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Comunicabilidadade Penal 23.09.2013

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BIBLIOGRAFIA:
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAexCYAG/apostila-prof-orlando-concurso-agentes
http://www.sedep.com.br/?idcanal=24736
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As circunstâncias podem ser objetivas (ou materiais ou reais) e subjetivas (ou pessoais). Aquelas relacionam-se com os meios e modos de realização do crime, tempo, ocasião, lugar, objeto material e qualidades de vítima. Pessoais ou subjetivas são as referentes à pessoa do participante, sem conotação com a materialidade do delito, como os motivos determinantes, suas condições ou qualidades e relações com a vítima ou com outros concorrentes. Algumas estão previstas na Parte Geral do Código (agravantes, atenuantes e causas de aumento ou de diminuição da pena). As agravantes, quando descritas na Parte Especial do Código Penal, recebem a denominação de causas especiais de aumento de pena e qualificadoras. No homicídio, são qualificadoras as descritas no § 2.º do art. 121 (emboscada, motivo torpe, traição etc.).
No tema da comunicabilidade e incomunicabilidade de elementares e circunstâncias, anotando que a participação ou co-autoria de cada concorrente adere à conduta e não à pessoa dos outros integrantes da empreitada criminosa, a doutrina apresenta as seguintes regras, nos termos do art. 30 do CP:5 1.ª) não se comunicam as condições ou circunstâncias de caráter subjetivo; 2.ª) a circunstância objetiva não pode ser considerada no fato do partícipe ou co-autor se não ingressou na esfera de seu conhecimento; 3.ª) as elementares, sejam de caráter objetivo ou pessoal, comunicam-se, desde que tenham integrado o seu conhecimento.
No caso de co-autoria ou participação, os motivos de um concorrente não se estendem aos fatos cometidos pelos outros que não os conheciam (1.ª regra). Quanto às circunstâncias objetivas, elas só alcançam o co-autor ou partícipe se, sem ele ter praticado o fato que as configura, houverem integrado o seu dolo (2.ª regra). Da mesma forma, as elementares do tipo, sejam objetivas ou pessoais, somente se transmitem ao fato do participante quando tiver sido por ele conhecido o seu conteúdo (3.ª regra).
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V. CONCURSO DE PESSOAS (art. 29, CP).
1. Conceito: ocorre o concurso de pessoas, também conhecido como concurso de agentes, quando duas ou mais pessoas concorrem (contribuem, cooperam) para a prática do crime. 
2. Espécies:
a) concurso eventual (art. 29, CP): refere-se aos crimes monossubjetivos, que podem ser praticados por uma ou mais pessoas;
b) concurso necessário: refere-se aos crimes plurissubjetivos, os quais exigem o concurso de pelo menos duas pessoas. Exs.: quadrilha (art. 288, CP). Antes de ser descriminalizado, tínhamos também como exemplo, o adultério. 
3. Autoria.
3.1. Teorias:
a) teoria restritiva: autor é todo aquele que realiza a conduta descrita no tipo penal.O Código Penal adotou esta teoria, segundo a qual, só é autor aquele que realiza a conduta principal, ou seja, subtrai, mata etc. Quem pratica um fato acessório da conduta principal, é partícipe. O CP nos arts. 29 e 62, III faz distinção entre autor e partícipe;
b)teoria extensiva: autor é todo aquele que concorre de alguma forma para o resultado criminoso. Não há distinção entre autor e partícipe.
c) teoria do domínio do fato: autor é aquele que detém o controle final do fato, dominando toda a realização do crime, com plenos poderes para decidir sobre sua prática, interrupção e circunstâncias. É quem pode determinar “como” e “quando” o crime será realizado.
4. Formas de concurso de pessoas:
a) coautoria: ocorre quando duas ou mais pessoas realizam o comportamento definido pela lei penal como crime. Embora a conduta deles não necessite ser idêntica, ambos cooperam no cometimento do crime. O co-autor, portanto, nada mais é do que outro autor, ou seja, aquele que também pratica a conduta descrita no tipo penal;
b) participação: ocorre quando alguém, mesmo não praticando a conduta que a lei define como crime, contribui, de qualquer modo, para a sua realização. O partícipe, portanto, é aquele que não pratica a conduta principal, não executa o crime.
5. Formas de participação:
a) participação moral (induzimento ou instigação): ocorre quando a pessoa contribui moralmente para o crime, agindo sobre a vontade do autor, quer provocando-o para que nele surja a vontade de cometer o crime (induzimento), quer estimulando a idéia criminosa já existente (instigação);
b) participação material (ou auxílio): ocorre quando a pessoa contribui materialmente para o crime, por meio de um comportamento positivo ou negativo. 
