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A cultura e a seleção de padrões comportamentais Modelação Comportamento governado por regras

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6. O TERCEIRO NÍVEL DE SELEÇÃO POR CONSEQUÊNCIAS, MODELAÇÃO E COMPORTAMENTO GOVERNADO POR REGRAS:
6.1. A cultura e a seleção de padrões comportamentais.
O comportamento verbal tem papel especial no desenvolvimento do ambiente social e contribui de maneira decisiva para o estabelecimento do terceiro nível de variação e seleção do comportamento: a variação e seleção cultural.
“O comportamento verbal aumentou enormemente a importância de um terceiro tipo de seleção por contingências: a evolução de ambientes sociais – culturas. O processo possivelmente começou no nível do indivíduo. (...) Uma cultura evolui quando práticas que se originaram desta maneira contribuem para o sucesso do grupo praticante na solução de seus problemas. É o efeito sobre o grupo, não consequências reforçadoras para membros individuais, que é responsável pela evolução da cultura” (Skinner, 1981)
Todas as aquisições humanas estão também associadas à imersão da espécie em um ambiente essencialmente social que favoreceu a emergência da cultura e das práticas culturais.
A efetividade ou não de determinadas práticas de relacionamento social pode determinar a sua adoção ou não pelos membros do grupo e, portanto, a sua seleção por aquele grupo.
As práticas culturais são fonte de determinação no caso do comportamento humano. As consequências importantes para o grupo social colocam limites e trazem possibilidades para o comportamento individual.
O terceiro nível de seleção por consequência torna possível para os indivíduos de um grupo aprender pela experiência do outro (modelação),
produzir e acumular conhecimentos e experiências (aprendizagem por contingências), organizar e difundir estilos e formas de vida e organização (operantes verbais). 
A abordagem analítico-comportamental explica o comportamento social por meio de uma análise funcional das contingências de reforçamento e punição às quais os indivíduos estão expostos.
Ou seja, investiga relações organismo-ambiente, incluindo não somente os comportamentos individuais aprendidos, mas também os comportamentos emitidos pelos indivíduos em grupo.
Considerando-se os diferentes momentos e contextos culturais, as contingências atuais refletem os padrões desejáveis (mais prováveis de produzirem consequências reforçadoras),
bem como os irrelevantes (que não produzem consequências) e reprováveis (consequências aversivas) para os diferentes momentos e contextos.
O estabelecimento e o gerenciamento desses padrões são geralmente controlados pelas diferentes agências sociais (como educação, família, religião e mesmo psicoterapia), por meio de práticas culturais específicas (o ensino escolar e a educação familiar), 
bem como de códigos escritos (leis e literatura) e não escritos (transmitidos oralmente ou inferidos da observação das contingências em vigor).
No contexto da transmissão de padrões de relacionamento interpessoal, as práticas culturais que caracterizam os processos de educação (formal ou informal) e de relacionamento familiar (pais-filhos, conjugais) envolvem também,
necessariamente, comportamentos sociais de indivíduos em interações sociais e se caracterizam por redes complexas de interdependência (contingências entrelaçadas). 
Tais práticas diferem na amplitude com que auxiliam seus membros a solucionarem problemas e obterem consequências favoráveis à sobrevivência do grupo e, na medida em que são efetivas, tendem a ser disseminadas aos demais membros da cultura e a seus descendentes.
Os analistas do comportamento apontam que o contato dos organismos com seu ambiente pode ser estabelecido de:
(a) forma direta – quando o organismo atua sobre o ambiente e obtém consequências diretas dessa ação.
Exemplo: ☺ se levantar e fechar uma porta.
(b) mediação realizada pelo comportamento de um outro organismo. 
Exemplo: ☺pedir para o colega fechar a porta e ter como consequência a porta fechada.
Essa mediação caracteriza o comportamento como social.
O comportamento social é definido como uma situação na qual a emissão e/ou o reforçamento do comportamento de um organismo depende, ao menos, parcialmente, do comportamento de outro(s) organismo(s). 
Nas interações sociais que objetivam a execução de tarefas, diversos tipos de relações podem ser observados entre os indivíduos participantes:
→Relações cooperativas – são caracterizadas por “reforçamento mútuo”, de modo que todos os indivíduos recebem reforços se o desempenho do grupo atingir um critério específico.
Os reforçadores podem ser liberados de forma equitativa ou não entre os membros do grupo.
→Relações competitivas – a distribuição de reforços é desigual e excludente, dependendo do desempenho relativo dos indivíduos. 
A liberação de reforços para um indivíduo limita ou mesmo anula a obtenção de reforços pelos demais indivíduos.
→Trabalho individual – há uma independência de respostas e reforços entre organismos.
Todos os organismos que alcancem o critério preestabelecido para reforçamento terão seus comportamentos reforçados.
A escolha entre alternativas de cooperação, competição e trabalho individual é típica em nosso dia-a-dia. Cabe ao analista do comportamento investigar as variáveis ambientais que influenciam essas “escolhas”. 
 
