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PROVA SEMESTRAL BROMATO DETERMINAÇÃO DE CINZAS E MINERAIS EM ALIMENTOS I- Minerais nos alimentos Mais de 20 minerais são considerados essenciais. São necessárias pequenas quantidades de minerais e devem ser obtidos a partir da dieta. • Formam os ossos e dentes; • Estão presentes em diversos tecidos (muscular, epitelial e outros); • Participam da contração muscular; • Controlam os batimentos cardíacos e impulsos nervosos; • Participam dos processos de anabolismo e catabolismo dos tecidos (respectivamente, formação e consumo de massa magra); • Modificam e regulam o metabolismo dos nutrientes (as reações químicas que acontecem no organismo). a)Classificação de minerais essenciais Macroelementos – 100 mg ou mais por dia (adultos): Ca, P, K, Na, Cl, Mg e S. Microelementos – alguns mg/dia ou menos (adultos): Fe, Cu, Co, Mn, Zn, I, F, Mo, Se, Cr, Si. Mineral - Principais funções Cálcio » Ajuda a formar e manter ossos e dentes » Ajuda a coagular o sangue » Controla a transmissão de impulsos nervosos e batimentos cardíacos » Regula a contração muscular » Leite e derivados » Vegetais verdes escuros » sardinha, amêndoa e semente de gergelim » 800 a 1200 mg Fósforo » Ajuda a forma e manter ossos e dentes » Ajuda no transporte de nutrientes dentro do corpo » Presente no ATP e no ADP, que armazenam energia » Cereais »Legumes » Leite e derivados » Peixes, carne vermelha, aves » 800 a 1200 mg Potássio » Controla a contração muscular » Regula a pressão sanguínea » Atua na transmissão de impulsos nervosos » Mantém o equilíbrio hídrico » Participa da síntese de glicogênio e proteínas e do metabolismo energético » Verduras » Frutas » Leguminosas » Carne vermelha » 200 mg Sódio » Equilibra a absorção de água dentro do corpo » Mantém o equilíbrio hídrico » Ajuda no transporte de nutrientes dentro do corpo » Transmite impulsos nervosos » Ajuda a relaxar os músculos » Atua na absorção de glicose » Sal comum » 500 mg Cloro » Presente no suco gástrico » Mantém o equilíbrio hídrico e de eletrólitos » Sal comum » 750 mg Magnésio » Ajuda a contrair músculos » Ativa os sistemas produtores de energia » Cereais » Vegetais » Frutas » Homem: 270-400 mg » Mulher: 280-300 mg Ferro » Componente da hemoglobina e da mioglobina (células do sangue) e das enzimas que participam do metabolismo energético » Leguminosas » Fígado » Vegetais verdes escuros » Carne vermelha » Homem: 10-12 mg » Mulher: 10-15 mg Zinco » Constituinte das enzimas e hormônios que participam das principais vias metabólicas » Ajuda a cicatrização » Componente das enzimas implicadas na digestão » Fígado » Ovos » Mariscos » Cereais » Carne vermelha » Homem: 15 mg » Mulher: 12 mg Cobre » Componentes das enzimas que participam do metabolismo da hemoglobina junto ao ferro » Fígado » Mariscos » Nozes » Leguminosas » 1,5-3 mg Iodo » Componente dos hormônios da glândula tireóide, que regulam o metabolismo » Peixes » Frutos do mar » Sal iodado » 150 μg Flúor » Mantém a estrutura dos ossos e do esmalte dos dentes » Água fluorada » peixe » 1,5-4 mg Cromo » Atua no metabolismo energético e da glicose » É co-fator da insulina (hormônio que regula a taxa de glicose no sangue) » Cereais integrais » Levedo de cerveja » Carne vermelha » 50-200 μg Selênio » Funciona em íntima associação com a vitamina E, atuando como anti-oxidante » Mariscos » Fígado » Cereais » Leguminosas » Carne vermelha » Homem: 40-70 μg » Mulher: 45-55 μg Manganês » Contribui na utilização da glicose para fornecer energia » Cereais » Frutas » Verduras » 2-5 mg Molibdênio » Componente de algumas enzimas » Leguminosas » Leite » Cereais integrais » 75-250 μg II.ANÁLISES DE CINZAS E MINERAIS a)"Conteúdo de cinzas“ É a medida da quantidade total de minerais presentes no alimento. b)"Conteúdo mineral“ É a quantidade de componentes específicos da matéria mineral de um alimento: Ca, Na, K, Cl, etc. c)Conteúdo de cinzas nos alimentos => Valores médios - Alimentos FRESCOS: raramente excede 5%, PROCESSADOS: até 12%, CEREAIS: até 3.3%, PRODUTOS LÁCTEOS: até 6%, SEMENTES E LEGUMINOSAS: de 1,5 a 3,6%. d)Fatores que interferem no conteúdo mineral Minerais - variações podem ocorrer em função do: SOLO (pH, fertilidade, agrotóxicos,...); ANIMAL (alimentação); PROCESSAMENTO e)Importância da determinação Nutrição alguns minerais são