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Farmacologia Obstétrica: Estimulantes e Relaxantes Uterinos

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MÓDULO SAÚDE DA MULHER E GÊNERO
Resumo de aula sobre Farmacologia Aplicada à Obstetrícia
Jaqueline Isis Caún – Turma 59 (2000)
ESTIMULNATES UTERINOS
Ocitotócitos: aumentam a motilidade uterina, estimulam as contrações nas hipotonias, induzem o trabalho de parto (abortamento terapêutico) e controlam hemorragias.
OCITOCINA (Syntocinon)
Atua no trabalho de parto estimulando as contrações uterinas, bem como promove a dilatação do canal vaginal e afastamento da sínfise púbica (indução do parto). A sucção promovida pelo bebê na auréola do seio da mãe também promove a liberação da ocitocina, que tem como função ajudar na secreção do leite.
Ela é produzida nos núcleos paraventriculares do hipotálamo (PVC) pelos neurônios magnocelulares, mas é liberada somente na neuroipófise. Ela tem receptores em diversos locais do corpo, incluindo o sistema cardiovascular. Sua administração é IM e IV e raramente spray nasal, sua biotransformação é feita no fígado e rins.
Ações:
Útero: força e a freqüência das contrações uterinas;
Mama: causa contração do mioepitelio e dos alvéolos mamários, bem como forca o leite nos sinusoides maiores (ejeção do leite);
Sistema cardiovascular: em altas doses provoca vasodilatação por ação direta (breve queda da PA, taquicardia reflexa e rubor);
Rim: em altas doses exerce ação semelhante ao ADH, diminuição do debito urinário (pode ocorrer edema pulmonar com a infusão concomitante de liquido IV).
DERIVADOS DE ERGOT (Ergotoxina, Ergotamina, Ergometrina/Ergonovina e Metilergometrina/Metilergonovina)
São substâncias farmacologicamente ativas produzidas por fungos fitopatogênicos do gênero Claviceps. Sua administração pode ser por VO, SC ou IM e sua possui biotransformação hepática e excreção biliar.
São usados para controle ativo do terceiro estágio do trabalho de parto (com a finalidade de promover a separação da placenta e reduzir a perda de sangue), tratamento da atonia/hemorragia uterina que ocorre durante e após o terceiro estágio do trabalho de parto, 
associada com a cesariana, pós-aborto, tratamento da subinvolução do útero, da loquiometria e da hemorragia puerperal. Seu mecanismo de ação é ser agonista α1.
Contra-indicado: gravidez, primeiro estágio do trabalho de parto e segundo estágio do trabalho de parto (antes do aparecimento da cabeça), hipertensão severa, toxemia hipertensiva (pré-eclâmpsia, eclâmpsia), doença vascular oclusiva (inclusive cardiopatia isquêmica), sepsia, hipersensibilidade aos alcalóides do esporão do centeio.
Efeitos colaterais: dor abdominal (causada por contrações uterinas), náusea, vômitos, sudorese, tontura, cefaléia, erupções cutâneas, raramente hipertensão, bradicardia ou taquicardia, dor torácica, reações vasoespásticas periféricas. Foram observados casos isolados de intoxicação em lactentes cujas mães receberam o medicamento por vários dias. 
PROSTAGLANDINAS (Dinoprosta (E2), Carboprosta (F2a), Gemeprosta ou Misoprostol (E1))
É usado no aborto legal, esvaziamento uterino por morte embrionária ou fetal, amolecimento cervical antes do abordo cirúrgico (curetagem), indução do trabalho de parto (maturação do colo uterino). Após a absorção é raramente transformado no seu principio ativo, o ácido misoprostólico, sendo primordialmente metabolizado no fígado e menos do 1% do principior ativo é excretado na urina.