6.2. Comportamento governado por regras e modelação.
O comportamento verbal pode apresentar tanto consequências verbais como não-verbais, mas de qualquer forma, a consequência é geralmente uma mudança no comportamento do ouvinte.
A comunidade verbal mantém certas correspondências entre o comportamento verbal e os eventos ambientais. Essas correspondências são denominadas regras.
O ouvinte pode atuar sobre o comportamento verbal do falante apenas se essas correspondências forem consistentes. 
Se o comportamento verbal do falante é ocasionado por eventos ambientais inacessíveis ao ouvinte, ele pode se tornar um poderoso estímulo discriminativo para o comportamento do ouvinte.
Exemplo: a resposta do ouvinte ao tato “fogo” pode ter consequências importantes, mesmo quando apenas o falante vê o incêndio.
A partir do comportamento verbal dos outros podemos responder indiretamente a eventos que estão distantes de nós no espaço e no tempo.
Algumas vezes, o que as pessoas fazem dependem daquilo que elas foram instruídas a fazer. As pessoas frequentemente seguem instruções.
O comportamento determinado principalmente por antecedentes verbais é chamado de comportamento governado por regras (ou governado verbalmente).
Suas propriedades diferem das do comportamento governado por contingências ou modelado por elas, que é o comportamento modelado pelas suas consequências.
Algumas instruções afetam o comportamento não verbal (“vem cá”, “sente”, “vá embora”), outras afetam o próprio comportamento verbal (“conte-me uma história”, “repita comigo”).
A função mais ampla da linguagem é a instrução.
Dizemos uns aos outros o que fazer e o que dizer.
Uma característica importante da instrução é que ela substitui as contingências naturais por antecedentes verbais.
As instruções podem modificar o comportamento do ouvinte em situações em que as consequências naturais são, por si mesmas, ineficientes ou são eficazes somente a longo prazo. 
Importante: as contingências operam sobre o ato de seguir instruções. 
Contingências sociais variadas mantêm o seguimento de instruções.
Entre as consequências que podem reforçar o comportamento de atender a um pedido podem estar o agradar à pessoas que fez o pedido, evitar magoá-la, deixar em débito aquele que pediu, fazer com que a pessoa vá embora mais rapidamente, aborrecer alguém que não queira que aquele pedido seja atendido...
Devido às vantagens práticas da instrução, a comunidade verbal modela o comportamento de seguir as instruções por meio de uma ampla gama de atividades.
Isso só pode acontecer se as contingências que mantem o comportamento de seguir instruções forma maispoderosas do que as contingências naturais.
Assim, as instruções podem começar a superar as contingências naturais: as pessoas passam a fazer coisas, quando instruídas, que jamais fariam se fossem expostas às contingências naturais.
Uma das principais realizações do comportamento verbal humano é permitir que o comportamento seja controlado pelas descrições das contingências,
por meio do comportamento verbal de outros, bem como pelo contato direto com as próprias contingências.
"Aprendizagem através de modelação" se refere à aquisição de conhecimentos e comportamentos novos por meio de observação. 
A característica fundamental é a de que "grande parte da aprendizagem humana depende de processos perceptuais e cognitivos".
Ou seja, o reforço direto da própria ação é apenas uma das variáveis que atuam no processo de aquisição de novos padrões de respostas.
 
Desta maneira, as expectativas individuais independem de resultados produzidos pelas próprias ações, ou seja, as respostas às ações de outros são importantes para guiar o próprio comportamento.
A maior parte da aprendizagem social ocorre por modelação.
 
Referências Bibliográficas
ABREU-RODRIGUES J. & RIBEIRO M. R. (Orgs.). Análise do Comportamento: pesquisa, teoria e prática. Porto Alegre: Artmed, 2005. 
ANDERY, M.A.; MICHELETTO, N. e SÉRIO, T.M. Comportamento e Causalidade. Laboratório de Psicologia Experimental – Programa de Estudos Pós-graduados em Psicologia Experimental da Análise do Comportamento, 2007.
BANACO, R. A. Sobre comportamento e cognição: aspectos teóricos, metodológicos e de formação em análise do comportamento e terapia cognitivista. São Paulo: ESETec, 2001.
BAUM, William M. Compreender o behaviorismo. Comportamento, cultura e evolução. Capítulo: 13 – Evolução da Cultura; p. 257-276
BAUM, William M. Compreender o behaviorismo. Comportamento, cultura e evolução. Capítulo: 8 – Comportamento controlado por regras e pensamento; p. 165-181
CATANIA, A. C. Aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 1999.
DEL PRETTE, A. & DEL PRETTE, Z. A. P. Habilidades sociais e análise do comportamento: Proximidade histórica e atualidades. Revista Perspectivas 2010 vol. 01 n ° 02 pp. 104-115.
J. ABREU-RODRIGUES & M. R. Ribeiro (Orgs.), Análise do Comportamento: pesquisa, teoria e prática (p. 245-264). Porto Alegre: Artmed.

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