6. Autoria mediata (indireta).
6.1. Conceito: Autor mediato é aquele que se utiliza de pessoa sem condições de discernimento (menor, louco) ou pessoa sob coação moral irresistível, para realizar por ele a conduta típica. Ela é usada como um mero instrumento de atuação, como se fosse uma arma ou um animal irracional. O autor mediato responde como se tivesse praticado a conduta típica.
6.2. Autoria mediata e autoria intelectual: de acordo com a teoria restritiva, a autoria mediata distingue-se da autoria intelectual, porque nesta o autor intelectual atua como mero partícipe, concorrendo para o crime sem realizar a ação nuclear do tipo. É que o executor (o que recebeu a ordem ou promessa de recompensa) sabe perfeitamente o que está fazendo, não se podendo dizer que foi utilizado como instrumento de atuação. O executor é o autor principal, pois realizou o verbo do tipo, enquanto o mandante atua como partícipe, pela instigação, induzimento ou auxílio. 
7. Concurso de pessoas e crime culposo:
7.1. Coautoria em crime culposo: ocorre quando, existente um vínculo psicológico entre duas pessoas na prática da conduta, ainda que não em relação ao resultado, concorrem elas com culpa para o resultado lesivo. 
7.2. Participação em crime culposo: há duas correntes:
a) não pode haver: o concurso de agentes no crime culposo difere daquele do crime doloso, pois se funda apenas na colaboração da causa e não do resultado (que é involuntário). Disso deriva a conclusão de que é autor todo aquele que causa culposamente o resultado, não se podendo falar em participação em crime culposo. O tipo penal culposo é genérico, pois não descreve a conduta principal. E se duas pessoas faltam com o dever objetivo de cuidado, todas praticam a mesma conduta, de forma que todos serão autores ou coautores.
b) pode haver: mesmo no tipo culposo, que é aberto, é possível definir qual a conduta principal. No caso do homicídio culposo, por exemplo, a descrição típica é “matar alguém culposamente”; logo, quem matou é o autor e quem o auxiliou, instigou ou induziu à conduta culposa é o partícipe.
8. Requisitos do concurso de pessoas:
a) pluralidade de condutas: deve haver condutas de duas ou mais pessoas, seja realizando o fato típico (coautoria), seja contribuindo de algum modo para que outrem o realize (participação);
b) relevância causal de cada ação: é necessário que a conduta do coautor ou do partícipe seja relevante ou eficaz para a produção do resultado. Assim, não se pode falar em concurso quando a outra conduta é praticada após a consumação do delito;
c) vínculo subjetivo entre os agentes: é indispensável a unidade de desígnios, ou seja, que cada concorrente tenha vontade e consciência de contribuir para a atividade delituosa de outrem. É necessária a adesão subjetiva à vontade do outro, mas não é necessário a prévia combinação entre eles, bastando apenas que uma vontade adira à outra. 
9. Punibilidade no concurso de pessoas (art. 29, caput, CP): o Código Penal adotou como regra, no art. 29, caput, a teoria unitária, também chamada teoria monista, segundo a qual todos os concorrentes, autores, coautores ou partícipes praticam o mesmo crime. Contudo, a pena será aplicada de acordo com a culpabilidade (reprovabilidade da conduta) de cada um.
9.1. Participação de menorimportância (art. 29, § 1º, do CP): esta só pode ser a colaboração secundária, dispensável, que, embora dentro da causalidade, se não prestada não impediria a realização do crime. É claro que se a participação for inócua, isto é, desprovida de qualquer relevância causal, não haverá concurso de pessoas, pois sequer terá sido causa do crime. Dessa forma, quando se fala em participação de somenos importância, pressupõe-se a sua relevância causal, no sentido de que abstraída mentalmente o delito não teria ocorrido como ocorreu. 
9.2. Cooperação dolosamente distinta (art. 29, § 2º, CP): como exceção à regra da teoria monista, o CP adotou a teoria pluralista, de acordo com a qual, cada um dos participantes responderá por um crime diferente; dessa forma, a fim de evitar-se a responsabilidade objetiva, o sujeito que quis participar de crime menos grave, só por este crime responderá.
10. Tipicidade indireta: nem sempre a adequação do fato ao tipo penal se opera de forma direta, sendo necessário à tipicidade, que se complete o tipo com outras normas contidas na Parte Geral do CP. É o que se denomina tipicidade indireta, como ocorre nos casos de participação no concurso de pessoas, tentativa e crimes culposos.
11. Participação impunível quando o crime não vem a ser cometido (art. 31, CP):
a) ajuste: acordo feito para praticar crime;
b) determinação ou induzimento: provocação para que surja em outrem a vontade de praticar o crime;
c) instigação: estimulação da idéia criminosa já existente;
d) auxílio: ajuda material, prestada na preparação ou execução do crime.