essenciais para uma dieta saudável (Ca, P, K e Na), enquanto outros podem ser tóxicos (Pb, Hg, Cd e Al). Rotulagem nutricional a concentração e o tipo de mineral deve ser estipulado para apresentação no rótulo ou sua elaboração. Qualidade a qualidade de alguns alimentos depende da concentração e do tipo de mineral presente, incluindo o sabor, aparência, textura e estabilidade. - Pode indicar conteúdo de frutas em doces. II.MÉTODOS PARA DETERMINAÇÃO DE CINZAS a)Determina-se Determinação do Teor (Conteúdo) de Cinzas Cinzas: São o resíduo inorgânico que fica após a queima da matéria orgânica por incineração. Matéria orgânica =>CO2, H2O e NO2 a)Determina-se ☼ Resíduo mineral fixo ou cinzas totais. ☼ Análise elementar – constituintes minerais individuais. b) PREPARO DAS AMOSTRAS - Sólidos – finamente moídos. - Amostras muito úmidas – pré-secagem para evitar respingos. - Amostras muito gordurosas – sugere-se extração parcial dos lipídios - evita projeção e queima. Possíveis problemas: contaminação da amostra por minerais no moinho; interação do cadinho com a amostra durante a análise. Cadinhos Quartzo, Pyrex, porcelana, aço e platina. Seleção depende do tipo de alimento e da temperatura da mufla. Mais usado - porcelana - mais barato, resiste a altas temperaturas (< 1200ºC) e de fácil limpeza. Resistentes à ácidos. cadinho i.Fundamento: Carbonização da matéria orgânica por incineração (mufla, T > 500ºC) Água e substâncias voláteis são vaporizados e as orgânicas são queimadas em presença de oxigênio (ar) e transformados principalmente em CO2 e H2O. 1.CINZAS SECAS ou QUEIMA SECA ii.INCINERAÇÃO A amostra é submetida a temperaturas de 500-600◦C até coloração branca. Procedimento: Pesar 5g da amostra em um cadinho previamente pesado e tarado. Incinerar – até cessar a fumaça Deixar na mufla 500-600ºC até coloração branca Esfriar e pesar .INCINERAÇÃO - Vantagens: Queima é seca (nenhum ou poucos reagentes são necessários); Simples, seguro e útil para análise de rotina; Manuseia grande número de amostras; Determinação total dos minerais e preparo para minerais individuais; Desvantagens: Demorado (pode chegar à 12-24 h); Alto custo operacional - mufla exige elevado consumo de energia; Temperatura elevada → volatilização de alguns minerais (Cu, Zn, Fe, Pb, Hg) e/ou interação com o cadinho; iii.CINZAS SECAS EM MICROONDAS: Pode ser programado para remover umidade (baixa energia, menos calor) e também cinzas (alta energia). Vantagem: Reduz o tempo de horas para minutos. Desvantagem: Não é possível analisar simultaneamente muitas amostras como na mufla. ACIDEZ E PH EM ALIMENTOS pH= -log aH+ O pH é inversamente proporcional à atividade dos íons de hidrogênio; A atividade é o teor de íons H+ efetivamente dissociados; Em soluções diluídas como os alimentos, pode-se considerar a atividade igual a concentração de H+ Importância - A medida do pH é importante para as seguintes determinações: Deterioração do alimento com crescimento de microrganismos Atividade das enzimas Textura de geleias e gelatinas Retenção de sabor-odor de produtos de frutas Estabilidade de corantes artificiais em produtos de frutas Verificação do estado de maturação de frutas Escolha da embalagem pH-metro É o equipamento utilizado para a medida do pH em alimentos É constituído de 2 eletrodos, um de referência e um de medida, e um galvanômetro ligado a uma escala de unidades de pH. Esta escala é geralmente entre pH 1 e 14 Metodologia Ligar pH-metro e esperar aquecer Verificar os níveis de eletrólitos dentro doseletrodos Calibrar o pH-metro com tampões 7 e 4 (para soluções ácidas) ou 7 e 10 (para soluções básicas) Acertar as temperaturas Usar água destilada para lavar o eletrodo, antes de fazer qualquer medida, e secar Determinar o pH da amostra fazendo a leitura com precisão até 0,01 unidades de pH Metodologia A. Soluções-tampão: São soluções de ácidos fracos e seus sais, que não sofrem alterações na concentração hidrogeniônica quando é adicionado ácido ou base. B. Determinação de pH em diferentes tipos de alimentos: Leitura direta em produtos líquidos como xaropes, sucos, vinhos e bebidas em geral que são claros e não contém gás Bebidas com gás carbônico, como refrigerantes, devem ser submetidos à agitação mecânica ou a vácuo antes de se tomar à medida de pH, pois o CO2 pode formar ácido carbônico e abaixar o