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AD2 - Geometria Anal´ıtica II - 2016.1 Atenc¸a˜o: Responda a`s questo˜es abaixo utilizando os conhecimentos relativos a`s cinco primeiras aulas do Mo´dulo. Questa˜o 1:(2,5 pt) Prove que a equac¸a˜o do plano Π que conte´m os pontos (x0, y0, z0), (x1, y1, z1) e (x2, y2, z2) pode ser escrita na forma Π : ∣∣∣∣∣∣ x− x0 y − y0 z − z0 x1 − x0 y1 − y0 z1 − z0 x2 − x0 y2 − y0 z2 − z0 ∣∣∣∣∣∣ = 0. SOLUC¸A˜O: O plano Π e´ gerado, a partir do ponto (x0, y0, z0), pelos vetores ~u = (x1 − x0, y1 − y0, z1 − z0) e ~v = (x2 − x0, y2 − y0, z2 − z0). Um ponto (x, y, z) pertencera´ a este plano se, e so´ se, os vetores ~w = (x− x0, y − y0, z − z0), ~v e ~u forem LD, o que ocorre se, e so´ se [~w, ~u,~v] = 0. Como [~w, ~u,~v] = ∣∣∣∣∣∣ x− x0 y − y0 z − z0 x1 − x0 y1 − y0 z1 − z0 x2 − x0 y2 − y0 z2 − z0 ∣∣∣∣∣∣ , temos enta˜o que (x, y, z) ∈ Π se, e so´ se [~w, ~u,~v] = ∣∣∣∣∣∣ x− x0 y − y0 z − z0 x1 − x0 y1 − y0 z1 − z0 x2 − x0 y2 − y0 z2 − z0 ∣∣∣∣∣∣ = 0. Questa˜o 2:(2,5 pt) Considere o plano Π : 2x+ 2y + z = 3, e a reta r : (x, y, z) = (4, 0, 4) + t · (3, 0, 3), t ∈ R. (a) Determine o aˆngulo de incideˆncia θ da reta r no plano Π. SOLUC¸A˜O: Como ~η = (2, 2, 1) e´ vetor normal ao plano Π e vecv = (3, 0, 3) e´ um vetor direc¸a˜o da reta, o aˆngulo de incideˆncia da reta no no plano e´ o menor aˆngulo θ tal que cos θ = √ 1− cos2(~v, ~η). 1 Mas cos(~v, ~η) = 〈~v, ~η〉 ‖~v‖ ‖~η‖ = 〈(3, 0, 3), (2, 2, 1)〉 ‖(3, 0, 3)‖ ‖(2, 2, 1)‖ = 3 · 2 + 0 · 2 + 3 · 1√ 32 + 02 + 32 √ 22 + 22 + 12 = = 9 3 √ 2 · 3 = 1√ 2 . Assim, cos θ = √ 1− ( 1√ 2 ) = √ 1− 1 2 = √ 1 2 = 1√ 2 = √ 2 2 . Sabemos que o menor aˆngulo cujo cosseno e´ √ 2 2 e´ pi 4 , logo o aˆngulo de incideˆncia de r em Π e´ pi 4 . (b) Determine uma parametrizac¸a˜o para a reta perpendicular a r e contida no plano Π. SOLUC¸A˜O: A reta procurada e´ perpendicular a r, logo seu vetor direc¸a˜o ~d = (a, b, c) e´ ortogonal ao vetor direc¸a˜o ~v = (3, 0, 3) da reta r. Ale´m disso, como a reta procurada esta´ contida no plano Π, vecd deve ser ortogonal ao vetor normal de Π, dado por ~η = (2, 2, 1). Podemos enta˜o fazer ~d = ~v × ~η = ∣∣∣∣∣∣ ~e1 ~e2 ~e3 3 0 3 2 2 1 ∣∣∣∣∣∣ = (−6, 3, 6). Agora que temos um vetor direc¸a˜o da reta, para podermos parametriza´-la, precisamos apenas conhecer um de seus pontos. Como a reta e´ perpendicular a` r, elas se intersectam em um ponto P e, como a reta esta´ contida no plano Π, teremos enta˜o que P ∈ Π. Assim, P e´ o ponto de intersec¸a˜o entre r e Π, dado, portanto, pela soluc¸a˜o do sistema{ 2x+ 2y + z = 3 (x, y, z) = (4, 0, 4) + t · (3, 0, 3) Substituindo as coordenadas da segunda equac¸a˜o na primeira, temos 2(4 + 3t) + 2(0) + (4 + 3t) = 3, logo 8 + 6t+ 4 + 3t = 3, e, portanto, 9t = −9, que nos da´ t = −1. Com isso, P = (x, y, z) = (4, 0, 4)− 1(3, 