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fisiologia e semiologia da pele

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FISIOLOGIA E SEMIOLOGIA DE PELE E FÂNEROS 
 
1 – FISIOLOGIA DE PELE E FÂNEROS 
 
1.1 – FUNÇÕES DA PELE 
A pele é o maior órgão do corpo humano, é composta pela epiderme e pela derme, e 
realiza funções de extrema importância para o organismo, como cobrir tecidos moles 
subjacentes; proteger contra lesões, invasão de bactérias e dessecação; regular 
temperatura do corpo; receber sensações contínuas do ambiente; e absorver radiação 
ultravioleta solar para a síntese de vitamina D (GARTNER, 2007). 
1.2 – CAMADAS DA PELE 
A pele é constituída por duas camadas, a epiderme, que é a mais externa e a derme, 
que é a mais interna (GARTNER, 2007). 
A epiderme, derivada do ectoderma, é composta por um epitélio pavimentoso 
estratificado queratinizado que cresce continuamente, no entanto mantém sua 
espessura normal, pois também sofre contínuo processo de descamação (ROSS, 
2012). 
Constituída por queratinócitos (maior população de células dessa camada), melanócitos 
células de Langerhans e células de Merkel, a epiderme pode ser dividida em cinco zonas 
(estrato basal, estrato espinhoso, estrato granuloso, estrato lúcido e estrato córneo), por 
causa da citomorfose dos queratinócitos durante sua migração da camada basal para a 
superfície da epiderme (GARTNER, 2007): 
O estrato basal ou germinativo possui células mitoticamente ativas, as stem cells da 
epiderme (ROSS, 2012). 
O estrato espinhoso é a camada mais espessa, e aqui, os queratinócitos recebem o 
nome de células espinhosas que se entrelaçam uns com os outros formando pontes 
intercelulares e desmossomos (GARTNER, 2007). 
O estrato granuloso é a camada mais superficial na qual os queratinócitos ainda 
possuem núcleo. Nessa camada, os queratinócitos contêm numerosos grânulos de 
querato-hialina (ROSS, 2012). 
O estrato lúcido é considerado uma subdivisão do estrato córneo e, normalmente, só é 
visto na pele mais espessa, por ser uma camada muito delgada (ROSS, 2012). 
O estrato córneo é uma camada repleta de queratinócitos, sem núcleo e sem organelas, 
que irão descamar (GARTNER, 2007). 
Já a derme, camada mais interna da pele, constituída por tecido conectivo denso não 
modelado e derivada do mesoderma, é composta por apenas duas camadas, a camada 
papilar, mais superficial, e a reticular, mais profunda. Entretanto essas camadas são 
contínuas e não há uma divisão realmente (GARTNER, 2007). 
A derme possui fibroblastos, macrófagos, plasmócitos, mastócitos e outras células 
comuns ao tecido conectivo. Além disso, também possui alças de capilares que se 
chegam até a divisão epiderme-derme e desempenham papel importante na regulação 
da temperatura e nutrição da epiderme. A interface derme-epiderme possui cristas, as 
cristas ou papilas dérmicas, que aumentam a superfície de contato derme-epiderme 
contribuindo, em conjunto com as alças de capilares, para a nutrição, através de difusão, 
da epiderme avascular (GARTNER, 2007). 
 
1.3 – A HIPODERME 
A hipoderme, tecido celular subcutâneo ou panículo adiposo é constituída por feixes 
conjuntivos, fibras elásticas, folículos pilosos, glândulas sudoríparas e uma grande 
quantidade de adipócitos. Não faz parte da pele, mas se relaciona diretamente com a 
mesma por estar imediatamente abaixo da derme (PORTO, 2014). 
 
