dos 
15 anos de idade, em particular para as mulheres, uma 
vez que o tabaco reduz a proteção aparentemente 
conferida pelos estrógenos. As mulheres que usam 
contraceptivos orais e que fumam estão sujeitas a > risco 
de DCV, o risco de enfarte do miocárdio aumenta de 6 a 
8 vezes. 
FATORES INDEPENDENTES 
 Tabagismo 
 Fumar + 1 maço/dia (20 cigarros) - 4 vezes mais chances 
de ter enfartos do miocárdio do que os não fumantes. 
 1 a 5 cigarros/dia - aumenta o risco de infarto do 
miocárdio em 40%. 
 Os não fumantes, quando têm enfartes, têm-nos dez 
anos mais tarde que os fumantes. 
 A abstenção do fumo pode diminuir o risco de 
mortalidade em até 70% em indivíduos já portadores de 
Doença Isquêmica do Coração. 
 
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FATORES INDEPENDENTES 
 Hipertensão 
 Tensão arterial define-se como a força ou pressão exercida pelo fluxo de 
sangue proveniente dos batimentos cardíacos contra as paredes dos vasos 
arteriais. 
 Hipertensão = consiste numa pressão arterial repetidamente elevada 
(acima 140x90mmHg); 
 Conduz a um peso sobre as artérias (facilita instalação da aterosclerose) : 
 Aumento da rigidez das artérias ; 
 Aumento da secreção de citocinas sintetizadas pelo endotélio arterial - 
estimulam a produção de moléculas de adesão, favorecendo assim o 
recrutamento e adesão de monócitos à superfície do endotélio. 
 Favorece a síntese de espécies reativas de oxigênio, como os radicais 
superóxidos, dentro da parede arterial - estes podem induzir a interação de 
leucócitos com endotélio - um mecanismo que desencadeia o início da 
aterogênese. 
FATORES INDEPENDENTES 
 Hipertensão 
 A hipertensão arterial está associada a um > risco 
de doenças cardiovasculares, particularmente o 
acidente vascular cerebral. 
 Hipertensão sistólica - é o mais importante fator de 
risco. 
 Controle da HAS diminuiu o AVC em cerca de 42% 
e a Doença Isquêmica do Coração em 15%. 
 Hipertensão arterial (acima 140x90mmHg); 
 
AVC 
 O AVC resulta da restrição de irrigação 
sanguínea ao cérebro, causando lesão celular e 
danos nas funções neurológicas. 
 
FATORES INDEPENDENTES 
 Diabetes mellitus 
 Pacientes com diabetes, principalmente os de idade 
avançada, estão sob maior risco cardiovascular. Ao 
longo do tempo, níveis elevados de glicose no 
sangue podem causar lesões nas artérias (favorece o 
acúmulo de gorduras que se depositam com mais 
facilidade nas paredesdas artérias), especialmente 
nas mais reduzidas. 
FATORES PREDISPONENTES 
 Obesidade 
 Os riscos de um AVC ou de outra DCV aumentam com o 
excesso de peso (aumento dos triglicerideos e redução de 
HDL), mesmo na ausência de outros fatores de risco. 
 É particularmente perigosa a obesidade abdominal que 
se caracteriza por um excesso de gordura principal na 
região do abdômen. A obesidade abdominal está 
associada a um maior risco de desenvolvimento de 
diabetes e doenças cardiovasculares. 
FATORES PREDISPONENTES 
 Síndrome Metabólica 
 Critérios Diagnósticos da Síndrome Metabólica 
 Obesidade abdominal (H> 102 e M> 88cm) 
 Dislipidemia 
 Elevação dos triglicérides (>150mg/dL) 
 LDL pequenas e densas 
 HDL baixo (H< 40 e M< 50mg/dL) 
 Pressão arterial (>130/>85 mmHg) 
 Resistência à insulina (int à glicose: G>110 mg/dL) 
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FATORES PREDISPONENTES 
 História Precoce Familiar 
 Pessoas que tem histórico na família de doença 
aterosclerótica coronária (DAC) são mais predispostos a 
desenvolver a doença. 
 Quanto mais precoce for a manifestação clínica da DAC 
maior será o risco ao qual a prole estará sujeita. 
 < 55 anos para homens 
 < 65 anos para mulheres 
 Kaprio e colaboradores observaram uma associação positiva 
entre o espessamento da íntima da artéria coronariana em 
crianças menores de 1 ano e história familiar para DAC. 
 