0, 3) = (1, 0, 1). Assim, a reta procurada sera´ parametrizada por (x, y, z) = (1, 0, 1) + s(−6, 3,−6), s ∈ R. Questa˜o 3:(2,5 pt) Determine a equac¸a˜o da esfera de menor raio e tangente, simultaneamente, a`s retas r1 : (x, y, z) = t · (1, 1, 0), t ∈ R r2 : (x, y, z) = (−1, 1, 1) + s · (1,−1, 1), s ∈ R SOLUC¸A˜O: 2 Primeiro, observe que as retas na˜o sa˜o paralelas ou coincidentes, pois seus vetores direc¸a˜o ~v1 = (1, 1, 0) e ~v2 = (1,−1, 1) na˜o sa˜o mu´ltiplos. De fato, na˜o existe λ ∈ R tal que (1,−1, 1) = λ(1, 1, 0), basta ver que, observando a u´ltima coordenada, ter´ıamos 1 = λ · 0, o que e´ imposs´ıvel. As retas sera˜o, portanto, concorrentes ou reversas. Vamos verificar se sa˜o concorrentes, o que equivale a existir algum ponto da reta r1 em comum com a reta r2. Isto ocorrera´ se o sistema r : { (x, y, z) = t · (1, 1, 0) (x, y, z) = (−1, 1, 1) + s · (1,−1, 1), admitir soluc¸a˜o. O sistema pode ser reescrito na forma x = t y = t z = 0 x = −1 + s y = 1− s z = 1 + s A terceira e a sexta equac¸o˜es, juntas, nos da˜o 0 = z = 1+s, logo s = −1. Substituindo esta valor nas outras quatro equac¸o˜es do sistema, temos enta˜o x = t y = t x = −2 y = 2. A primeira e a terceira equac¸o˜es nos da˜o t = x = −2, logo t = −2. A segunda e a quarta nos da˜o t = y = 2, logo t = 2. Isto e´ imposs´ıvel, mostrando que o sistema na˜o tem soluc¸a˜o e, portanto, as retas sa˜o reversas. A esfera de menor raio e tangente simultaneamente a`s retas sera´ como na figura abaixo, com centro no ponto me´dio do segmento perpendicular comum a`s retas, e com raio dado pela metade da medida deste segmento. Para obter o segmento perpendicular comum, podemos proceder de diversas maneiras. Por exem- plo, se R1 ∈ r1 e R2 ∈ r2, o segmento R1R2 sera´ perpendicular simultaneamente a`s duas retas se−−−→ R1R2 for ortogonal a ~v1 = (1, 1, 0) e ~v2 = (1,−1, 1), isto e´, se 〈−−−→R1R2, ~v1〉 = 0 e 〈−−−→R1R2, ~v2〉 = 0. 3 Temos R1 = (x1, y1, z1) = t · (1, 1, 0) = (t, t, 0) R2 = (x2, y2, z2) = (−1, 1, 1) + s · (1,−1, 1) = (−1 + s, 1− s, 1 + s), logo −−−→ R1R2 = (−1 + s− t, 1− s− t, 1 + s). Assim, 〈−−−→R1R2, ~v1〉 = 0⇔ 〈(−1 + s− t, 1− s− t, 1 + s), (1, 1, 0)〉 = 0⇔ (−1 + s− t) + (1− s− t) = 0⇔ ⇔ −2t = 0⇔ t = 0. Ale´m disso, e utilizando que t = 0, 〈−−−→R1R2, ~v2〉 = 0⇔ 〈(−1+s−t, 1−s−t, 1+s), (1,−1, 1)〉 = 0⇔ 〈(−1+s, 1−s, 1+s), (1,−1, 1)〉 = 0⇔ ⇔ (−1 + s)− (1− s) + (1 + s) = 0⇔ −1 + 3s = 0⇔ s = 1 3 . Com isso, R1 = (t, t, 0) = (0, 0, 0), R2 = (−1 + s, 1− s, 1 + s) = ( −1 + 1 3 , 1− 1 3 , 1 + 1 3 ) = ( −2 3 , 2 3 , 4 3 ) . Conhecido o segmento R1R2 perpendicular comum a`s retas, com R1 = (0, 0, 0) e R2 = (−2 3 , 2 3 , 4 3 ) , o centro C da esfera sera´ o ponto me´dio do segmento, isto e´, C = ( 0− 2 3 2 , 0 + 2 3 2 , 0 + 4 3 2 ) = ( −1 3 , 1 3 , 2 3 ) . O raio r da esfera sera´ dado pela metade