pH. Bebidas com polpas em suspensão devem ser agitadas para misturar a polpa decantada e medir o pH imediatamente, antes de a polpa se separar novamente, ou utilizar um agitador magnético para conseguir um resultado homogêneo, já que a polpa e o líquido podem ter pHs diferentes Em produtos sólidos e secos, como farinhas, pão, macarrão e biscoito, é preparado um extrato com suspensão de 10g do produto em 100mL de água, e torna-se o pH do líquido sobrenadante após decantação. Em bebidas alcoólicas deve-se ter cuidado com a uniformidade do álcool no produto. Produtos sólidos, mas com bastante umidade, como queijo fresco, devem ser marcados e homogeneizados, e os eletrodos são enfiados dentro da massa da amostra em pelo menos três lugares diferentes para se tirar uma medida média do pH. Fontes de erro Erro alcalino: o eletrodo de vidro é sensível a outros cátions além do hidrogênio, como o Na+ O resultado pode ser um pH mais baixo do que o real (erro negativo); porém esse erro é mínimo em pH abaixo de 9. Para um pH acima de 9, existem eletrodos de vidro especiais insensíveis a outros cátions fora o H+. Erro ácido: Vai depender da atividade da água. Geralmente a atividade da água é 1, e não teremos problemas. Mas em soluções muito ácidas, a atividade de água é menor do que 1, vai ocorrer um erro positivo. Um tipo de erro semelhante vai ocorrer se a atividade da água é diminuída por uma alta concentração de sal dissolvido ou por adição de um solvente não aquoso,como o etanol de bebidas alcoólicas; Fontes de erro Tampão utilizado na calibração do pH-metro mal preparado; O potencial dos eletrodos varia com a temperatura: Nos pH-metros existe um controle para ajuste da temperatura dos tampões e das amostras, ou, então, existe um dispositivo de ajuste automático da temperatura; Fontes de erro Desidratação da membrana de vidro tornando-a insensível ao íon H+. Por isso é muito importante deixar o eletrodo sempre mergulhado em água destilada. Cuidados com o eletrodo e com o pH-metro Manter os eletrodos dentro da água; Manter os eletrodos de calomelano cheio de KCl; Manter os eletrodo ligados, porém sem tensão quando fora da solução Não deixar gordura nos eletrodos. Lavar com solvente orgânico e depois com água destilada. MEDIDA DA ACIDEZ EM ALIMENTOS Importância Os ácidos orgânicos presentes em alimentos influenciam o sabor, odor, cor, estabilidade e a manutenção de qualidade. A acidez titulável de frutas varia de 0,2 a 0,3% em frutas de baixa acidez como maçãs vermelhas e bananas, 2,0% em ameixas e acima de 6% em limão. Ácido cítrico pode constituir até 60% dos sólidos solúveis totais no limão. Importância Os tecidos vegetais, com exceção do tomate, são consideravelmente mais baixos em acidez, variando de 0,1 % em abóbora a 0,4% em brócolis. Produtos marinhos, peixes, aves e produtos cárneos são consideravelmente menores em acidez e o ácido predominante é o ácido láctico. A acidez total em relação ao conteúdo de açúcar é útil na determinação da maturação da fruta. Aplicação 1.Valor nutritivo: manutenção do balanceamento ácido-base no organismo. 2. Indicação de pureza e qualidade em produtos fermentados, como vinhos. 3. Indicação de deterioração por bactérias com produção de ácido. 4. Indicação de deterioração de óleos e gorduras pela presença de ácidos graxos livres provenientes da hidrólise dos glicerídeos. 5. Critério de identidade de óleos e gorduras pela caracterização dos ácidos graxos presentes. 6. Estabilidade do alimento/deterioração: produtos mais ácidos são naturalmente mais estáveis quanto à deterioração. Tipos de acidez 1. Compostos naturais dos alimentos. 2. Formados durante a fermentação ou outro tipo de processamento. 3. Adicionados durante o processamento. 