FATORES PREDISPONENTES 
 Sedentarismo 
 A falta de prática regular de exercício físico 
potencializa outros fatores de risco susceptíveis de 
provocarem doenças cardiovasculares, tais como a 
hipertensão arterial, a obesidade, o diabetes ou a 
hipercolesterolemia. 
 O Centro de Controle e Prevenção de Doenças, nos 
EUA, atribui ao sedentarismo um risco relativo de 1,9 
para o desenvolvimento de doença cardiovascular. 
 
FATORES PREDISPONENTES 
 Sedentarismo 
 Estudos epidemiológicos demonstram que exercícios 
aeróbicos regulares reduzem a morbidade e a mortalidade 
por doença cardiovascular, tanto na população em geral 
quanto em indivíduos portadores de DAC. 
 Além da sensação de bem estar, a atividade física está 
associada à aquisição e manutenção do peso ideal; à 
sensibilidade à insulina; à diminuição dos níveis 
pressóricos; à elevação dos níveis séricos de HDL-c e à 
redução dos níveis de TG; e à diminuição da agregação 
plaquetária. 
FATORES PREDISPONENTES 
 Etnia 
 Negros - mais propensos a ter hipertensão arterial; no caso de 
doenças coronarianas, estatísticas afirmam que uma pessoa 
negra tem 1.5 vezes mais chances de morrer devido a um 
problema coronariano do que uma pessoa de cor branca. 
 Embora muitas teorias tenham sido formuladas para explicar 
estas desigualdades entre as raças, a que melhor explica a 
tendência de as pessoas de cor negra desenvolverem a doença 
coronariana é que elas retêm mais sódio no organismo do que 
as de cor branca. Ao reter mais sódio, a pressão arterial sobe e 
o risco para doença coronariana aparece. 
 
FATORES PREDISPONENTES 
 Hábitos alimentares inadequados 
 O excesso de sal, de gorduras, de álcool e de açúcares de absorção 
rápida na alimentação, por um lado, e a ausência de legumes, vegetais 
e frutos frescos, por outro, são dois fatores de risco associados às 
doenças cardiovasculares. 
 Tanto o National Cholesterol and Education Program (NCEP) quanto o 
Segundo Consenso Brasileiro sobre Dislipidemias recomendam um 
consumo de gordura total menor ou igual a 30% das calorias totais, 
sendo que o consumo de gordura saturada não deve exceder a 10% 
desse percentual. Em relação ao consumo de colesterol, sua ingestão 
deve ser menor que 300mg/dia. 
FATORES PREDISPONENTES 
 Ansiedade/Stress 
 Sob tensão, o organismo libera hormônios, como a adrenalina, 
que alertam o sistema nervoso sobre o perigo, mas também 
perturbam a estabilidade do organismo. 
 A adrenalina provoca o aumento dos batimentos cardíacos e da 
pressão arterial, podendo resultar em um ataque cardíaco. 
 Sinais de stress: fumar e/ou beber mais do que o habitual, 
passar a comer demais ou sofrer de falta de apetite, insônia, 
cansaço fora do comum, impaciência, indecisão, dificuldade de 
concentração, apatia ou desinteresse anormais, entre outros 
sintomas. 
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FATORES CONDICIONAIS 
 Proteína C reativa de alta sensibilidade 
 Em 1996, Mendall e cols. estudaram 388 homens entre 50 e 69 
anos de idade e demonstraram que a concentração sérica de 
PCR correlaciona-se com os outros fatores de risco 
cardiovasculares (fatores lipídicos, obesidade, tabagismo, idade) 
e que sua elevação está fortemente associada à doença 
coronariana. 
 Tem sido demonstrado que a PCR aumenta a expressão do 
fator tecidual (efeito procoagulante) de moléculas de adesão, e 
ativa o sistema complemento in vitro e in vivo, presente na 
maioria das células esponjosas (foam cells) das placas 
ateroscleróticas. 
 