do comprimento do segmento, logo r = d(R1, C) = √(−1 3 − 0 )2 + ( 1 3 − 0 )2 + ( 2 3 − 0 )2 = √ 2 3 . Assim, a equac¸a˜o da esfera de menor raio e tangente a`s retas r1 e r2 sera´( x+ 1 3 )2 + ( y − 1 3 )2 + ( x− 2 3 )2 = 2 3 . Questa˜o 4:(2,5 pt) Dada a reta r : x = 1− t y = −1 + t z = 0, t ∈ R e a esfera S : x2 + y2 + z2 − 4x− 4y + 4 = 0, (a) determine, em func¸a˜o de um paraˆmetro, a famı´lia de planos que conteˆm a reta r; (b) determine a equac¸a˜o cartesiana do plano que conte´m a reta r e e´ tangente a S. SOLUC¸A˜O: 4 (a) Um plano Π contera´ a reta r se contiver um ponto desta reta e o vetor direc¸a˜o da reta for paralelo ao plano. O ponto P0 = (1,−1, 0) esta´ na reta (ele e´ dado, na parametrizac¸a˜o de r, por t = 0) e um vetor direc¸a˜o da reta e´ dado por ~v = (−1, 1, 0). Para que o vetor ~v seja paralelo ao plano Π, o ~v deve ser ortogonal ao vetor normal de Π, que denotaremos por ~η = (a, b, c). Assim, 〈~v, ~η〉 = 0, que equivale a 〈(1,−1, 0), (a, b, c)〉 = 0, ou ainda a− b = 0, que e´ o mesmo que a = b. Assim, ~η = (a, a, c), e Π : ax+ ay + cz = d. Como P0 ∈ Π, temos a · 1 + a(−1) + c · 0 = d, logo d = 0. Assim, Π : ax+ ay + cz = 0. Temos enta˜o a famı´lia de planos dada por dois paraˆmetros, a e c. Para reduzir para apenas 1, podemos, por exemplo, fazer a = cos θ, c = sen θ, e obter Π : (cos θ)x+ (cos θ)y + (sen θ)z = 0. Outra forma seria dividir a equac¸a˜o por a, por exemplo, para obter Π : x+ y + c a z = 0, e fazer k = c a . Neste caso, Π : x+ y + kz = 0. O u´nico problema e´ que essa famı´lia na˜o contemplara´ o plano z = 0, que aparece quando a = 0. (b) A esfera pode ser reescrita na forma x2+y2+z2−4x−4y+4 = 0⇔ x2−4x+4+y2−4y+4+z2+4−8 = 0⇔ (x−2)2+(y−2)2+z2 = 4. Assim, seu centro e´ (2, 2, 0) e seu raio e´ 2. Um plano sera´ tangente a esta esfera se sua distaˆncia ao centro (2,2, 0) for igual ao raio. Assim, como queremos Π : (cos θ)x+ (cos θ)y + (sen θ)z = 0 tangente a` esfera, temos 2 = d(Π,S) = |(cos θ) · 2 + (cos θ) · 2 + (sen θ) · 0|√ (cos θ)2 + (cos θ)2 + (sen θ)2 = 4| cos θ|√ (cos θ)2 + 1 . Com isso, √ cos2 θ + 1 = 2| cos θ|, e enta˜o cos2 θ + 1 = 4 cos2 θ. Assim, temos cos2 θ = 1 3 ∴ cos θ = ± 1√ 3 . 5 Isso implica que sen θ = ±√1− cos2 θ = ± √ 1− 1 3 = ± √ 2√ 3 . Logo, Π : 1√ 3 x+ 1√ 3 y + √ 2√ 3 z = 0 ou Π : 1√ 3 x+ 1√ 3 y − √ 2√ 3 z = 0 (as outras opc¸o˜es de escolha de sinal acabam levando aos mesmo planos). Utilizando a outra famı´lia obtida acima, temos 2 = d(Π,S) = |2 + 2 + d · 0|√ 12 + 12 + d2 = 4√ 2 + d2 . Com isso, √ 2 + d2 = 2, e enta˜o 2 + d2 = 4 ∴ d = ± √ 2. Assim, Π : ax+ by + √ 2 z = 0 ou Π : ax+ by − √ 2 z = 0 [Estas equac¸o˜es parecem bem diferentes das obtidas anteriormente, mas repare que sa˜o equiva- lentes, basta multiplicar as primeiras por √ 3.] 6
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