Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Fichamento de Estudo de Caso Nome do aluno: Roberto Carlos de Freitas Trabalho da disciplina: Gerenciamento de Prazos Prof.: Sueli Moreira Marquet Local: Angra dos Reis/RJ Ano: 2016 BAE Automated System (A): Sistema de Manejo de Bagagem do Aeroporto Internacional de Denver REFERÊNCIA: Lynda M. Applegate. Ramiro Montealegre. H. James Nelson. Carin Isabel Knoop, C Harvard Business School. 311-P01, nov. 1996. Com a responsabilidade de atender ao crescimento e substituir as operações do aeroporto de Stapleton, o aeroporto de Denver foi inaugurado em 1995 depois de inúmeras tentativas de inaugurações e atrasos consecutivos devido problemas de planejamento e não cumprimento de cronograma e construção. Um problema crítico deste aeroporto era o sistema automatizado de bagagens que deveria ser o mais sofisticado e automatizado do mundo. Era proposto que fosse melhorar drasticamente a eficiência da entrega de bagagens. A proposta original era para servir à empresa aérea United Airlines mas ao ser espandido para todo o aeroporto . Devido ao crescimento dos setores de petróleo, setor imobiliário e turismo na década de 80, a cidade de Denver viu a necessidade de um novo aeroporto para suprir a demanda do crescimento de sua economia. Em 1970 já tinha sido feito um estudo Denver Regional Council of Governments para avaliar as necessidades do aeroporto e em 1983 este estudo foi concluído com a entrega de um relatório que recomendava a expansão do aeroporto. Após um período entre mudanças políticas na cidade foi escolhido um local para construção do novo aeroporto que seria localizado a 40 km do centro de Denver e seria o primeiro grande aeroporto a ser construído nos Estados Unidos desde a inauguração do aeroporto Dallas-Fort Worth em 1974. Em novembro de 1989 foi iniciada a construção do novo Aeroporto Internacional de Denver (DIA) com o prazo de entrega definido para o dia 31 de outubro de 1993. A construção foi iniciada sem o comprometimento das duas maiores companhia aérea usuárias do aeroporto: a United Airlines e a Continental Airlines. Juntas elas representavam mais de 70% do tráfego de passageiros. Para que as empresas aéreas aderissem ao empreendimento, a prefeitura concordou com uma variedade imensa de alterações no projeto, enquanto assegurava às agências financiadoras que a data de inauguração estava mantida. O sistema de manuseio de bagagem foi projetado inicialmente para atender parte do aeroporto pois a administração do projeto esperava que as companhias construíssem individualmente seus próprios sistemas como na maioria dos outros aeroportos americanos. Foi o que aconteceu, e em dezembro de 1991 a United Airlines contrata a empresa BAE Automatic Systems para desenvolver um sistema automatizado de manejo de bagagens na asa B do aeroporto com o intuito de atender suas próprias necessidades. A construção do sistema seria terminada em dois anos e meio e teria um custo de $20 milhões. Após a iniciativa da United Airlines foi considerada a possibilidade de expansão pela equipe de gestão do programa (PMT) reconhecendo os benefícios de um sistema integrado de bagagens para todo o aeroporto. Após licitação que teve apenas 3 empresas que responderam a mesma, uma empresa de consultoria não recomendou nenhum dos projetos apresentados. Mesmo a empresa BAE que possuia todo o conhecimento e tecnologia para oferecer ao projeto do aeroporto, foi uma das que recusaram participar da licitação, pois sabia que era preciso mais tempo do que foi determinado pelo aeroporto para conclusão devido à alta complexidade do projeto. Mesmo assim, em 1992 o Aeroporto de Denver resolveu contratar a empresa BAE para tocar o projeto porque ela já estava trabalhando no sistema de manejo de bagagens da United. A BAE apresentou uma proposta para o projeto o qual seria o sistema automatizado de bagagens mais complexo já construído. O sistema seria capaz de deslocar todos os tipos de bagagens do terminal até uma asa remota