FATORES CONDICIONAIS 
 Fibrinogênio 
 É uma glicoproteína plasmática com ação no final da cascata 
de coagulação sangüínea, é também reconhecido como fator de 
risco para a doença arterial coronariana (DAC), acidente 
vascular cerebral (AVC) e doença arterial periférica (DAP). 
 Após a clivagem pela trombina, essa proteína forma 
monômeros de fibrina, os quais se polimerizam no processo de 
coagulação. Nesse contexto, o fibrinogênio, bem como a fibrina 
e seus produtos de degradação, podem se acumular na placa 
aterosclerótica e estimular a proliferação de células 
musculares lisas. 
FATORES CONDICIONAIS 
 Fibrinogênio 
 Vários fatores parecem influenciar a concentração 
plasmática de fibrinogênio, como tabagismo, idade, 
obesidade, nível de colesterol, diabetes mellitus, 
consumo de álcool, ingestão de fibras, uso de 
contraceptivos orais e menopausa. Além disso, os 
níveis plasmáticos de fibrinogênio são influenciados 
pela hereditariedade em 27% a 51%. 
FATORES CONDICIONAIS 
 Lipoproteína a 
 A Lp(a) é uma lipoproteína plasmática que consiste numa 
partícula de lipoproteína de baixa densidade rica em colesterol 
(semelhante ao LDL) com uma molécula de apolipoproteína B-
100 em sua superfície, a qual está ligada, via ligação 
dissulfídica, a uma proteína adicional, a apolipoproteína (a) 
[apo(a)]. 
 A Lp(a) pode acelerar a aterosclerose porque, assim como o 
LDL, é pequena e rica em colesterol, sendo facilmente oxidada. 
Além disso: 
 Inibe produção de plasmina (enzima que degrada fibrina) inibindo a 
fibrinólise (degradação da fibrina). 
 
FATORES CONDICIONAIS 
 Lipoproteína a 
 A associação entre níveis elevados de Lp(a) e 
risco aumentado de doença cardiovascular (DCV) 
/doença arterial coronariana (DAC) é forte e 
específica, e indica que níveis elevados de Lp(a), 
assim como de LDL, se correlacionam a DCV e 
DAC precoce. 
 Esta associação é contínua (Lpa e risco ↑) e não 
depende dos níveis de colesterol (HDL ou LDL). 
 
FATORES CONDICIONAIS 
 Lipoproteína a 
 A niacina é capaz de reduzir a Lp(a) em 30 a 40%, de 
forma dose-dependente. 
 Uma meta-análise dos estudos randomizados e 
controlados demonstrou que 1-3g/dia de niacina pode 
reduzir os eventos coronarianos maiores em 25% e 
AVC em 26%. 
 Fontes de Niacina: Amendoim, Castanha do Pará, 
Levedura, Fígado, Aves, Carnes magras, Leite, Ovos, 
Frutas secas, Cereais integrais, Brócolis, Tomate, 
Cenoura, Abacate, Batata doce, entre outros. 
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FATORES CONDICIONAIS 
 Homocisteína 
 A Homocisteína é um aminoácido intermediário 
produzido durante o metabolismo da metionina. 
 A formaçãomédia diária de homocisteína é da ordem 
de 10 mmol/l em homens adultos. 
 Nível plasmático desejável: < 10 micromol por litro. 
 O risco relativo de desenvolvimento de doença 
cardiovascular devido aos níveis elevados de 
homocisteína é estimado 1,4 para cada 5 mmol/l 
acima de 10 mmol/l. 
 
 
FATORES CONDICIONAIS 
 Homocisteína 
 As mutações nas enzimas envolvidas no 
metabolismo da homocisteína e as deficiências de 
vitaminas B6, B12 e ácido fólico (cofatores para 
estas enzimas) estão associadas com a 
hiperhomocisteinemia. 
 Dietas ricas em acido fólico e outras vitaminas do 
complexo B (B6 e B12) fazem diminuir os níveis 
de homocisteína no sangue. 
FATORES CONDICIONAIS 
 Fontes: 
 Fonte B6: vísceras, germe de trigo, aveia, gema de 
ovo, etc. 
 Fonte B12: fígado, ostras, peixes, carne de boi, etc. 
 Fonte ac fólico: vísceras, verduras de folha verde, 
legumes, frutos secos, grãos integrais e levedura de 
cerveja, etc. 
 
