ALIMENTOS CONTINUAÇÃO

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CARACTERÍSTICAS DA OBRIGAÇÃO ALIMENTAR
1) DIREITO PERSONALÍSSIMO: 
Sua titularidade não passa a terceiro, deve ser exercido por aquele que não tem condição de prover seu próprio sustendo;
 "não pode ser repassado a outrem, seja através de negócio, seja de outro acontecimento jurídico". 
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2)Transmissibilidade: 
O dever de prestar alimentos não se transmite, o que se transmite é a obrigação alimentar.
A transmissão da obrigação alimentar encontra-se prevista no art. 1700 do Código Civil, in verbis: "A obrigação de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do devedor, na forma do art. 1694". 
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Inventário. Habilitação de crédito. Transmissão da obrigação alimentar ao espólio. O estabelecimento do encargo alimentar aos herdeiros tem suporte legal na transmissibilidade da obrigação alimentar prevista no art. 1.700 do CCB e obedece às diretrizes do art. 1.694 do CCB. No entanto, o exame da adequação do encargo alimentar a ser transmitido e a fixação do quantum deve ter lugar em ação própria, com observância do contraditório e necessária fase cognitiva, e não dentro do processo de inventário ou, mesmo, em sede de habilitação de crédito. Negado seguimento ao recurso. (TJRS, AI 70059169995, 7.ª C. Cív., Rel. Des. Liselena Schifino Robles Ribeiro, j. 01/04/2014). 
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3)Irrenunciabilidade
 A irrenunciabilidade está prevista no art. 1707 do Código Civil, in verbis: 
"Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação e penhora".  A regra prevê que não se pode renunciar a alimentos, nada obstante, o credor pode deixar de exercer, ou seja, é renunciável o exercício e não o direito. 
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4) IMPENHORABILIDADE:
A pensão alimentícia é impenhorável, pois a verba alimentar é destinada à mantença do alimentando, desta forma não pode responder por suas dívidas.
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5) Imprescritibilidade
O direito a alimentos é imprescritível, mas as prestações vencidas não o são. 
O prazo prescricional para pleitear as prestações vencidas é de 02 anos, a partir da data em que se vencerem (art. 206, § 2º do Código Civil).  Portanto se a pessoa vier necessitar de alimentos, e cumprir os requisitos, poderá cobrar alimentos a qualquer tempo, tendo em vista o caráter imprescritível deste direito. 
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Portanto, se a pessoa vier necessitar de alimentos, e cumprir os requisitos, poderá cobrar alimentos a qualquer tempo, tendo em vista o caráter imprescritível deste direito. 
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6) Irrepetibilidade:
 A irrepetibilidade é uma característica tradicional do instituto dos alimentos, e consiste em impedir sua restituição quando houver constatação posterior de que não eram devidos. 
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Parentesco Natural:
Quanto às pessoas obrigadas a prestar alimentos em razão do parentesco, prescreve o Código Civil, art. 1.696:
“o direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.”
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E, no artigo 1.697:
“Na falta dos ascendentes cabe a obrigação aos descendentes, guardada a ordem de sucessão e, faltando estes, aos irmãos, assim germanos como unilaterais.”
O parentesco natural, é uma espécie de parentesco e resulta da consaguinidade, ou seja, de laços de sangue(mãe, pai, filhos, etc).
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Parentesco por afinidade:
O que é afinidade?
É o vínculo que se estabelece entre um dos cônjuges ou companheiro e os parentes do outro.
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Parentesco por afinidade:
O rol das pessoas obrigadas a pagar alimentos é taxativo (numerus clausus) e não inclui os parentes por afinidade (sogros, cunhados, padrastos, enteados).
A doutrina é uniforme no sentido da inadmissibilidade de obrigação alimentar entre pessoas ligadas pelo vínculo da afinidade, perante o nosso direito. 
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Ainda que não incumba aos afins a prestação de alimentos, quem os presta em cumprimento de uma obrigação natural do dever de solidariedade familiar não tem direito a repetição.
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Ilegitimidade passiva de irmã casada e dependente economicamente do marido:
Já se decidiu que, em razão do caráter pessoal da obrigação, se as irmãs “são casadas, têm filhos e são inteiramente dependentes, econômica e financeiramente, dos maridos, sem qualquer renda ou atividade independente, não poderiam assim, ser responsabilizadas pela pensão aos irmãos menores, sob pena de, por via indireta, condenarem-se os cunhados, que não estão evidentemente na linha de responsabilidade fixada pela lei civil”.
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Neste contexto, os cunhados em relação ao irmão menor da esposa, têm parentesco tão somente por afinidade, não cabendo a ele, por força de lei, prestar alimentos aos afins(cunhados, sogros.)
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Pretensão de cônjuge casado:
Se o alimentando é casado, é ao seu cônjuge que ele deve dirigir-se , antes de visar algum dos parentes.
