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DEPARTAMENTO DE QUÍMICA Prática 9 Determinação da constante de estabilidade através do método colorimétrico Introdução: Colorimetria é um método de análise quantitativa que se baseia na comparação da cor produzida por uma reação química com uma cor padrão. De acordo com a intensidade da cor produzida, inferese a concentração do determinado analito (substância que se quer analisar). O método mais seguro de se verificar a coloração de uma reação é através do uso do espectrofotômetro, que compara a intensidade de cor com uma cor padrão, chamada de “branco” (solução padrão em que o espectrofotômetro é zerado). É o método mais usado em análises laboratoriais de bioquímica clínica.[1] A grande vantagem em utilizar compostos coloridos devese ao fato de eles absorverem luz visível (região visível do espectro eletromagnético). [2] Para que essas análises sejam possíveis, é importante ressaltar alguns aspectos, como a Lei das ações das massas, Princípio de Le Châtelier, entre outros. A Lei das ações das massas (equilíbrio químico) é o estado em que as concentrações dos reagentes permanecem constantes e as velocidades da reação direta e inversa são iguais. Segundo a reação: aA + bB → cC + dD Onde a velocidade direta é dada como V1 = K1[A]a [B]b e a velocidade inversa como V2 = K2[C]c[D]d . O equilíbrio entre as velocidades é observado como K1[A]a [B]b = K2[C]c [D]d Logo, temos Keq (K1/K2) como Keq = [C]c [D]d / [A]a [B]b Só poderá ocorrer alteração de Keq, caso haja variação de temperatura. Se Keq tiver um valor muito grande, a tendência é a reação variar para a direita, no sentido dos produtos. Porém se o valor de Keq for muito pequeno, a tendência é variar para os reagentes, lado esquerdo do equilíbrio. Segundo Guldberg e Waage, “a velocidade de uma reação é diretamente proporcional ao produto das concentrações molares dos reagentes, para cada temperatura, elevada a expoentes experimentalmente determinados”.[3] Sabese então que, aumentando a concentração dos reagentes, aumentase os choques entre as moléculas ou átomos presentes e em consequência, aumenta a velocidade da reação. Tendo como exemplo esta mesma reação citada acima, caso seja adicionado certa quantidade de A, não alterando o volume da solução, aumentase a concentração de A e consequentemente o equilíbrio é deslocado. Isso pode ser afirmado a partir do princípio de Le Châtelier que estabelece que qualquer alteração em uma (ou mais) das concentrações das espécies envolvidas no equilíbrio, ou na temperatura ou na pressão (no caso de haver reagentes gasosos), provocará uma reação do sistema de maneira a restabelecer o equilíbrio. Isso ocorre com a minimização da alteração provocada por meio de deslocamento do equilíbrio no sentido dos reagentes (as concentrações dos reagentes aumentam enquanto as dos produtos diminuem) ou dos produtos (as concentrações dos produtos aumentam e as dos reagentes diminuem). [4] Quando são compostos de coordenação (ou complexos) que estão envolvidos, chamase de equilíbrio de coordenação. Quando temse certo complexo, com uma certa coloração e adicionase um íon diferente, é possivel observar a mudança na coloração que é facilmente detectada através da técnica de espectroscopia do UVvisível, que além de diferenciar cores, relaciona a intensidade do sinal com a concentração das espécies envolvidas. [5] Objetivos: Determinar a constante de estabilidade pelo método colorimétrico, construindo uma curva de calibração utilizando a absorbância das amostras, além de obter os valores de absorbância para as misturas em equilíbrio por meio da técnica de UVVis. Materiais utilizados: Balões volumétricos de 50 mL e 100 mL; FeCl3 0,20 mol.L1 e 0,0020 mol.L1; KSCN 0,0020 mol.L1 ; HNO3 0,10 mol.L1 ; Pipeta volumétrica 25 mL; Pipeta graduada 