1.4 – FÂNEROS 
Os fâneros são oriundos de modificações que a epiderme sofre durante a vida 
embrionária e são compostos por pelos e folículos pilosos, glândulas sebáceas, 
glândulas sudoríparas e unhas (PORTO, 2014). 
1.4.1 – PELOS E FOLÍCULOS PILOSOS 
Os pelos estão situados em invaginações profundas da epiderme e são constituídos por 
células queratinizadas produzidas pelos folículos pilosos (PORTO, 2014). 
Estão presentes por quase todo o corpo; ausentes apenas em palma das mãos, planta 
dos pés, lábios e região em torno de orifícios urogenitais. A distribuição dos pelos está 
intimamente ligada a níveis de hormônios sexuais e sua quantidade varia entre mulheres 
e homens (ROSS, 2012). 
No corpo humano há dois tipos de pelos: os pelos velos e os pelos terminais. Os pelos 
velos são macios, delicados, curtos e recobrem as pálpebras. Já os pelos terminais são 
mais grosseiros e recobrem, por exemplo, a região genital (GARTNER, 2007). 
1.4.2 – GLÂNDULAS SEBÁCEAS 
As glândulas sebáceas estão localizadas na derme e seus ductos normalmente 
desembocam nos folículos pilosos. Em certas regiões onde não há pelos, os ductos 
abrem-se diretamente na superfície da pele. Regiões como planta dos pés e palma das 
mãos não possuem glândulas sebáceas. A atividade dessas glândulas é intensificada 
com a puberdade e seu produto de secreção é o sebo, que é uma mistura complexa de 
lipídios que contém triglicerídeos, ácidos graxos livres, colesterol e ésteres de colesterol 
(JUNQUEIRA & CARNEIRO, 2004). 
1.4.3 – GLÂNDULAS SUDORÍPARAS 
As glândulas sudoríparas podem ser divididas em écrinas e apócrinas. As glândulas 
sudoríparas écrinas secretam um suor composto em sua maior parte por água e sais. 
Essas glândulas estão presentes por todo o corpo e atuam principalmente na regulação 
da temperatura corporal. Já as glândulas sudoríparas apócrinas secretam um suor 
composto por materiais gordurosos e sua atividade é responsável pelo odor do suor. 
Estão presentes nas axilas e em volta da área genital e sua atividade se intensifica na 
puberdade (GARTNER, 2007). 
1.4.4 – UNHAS 
As unhas são formações de queratina dura localizadas na falange distal dos dedos, 
fixadas no leito ungueal. Na raiz da unha está localizada a matriz, que possui células 
que dão origem a unha. O estrato córneo da prega proximal da unha forma o eponíquio. 
Já o hiponíquio é o acúmulo de estrato córneo na região distal (GARTNER, 2007). 
A translucidez das unhas é um indicativo da saúde da pessoa. Quando rosa indica 
suprimento sanguíneo bem oxigenado, quando diferente disso pode indicar alguma 
patologia (PORTO, 2014). 
 