Assim, embora a mulher casada possa eventualmente pedir alimentos aos irmão, a exigibilidade deve ser dirigida primeiramente contra o marido.
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ORDEM PREFERENCIAL DAS PESSOAS OBRIGADAS À PRESTAÇÃO DE ALIMENTOS:
Somente quatro classes de parentes são obrigadas à prestação de alimentos, em ordem preferencial, formando uma verdadeira hierarquia no parentesco:
Pais e filhos, reciprocamente;
Na falta destes, os ascendentes, na ordem de sua proximidade (avós paternos e maternos, bisavós);
Os descendentes, na ordem da sucessão;
Os irmãos, unilaterais ou bilaterais, sem distinção ou preferência.
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Os demais parentes, consequentemente, não se acham sujeitos ao encargo familiar.
Assim, temos que, quem necessitar de alimentos deverá pedi-los:
 primeiramente, ao pai ou à mãe;
Na falta destes, aos avós paternos ou maternos;
Na ausência destes, aos bisavós e assim sucessivamente.
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Não havendo ascendentes, compete a prestação de alimentos aos descendentes, ou seja, aos filhos maiores, independente da qualidade de filiação.
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PATERNIDADE SOCIOAFETIVA:
Quem assumir paternidade de uma criança, que não é filha biológica, deve pagar pensão alimentícia.
O reconhecimento voluntário da paternidade, quando ausente o vínculo biológico, aproxima-se da paternidade adotiva.
Sendo assim, embora ausente a paternidade natural, biológica, se faz reconhecer a paternidade socioafetiva como um modo de parentesco civil.
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TRATA-SE DE PRETENSÃO ALIMENTÍCIA DEDUZIDA CONTRA OS AVÓS.
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PRETENSÃO ALIMENTÍCIA DEDUZIDA CONTRA OS AVÓS:
O filho somente pode pedir alimentos ao avô se faltar o pai ou se, existindo, não tiver condições econômicas de efetuar o pagamento.
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A jurisprudência tem entendido que a admissibilidade da ação contra os avós dar-se-á na ausência ou absoluta incapacidade dos pais. 
Neste caso, entende-se a Ausência como:
 aquela juridicamente considerada(CC. Art. 22)
Desaparecimento do genitor, estando ele em local incerto e não sabido(ausência não judicial)
morte
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Ação de alimentos. Avós paternos. Possibilidade. Responsabilidade subsidiária. Reais rendimentos da genitora. Ausência. Impossibilidade de criação da prole não demonstrada. Recurso desprovido. A procedência do pedido contido na ação de alimentos ajuizada contra os avós é condicionada à comprovação da impossibilidade financeira dos genitores, uma vez que a responsabilidade dos ascendentes é subsidiária, e não solidária. Não comprovada a impossibilidade de a mãe da autora promover o sustento da filha, impõe-se a improcedência da ação dirigida contra os avós paternos. (TJMG, AC 1.0327.13.002937-1/001, 6.ª C. Cív., Rel. Des. Edilson Fernandes, j. 10/03/2015).
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Assim, a pensão avoenga, será excepcional.
Pode ocorrer também, a chamada complementação de pensão, pelos avós.
Onde, a ação de alimentos é movida conjuntamente contra o pai e os avós, se evidenciado que o
pai, sozinho, não tem condições de arcar com a obrigação alimentar(CC art. 1698).
ATENÇÃO!
A obrigação dos avós é subsidiária e complementar à dos pais, e não solidária.
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PRAZO PRESCRICIONAL DAS PRESTAÇÕES ALIMENTARES
A imprescritibilidade é uma característica do direito a alimentos.
O direito aos alimentos é imprescritível!
O que não prescreve é o direito de postular em juízo o pagamento de pensões alimentícias.
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No entanto, estabelece o artigo 206,§ 2º do CC que,
“PRESCREVE EM DOIS ANOS A PRETENSÃO PARA HAVER PRESTAÇÕES ALIMENTARES, A PARTIR DA DATA EM QUE SE VENCEREM.”
A prescrição da pretensão a estas parcelas ocorre mensalmente.
ATENÇÃO!
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ATENÇÃO!
QUANDO TRATAMOS DE EXECUÇÃO DE ALIMENTOS PROPOSTA POR ALIMENTANDO ABSOLUTAMENTE INCAPAZ, NÃO HÁ FALAR EM PRESCRIÇÃO DAS PRESTAÇÕES MENSAIS, EM VIRTUDE DO DISPOSTO NO ART. 197, II E 198, I DO CC.
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Não corre o prazo prescricional em detrimento de incapaz que não tem condições de exercer, por sua vontade, o direito de ação; 
Bem como não corre a prescrição entre ascendente e descendente durante o poder familiar (art. 197, II e 198, I, ambos do CC).
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