Obs.: O art. 31, CP ressalva disposição expressa em contrário, referindo-se aos fatos típicos que se constituiriam apenas em atos preparatórios de ilícitos penais, como nas hipóteses de incitação ao crime (art. 286, CP), quadrilha ou bando (art. 288, CP) etc. 
12. Concurso de pessoas e circunstâncias do crime (art. 30, CP).
12.1. Conceitos:
a) circunstâncias e condições: são dados acessórios que estão ao redor do crime, cuja função é aumentar ou diminuir a pena, e cuja falta não exclui o tipo penal. (ex.: motivo do crime, confissão, menoridade, reincidência, casamento, parentesco etc.);
b) circunstâncias e condições pessoais (subjetivas): dizem respeito a qualidades ou condições pessoais do sujeito ativo (estado civil, profissão etc.), ao seu relacionamento com a vítima e coautores ou partícipes, e com os motivos determinantes do crime.
c) circunstâncias e condições materiais (objetivas): dizem respeito aos meios e modos de execução do crime, qualidades da vítima, ao lugar, tempo, ocasião e natureza do objeto material do crime.
d) elementares: dados ou fatos que compõem a própria descrição do fato típico e cuja ausência exclui ou altera o crime. São os elementos típicos do crime, dados que integram a definição da infração penal.
12.2. Incomunicabilidade ou comunicabilidade:
a) circunstâncias e condições subjetivas (de caráter pessoal): não se comunicam aos concorrentes (art. 30, CP);
b) circunstâncias e condições objetivas (de caráter material): se comunicam aos concorrentes, desde que estes conheçam tais circunstâncias ou condições (art. 29, § 2º, CP);
c) elementares: sejam subjetivas ou objetivas, se comunicam aos concorrentes, mas somente quando sejam conhecidas por eles (art. 29, § 2º, CP).
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Conclusão:
Nesse sentido, o Direito Penal é, efetivamente, a parte do ordenamento jurídico que trata do crime e das penas e das medidas de segurança, mas, uma nota da mais alta importância que exsurge do ordenamento jurídico penal fica esquecida em todas as definições transcritas: a liberdade do indivíduo que pode ser coarctada pela incidência das normas penais, mas que, igualmente, é protegida por elas, à medida que só pode ser suprimida nos estritos limites da lei.
É o Direito Penal que define o crime, mas também é ele que diz quando um fato aparentemente criminoso é, entretanto, permitido, ou quando, mesmo proibido, não ensejará a aplicação da sanção penal.
Melhor, por ser mais completa, a definição de JOSÉ FREDERICO MARQUES, que DAMÁSIO E. DE JESUS abraça: Direito Penal
“é o conjunto de normas que ligam ao crime, como fato, a pena como conseqüência, e disciplinam também as relações jurídicas daí derivadas, para estabelecer a aplicabilidade das medidas de segurança e a tutela do direito de liberdade em face do poder de punir do Estado”.10
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INTRODUÇÃO
A vida em sociedade é complexa e exige de todos a obediência a um conjunto de regras de comportamento. O homem não é absolutamente livre para fazer o que bem quiser, pois vive sob a égide de normas de conduta, que foram criadas por ele mesmo, por meio do Estado, que ele também instituiu. 
As normas jurídicas são comandos a serem obedecidos por todos os homens, pois demarcam o que é, e o que não é, lícito fazer, o permitido e o proibido, o certo e o errado.
O estabelecimento de normas de comportamento é exigência da vida em sociedade. Desde o momento em que o homem decidiu agrupar-se, viver em comunidade, tornou-se imprescindível a regulação dessa vida, com a criação de regras de convivência, sem as quais não teria sido possível surgirem e desenvolverem-se tribos, Estados, nações, enfim, o mundo e a realidade de hoje.
Todos os valores importantes para a sociedade estão sob a tutela do direito, por meio das várias regras jurídicas. Vida, liberdade, integridade física, trabalho, lazer, meio ambiente, família, propriedade, patrimônio, Estado etc. são valores sociais amparados pelo Direito.
Se a conseqüência jurídica para esses comportamentos fosse simplesmente a reparação do dano causado, a vida, no primeiro exemplo, e a liberdade sexual, no último – bens importantíssimos –, não estariam adequadamente protegidos pelo Direito. Pessoas com recursos financeiros suficientes para indenizar o prejuízo sentirse-iam livres para matar e obter relações sexuais dissentidas o tempo todo, na certeza de que, pagando um preço, jamais seriam incomodadas por alguém.
Estes fatos mais graves – comportamentos humanos que se voltam gravemente contra os valores sociais mais importantes – são chamados de crimes ou delitos. E para proteger esses bens mais importantes dos ataques mais graves, dos crimes, o Direito estabelece uma conseqüência jurídica, uma sanção também mais severa: a sanção penal ou pena criminal.

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