Efeitos adversos: náuseas, vômitos, dor abdominal e diarréia ocorrem em 10 a 30% dos casos e são mais frequentes quando utilizadas dose mais altas, intervalos mais curtos entre as doses e se administra pela via oral e sublingual. A febre é outro efeito, mas sem comprovação de que seja devido ao medicamento.
RELAXANTES UTERINOS TOCOLÍTICOS
Fármacos que impedem o parto prematuro e o nascimento de crianças imaturas, suprimindo as contrações uterinas. Entre as substâncias usadas para retardar a atividade uterina prematura se incluem o sulfato de magnésio, os beta-miméticos, os antagonistas da ocitocina, os inibidores dos canais de cálcio e os agonistas dos receptores beta adrenérgicos. O uso de álcool intravenoso como tocolítico é agora obsoleto. 
Esses fármacos permitem o uso de corticosteróides para que ocorra a maturação pulmonar. A tentativa de retardar o trabalho de parto prematuro só é possível se a dilatação cervical for <4cm. Não deve se usado quando há rupturas de membranas, hemorragia pré-parto, toxemia grave da gestação ou morte fetal.
AGONISTAS BETA ADRENÉRGICOS (Salbutamol, Terbutalina, Clebuterol, Ritodrina)
São fármacos que possuem maior afinidade pelos receptores beta2 adrenérgicos, mais utilizados para retardar o parto prematuro e prolongar a gestação por até 48 horas.
Os agonistas beta-adrenérgicos também agem em outros órgãos e, no sistema cardiovascular, contribuem para o aparecimento de dor torácica, taquicardia, dispnéia, mal-estar e edema agudo de pulmões, atuam no sistema nervoso central (SNC) e causam cefaléia, tonturas e tremores. Além disso, essas substâncias atravessam a placenta, tendo sido descritos inúmeros efeitos colaterais no feto e no recém-nascido, como taquicardia, hiperinsulinismo, hipoglicemia, hipocalemia e hipotensão arterial
ANTAGONISTAS DA OCITOCINA (Atosiban)
Mostra-se eficaz para inibir as contrações uterinas e não apresenta efeitos colaterais significantes. Ao contrário dos betamiméticos, a especificidade pelos receptores da ocitocina no útero faz com que o atosibano mostre maior segurança clínica na inibição do TPP, com menos efeitos colaterais e riscos dos agonistas beta adrenérgicos.
O Atosiban antagonista competitivo do receptor de ocitocina, atravessa a barreira placentária. Causa poucos efeitos colaterais maternos, tais como: náuseas, cefaléia, taquicardia, hipotensão e hiperglicemia.
FÁRMACOS PARA TRATAMENTO DE ECLAMPSIA
ANTICONVULSIVANTES (Sulfato de Magnésio)
Inibem a liberação de acetilcolina na junção neuromuscular (efeito relaxante muscular). A hipermagnesemia diminui a sensibilidade da placa motora à acetilcolina. É antagonista do receptor NMDA do glutamato, sendo esse receptor o responsável pelo processo de sensibilização central. A ligação a esse receptor confere propriedades analgésicas, anticonvulsivantes e sedativas. Pode aumentar a síntese de prostaciclinas e inibir a enzima conversora de angiotensina, levando à vasodilatação.
Diminui a liberação de catecolaminas após o estímulo simpático. Tem sido utilizado para tratamento das crises hipertensivas que ocorrem no feocromocitoma durante procedimentos cirúrgicos. Em pacientes com asma, inibe a liberação de histamina e acetilcolina e potencializa os efeitos dos agentes beta adrenérgicos.
Efeitos adversos: sinais de hipermagnesemia: náuseas, vômitos, irritação gástrica, sede, cólicas intestinais, diarréia se administrado por via oral, vermelhidão da pele; anormalidades no ECG, bloqueio cardíaco, parada cardíaca, hipotensão, vasodilatação; distúrbios da coagulação com aumento do tempo de sangramento; hiporreflexia, fraqueza muscular; depressão do SNC, sonolência, confusão, diplopia, fala arrastada, coma; depressão respiratória.