10 mL Procedimento: Com uma pipeta volumétrica de 25 mL foi colocada uma solução de FeCl3 0,20 mol.L1 em cinco balões volumétricos de 100 mL. No primeiro balão o volume de 100 mL foi completado somente com HNO3 0,10 mol.L1, em cada um dos demais balões foram acrescentados 2, 4, 6 e 8 mL de KSCN 0,0020 mol.L1, respectivamente, e então completados com HNO3 0,10 mol.L1. Separadamente em três balões de 50 mL foram colocados 25 mL de FeCl3 0,0020 mol.L1, e depois foram misturados 5, 10 e 20 mL, respectivamente, de KSCN 0,0020 mol.L1 e completados com HNO3 0,10 mol.L1. Foram adquiridos os espectros na região do UVvisível para cada solução. Resultados e discussão: No Espectrofotômetro UV‐Vis foi obtido os comprimentos de onda referentes aos balões numerados de 1 a 5, os valores de absorbância encontram‐se na Tab. 1. Nº Balão Volume FeCl 3 0,2mol/L (mL) Concentração de Fe 3+ mol/L Volume de KSCN 0,02mol/L(mL) Concentração de SCN ‐ mol/L Absorbância (nm) (no ponto máx) 1 25 0,05 0 0 0 2 25 0,05 2 4E‐3 0,456 3 25 0,05 4 8E‐4 0,162 4 25 0,05 6 1,2E‐3 0,266 5 25 0,05 8 1,6E‐3 0,551 Partindo dos valores de absorbância e [SCN], contruiuse um gráfico (Figura 1). Figura 1: curva de absorbância vs concentração de SCN A tabela 2 mostra como foram preparadas as soluções de FeCl3 e KSCN de cada balão e os valores de absorbância obtidos na análise de cada solução. Balão Volume de FeCl3 (0,002 mol/L) [ ] de Fe3+ (mol/L) Volume de KSCN 0,002 mol/L [ ] de SCN (mol/L) Máx. nm Absorbância 6 25 0,001 0 0 0 7 25 0,001 5 2E4 452 0,155 8 25 0,001 10 4E4 452 0,259 9 25 0,001 20 8E4 452 0,596 Obtendo o gráfico anterior, podese adquirir os valores para A e B da equação da reta, respectivamente sendo 3512,5 e 0,015 Com os valores de A e B e os valores de absorbância lidos no UV – Vis, utilizando a relação Abs = A[Fe(SCN)]eq + B foi possível determinar a concentração de Fe(SCN)2+, contidos na Tabela 3: Balão Fe(SCN)2+ 7 3,985E5 8 6,946E5 9 1,511E4 Tabela 3.: Concentração de Fe(SCN)2+ em equilibrio no sistema Considerando que ocorra um equilíbrio químico entre as espécies [Fe3+] e [SCN ], Podese escrever que: [Fe3+]eq. = [Fe3+]inicial ‐ [FeSCN2+]eq. Onde [Fe3+] é a concentração inicial e [FeSCN2+]eq. é o valor obtido na tabela 3. [SCN‐]eq. = [SCN‐]inicial ‐ [FeSCN2+]eq. Onde [SCN‐]inicial é aconcentração inicial que foi adicionado e [FeSCN2+]eq é o valor obtido na tabela 3. Em posse desses valores, é possivel montar a tabela 4, onde constam os valores das espécies em equilibrio na solução. Balão [Fe3+]eq [SCN‐]eq 7 9,602E4 1,602E4 8 9,305E4 3,305E4 9 8,490E4 6,489E4 Com os valores das concentrações dos componentes em equilíbrio, é possível determinar a constante de estabilidade Kc, dada pela equação: O valor de Kc para os balões contendo as soluções 7, 8 e 9 estão expressos na tabela 5. Balão Kc 7 259,06 8 225,86 9 274,40 Tabela 5.: Constante de estabilidade das soluções 7, 8 e 9 Como podese notar, os valores para a constante de equilibrio das soluções analisadas não são similares conforme previsto. A média entre os valores correspondentes é de 253,06. A diferença nos resultados pode ser devido ao metal ou devido à natureza do ligante. Conclusão: Foi possível determinar a constante de estabilidade através do método colorimétrico. Referências: [1] NAOUM, P. F.; Métodos de avaliação laboritorial. Academia de ciência e tecnologia. [2] http://www.ufrgs.br/leo/site_espec/ (Acessado em 02 de agosto de 2016) [3] http://www.soq.com.br/conteudos/em/cineticaquimica/p7.php (Acessado 03 de agosto de 2016) [4] FERREIRA, L. H.; HARTWI, D. H.; FILHO, R. C. R.; Algumas Experiências Simples Envolvendo o Princípio de Le Chatelier. Experimentação no Ensino de Química. [5] BASOLO, Fred, JOHNSON, Ronald. Química de los Compuestos de Coordenación.
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