FATORES CONDICIONAIS 
 Apo B e Apo AI 
 Interheart (2007) avaliou 30 mil indivíduos de 52 países. O 
índice apo B/apo A-I se mostrou mais fortemente associado 
com a predição de infarto agudo do miocardio do que vários 
fatores de risco, entre esses tabagismo, hipertensão, 
diabetes, stress e obesidade, independentemente de sexo, 
idade e origem étnica. 
 Apo B – apolipoproteína da lipopoteína de baixa densidade 
(LDL); 
 Apo AI – apoproteina da HDL. 
 
FATORES CONDICIONAIS 
 Interleucina-6 
 Foi observado que os pacientes que possuíam níveis 
elevados desta citocina, na realidade com valores contidos 
nos quartis superiores, possuíam valor preditivo de risco na 
ocorrência de eventos cardiovasculares até 2 vezes maior do 
que os pacientes com níveis em quartis inferiores. 
 Pacientes com infarto do miocárdio e angina instável – 
observou-se níveis séricos aumentados de IL-6, sendo por 
isto considerada como bom marcador inflamatório de 
aterosclerose. 
 
FATORES CONDICIONAIS 
 Fosfolipase A2 associada a lipoproteínas 
 A fosfolipase A2 associada à lipoproteína (FLA2-Lp) é 
uma enzima produzida por glóbulos brancos, 
notavelmente macrófagos e linfócitos. 
 Na circulação, aproximadamente 80% de FLA2-Lp são 
vinculados a partículas LDL, onde hidrolisa os 
fosfolípideos, levando por meio disso à produção de 
subprodutos pró-inflamatórios como a 
lisofosfatidilcolina e ácidos graxos oxidados. 
 
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FATORES CONDICIONAIS 
 Fosfolipase A2 associada a lipoproteínas 
 A FLA2-Lp também é localizada no núcleo rico 
em gordura de lesões ateroscleróticas, facilitando 
o recrutamento de monócitos e a elevação da 
ativação de macrófagos. Conseqüentemente, 
FLA2-Lp parece desempenhar um papel na 
progressão plaquetária. 
ESTRATIFICAÇÃO DO RISCO 
 Risco absoluto em 10 anos 
 Análise do conjunto de fatores de risco é superior 
a um fator de risco individual como determinante 
de eventos cardiovasculares. 
 Uso de escores – avaliam conjunto de fatores 
 Não requerem a realização de exames complexos 
 Custo aceitável 
ESCORE DE FRAMINGHAM 
 Estima o risco absoluto de um indivíduo 
desenvolver DAC clinicamente manifesta no 
período de 10 anos, em ambos os sexos. 
 Dados apresentados baseados na IV Diretriz 
Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da 
Aterosclerose e também no NCEP-ATP III (The 
National Cholesterol Education Program Adult 
Treatment Panel III) . 
ESCORE DE FRAMINGHAM PARA IDADE 
Idade Pontos 
Homens Mulheres 
20-34 anos -9 -7 
35-39 anos -4 -3 
40-44 anos 0 0 
45-49 anos 3 3 
50-54 anos 6 6 
55-59 anos 8 8 
60-64 anos 10 10 
65-69 anos 11 12 
70-74 anos 12 14 
75-79 anos 13 16 
ESCORE DE FRAMINGHAM PARA 
COLESTEROL TOTAL 
Colesterol 
total 
mg/dL 
Pontos/Idade 
20-39 
anos 
40-49 
anos 
50-59 
anos 
60-69 
anos 
70-79 
anos 
HOMENS 
< 160 0 0 0 0 0 
160-199 4 3 2 1 0 
200-239 7 5 3 1 0 
240-279 9 6 4 2 1 
≥ 280 11 8 5 3 1 
MULHERE
S 
< 160 0 0 0 0 0 
160-199 4 3 2 1 1 
200-239 8 6 4 2 1 
240-279 11 8 5 3 2 
≥ 280 13 
 
