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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E JURÍDICAS CURSO DE DIREITO DISCIPLINA: METODOLOGIA CINTÍFICA PROFESSOR: SILVANO PEDRO AMARO 1º PERÍODO / NOTURNO / TURMA “C” ACADÊMICO: ANTONIO AUGUSTO DA SILVA ITAJAÍ, 17 DE ABRIL DE 2015. PAPER SOBRE MAIORIDADE PENAL NO BRASIL. Tema amplamente discutido no Brasil nos últimos tempos, a maioridade penal tem se destacado como forte ponto de argumentação dos juristas desta nação, em específico, neste paper trataremos de apresentar a explanação de dois juízes brasileiros, um do Centro-Oeste e outro do Sudeste, ambos brasileiros, e atuantes no período pós anos 2000. É do conhecimento público Nacional que o indivíduo brasileiro só adquire seus direitos de cidadão maior de idade, após os dezoito anos, e desta maneira informa o senhor Éder Jorge, juiz de Direito do Estado Goiás: Segundo o sistema jurídico vigente, a maioridade penal se dá aos 18 anos de idade. Essa norma encontra-se inscrita em três Diplomas Legais: 1) artigo 27 do Código Penal; 2) artigo 104 caput do Estatuto da Criança e do Adolescente; 3) e artigo 228 da Constituição Federal. Com esta informação ele apresenta a lei brasileira que protege o cidadão menor de dezoito anos como pessoa inimputável, porém o Juiz supra citado, discorda veementemente e cita inclusive dados de países com cultura completamente adversa à brasileira com a seguinte afirmação: É incompreensível a resistência quanto ao rebaixamento da maioridade penal. O discurso pela manutenção da regra atual pode ser politicamente defensável e até romântico, porém completamente divorciado da realidade, se considerarmos o nível de amadurecimento do jovem entre 16 e 18 anos de idade e, ainda, espantosa violência com que costumam agir. Há diversos países onde a maioridade penal inicia-se aos 16 anos (p. ex: Argentina, Espanha, Bélgica e Israel); em outros, aos 15 anos (Índia, Egito, Síria, Honduras, Guatemala, Paraguai, Líbano); na Alemanha e Haiti, aos 14 anos. E por incrível que pareça, na Inglaterra a pessoa é considerada imputável a partir dos 10 anos. Não existe nenhuma possibilidade de adequarmos ao Brasil qualquer que seja das realidades citadas por ele neste texto. De outra maneira, podemos dizer com base na abordagem o senhor Gustavo Bregalda, juiz de Direito do Estado de São Paulo, que o Estado de Direito, hoje vivido por nós, é basicamente um período de desenvolvimento, portanto temos muito ainda a aprender como sociedade, e assim nos apresenta o seguinte argumento: Os defensores da tese em questão apresentam fundamentos que, por mais que acalentem a animosidade social com discursos politicamente corretos, se apresentam ineficazes. Não se pode partir da análise da consequência antes de passar pela gênese do problema. Deve-se apresentar uma solução para a origem da questão e, posteriormente, criar soluções para os atos subsequentes. Quando diz isto nos alerta com respeito ao perigo da justiça personalizada na violência mútua, ou seja, animalesca e mesquinha, embora apropriada de uma verbalização acalentadora. E assim nos afirma ele em sua argumentação: A redução da maioridade não é a resposta adequada para a onda de violência crescente que assola os grandes centros nacionais. A ineficácia da solução apresentada pode ser visualizada por meio do estudo de algumas legislações alienígenas, cuja maioridade varia de acordo com os valores sociais adotados. No contexto social, verifica-se que a redução da maioridade não seria uma saída consistente para os fins a que essa proposição é destinada. A violência não se aquietará, mesmo se a maioridade fosse fixada no limite inicial da existência humana. A posição pela redução alicerça-se mais em um viés político do que, necessariamente, na resolução do problema social de criminalidade. Desta forma apresenta um discurso com uma linguagem jurídica mais adequada aos tempos atuais, o senhor Gustavo Bregalda, utiliza-se de uma visão mais focada na argumentação real de nossa sociedade, portanto mais amena, buscando mais solução do que punição. Sendo assim, podemos dizer que o Brasil possui cultura própria e uma sociedade suficientemente madura para legislar sobre seus assuntos internos, e na atual conjuntura estamos nos preparando para, apoiados em um sistema de Leis que se tornam mais eficazes a cada dia, e com o crescimento educacional cada vez mais expressivo de nossa sociedade e legisladores, avançar para um sistema judiciário justo. Porém, olhando pelo âmbito estrutural, não temos ainda condição de abrigar nem mesmo os detentos maiores de dezoito anos em situação de cárcere com o mínimo de dignidade humana, quanto mais expormos jovens oriundos de idade tão tenra à esta falta de estrutura, assim, não é diminuindo a maioridade penal que extinguiremos a violência, ela será extirpada de nosso meio quando efetivamente a criança e o adolescente em situação de risco social tiverem a mesma oportunidade que outros de classes sociais mais afortunadas. Concluindo, afirmamos que o Brasil ainda não está ponto para reduzir a maioridade penal, para qualquer que seja a idade menor de dezoito anos, como está legitimado na Carta Magna Nacional. REFERÊNCIAS: JORGE, Éder, Juiz de Direito do Estado de Goiás. Redução da Maioridade Penal. Disponível em: <http://www.ceap.br/material/MAT14112011113433.doc> Acesso em 17 de Abril de 2015. BREGALDA, Gustavo. Juiz de Direito do Estado de São Paulo e Professor do Complexo Jurídico Damásio de Jesus. Redução da Maioridade Penal. Disponível em:<http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/13232-13233-1-PB.pdf> Acesso em 17 de Abril de 2015.
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