2 – SEMIOLOGIA DE PELE E FÂNEROS 
 
É necessário inspecionar todo o corpo do paciente e palpar todas as lesões de pele para 
a realização de um exame clínico adequado (ROCCO, 2010). 
2.1 – PELE 
Em relação a pele é importante investigar alguns elementos como coloração, 
continuidade, umidade, textura, espessura, temperatura, elasticidade, mobilidade, 
turgor, sensibilidade e lesões elementares (PORTO, 2014). 
2.1.1 – COLORAÇÃO 
É importante, na anamnese, registrar a cor do paciente para acompanhamento de 
possíveis modificações, que podem significar patologias (PORTO, 2014). 
2.1.2 – UMIDADE 
O método adequado para averiguar a umidade é a palpação, por meio das polpas 
digitais e da palma da mão. É necessário caracterizar a umidade como normal, seca ou 
úmida (sudorenta) (PORTO, 2014). 
2.1.3 – TEXTURA 
A textura também é avaliada pela palpação, deslizando as polpas digitais pela pele e 
classificando-a como normal, lisa ou fina, áspera ou enrugada (PORTO, 2014). 
2.1.4 – ESPESSURA 
Na avaliação da espessura, faz-se o pinçamento da epiderme e da derme com o polegar 
e o indicador. A pele pode ser classificada em normal, atrófica ou hipertrófica ou espessa 
(PORTO, 2014). 
2.1.5 – TEMPERATURA 
Palpam-se, com face dorsal das mãos, lados homólogos de segmentos do corpo para 
verificar se a temperatura está normal, aumentada ou diminuída (PORTO, 2014). 
2.1.6 – ELASTICIDADE 
Pinça-se a prega cutânea com o polegar e o indicador, fazendo certa tração para cima 
a fim de identificar se o paciente apresenta elasticidade normal, aumentada (como a 
síndrome de Ehlers-Danlos) ou diminuída (como em idosos) (PORTO, 2014). 
2.1.7 – TURGOR 
Avalia-se pinçando, com polegar e indicador, uma prega de pele que inclua o tecido 
subcutâneo. O turgor diferencia-se em normal,quando o indivíduo está hidratado, e 
diminuído, quando o indivíduo está desidratado (PORTO, 2014). 
2.2 – LESÕES ELEMENTARES 
São modificações da pele causadas por processos inflamatórios, degenerativos, 
circulatórios, neoplásicos, transtornos do metabolismo ou por defeito de formação 
(PORTO, 2014). 
A seguir, algumas lesões elementares comuns. 
2.2.1 – MÁCULA E MANCHA 
As máculas e as manchas são lesões muito parecidas e alguns autores até consideram 
que são sinônimos, pois a única diferença está no tamanho. A mácula é uma lesão 
plana, de qualquer formato, com alteração de cor e menor ou igual a 0,5 cm de diâmetro. 
Mancha é uma mácula maior que 0,5 cm de diâmetro. Ex.: pitiríase versicolor (ROCCO, 
2010). 
2.2.2 – PÁPULA, PLACA E PÚSTULA 
Pápula é uma lesão elevada, sólida e de diâmetro menor ou igual a 0,5 cm. Ex.: 
verrugas. 
Placa é uma confluência de pápulas que atinge a derme mais superficialmente e possui 
diâmetro maior que 0,5 cm. Ex.: psoríase. 
Já a pústula é uma pápula preenchida com pus. Ex.: acne (ROCCO, 2010). 
2.2.3 – NÓDULO E TUMOR 
Nódulo é uma lesão elevada, palpável, maior que 0,5 cm de diâmetro e atinge a derme 
mais profundamente que as placas. Ex.: eritema nodoso. 
O tumor é um nódulo maior que 2 cm de diâmetro. Ex.: queloide (ROCCO, 2010). 
2.2.4 – VEGETAÇÃO 
Lesão que se projeta para superfície da pele formando reentrâncias e projeções. Ex.: 
condiloma (HPV) (ROCCO, 2010). 
2.2.5 – VESÍCULA E BOLHA 
A vesícula é uma lesão elevada, arredondada, translúcida, preenchida por líquido 
(seroso, linfático ou hemorrágico) e menor ou igual a 0,5 cm de diâmetro. A bolha é uma 
vesícula maior que 0,5 cm de diâmetro. Ex.: herpes-zóster (ROCCO, 2010). 
2.2.6 – CISTO 
 Cisto é uma lesão elevada e encapsulada que contém fluido ou material semissólido. 
São sítios frequentes de infecções secundárias bacterianas. Ex.: cistos epidérmicos 
(ROCCO, 2010). 
2.2.7 – PÚRPURA 
Lesões eritematovinhosas que não desaparecem com compressão local. Representam 
extravasamento de hemoglobina dos vasos para o tecido e dependendo do tamanho e 
formato recebem nomenclatura específica. Petéquias são puntiformes, arredondadas e 
pequenas (menor ou igual a 0,5 cm de diâmetro); equimose representa um 
extravasamento maior (maior que 0,5 cm de diâmetro); víbice é linear; e o hematoma é 
uma coleção de sangue podendo também seu abaulado (ROCCO, 2010). 
2.2.8 – ABSCESSO 
É uma tumoração eritematosa, quente, dolorosa, profunda, localizada e composta por 
acúmulo de pus. Ex.: furúnculo (ROCCO, 2010). 
2.2.9 – ÚLCERA E EXULCERAÇÃO 
A úlcera é a perda de tecido cutâneo que atinge até a derme reticular, formando, 
literalmente, um buraco na pele. Já a exulceração é a perda de substância que atinge 
até a derme papilar. Ex.: leishmaiose (ROCCO, 2010). 
2.3 – FÂNEROS 
2.3.1 – CABELO 
O cabelo deve ser analisado quanto ao tipo de implantação, distribuição, quantidade, 
coloração e outras características que o examinador julgar necessárias. Esses tópicos 
são importantes pois diversas patologias podem alterar a normalidade dos cabelos. Por 
exemplo, na Trissomia do Cromossomo 21, condição em que o indivíduo vai ter 
implantação baixa dos cabelos (PORTO, 2014). 
2.3.2 – PELOS 
Quanto aos pelos é preciso analisar as diferenças de quantidade e distribuição que o 
indivíduo pode apresentar, pois os principais achados clínicos em relação a pelos é a 
hipertricose, aumento exagerado de pelos terminais em relação ao indivíduo; e o 
hirsutismo, aumento exagerado de pelos sexuais masculinos na mulher (PORTO, 2014). 
2.3.3 – UNHAS 
Devem ser analisadas características como: forma, implantação, espessura, superfície, 
consistência, brilho e coloração (PORTO, 2014). 
 
REFERÊNCIAS 
GARTNER, Leslie P.; HIATT, James L. Tratado de histologia em cores. 3. ed. Rio de 
Janeiro: Elsevier, 2007. 
JUNQUEIRA, Luiz Carlos Uchoa; CARNEIRO, José. Histologia básica. 11. ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. 
ROCCO, José Rodolfo. Semiologia médica. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. 
ROSS, Michael H.; PAWLINA, Wojciech. Histologia: texto e atlas: em correlação com 
biologia celular e molecular. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. 
PORTO, Celmo Celeno (Ed.). Exame clínico: Porto & Porto. 7. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2011.

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