através de um túnel, chegando até o portão sem precisar manipular e selecionar as bagagens manualmente e com isso o tempo no solo se reduziria drasticamente. Obviamente projeto sairia bem mais caro do que o tradicional com os carrinhos e rebocadores, mas compensaria com a redução da força de trabalho que era necessária para a distribuição das bagagens. A empresa BAE colocou várias condições para aceitar o trabalho como: a proposta não deveria ser mudada além de uma data combinada, término de construção de certas áreas do aeroporto dentro do prazo, provisão de energia permanente e provisão de salas de computadores. Todas essas medidas seria por conta de que a empresa estava muito preocupada com o prazo de entrega do projeto. Os representantes de Denver não só aceitaram as condições como também ofereceu acesso irrestrito a todas as áreas do aeroporto para eles pudessem trabalhar. Em abril de 1992 a empresa BAE assina o contrato de $175.6 milhões para construir o sistema de todo o aeroporto. Quando o contrato foi assinado, a construção dos terminais e asas já havia começado. Mudanças tiveram que ser feitas no desenho do terminal, paredes tiveram que ser removidas e um novo piso instalado para poder suportar o novo sistema. Não houve somente mudanças na estrutura, mas também na governança do projeto. Em maio de 1992, o chefe geral do projeto renunciou. Logo depois outro impacto: a morte de Slinger, Engenheiro Chefe do Aeroporto, em outubro do mesmo ano. Ele tinha um peso significativo para o andamento do projeto, pois estava envolvido de perto das negociações com a BAE. Depois deste fato todos perceberam que o projeto não ia ser inaugurado dentro do prazo, pois o que tinha sido acordado antes com o Slinger, já não estava sendo cumprido depois de sua morte como, por exemplo, o acesso irrestrito a todas as áreas do aeroporto. Pelo contrário, algumas áreas já não se tinham acesso razoável para o andamento das obras. Quando se pensava que não podia piorar, as companhias aéreas resolveram solicitar algumas mudanças no desenho do projeto do sistema de bagagens. Outro problema era que a cidade não conseguia fornecer eletricidade “limpa” para a alimentação do sistema. Os picos de energia colocaram em curto centenas de motores. A solução era colocar filtros para regularizar os picos de energia, porém um contrato que tinha no seu escopo um item para o fornecimento dos filtros foi cancelado por um funcionário sem perceber que existia este item. Mais um problema: em setembro de 1993 uma greve de dois dias de 300 mecânicos e 200 eletricistas devido as divergências contratuais com relação aos serviços de manutenção do sistema acabaram por atrasar ainda mais a obra. A inauguração do aeroporto foi adiada por três vezes no período de fevereiro a outubro de 1993. Todos entraram em pânico para tentar definir a data de inauguração da qual ninguém tinha certeza. A equipe gerencial já não se entendia com a empresa BAE. O representante da BAE acusava que a equipe gerencial não tinha competência ou experiência em manejo de bagagens enquanto o gerente de projeto dizia que a empresa BAE era inexperiente em gestão de projetos. No final de abril de 1994, a cidade de Denver resolver realizar um teste no sistema sem notificar a BAE. Convidou vários repórteres para observar o teste e o que aconteceu foi um fracasso total no funcionamento do sistema. Depois do teste o prefeito Webb prorrogou a inauguração do aeroporto mais uma vez, mas desta vez indefinidamente. Em maio de 1994, já sob forte pressão dos acionistas, o prefeito contratou a empresa alemã Logplan para avaliar o estado do sistema e agosto do mesmo ano a Logplan recomendou a construção de um sistema de backup a um custo de $50 milhões. O prefeito autorizou a construção do sistema de backup e notificoua empresa BAE para que pagasse uma multa diária de $12.000 por não cumprir o prazo original de entrega (29 de outubro de 1993) e assumisse os custos de $50 milhões da construção dos sistema de backup.
Compartilhar