4. Resultado de deterioração do alimento. Tipos de ácidos naturais em alimentos -Os principais ácidos orgânicos que são encontrados em alimentos são: cítrico, málico,oxálico, succínico e tartárico. -Existem outros menos conhecidos, mas de igual importância, que são: isocítrico, fumárico, oxalacético e cetoglutárico. -O ácido cítrico é o principal constituinte de várias frutas como: limão, laranja, figo,pêssego, pêra, abacaxi, morango e tomate. -O ácido málico é predominante em maçã, alface,brócolis e espinafre. -O ácido tartárico foi encontrado somente em uvas e tamarindo. Tipos de ácidos naturais em alimentos A proporção relativa de ácidos orgânicos presentes em frutas e vegetais varia com o grau de maturação e condições de crescimento. Por exemplo, o ácido málico predomina na uva verde e diminui de concentração na uva madura, enquanto o conteúdo de ácido tartárico aumenta inicialmente como ácido livre e mais tarde como tartarato ácido de potássio. Métodos de análise A. Acidez total titulável; B. Acidez volátil; C. Identificação de ácidos orgânicos; Métodos de análise A. ACIDEZ TOTAL TITULÁVEL: 1. Titulação usando indicador: A análise mais comum é a quantitativa, que determina a acidez total por titulação. Porém não é eficiente para amostras coloridas, porque a cor da amostra pode prejudicar a visualização da cor no ponto de viragem. A acidez total titulável é a quantidade de ácido de uma amostra que reage com uma base de concentração conhecida. -O procedimento é feito com a titulação de uma alíquota de amostra com uma base de normalidade conhecida utilizando fenolftaleína como indicador do ponto de viragem. Quando a amostra é colorida, a viragem pode ser verificada através de um potenciômetro pela medida do pH ou por diluição da amostra em água para torná-la de uma cor bastante clara. Métodos de análise A. ACIDEZ TOTAL TITULÁVEL: 2. Titulação usando um pHmetro: Existem várias amostras coloridas, como, por exemplo, suco de uva, onde não é possível visualizar a viragem na titulação ácido-base, com fenolftaleína como indicador. Nestes casos, é necessário fazer a determinação de acidez através da medida do pH em um pHmetro. Titula-se uma alíquota de amostra com NaOH padronizado, até pH 8,1, utilizando um agitador magnético. O pH de viragem é 8,1 em vez de 7,0 (neutralidade), porque em alimentos estaremos sempre titulando ácidos fracos como acético, láctico, cítrico, málico, tartárico etc. Na reação destes ácidos com o NaOH, o íon formado se hidrolisa, formando o íon hidroxila, cuja concentração será maior que do íon H+ no ponto de equivalência, e a solução resultante será básica. Existem algumas substâncias interferentes na titulação dos ácidos orgânicos, como, por exemplo, a presença de CO2 em bebidas carbonatadas. O CO2 pode aumentar o valor da acidez dos ácidos orgânicos, pois ele forma ácido carbônico em meio ácido. B. ACIDEZ VOLÁTIL O conteúdo em acidez volátil pode ser determinado pela separação dos ácidos voláteis presentes, principalmente ácidos acético e traços de ácido fórmico. A determinação é feita por titulação do destilado ou do resíduo, com uma base padrão até o ponto final, usando fenolftaleína como indicador. A separação dos ácidos voláteis pode ser feita por evaporação, destilação direta e destilação a vapor. Métodos de análise 1. Evaporação em banho-mariaÉ o método mais simples, onde a amostra é titulada antes (acidez total) e após a evaporação (acidez não volátil ou fixa), e por diferença entre as titulações tem-se a % de acidez volátil (acidez volátil = acidez total - acidez fixa). Porém esta determinação tem um sério inconveniente, que é a perda de ácidos menos voláteis, como o ácido láctico, juntamente com os ácidos voláteis. B. ACIDEZ VOLÁTIL 2. Destilação direta A amostra é aquecida diretamente e o destilado recolhido será titulado com uma base padronizada, e fenolftaleína como indicador. Métodos de análise 3. Destilação a vapor É o método mais utilizado para produtos fermentados. Existem vários tipos de equipamentos de destilação, como, por exemplo, o destilador de Kjehldal. Os resultados obtidos por destilação são muito discordantes pelo mesmo motivo das perdas ocorridas no método por evaporação. Em cerveja e vinho, a acidez volátil indica se a fermentação ocorrida é a desejada e ainda demonstra a necessidade de adição de SO2 ou pasteurização (ou ambos), quando a acidez volátil é muito alta. C. IDENTIFICAÇÃO DOS ÁCIDOS ORGÂNICOS Às vezes é necessário, além da determinação quantitativa, uma determinação qualitativa. Antes do aparecimento de métodos cromatográficos, a análise qualitativa dos ácidos orgânicos era trabalhosa e demorada. A partir de 1955, com o aparecimento das modernas técnicas cromatográficas, como camada delgada, troca iônica, gasosa e líquida de alta eficiência, a identificação dos ácidos orgânicos foi facilmente realizada após a separação cromatográfica.
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