10 7 4 2 
ESCORE DE FRAMINGHAM PARA HDL-
COLESTEROL 
HDL-C (mg/dL) Pontos 
HOMENS MULHERES 
≥ 60 -1 -1 
50-59 0 0 
40-49 1 1 
< 40 2 2 
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9 
ESCORE DE FRAMINGHAM PARA PRESSÃO 
SISTÓLICA 
P sistólica Se NÃO tratada Se EM tratamento 
HOMENS MULHERES HOMENS MULHERES 
< 120 0 0 0 0 
120-129 0 1 1 3 
130-139 1 2 2 4 
140-159 1 3 2 5 
≥ 160 2 4 3 6 
ESCORE DE FRAMINGHAM PARA 
TABAGISMO 
Tabagismo Pontos/Idade 
20-39 
anos 
40-49 
anos 
50-59 
anos 
60-69 
anos 
70-79 
anos 
HOMENS 
Não 
fumantes 
0 0 0 0 0 
Fumantes 8 5 3 1 1 
MULHERES 
Não 
fumantes 
0 0 0 0 0 
Fumantes 9 7 4 2 1 
ESTIMATIVA DE RISCO PARA 10 ANOS PELO 
ESCORE DE FRAMINGHAM 
Total de 
Pontos 
Risco 
Absoluto em 
10 anos (%) 
Total de 
Pontos 
Risco 
Absoluto em 
10 anos (%) 
 
HOMENS HOMENS MULHERES MULHERES 
< 0 < 1 < 9 < 1 
0 1 9 1 
1 1 10 1 
2 1 11 1 
3 1 12 1 
4 1 13 2 
5 2 14 2 
6 2 15 3 
7 3 16 4 
8 4 17 5 
ESTIMATIVA DE RISCO PARA 10 ANOS PELO 
ESCORE DE FRAMINGHAM 
Total de 
Pontos 
Risco 
Absoluto em 
10 anos (%) 
Total de 
Pontos 
Risco 
Absoluto em 
10 anos (%) 
 
HOMENS HOMENS MULHERES MULHERES 
9 5 18 6 
10 6 19 8 
11 8 20 11 
12 10 21 14 
13 12 22 17 
14 16 23 22 
15 20 24 27 
16 25 ≥ 25 ≥ 30 
≥ 17 ≥ 30 
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO GLOBAL - 
ESCORE DE FRAMINGHAM 
Risco Evento cardiovascular maior 
Baixo <10% em 10 anos 
Moderado 10 a 20% em 10 anos 
Alto >20%/ em10 anos 
CATEGORIAS DE RISCO PELO ESCORE DE 
FRAMINGHAM 
Categoria de Risco Diagnóstico 
Alto Risco 
Risco de DAC em 10 anos > 20% 
Doença arterial coronária 
Doença cardiovascular periférica 
Doença carotídea sintomática 
Acidente vascular encefálico 
Aneurisma da aorta 
Diabetes mellitus tipo 1 ou 2 
Risco Intermediário 
Risco de DAC em 10 anos entre 
10 e 20% 
Geralmente na presença de 2 ou 
mais fatores de risco 
Baixo Risco 
Risco de DAC em 10 anos < 10% 
Geralmente na presença de um 
fator de risco 
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10 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Pacientes de meia idade, ambos os sexos 
 
 
 
 
 
Avaliações periódicas para avaliação do risco 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 Lima JG, Nóbrega LHC, Nóbrega MLC, Bandeira F, 
Souza AGP. Dislipidemia pós-prandial como achado 
precoce em indivíduos com baixo risco cardiovascular. 
Arq Bras Endocrinol Metab 2002;46/3:249-254. 
 Cruz-Filho RA, Corrêa LL, Ehrhardt AO, Cardoso GP, 
Barbosa GM. O papel da glicemia capilar em jejum no 
diagnóstico precoce do diabetes mellitus: Correlação 
com fatores de risco cardiovascular. Arq Bras 
Endocrinol Metab 2002;46/3:255-259. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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