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Direitos da Personalidade: Características, Classificação e Fontes

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Civil
Aula 14
Na aula passada estavamos falando das características do direito da personalidade, a partir do artigo 11.
No debate de teoria geral dos direitos da personalidade o primeiro ponto que vimos foram as características. O segundo ponto
é uma eventual classificação dos direitos da personalidade, uma tentativa teórica de organizar os direitos da personalidade
em grupos, mas isso não consta no CC. A classificação mais comum é a divisão dos direitos de personalidade que dizem respeito
a integridade física e os que dizem respeito a integridade moral. No primeiro grupo geralmente se encontram o direito à vida,
ao corpo, às partes separadas do corpo e ao cadáver. No segundo grupo estariam honra, imagem, privacidade, nome e o chamado
direito moral do autor.
O chamado direito moral do autor é um dos poucos direitos da personalidade que você não adquire com o nascimento, sendo uma
rara exceção, pois quando se nasce, você não é autor de nada. Quando se cria uma obra, você tem direito autoral sobre essa
obra, não é necessario se registrar uma obra para ser reconhecidamente autor dela. Essa proteção jurídica significa dizer que
quando se finaliza uma obra, ela estará juridicamente vinculada ao autor. O direito protege então com duas espécies de direi
tos, os direitos materiais do autor, ou seja, de explorar economicamente aquela obra, e os morais, trabalhando com o direito
moral do autor, que não dizem respeito a sua exploração material, mas sim a vinculação entre autor e obra, necessitando a
atribuição da obra ao seu autor em qualquer reprodução.
Outra discussão é sobre as fontes dos direitos da personalidade. É um debate justamente da questão dos inatos, se ele deriva
do próprio nascimento com vida, ou da lei estar dizendo que você tem o direito ou outras diversas fontes. A maioria dos auto
res brasileiros dizem que os direitos da personalidade pré-existem ao ordenamento jurídico, este apenas reconhecendo algo que
é superior ao direito em sí e devem ser protegidos independentemente de qualquer legislação. Essa é uma tese que começa a ser
debatida e se tem, ao longo do século XX, especialmente na segunda metade, um conflito claro entre autores que, depois das
duas grandes guerras, entram nesse debate dizendo que isso antecede a lei.
Temos então uma situação em que essas teorias jusnaturalistas, embora não reconhecidas como tais, fizeram sucesso durante es
se período. O quarto ponto é a discussão sobre a teoria monista e pluralista, que entra em discussão qual a melhor metodologi
a para protegermos os direitos da personalidade, com uma cláusula geral, um artigo único no qual se possa retirar a interpre
tação específica no caso ou seria melhor ter uma análise mais exemplificativa e detalhada dos direitos da personalidade, não
só dizendo que se devam respeitá-los, mas que os elenquem em artigos separados para cada um. A teoria monista considera que a
pessoa humana é um valor unitário e não faria sentido que se tenham artigos específicos com determinadas formas de expressão
da sociedade, já os pluralistas acreditam que eles necessitam ser discernidos para a melhor aplicação das leis.
O código de 2002 optou a teoria pluralista, já que nosso código possui artigos específicos para cada direito da personalidade
, mas os autores, especialmente os ligados ao direito civil constitucional, vão dizer que existe no direito brasileiro uma
cláusula geral a proteção da personalidade, que está na constituição, no artigo 1º inciso III. Logo, se somarmos ambos, o di
reito brasileiro conta tanto com uma cláusula geral quanto com dispositivos particulares no código civil.
Avançando além disso, foi importante no CC ter um capítulo específico sobre direitos da personalidade, visto que no código
de 16 não haviam os mesmos elencados, porém, não significa dizer que eles estejam atualizados, já que o mesmo foi desenvolvi
do durante a década de 70, período em que a sociedade não era exatamente igual ao que é hoje. Logo, esse capítulo é um avanço
menor do que deveria ter sido, não se trantando sobre assuntos de ciência, tecnologia e outros, lidando com artigos que são
inadequados à nossa realidade atual.
Sobre os direitos da personalidade e pessoa jurídica, quando falamos de personalidade, vimos que pessoas jurídicas têm sido
reconhecidas como equiparáveis a receber direitos da personalidade assim como as físicas, elencado no art. 52 do CC.
No final da aula passada falamos sobre a questão da tutela dos direitos da personalidade, o qual o artigo 12 garante dois ti
pos de tutela, uma inibitória, fazendo cessar ameaça a um direito da personalidade e uma segunda tutela no âmbito indenizató
rio, uma vez ocorrendo dano ao direito da personalidade é necessário indenização pelo dano. Ligado ao art 12 existe o artigo
461 do Código de Processo Civil.
A tutela inibitória visa a impedir dano futuro, ordenando alguém a fazer ou deixar de fazer alguma coisa.

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