ANALGESIA 
OPIÓIDES (Ação curta – Meperidina e Fentanila, Ação prolongada – Morfina)
Diminuem a atividade do sistema nervoso central. Todas essas drogas produzem anestesia e hipnose (aumentam o sono), daí receberam também o nome de narcóticos, que são as drogas capazes de produzir esses dois efeitos: sono e diminuição da dor. Por isso, recebem também o nome de drogas hipnoanalgésicas.
Efeitos adversos: sonolência, miose, disforia, náuseas, vômitos, constipação, depressão respiratória. Em caso de superdosagem (adormecimento, pele fria e úmida, diminuição da temperatura e miose) utilizar seu antagonista o Naloxona.
ANESTÉSICOS LOCAIS (Amino-amidas: Lidocaína e Bupivacaína)
Fármacos que bloqueiam reversivelmente a condução nervosa com perda de sensações em área circunscrita do organismo, sem alteração do nível de consciência. Interagem com os sítios de ligação nos canais de sódio, prevenindo o aumento da permeabilidade de membrana ao sódio.
Realizam a depressão da condução nervosaperiférica, interferindo assim na transmissão dos impulsos em qualquer tecido excitável. Efeitos adversos: toxicidade sistêmica, respostas teciduais locais, reações iodissincáticas e fenômenos alérgicos.
Lidocaína (ação intermediária) e Bupivacaína (ação prolongada - Epidural)
Anestésicos Locais + Vasoconstritor (Adrenalina ou Fenilefrina): aumentam a duração da anestesia, pois diminuem sua absorção, deixando o fármaco concentrado. RAM: taquicardia e agitação
BETAMETASONA
A corticoterapia materna é utilizada em gestantes com risco de parto prematuro, para promover a aceleração da maturidade pulmonar fetal. É indicada para fetos entre 24 a 34 semanas de gestação em risco de parto prematuro. Seu uso é iniciado no pré-natal e o efeito ocorre em até 24 horas após administração.
Aumenta a liberação de Surfactante, aumentando a complacência e volume pulmonar máximo.
Profilaxia: Síndrome do desconforto respiratório (SDR)/ Síndrome da dificuldade respiratória do recém-nascido e Hemorragia Peri-intraventricular (HPIV). 
REFERÊNCIAS
Sociedade Brasileira de Química. Acesso em: http://qnint.sbq.org.br/qni/popup_visualizarMolecula.php?id=GIDj94JSw3UbXbHfqjR2GewtL-19lwamuOROMWZcpI17WbSPa86rfFXmMr17d1qiz15B6jn2RclWp2SzNZC9WQ==
Rev. Bras. de Gine. e Obst. Tratamento do trabalho de parto prematuro. Acesso em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-72032009000800008&script=sci_arttext
Rev. Bras. de Gine. e Obst. O atosibano como agente tocolítico: uma nova proposta de esquema terapêutico. Aceso em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-72032008000200007&script=sci_arttext
Rev. Bras. de Gine. e Obst. Usos do sulfato de magnésio em obstetrícia e em anestesia. Acesso em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-70942010000100013&script=sci_arttext
BRASIL, Ministério da Justiça. Informações sobre drogas. Acesso em: http://www.obid.senad.gov.br/portais/OBID/conteudo/index.php?id_conteudo=11292&rastro=INFORMA%C3%87%C3%95ES+SOBRE+DROGAS%2FTipos+de+drogas/%C3%93pio+e+Morfina#mecanismo
MENEZES, Adriana Magalhães de Andrade. Anestésicos Locais. Acesso em: http://www.saude.ce.gov.br/index.php/downloads/category/77-curso-de-atualizacao-para-profissionais-dentistas-vinculados-as-equipes-de-saude-bucal-esb?download=1324%3Aanestesicos-locais-saude-publica

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